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    [!ON!] 2ª Noite: O Sonhar

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    [!ON!] 2ª Noite: O Sonhar - Página 3 Empty Re: [!ON!] 2ª Noite: O Sonhar

    Mensagem por Saskwatch Seg Fev 18, 2019 2:50 pm

    O laço trazido nesta vida alternativa se mantinha estreito para Gerson.

    Sentia que estava em família, junto a seus amigos, e ao acolhedor lobisomem.

    - Então Seu Lobão da Noite Selvage, meus amigo não tão muito animado, mas eu bem que podia comê alguma coisa. Se precisa duma força depois, to dentro, acho que é bom aprende a prepará bicho caçado, nunca fiz isso. Pode trazê o que for melhor, num sei dizê, só comi coisa que a gente tem fácil na cidade.

    Gerson nunca foi de refugar uma refeição, nem de ter motivos para não comer alguma coisa.

    Pôs-se também a disposição dos amigos, queria mais do que nunca ser útil.

    - Vito, dexa eu ajudá você também, depois vô arruma um canto pra "Minha Ruiva", ops... Num sei se posso falá assim mais...

    Perdeu a fala por um instante, e depois começou a ajudar Victor a procurar alguma maneira de dar conforto a Ana e Guinnevere.
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    [!ON!] 2ª Noite: O Sonhar - Página 3 Empty Re: [!ON!] 2ª Noite: O Sonhar

    Mensagem por Mellorienna Seg Fev 18, 2019 6:19 pm





    Cidade-Labirinto


    Noite
    - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -



    A noite fria desenrolava-se muito mais onírica que qualquer dos instantes passados em San Miguel. O silêncio absoluto da cidade-labirinto era quebrado apenas pelo crepitar do fogo, ao qual logo uniu-se o gotejar da gordura do que parecia ser um pernil de veado campeiro. Anoitecer Selvagem havia chegado até eles sorridente como quem recebe uma bênção ao trazer a caça para a casa semi-destruída:

    - O Gamo-Rei nos abençoa com alimento esta noite! - enquanto ensinava Gerson a preparar a carne de caça, o Garou tocava o torc em seu pulso, de tempos em tempos, sorrindo toda vez que o fazia - A minha ruiva é Filha do Gamo. Vai ficar orgulhosa quando souber da caça de hoje. - o lobisomem era um sujeito bem hábil com a faca e com pouca cerimônia quanto a sangue e vísceras. Mas limpou e preparou a caça em um tanque do lado de fora da casa, nos fundos. Onde Victor costumava lavar os braços e o rosto antes de entrar em casa, para não empoeirar tudo quando Ana o chamava.

    Difícil.

    A noite silenciosa se avolumava ao invés de correr, como se o tempo ali fosse eterno. Os que quiseram, comeram. Havia vegetais semelhantes a batatas, mas de casca azul, e raízes que lembravam cenouras roxas (o que de fato existia mesmo no Plano Material) e mandiocas alaranjadas, quase vermelhas. Anoitecer Selvagem teve o cuidado de trazer folhas de um verde vibrante e um cacho de uvas douradas que tinham gosto de tomate.

    - Salada. - ele torcia o nariz, e se fiava bem mais na carne assada, com ocasionais mordidas em uma batata corada - Se tem algo que não tem gosto de sangue, é salada. Mal se classifica como comida, mas... Minha mulher gosta especialmente dessas uvas com gosto de tomate. Quando estava grávida, Gaia é minha testemunha, pensei que ia morrer de tanto que Gwenhwyfar me obrigava a vencer Pontes-da-Lua para satisfazer os desejos mais absurdos. - o loiro ria e passava uma garrafa de whisky para quem mais quisesse beber - Eu teria trazido vodca, mas Fianna é uma Tribo terrível, nunca se deem o trabalho de tentar entender! Aparentemente, só scotch é bom o suficiente para não ofender as Fadas.

    O homem percebia os olhares perdidos, mas só depois que estavam acomodados e haviam bebido ao menos alguns goles de bebida, ele começou a falar:

    - Danu é a Rainha das Fadas. Ela é a Primeira Elfa. Quando as criaturas inteligentes do mundo passaram a imaginar e criar, o Sonhar surgiu, nascendo do brilho do gênio humano. Ou ao menos surgiu uma porta que desse acesso ao Sonhar. Isso é incerto. Porém, as lendas todas deixam claro que Danu foi a primeira. E dela surgiram os Tuatha de Danann, que deram origem aos kithain. Os Tuatha de Danann não habitam mais os Reinos do Sonhar acessíveis a nós. Nem mesmo os kithain têm acesso a eles. É com eles, os kithain, que lidamos. Porém, com o surgimento de Antélios, a Estrela Rubra, dezessete anos atrás, Danu retornou ao Sonhar com uma pequena delegação de Tuatha de Danann. Localizar o Trono de Danu tem sido a obsessão tanto dos Unseelie quanto dos Seelie, as duas maiores facções em que os kithain se dividem. Ao conjunto de todas essas criaturas, as Tradições dá o nome de Changeling, os Selvagens.

    O loiro deu de ombros, em tom de desculpas:

    - Eu não tenho a fluência dos Galliard, disse para vocês. Mas é isso. Pela manhã, levarei vocês diante do Trono de Danu. Foi ela quem me enviou para resgatá-los. Quando a roseira bravia floresceu, Danu soube onde vocês estavam e que estavam presos em algo que ela chamou de Harrowing. Um sonho coletivo, que todos alimentavam, mas que era amarrado firmemente pela convicção de um Grande Sonhador. Um dentre vocês. Mais que isso não sei dizer. Percebo, pelas marcas que vocês têm pintadas no corpo, que a Theurge humana da Família da Paixão os marcou para uma missão. Mas que missão valeria o risco de perder a vida em um Harrowing eterno nas fronteiras do Sonhar?

    O Garou, escorou-se contra o batente onde deveria estar a porta da casa, olhando o campo lá fora.

    - A primeira vez que cruzei a fronteira do Sonhar, caí presa dos Unseelie. O destino de vocês poderia ter sido muito pior, caso eu não tivesse chegado a tempo. O Glamour acumulado aqui acabaria atraindo criaturas muito piores que aquelas que enfrentamos nessa noite. Mas... não sou erudito o suficiente para explicar melhor. Ao invés disso, conto Registros das Tribos para vocês, para que talvez entendam.

    Assim dizendo, Anoitecer Selvagem, com sua voz de barítono, passou a recitar:

    Dos primeiros filhos de Gaia,
    Eu, a Fênix, sou a um só tempo primeira e última.
    Testemunhei em Gaia o nascimento de Luna.
    Observei-a crescer,
    Refestelei-me em seu poder,
    E nas fendas da terra vi
    surgir Vida.


    As Grandes Celestinas, eram três:
    Wyld, a Metamorfa em constante mudança
    Weaver, a Criadora que jamais cessa de fiar
    e Wyrm, a Mediadora sempre ocupada.
    Então a Weaver enlouqueceu
    e caçou a Wyld,
    e encurralou Wyrm em seu casulo.
    Mas Wyld escapou.
    Entregue ao desequilíbrio, Wyrm corrompeu-se.
    Tornou-se corruptora.
    Sentiu apetite por criação
    e abriu suas mandíbulas
    para alimentar-se de todos em Gaia.


    A Wyrm levantou-se sobre a Terra
    Senti o vento gélido de sua sombra
    E, como no Inverno, dormi.
    Fui acordado rudemente por Luna
    brilhando como seu irmão no céu
    "Venha", Luna disse, "Traga um presente.
    Nasceram os novos filhos de Gaia."
    Fui até o local que Luna indicava com seu brilho
    até as criações de sua irmã
    e vi macacos que eram como lobos
    e lobos que eram como macacos
    e percebi que nada seria como antes novamente.


    O Avô Lobo conduziu os filhos de Garou
    para a floresta e deixou-os lá
    durante três luas, sozinhos -
    eles discutiram e lutaram entre si
    mas quando os lacaios de Wyrm atacaram
    eles eram uma só mente, uma Matilha.
    A Primeira Matilha,
    e mataram as criaturas malignas da Wyrm.


    E então, Luna, brilhando por entre as árvores,
    ordenou que lhes fossem ofertados seus Dons Rituais:
    Os filhotes, a Primeira Matilha,
    receberam Dons das Cinco Direções
    Do Leste veio a Tradição de Abrir Atalhos
    Do Sul a Tradição da Fúria Ardente
    Do Oeste a Tradição da Metamorfose
    Do Norte a Tradição da Sabedoria
    E do Cerne, Gaia concedeu aos Filhotes
    pedaços Dela, para que eles os carregassem sempre em seus íntimos -
    a Tradição de Gaia.


    E Luna disse, "Saiba que estes também são meus filhos."
    Deu-lhes bela pelugem,
    cada uma semelhante a uma das faces de Luna.
    A Grande Luna, Luna do coração selvagem,
    mãe da sabedoria,
    mãe da arte,
    mãe da loucura.
    Aquela que possui muitas faces
    - mas que mostra apenas uma por vez -
    levou os Garou para a sua cabana de cinco paredes
    e ensinou-lhes seus maiores talentos
    os Dons interiores
    E assim Cinco da Primeira Matilha,
    Ahroun, Galliard, Philodox, Theurge e Ragabash
    expuserem-se à luz da irmã de sua Mãe, e aprenderam
    que seu poder e magia estava com eles.


    O poema criava imagens vívidas, que se desfaziam na luz dos primeiros raios de sol da manhã.


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    Mensagem por Saskwatch Seg Fev 18, 2019 10:01 pm

    Gerson não fez cerimonia em honrar o banquete que foi colocado, estava inclusive satisfeito em ter ajudado a preparar.

    Comida boa e fresca, e sem nenhuma frescura, provou um pouco de tudo.

    - Gente, desculpa meus modo, mas oceis tem que come alguma coisa também. O que vem daqui pra frente deve precisa de nois forte e pronto pro que vié.

    - Ruiva err... Qué dize, Guinnevere - pela primeira vez na vida tinha feito questão de aprender a pronunciar corretamente o nome de alguém - posso te oferece alguma coisa?

    Ainda tímido com as histórias cruzadas, não sabia bem como se comportar com a moça.

    Ouviu atentamente a história contado por Anoitecer Selvagem.

    Terminou de comer, foi até a janela mais próxima e ficou observando o céu, " que raio de história foi essa, e eu achando que sabia alguma coisa. Será que o lobão vai levá numa boa o que a gente tá procurando?"

    Sem saber como proceder, que informações devia compartilhar, Gerson foi para um canto e tentou se aconchegar para descansar um pouco.

    - Chefia, me avisa quando for meu turno de vigia.

    Falou distraído em seus pensamentos, automaticamente, como se estivesse a serviço de Victor ainda.
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    Mensagem por Immemorabili Qua Fev 20, 2019 8:53 am

    Conseguiu entender um pouco sobre a parte do Gamo-Rei. Um pouco. Mas isso não iria muito mais longe do que isso, dado o fato de que aquele ainda era um mundo inteiro que ele não conhecia. Do que havia aprendido no "curso intensivo" da primeira noite, Lobisomens eram nascidos Lobisomens, ou algo assim. Havia algumas confusões sobre quem era filho de quê e como a pessoa/lobo/coisa nascia, mas Victor havia entendido aquela parte também.

    Difícil de entender era o resto.

    Observou-o usar o tanque que ele usara tantas vezes, agora no meio das ruínas do que um dia fora uma casa. Sua cama estava tomada por uma gama de flores, algo bastante estranho fosse para o Victor cowboy, fosse para o Victor militar. Aliás, ele estava falando inglês em todo aquele momento em que estavam num faroeste? Ou estavam falando português? Aquele lugar tinha um tipo de sincronização mental ou tradução?

    Detalhes um pouco idiotas para se focar, perto do resto. É.

    Como esperado, mesmo que estivesse gostoso, o homem não sentiria vontade de comer como as outras pessoas. Precisava apenas matar o apetite do corpo e então, estaria satisfeito. Na verdade, queria escovar os dentes, mas o máximo que poderia achar era alguma erva de mastigar que crescia aos montes no faroeste. Porcaria.

    Arregalou levemente os olhos enquanto o Lobisomens explicava. Elfos. Tuatha. Uma confusão gigante no meio de algo que no início parecia só uma aula de catecismo. Agora tinha de tudo, coisas que ele viu em filmes de heróis, coisas que viu assistindo [s]Senhor dos Anéis[/s] filmes medievais-mágicos e outros nomes que ele nunca pensou antes. Raios.

    E aí a coisa virou música. Apesar da voz dele ser muito boa, tinha que admitir.

    Aguardou o fim, sentado, apoiando Ana para que ela pudesse se sentar tranquila.

    - Obrigado por toda a ajuda. Não se preocupe caso eu não entenda suas palavras, a culpa é provavelmente minha por ser fresco demais nesse uhh... mundo de vocês. E das coisas da natureza. É tudo muito complicado para engolir numa mordida só; perdão pela metáfora. - Olhou para Gerson quando este lhe chamou de Chefia. - Eu acho que não sou mais seu chefe, Gerson. Somos amigos ainda, mas sem a parte da chefia. Mas agradeço. Não preciso dormir quase nada; você pode descansar tranquilo até que seja sua vez e dependendo de como for com Anoitecer Selvagem talvez nem precisemos nos preocupar. Ele deve ter todos os sentidos apurados, afinal. Eu só tenho a audição boa. - Muito boa, diga-se de passagem, mas ele ainda era humano.

    Bom, esperava que ainda fosse. Nunca se sabe, depois das últimas hor--- dois anos... horas, sei lá.
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    Mensagem por Jolie_Scarlatt Qua Fev 20, 2019 12:44 pm

    Guinnevere prestava atenção em cada palavra que o Anoitecer Selvagem dizia ... Ao mesmo tempo que ficava aterrorizada com o novo ficava encantada em imaginar que fadas existiam, desde pequena era fascinada por fadas, e em seus sonhos sempre se imaginava uma ... E agora ia conhecer de perto esses seres tão mágicos ... E que tudo era real quanto a luz do dia!! "será que elas são pequenas e brilhantes? Será que elas têm pozinho que te faz voar? Será que elas são amigáveis como nós contos?"eram os pensamentos da ruiva,e esse último sobre a índole das fadas deu um frio na sua espinha em pensar em outra possibilidade ....
    Perdida em seus pensamentos e na conversa do Anoitecer nem reparou na aproximação tímida de Gerson, e ao sentir aquele cheiro de comida seu estômago roncou, e aquele enjoou que sentia deu espaço para a fome ... Afinal não lembrava quando foi a última vez que havia se alimentado ... "dois dias? Duas horas? Duas semanas?! Já não tinha mais noção de tempo e dia ... Apenas se era noite e dia!!!" *então sorriu para aquele homem .... Bruto, Selvagem, desconhecido mas que a conhecia ... Podia ver nos seus olhos, e ao olhar bem ali ... Via refletido aquilo que nascia dentro de si ... O amor .... "será possível que no meio do caos o cupido havia brincado com os corações quebrados desse jeito?! Será possível que o destino é escrito em caminhos tortos? Só sabia que não era mais a mesma e que se sentia bem e uma ponta de felicidade na presença daquele homem.
    Após a refeição observou cada um dos seus amigos procurar um canto para descansar, observou Ana pensativa com a mão na barriga, pensou ir lá conversar com ela ... Mas sentiu-se que ela precisava de um tempo para si. Então olhou para Gerson deitado, imerso a seus pensamentos .... Guinnevere parou olhou para si, estava limpa na medida do possível, com uma roupa que encontrará que provavelmente pertencia a Ana ... Não aquela perdida nos seus pensamentos, mas a Ana que era tão sua amiga, e pela primeira vez há muito tempo a entidade de um modo estranho que pertencia a alguém ... E um grupo ... A uma missão ... E porque não se entregar para esse sentimento que a consumia?! *então caminhou até o grandalhão e aninhou-se aos seus braços - para o espanto do mesmo e adormeceu em segundos, sentindo se tranquila, confortável, segura e feliz?*
    [/justify]
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    [!ON!] 2ª Noite: O Sonhar - Página 3 Empty Re: [!ON!] 2ª Noite: O Sonhar

    Mensagem por Mellorienna Qua Fev 20, 2019 4:52 pm





    O Sonhar


    Manhã
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    A aurora ergueu-se em tons de vermelho do horizonte infinito de árvores da Cidade-Labirinto, despertando os que dormiam e brindando os que permaneceram acordados com a visão do Sol coroado de esplendor do Sonhar. Todas as cores eram mais vívidas ali, como se o mundo fora daquele Reino estivesse constantemente velado por uma cortina de névoa. Porém, ainda não havia qualquer som ou sinal de vida naquela área onde sonharam estar em San Miguel.

    - É melhor que não comam nem bebam nada. Na Corte de Danu, receberão hospitalidade. - Anoitecer Selvagem deu ao quarteto breves instantes para se arrumarem e então começou a marcha para fora do labirinto, parando de tempo em tempo para guiar-se pelas tatuagens que tinha no braço direito, desenhando símbolos no chão ou nas pedras ao longo do caminho.

    Assim, deixaram San Miguel.

    O guia mudou para a forma de lobo algumas vezes durante o trajeto, servindo como batedor e depois retornando ao grupo, para mantê-los na direção certa. Não a forma de homem-lobo, que Anoitecer Selvagem chamava de Crinos, mas a forma de lobo em si: maior e mais imponente que os animais normalmente seriam, e com um brilho de inteligência no olhar, mas em tudo era como os lobos que haveria na natureza. Ou nos filmes. Se Guinnevere e Ana tiveram vontade de passar a mão na pelagem branca como a neve do lobo, ou de abraçá-lo como um grande bicho de pelúcia, disfarçaram bem. O Ahroun (palavra que parecia significar Guerreiro) mantinha-se próximo às moças, como se temesse mais por elas que pelos rapazes. Não que algum deles pudesse culpá-lo.

    A manhã já ia pelo meio e a sede era um incômodo. Caminhando em bom ritmo através de caminhos que o lobisomem via na mata fechada, o quarteto de jovens Caçadores começava a lutar com a ideia de pararem para tomar café-da-manhã. Ao menos um gole de água! Mas Anoitecer Selvagem, estivesse em forma de lobo ou de homem, rosnava a mínima menção disso. Seguiram por mais algum tempo, imaginando que, se tivessem que andar muito mais, teriam que se livrar do Garou para não morrer de desidratação. O calor era úmido e pegajoso, em contraste com a noite fria que haviam atravessado, e com o clima desértico de San Miguel. O corpo de cada um começava a dar sinais de exaustão diante de tantas mudanças.

    Foi quando Anoitecer Selvagem parou, diante de uma cachoeira:

    - É aqui. - entrando na água e cruzando a cortina que descia em cascata, o Garou esperou até todos entrassem na caverna, que virava a direita e abria-se em uma visão magnífica - O Trono de Danu.


    TRONO DE DANU:

    A luz brilhava com vagar em mil cores ao encontrar cada gota de orvalho, cada respingo d'água, como se o próprio ar fosse um prisma fantástico. Todo o cansaço e todas as dúvidas pareceram sair dos ombros de cada um, tornando cada passo mais leve, mais livre. Em seus corações, um calor confortável aninhou-se, e na mente nasceu uma pequena melodia dos murmúrios do vento nas árvores. Os pássaros e insetos furta-cor reluziam felizes pelos céus mais azuis já vistos.

    - Meio de última hora, mas... tentem não olhar demais para as elfas. E dríades. E ninfas. Não sei quais são piores, que Gaia nos defenda. - Anoitecer Selvagem arrumou a postura, endurecendo um pouco o olhar - E não mintam. Nem omitam. Nenhuma estratagema, mesmo pequeno, é tolerado por Danu. E ela sempre sabe.

    Ao longo do caminho, completando o cenário idílico, iam e vinham apressados criaturas humanoides belíssimas, em roupas vaporosas, a grande maioria com corpos femininos. Elfas. Havia alguns que nitidamente eram a contraparte masculina, esses vestidos em couro batido ou placas de metal, com espadas e arcos a postos, e olhos brilhantes e ferozes. Elfos. Todos eram bastante altos, sendo que a menor das mulheres élficas tinha a altura de Victor e os homens ultrapassavam Gerson por mais de uma cabeça. Ao contrário das histórias de Tinker Bell, nenhum tinha asas, nenhum voava, e nem eram pequenos e delicados. Mesmo as mulheres em suas vestes vaporosas eram longilíneas, flexíveis e fortes, o que demonstrava que aquela era uma raça de guerreiros.

    Havia pequenos animais semelhantes a gatos alados e coelhos híbridos, além de lobos feitos de folhas e galhos que patrulhavam o perímetro ao lado dos elfos. Ao verem Anoitecer Selvagem, o Povo Belo o cumprimentava tocando a testa e curvando a cabeça, ao que o Garou respondia de igual maneira. Entre a população, começou a correr a notícia da chegada dos Caçadores, e sussurros em uma língua desconhecida acompanhavam o grupo a medida que avançavam.

    Parada diante dos grandiosos portões do castelo que se misturava à natureza local, estava Ela. Tudo que era bom e belo convergia para ela, vestida com uma levíssima túnica branca, quase transparente, que arrastava no chão como espuma do mar aos seus pés. Galáxias giravam em suas íris, que mudavam do verde das folhas novas para o castanho dos troncos mais antigos, em uma dança de cores vivas entre as estrelas que colidiam. Os cabelos, escuros como as asas da noite, caíam suaves ao redor da figura feminina. Como se todas as risadas mais deliciosas pudessem se transformar em uma cor: essa era a cor dos lábios dela.

    Como a luz sobre as folhas das árvores, como a voz de águas cristalinas, como as estrelas acima das névoas do mundo, tal era sua glória e sua beleza. E em seu rosto havia um brilho esplendoroso.

    - Crois Oidhche - ela olhou para Gerson - Triad Teine - ela olhou para Guinnevere - sejam bem-vindos! Soidhne Gealach - ela olhou para Ana - Gun Fhiosta - ela olhou para Victor - o Povo os recebe! Corações ao alto! O Sangue das Profeciais está diante do Trono de Danu!

    Os elfos (e dríades... e ninfas...) ao redor vibraram por um instante e a Mais Bela Criação do Mundo sorriu, enchendo o coração de cada um de fogo:

    - Eu sou Danu, a Primeira Elfa.




    OFF: Trívia - as últimas frases em itálico são de autoria de J. R. R. Tolkien e se referem à personagem Lúthien Tinuviel.


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    Mensagem por antonio xavier Qua Fev 20, 2019 7:58 pm

    Ana ainda absorvia tamanho número de informações e a sensação de viver duas vidas em uma não ajudava a menina a digerir. Ela caminho junto ao grupo e se dividia em apreciar e se fascinar por aquele mundo novo e se preocupar com as consequências emocionais e físicas dos últimos dois anos, que, pelo o que ela havia entendido, não eram anos, mas apenas horas...dias talvez.

    Quando chegaram ao Trono e Ana lembrou do alerta sobre segredos feito por Anoitecer Selvagem, ela percebeu que não podia mais guardar aquela informação pra ela e nem fingir que aquilo não era verdade.

    A menina olhou para Victor, o pegou pelas mãos e disse em voz baixa:

    "- Victor, eu não sei como isso é realmente possível já que saímos de San Miguel, mas preciso te dizer que trago comigo algo que torna tudo aquilo que vivemos uma verdadeira realidade: há o fruto do nosso amor crescendo em mim."

    Ela pega a mão de Victor e coloca levemente em sua barriga.
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    Mensagem por Immemorabili Qua Fev 20, 2019 8:53 pm

    Aquela sensação de ler o resto de uma prova e a realização de que você sabe ainda menos do que achou que sabia? Era exatamente o que ele estava passando ali no momento. Quanto mais ele via daquele lugar, menos o que ele havia aprendido parecia fazer algum sentido. Sequer sabia se essa era a sensação geral, ou se ele era simplesmente "burro demais" para fazer parte daquele mundo. Era como se a humanidade vivesse à parte, mesmo que fosse ainda dominante de alguma maneira, eu seu próprio mundo. Ali... as coisas pareciam diferentes.

    E obviamente nada conseguiriam se não fosse o lobo servindo como guia e batedor. Tornando se um lobo bem maior do que o que vira. Lembrava-se de histórias de livros que lia quando pequeno, do seu raríssimo momento em que viveu como criança. O "Lobo Mau" que também poderia ser chamado de "Dire Wolf" em algumas situações. Não sabia muito mais do que isso; não sabia sequer que Dire Wolf poderia ser um termo mais comum do que ele pensava que fosse.

    Ainda tinha a fome, apesar de menos vontade de comer do que o resto; não sentir gosto algum deixava certas marcas no caráter. Mas água era algo que ele consumia sempre que necessário. Teve que aprender a ficar quieto meio aos rosnados selvagens do homem-lobo. Deu de ombros por fim, incomodado mas pensando que deveria haver uma razão para aquilo. Ou não, ou o Ahroun era simplesmente teimoso e queria que comessem só quando chegassem ao tal Trono. Nunca saberia, pelo visto.

    A cachoeira foi linda, claro. Mas não teve muito tempo para curtir a imagem. Também não era muito adepto da admiração por coisas que pareciam um tanto... fora de realidade. Mas claro, o fator que o fez arregalar os olhos foi quando deu as mãos com Ana.

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    - Whaaa... aaa....... aaaaaa..... quê. - Arregalou os olhos como não fazia há anos. Na verdade, não reagia com susto daquela maneira fazia tanto tempo, que mal tinha rugas de expressão na testa. Levou a mão à barriga dela e olhou para baixo.

    E então sorriu.

    E o sorriso sumiu.

    Sorriu de novo.

    - Eu não. Eu... isso é incrível. Mas não posso... nós estamos...? ... quê. -

    Não teve muito problema com as dríades, elfas e sabe-se-lá-das-quantas. Jogou alguns olhares ao lado apenas para cumprimentar o que pareciam mulheres e homens gigantes, que ele chamaria de Amazonas e... Amazonos? Caso alguém lhe perguntasse. Mas depois do cumprimento, os olhos voltaram para Ana. Ficou o caminho todo um pouco atordoado e observando a mulher, levemente boquiaberto.

    Só virou-se para olhar a mulher de túnica branca porque parecia... educado fazer. Olhou para ela, e de volta para Ana. Para ela de novo, e para Ana. Sim, a mulher-elfa-coisa-rainha-coisa era completamente linda, absolutamente brilhante, mas Ana estava grávida. Ana estava grávida.

    Ele nunca nem sonhou que teria família e ia ser pai?

    Espera, o bebê deles seria o quê? Americano(a) ou Brasileiro(a)?

    ... Ia ser um humano comum?

    Não importava muito, já o amava.

    E aí foi chamado de Gun Fhiosta. Parecia um xingo muito elaborado mas ninguém tacou-lhe uma pedra. Era Gun de arma, ou tinha outro significado? Talvez não fossem Gun de arma. Soava estranho. Ele ainda olhava para Ana, boquiaberto como um idiota.

    Seu coração já estava cheio de fogo.
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    Mensagem por Saskwatch Qua Fev 20, 2019 10:30 pm

    Andado pela densa floresta, Gerson apertava a mão em cima do estomago, arrependido por não ter levado água, ou alguma sobra do jantar para comer.

    A pesar da proteção do Lobo, Se posicionou levemente atrás dos companheiros, fechando a trilha, com medo de que algo os perseguisse e pegasse de surpresa.

    Ao chegar à cachoeira ficou boquiaberto, nunca tinha visto tamanha beleza natural, passou a mão no véu de água, nunca imaginou que seria tão gelada.

    Avançando, outro vislumbre, ficou evitandoolhar diretamente aos seres fantásticos, por recomendação, mas não conseguiu se segurar e pegou-se admirando a beleza das construções "Véi, devo te morrido e to no céu".

    Guinnevere deve ter se irritado de tanto ser cutucada, para olhar detalhes que ele descobria, o rapaz parecia uma criança.

    Até que então veio ela, a Primeira Elfa, e a unica coisa que pode fazer foi desviar o olhar levemente para baixo, a figura feminina era tão bela, que era incomodo olhar.

    Após a fala dela, a unica coisa que pode fazer foi uma pequena correção, "que nome doido é esse".

    Não querendo ser mal educado apenas colocou a mão fechada sobre a boca, e pigarreou e levantou a mão na altura do ombro, querendo chamar a atenção.

    - Hrmm hrmm, Gerson...
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    Mensagem por antonio xavier Qui Fev 21, 2019 11:23 am

    Ana ouve o nome pelo qual é chamada e entende que a sabia Elfa a sua frente sabe muito mais do que qualquer um entre eles poderia imaginar, o complemento final :" O sangue das profecias", finaliza as conclusões da menina.

    Ana olha para o Garou, olha para sua barriga. Sangue das profecias. Serei eu? Ou simplesmente é uma referência ao impuro perfeito, filho de Anoitecer Selvagem e sua ruiva?

    Não poderia haver segredos ali, as dúvidas deveriam ser colocadas. Pelo menos aquelas que estavam relacionadas a ela.

    Assim, Ana olha para Danu e pede respeitosamente a palavra: 

    "- Sábia Senhora, acabamos de ter uma experiência....an...única em Sonhar. E desses dois anos que passamos juntos em outras vidas, eu trouxe, em mim, algo que eu jamais acharia possível, já que o que vivemos lá era uma ilusão. Eu estou grávida."

    Ela para por um instante, antes de finalizar:

    "- Gostaria de entender a minha situação, pensando que, para mim, ainda é difícil de crer no que vivo em meu corpo."
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    Mensagem por Jolie_Scarlatt Qui Fev 21, 2019 1:53 pm

    Ao despertar pelo Anoitecer Selvagem, Guinnevere por um instante ficou perdida em qual mundo estava ... Mas ao olhar Gerson do seu lado lembrou de tudo que havia acontecido na noite anterior ...

    Era um caminho longo, cansativo, e abençoando o grandalhão por ter feito ela comer um pouco, pois não aguentaria nem metade da estrada se não tivesse se alimentado, aliás já estava se arrependendo  de não ter comido mais, ou ter trago para comer no caminho, pois seu estômago já estava entregando a fome que sentia ....

    Sabe aquela sensação de estar vivendo um contos de fadas?!? De estar perdida em um cenário com lobos, fadas e floresta encantada? E que lobinho fofinho que dava vontade de apertar, passar a mão ... Mas ao lembrar que aquele lobo era o Anoitecer Selvagem já desistia da ideia ..

    Durante todo o caminho Guinnevere e Gerson estavam trocavam cutucoes mostrando alguns detalhes, beleza diferenciada e encantos incomparáveis daquela estrada, mas nada era comparado com a cachoeira, ahhhh cachoeira “uauuuuu queria muito ficar aqui, mergulhar nessa cachoeira, limpar toda a sujeira do corpo e da alma, queria me refrescar” eram os pensamentos da ruiva, porém infelizmente a única coisa que conseguiu fazer e colocar suas mãos no lindo véu que a cachoeira fazia e levar a água doce nos lábios ...

    Ao passar pelo portão do trono, Guinnevere estava ansiosa em finalmente conhecer as fadas, porém ao se deparar com aqueles seres enormes, lindos, porém enormes teve uma pontada de decepção, mas mesmo assim ficou encantada, e lembrando das informações que o Anoitecer Selvagem havia passado tentou não olhar para os mesmos ... Mesmo sendo algo tão impossível de se fazer .... 

    Quando chegou diante da grande Elfa quase parou de respirar naquele instante, que criatura linda, que paz que transmitia, e que olhar penetrante que mal reparou no nome estranho que foi saudada, te tão admirada que estava ... Porém como estava próxima a Ana, o suficiente para escutar, Ana grávida!!! Que ao instante voltou para a realidade ... "Mas como é possível ... E ao lembrar do que sentia pelo grandalhão ... Teve mais a certeza que sim era possível ... Mas e agora?!?! "

    Guinnevere não conseguia mais olhar nada a sua volta .... Apenas para Ana e sua barriga ... Para Victor ... Para Ana .. e para a sua barriga ...
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    [!ON!] 2ª Noite: O Sonhar - Página 3 Empty Re: [!ON!] 2ª Noite: O Sonhar

    Mensagem por Mellorienna Qui Fev 21, 2019 6:03 pm





    Trono de Danu


    Primavera
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    Ao ouvir o cumprimento de Gerson e as perguntas de Ana, a Primeira Elfa sorriu docemente:

    - Venham. Vocês estão cansados e buscaram por tempo demais a canção que moveria seus corações. Mas agora estão aqui. E é privilégio do Povo de Danu servir sua mesa.

    Era muito claro para os Caçadores que Danu era uma espécie de rainha. Talvez uma divindade, inclusive. Porém, a Primeira Elfa se comportava com simplicidade e deu o braço para Anoitecer Selvagem, sorrindo jovialmente enquanto entravam pelo grande saguão do palácio branco. O Garou e a Rainha das Fadas pareciam ter uma longa história de amizade, e Danu o agradecia por ter recuperado os quatro Caçadores do labirinto que eles chamaram de San Miguel. O quarteto lembrou-se de que Anoitecer Selvagem - a quem Danu chamava de Andrei - havia mencionado que ele havia sido mandado por alguém para resgatá-los. E esse alguém era a Primeira Elfa.

    Sentaram-se à mesa e foram brindados com um verdadeiro banquete. Porcelana finíssima e cristais, talheres de prata, cálices incrustados de joias. Nada decepcionava. O luxo era mesclado ao grande respeito pela forma orgânica dos alimentos, muitos servidos em troncos polidos e folhas largas, como as de bananeira. De repente, não conseguiam mais se lembrar se era manhã ou tarde, apenas percebiam que havia luz do dia, e sentiam a fome pedir por mais bocados de comida. Jovens elfas serviam a mesa com alegria e discrição, em gestos leves como borboletas, enchendo as taças dos convidados antes mesmo que eles percebessem que estavam vazias. Além da água - pura e cristalina como poucas - havia toda sorte de bebidas a disposição. Desde sucos de frutas desconhecidas, doces e maravilhosas, até espumantes de raro frescor. E havia o oosquai: uma bebida alcoólica extremamente forte, que aparentemente era a origem do whisky feito (muito menos habilmente) por mãos humanas.

    Danu era muito jovem a primeira vista, mas seus olhos tinham a profundidade de eras e seu rosto tinha as feições curiosamente indefinidas no tempo, o que era a marca permanente dos grandes manipuladores de Magia. Após o quarteto comer um pouco, a Primeira Elfa deixou de lado a conversa amena sobre as bebidas, a cachoeira e a cidade e fixou os olhos em Ana.

    - Entre o Povo há uma profecia... - Danu se interrompeu, e sorriu antes de continuar - Deixe-me recomeçar. Àqueles à minha imagem e semelhança... - ela indicou as próprias orelhas pontudas e depois os próprios olhos luminosos de estrelas - ... o Sonhar dá o nome de Elfos. Nós somos o Povo. Além do Povo Élfico, há muitos outros a quem os Mortais chamaram de Fadas. De todas as aparências e habilidades imagináveis. Porque é a imaginação que dá forma e substância ao Sonhar. Vocês entendem isso, Caçadores? O que vocês viveram no território Unseelie que chamaram de San Miguel não foi uma ilusão. Naquele lugar havia o vazio e vocês o preencheram com forma, com substância, com vida. Assim como a Bíblia judaico-cristã ensina que Deus deu forma ao Vazio em sete dias. E vocês são fruto dessa criação, dessa imaginação deste Deus. E também o mundo em que vivem. Seria esse mundo e a existência de vocês uma ilusão apenas por ter nascido da imaginação que preencheu o vazio?

    Danu falava devagar e tinha um sotaque lírico, como se estivesse a todo momento prestes a começar a cantar.

    - Há um dito entre os Mortais que diz que vazio não é mais que forma, e forma não é mais que vazio. Isso é real em toda parte. Mas, nos Reinos do Sonhar, o Glamour torna isso palpável. Este é o nome que os kithain deram à substância da imaginação, ao fogo criador de mundos: Glamour. Os Mortais são a grande fonte de Glamour de todas as realidades, porque é preciso ser humano para sonhar, criar e inventar. A inspiração é um presente da Criação Original para os Mortais. E os kithain são o resultado disso: fadas que aceitaram o peso da carne mortal e que vivem entre os dois mundos. Vocês podem se perguntar por que uma fada, imortal, aceitaria a mortalidade da carne. E a resposta é simples: era a única maneira.

    A Primeira Elfa passeava os olhos entre os quatro enquanto falava, procurando envolvê-los a todos nas lições que julgava necessárias. Anoitecer Selvagem ouvia atentamente, tendo até mesmo parado de comer. Os olhos do Garou faiscavam de interesse.

    - Nós, o Povo, fomos apartados do Mundo Mortal por eras. Em grande parte por minha culpa. Apaixonei-me certa vez por um jovem metamorfo. Daqueles a quem chamávamos Bestas-da-Lua e que hoje se denominam Garou. Do meu amor nasceram gêmeos. A menina, mantive comigo, para ser criada entre o Povo. E entreguei o menino ao pai. Fianna é o nome da linhagem dos filhos do meu filho. A consorte de Andrei, por exemplo, carrega a herança distante do meu sangue. Os irmãos a chamam de Pequena Fada.

    Ela riu e bebericou água de sua taça de cristal incrustada em prata e madrepérolas. Anoitecer Selvagem acenava positivamente com a cabeça, sorrindo de volta para a elfa. Mas, quando Danu voltou a olhar para o quarteto, seus olhos brilhantes estavam mais escuros, ensombrecidos de tristeza.

    - Porém, a minha filha adoeceu. A Lua tentava clamar sua vida, sentindo-se traída por eu a ter mantido nas fronteiras do Sonhar. A única esperança de salvá-la era Arcádia. - a Primeira Elfa parecia olhar através da cortina do tempo - E assim os Tuatha de Dannan, meu Povo, o Povo de Danu, retirou-se para a Arcádia, nas profundezas inatingíveis do Sonhar. E selamos os portões, para que a Lua não pudesse infiltrar-se em busca da alma da minha filha. Porém... - os olhos de Danu voltaram a se focar, passeando entre os Caçadores - ... alguns foram deixados para trás. Ainda posso ouvir suas súplicas para que abríssemos os portões de Arcádia. Mas não tínhamos como saber se aquele não era um truque da Lua. E os corpos imortais de nossos irmãos definharam às nossas portas, até que o muro de morte que formaram nos impediu de abrir os portões para sempre.

    Ela não sorria mais. Parecia ainda mais bela - e terrível - quando deixava de sorrir.

    - Para sobreviver do lado de fora de Arcádia, as Fadas aceitaram a carne mortal, com a promessa de que suas almas continuariam imortais, voltando a novos corpos quando o tempo ceifasse os anteriores. A esse processo, os Homens deram o nome de reencarnação. Apesar da crença popular da Humanidade de que esta é uma prática para todos, poucos Mortais recebem o presente de uma nova vida. As almas dos Homens normalmente têm outro destino, indo para o Terceiro Reino. A Umbra. De onde pouquíssimos retornam. Enquanto os kithain, as Fadas que assumiram a carne mortal, reencarnam assim que o corpo anterior morre. Como um grande ciclo sem fim.

    A Primeira Elfa parava de tempos em tempos, para se certificar de que todos estavam acompanhando o que dizia.

    - E foi durante nosso exílio na Arcádia que nós, o Povo, recebemos uma profecia. É dito que o Fim dos Tempos será o Inverno Eterno, quando todo o Glamour morrerá e a Humanidade se tornará como autômatos, incapazes de criar, ausentes de inspiração. E a Morte andará em cada sombra, até que a Terra esteja devastada. Mas há uma esperança. Nenhum destino é inefável, percebem? Sempre há uma forma possível de deter o impossível. E a profecia Daquele Que Vem Com A Aurora trata exatamente disso.

    Neste momento, Danu chamou uma das elfas que servia a mesa e pediu para que ela recitasse a "Profecia Daquele Que Vem Com A Aurora". E assim a elfa fez. Então Danu pediu que chamassem um dos guardas, que estava postado às portas do palácio. Quando ele se aproximou, pediu que recitasse a "Profecia Daquele Que Vem Com A Aurora". E assim o elfo fez. Por fim, Danu pediu que trouxessem a ela uma das crianças élficas, de fora do palácio. Após pequena espera, a menina chegou. E Danu pediu que ela recitasse a "Profecia Daquele Que Vem Com A Aurora". E assim a criança fez. Todos com as mesmas palavras. Todos com o mesmo fogo estelar nos olhos. Todos sabendo de cor as palavras de esperança.

    Após estarem sozinhos novamente em seu banquete, a Primeira Elfa continuou:

    - O Olho de Balor é a Estrela Vermelha, que os Garou chamam de Antélios, o Inimigo do Sol. E Tír na nÓg é nome deste lugar: o território imortal do Sonhar onde se ergue o Trono de Danu. O restante... talvez vocês já tenham entendido? - a elfa sorriu, enquanto as palavras ainda ecoavam no fundo da mente de cada um dos quatro caçadores:


    Pela Cruz da Noite e pelo Fogo da Tríade eles serão guiados
    Para dançar sob o Crepúsculo de Tír na nÓg
    Onde seus corações sonharão tramas de amor
    No ocaso da Terra da Juventude Eterna
    A Filha da Lua colherá o Fruto do Homem Sem Sombra
    Em uma balada voraz sob o Olho de Balor
    Assim é o Despertar que trará Aquele Que Vem Com A Aurora
    Erguendo-se do longo sono para a alvorada de sangue
    A menos que cresça no amor e sobre o amor cante seus louvores
    Pois só o Amor é Real no coração em que repousa a Última Escolha
    Diante do Trono da Primeira Elfa, desde o ventre até as estrelas



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    [!ON!] 2ª Noite: O Sonhar - Página 3 Empty Re: [!ON!] 2ª Noite: O Sonhar

    Mensagem por Saskwatch Sex Fev 22, 2019 5:34 pm

    Um banquete!

    O rapaz estava salivando mas se contendo, até que Anoitecer Selvagem deu a primeira bocada, então se esbaldou.

    E desta vez sem pudor mesmo, não sabia se teria de ficar muitas horas sem comer novamente, então fez questão de ficar completamente satisfeito.

    - Piá, já comeu disso? - perguntava a Victor - Ruiva já comeu um desse? - Maravilhado com a comida, comentou o tempo todo com os amigos.

    Fez pausas, todas as vezes que a Primeira Fada falava, sempre parecendo prestar muita atenção.

    Ao encerarem as falas, deu de ombros, como quem já estava aceitando tudo o que tivesse de acontecer, já não estava duvidando de nada mágico ou místico, se aparecesse uma bruxa ou dragão iria achar natural.

    Murmurou então, para Ana:

    - Óia Dona Ana, primeiro parabéns né. A surpresa deve se braba, mais pode contá comigo pra num dexa nada de ruim acontece ca senhora e co seu nenê - cutucou Guinnevere - Né Ruiva? - e sorriu com carinho e confiança.
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    Mensagem por antonio xavier Sáb Fev 23, 2019 2:26 pm

    Ana ouviu a profecia todas as vezes que ela foi dita com o máximo de atenção, ainda antes de falar qualquer coisa repassou mais algumas vezes em sua mente. Era incessante o desejo de compreender tudo aquilo, mas parecia um esforço sempre em vão.

    Ana, o bebê e Victor estavam na profecia, contudo o que era relacionado a eles parecia já ser passado. O futuro, além de incerto, estava ligado ao casal Garou: era o que havia compreendido.

    A menina já tinha lido muito teatro grego e suas tragédias, o futuro estava sempre ligado à tentativa de evita-lo. Era um verdadeiro paradoxo.

    De mãos atadas, Ana aceitava os grilhões. Ela sorriu para Gerson e agradeceu a amizade e o carinho. Voltou-se para a Elfa e disse:

    "- Senhora, acredito ter compreendido meu papel no passado. Mas como servirei ao futuro? Como meu filho se liga a isso?"
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    Mensagem por Jolie_Scarlatt Sáb Fev 23, 2019 3:04 pm

    Guinnevere  estava encantada com tudo, principalmente por fazer de uma história de conto de fadas, claro que estava com medo do que se esperava no decorrer da história, pois sabia que todas as histórias existia um sacrifício, e temia pelos seus amigos, por ela e até mesmo pelo bebê que Ana carregava, pois mesmo com o jeito todo difícil que aquela bela rainha élfica falava compreendia que a profecia mencionava a nós, e sabia também que toda aquela cordialidade teria um preço, pois aprendeu com a vida, antes e durante Dan Miguel (pois é assim que separava dia vida agora), que nada era de graça ... Que tudo existia uma via de ida e vinda!!!! Mas enfim, naquela jantar, sentada ali com os seus amigos rodeada por aquela magia toda e esplendor permitiu se curtir o momento, se deliciar com as comidas diferentes e embebedar-se com aqueles aromas de bebidas tão marcantes!!!! Apenas olhou para Ana, Victor e Gerson e disse em voz baixa ...  
    - com vocês eu conheci o significado de uma família ... E irei defender cada um de vocês até o meu fim ... Não tenho mais medo, pois o amor que nasceu em mim será a força para minhas lutas!!! 
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    [!ON!] 2ª Noite: O Sonhar - Página 3 Empty Re: [!ON!] 2ª Noite: O Sonhar

    Mensagem por Mellorienna Sáb Fev 23, 2019 5:01 pm





    Trono de Danu


    Primavera
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    Diante do Trono da Primeira Elfa, desde o ventre até as estrelas

    A Primeira Elfa observou o quarteto de jovens Caçadores por alguns instantes antes de voltar a falar. Em seus olhos, passeava o brilho estelar com intensidade em suas íris que mudavam do verde ao castanho:

    - A Cruz da Noite e o Fogo da Tríade - Danu indicou Gerson e Guinnevere - guiaram a Filha da Lua e o Homem Sem Sombra - ela fitou Ana e Victor - para a Terra da Juventude Eterna. - com um gesto das mãos, Danu indicou todo o espaço ao redor - Guinnevere, a força do Glamour em você uniu os sonhos de todos e alimentou o Vazio que chamaram de San Miguel. Isso a torna preciosa aos olhos do kithain, como fonte inesgotável de inspiração. O coração de uma Grande Sonhadora. - a elfa sorriu para Guinnevere e então voltou-se novamente para os dois - E você, Ana, foi escolhida para colher o fruto do amor de Victor, abrigando em seu ventre Aquele Que Vem com A Aurora. Ele é a última esperança contra o Inverno, Caçadores. Contra aquilo que chamam de Armagedom, ou Fim dos Tempos.

    Anoitecer Selvagem encarava Ana com seus olhos muito verdes exibindo um brilho quase fanático:

    - Uma defesa contra o Apocalipse.

    Danu tocou levemente a mão do lobisomem, mas continuava fitando o grupo:

    - Tendo sido concebida no Sonhar, a criança poderá crescer abrigada no tronco da lendária Yggdrasil, isenta de qualquer mal, protegida de todo perigo, até que esteja pronta para enfrentar o Inverno. E vencer, conforme foi profetizado. Crescendo em amor, diante do Trono, a criança não falhará. - a voz de Danu havia assumido um tom mais denso, como se a própria elfa pudesse prever o futuro - Entretanto, se vocês deixarem o Sonhar com a criança ainda no ventre de Ana, a Banalidade no Plano Material irá drenar as energias do Fruto do Amor, e grande é a chance de que a criança morrerá.

    Anoitecer Selvagem agitou-se desconfortavelmente na cadeira, cerrando os punhos e encarando Ana:

    - Então está decidido. A crianç---

    - A decisão nunca coube a nós, Andrei. - a voz de Danu era baixa, mas tinha um tom cortante que calou o Garou, que a olhava indignado. Era bastante evidente que Anoitecer Selvagem achava impensável arriscar a vida da criança prometida. Mas a Primeira Elfa não permitiu que argumentasse, balançando negativamente a cabeça diante da exasperação do loiro - Ana e Victor, com a ajuda de seus guias, Gerson e Guinnevere, vocês precisam decidir se darão a esta criança sua melhor chance. Eu pessoalmente extrairei o Fruto e implantarei à Yggdrasil, sem riscos, sem falhas. Eu pessoalmente cantarei para a criança os sonhos de amor de seus pais. Eu pessoalmente olharei por ela e a conduzirei ao Plano Material, quando estiver forte o suficiente para resistir à Banalidade. Mas a decisão é de vocês.


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    [!ON!] 2ª Noite: O Sonhar - Página 3 Empty Re: [!ON!] 2ª Noite: O Sonhar

    Mensagem por Immemorabili Seg Fev 25, 2019 11:29 pm

    " Eu continuo perdido pra caramba, mas ao menos eles são educados. Tadinhos, acham que eu sou inteligente igual a Ana. " Olhou para a mulher grávida. Havia um brilho diferente nela. Talvez fosse realmente algo incomum, ou simplesmente o homem que era encantado por ter feito algo além de... ser a si mesmo, no decorrer de sua vida.

    - Eu nunca vi isso na minha vida, cara. - Deixou a voz sair um pouco mais parecida com seu sotaque de Ranger, pigarreando logo depois. Olhou para Gerson e só agora prestou atenção ao redor, arregalando levemente os olhos e evitando encarar pessoas. No máximo os cumprimentava com um aceno educado antes de voltar aos arredores. Provavelmente pareceria uma criança impressionada para os "amazonos" e amazonas daquele lugar. E as fadas... não eram nada parecidas com fadas que ele havia visto em suas poucas histórias.

    - Acho que deixamos de ser apenas uma equipe. Vivemos 2 anos e sabe-se-lá quanto tempo do lado de fora. - Disse para Guinnevere, a pessoa que havia conhecido a "menos tempo" e ainda assim sentia como se fosse seu dever supremo proteger, tal como Gerson, seu fiel amigo agora. Tal como Ana, a quem ainda amava. Afinal, havia tudo sido verdade, não havia? E... seu filho, ou filha.

    Só agora se deu o direito de olhar a Primeira Elfa. - Perdão se meu olhar for desrespeitoso. Tenho admiração sincera. - Disse, ainda tentando abraçar aquelas ideias. Pigarreou novamente, levando o olho até Ana. - Cruz da Noite, Fogo da Tríade, Filha da Lua e... Homem Sem Sombra. Me parece que meu título não vem de algo nobre como o dos outros. Não há algum risco de eu trazer o mal a esse lugar? - Não ter sombra era um título inerentemente ruim na cabeça dele. Sabia que provavelmente poderia haver um ponto positivo para aquelas palavras, mas não ter sombra era algo que lhe remetia à sua falta de destino escrito por si próprio. A ter perdido a luz que muitas pessoas tinham. À sua vontade de usar o mal para caçar o mal, se necessário. Olhou para a palma da própria mão esquerda, suspirando.

    Aquela questão com seu "Fruto" tornava a situação ainda pior. Não sabia dizer quais eram as implicações daquela decisão, e normalmente eram algo que uma mãe nunca deveria sentir; nem um pai. Apesar de que, sentia-se um pouco apagado naquela história. Ana parecia mil vezes mais importante, como se ele fosse um tanto descartável após ter "feito sua parte". Era compreensível. Mas ainda era uma sensação ruim. "Voltar a ser nada".

    - Não sou muito inteligente, então me perdoe pelas perguntas infantis. Mas o tempo é relativo aqui, não é? Para nós quando voltarmos, quanto tempo se passará para nosso... Fruto? Não devemos amar a ele ou ela? Será que ele nos encontrará "amanhã" para nós do lado de fora, e estará adulto? E... Vocês iriam educar a criança sobre nós e sobre o quanto a amamos? Ele ou ela poderia desfrutar de uma vida justa depois disso tudo... São tantas perguntas e não sei se tenho direito de fazê-las. Mas... eu amo essa criança. - Suspirou e abaixou a cabeça. Tentava ser pragmático, mas COMO o ser? Era humano; era falho.
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    Mensagem por antonio xavier Ter Fev 26, 2019 8:44 am

    "Ai! borboleta, na genro crisálida,
    As asas de ouro vais além abrir.
    Ai! rosa branca no matiz tão pálida,
    Longe, tão longe vais de mim florir."
    Mater dolorosa - Castro Alves

    Ana, finalmente, havia compreendido por completo a profecia e o papel de seu filho em tudo aquilo. Era difícil de acreditar na responsabilidade que carregava. 

    Ela ouve as palavras da Elfa, e como um bolinho de madeleine em Proust ou o pio da coruja em Graciliano, Ana se vê na infância sendo criticada e desvalorizada pela mãe, vê os pais trabalhando muito e ela sempre sozinha com seus livros. 

    Ana não imaginara ter um filho, mas não faria nunca aquilo que havia "sofrido": a presença não-presente de seus pais.

    Ela não podia abandonar. Ela não podia errar com a profecia. Deveria ser rio, deixar fluir.

    Ana ouve as bonitas palavras de Victor, ela olha para ele e fala:

    "- Não posso deixar o bebê. Mas também não posso ferir com minhas responsabilidades. Danu, se Victor concordar , permitirei que extraia de mim meu filho. Entretanto, eu ficarei e cuidarei dele com todo o meu amor."
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    Mensagem por Jolie_Scarlatt Ter Fev 26, 2019 11:42 am

    Guinnevere sentiu se perdida diante de tanta informação mas o que mais a incomodava era o fato de tirar o bebê ainda não gerado da sua amiga " como assim extrair um bebe? Na vida real, se e que podemos chamar assim, e aborto!!!" Eram os pensamentos dela ... Olhava incrédula para a Elfa .. para Ana .. para Victor .. para Gerson ... 
    - Senhora, desculpa a minha ignorancia, mas como seria essa opção de extrair um bebe da mãe sem matar ambos?! Sei que tudo aqui e movido a mágica, mas mesmo assim isso é realmente possível sem machucar ambos?!?!
    Queria muito acreditar na profecia, mas esse sacrifício será tão árduo para o grupo ... E ouvindo ainda da sua amiga que ficará aqui ... Como conviver com isso?! E o que significa o seu apelido "fogo da triade" ... 
    Guinnevere ficou ali, sentada bebendo aquela bebida forte que lembrava wisky e tentando entender todas as informações, e analisando possíveis soluções! 
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    Mensagem por Saskwatch Ter Fev 26, 2019 2:19 pm

    Olhando ao redor, via seus amigos e sua amada aflitos com as notícias.

    Seu comprometimento agora era seu motivo de luta.

    Não entendeu muito qual seria o papel de uma "cruz", pois para ele isso só remetia a punir alguém...

    -Dona rainha, a senhora garante mesmo que o nenê da dona Ana tá seguro aqui? O que eles decidi eu assino em baixo.

    - Será que eu posso faze mais alguma coisa pra preveni a disgraça? Como que nois tamo metido nessa bagunça de fim do mundo?
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