A decisão de procurar por algo novo era importante, significava que Ricardo e Ka haviam esgotado o limite de seu conhecimento para o que poderia ser feito ali, naquelas condições. Haviam vários locais para ir buscar apoio e informações. No entanto por onde começar era algo um tanto mais complexo, pois poderia buscar por informações de fornecedores, concorrentes e até clientes dos serviços dos ferreiros. Então Ka decide visitar um cliente de ferreiros que vendia armaduras, pois pensa que ele sabe o produto que vai vender e entenderia o que estava comprando. Mais tarde iria buscar um fornecedor de materiais para ferreiros buscando matéria prima para fazer a parte que precisa.
A loja de armaduras era uma casa tradicional, especializada em armaduras. A loja era comandada por Helena, a degoladora de homens, mas as pessoas a chamavam de Sra. Helena apenas. Ela não era tão alta quanto as pessoas imaginavam, tinha algo como 1,60m e pesava cerca de 60 kgs aparentando uma pessoa miúda, porém era pura força e agilidade. No entanto Helena não era apenas uma boa guerreira, ela tinha o tino comercial de sua família e tocava a loja em que trabalhou desde pequena. Helena deveria ser uns 4 anos mais velha que Ka. Antes de ser ferreiro e até durante o início de sua vida simples Ka já havia feito serviços para Helena, mais recente tanto de reparos como de peças novas.
Num destes serviços enquanto Ka limpava armaduras houve uma barulheira no salão principal da loja, Ka então saiu preocupado e assistiu enquanto Helena cortava a garganta de um soldado, aparentemente uma negociação não deu certo e os seis homens pensaram que poderiam com ela. Ka viu a cena e apenas disse "Vou limpar isso aqui primeiro, depois termino com as que estão no estoque". Helena talvez gostasse de Ka como um irmão mais novo pois sempre pedia alguns serviços, também sabia que podia confiar nele em relação ao evento que nunca foi mencionado. A verdade é que Helena era bonita, forte, sensual, capaz, eloquente, mas Ka morria de medo dela. Ka sabia que ninguém poderia saber sobre aquilo e fingia que nunca aconteceu. Desde então Helena tem mais duas atendentes na loja, ambas parecem ser boas vendedoras porém Ka poderia apostar que as mulheres sabem se defender.
Helena sabia arrancar dinheiro de uma boa oportunidade, porém também sabia ser gentil e caridosa. Em alguns momentos quando não havia serviço Helena encomendava peças dos ferreiros e prometia pagamentos após vender as peças a um preço reduzido. No fim todos tinham serviços forçando clientes a comprarem peças prontas e segurando os preços sem deixar os ferreiros desesperados por serviços. Ela conhecia todos os tipos de armaduras e suas vantagens ou desvantagens, certamente teria ideia da armadura de Nergal, um anjo caçador.
O objetivo de Ka era conversar com Helena para descobrir se ela tinha alguma armadura que poderia atender aos requisitos de Nergal ou se soubesse de alguma, talvez sua liga e que Ka poderia então ter ideia do que precisava procurar para fazer uma peça complementar.
A loja era um local arrumado, sempre bem limpa, as peças estavam polidas e organizadas para mostrar seus tamanhos ou utilidades. Havia um cheiro no ar, um tipo de erva ou planta que mudava os sentidos das pessoas ao entrar no local, quando as pessoas entravam na loja era como se estivessem em um local diferente de Dafodil. O assoalho em madeira era firme sem rangidos, a cor da madeira destacava o brilho dos metais das peças que estavam dispostas. A iluminação era feita para fazer as peças brilharem talvez mais do que deveriam no dia a dia. A peça mais marcante era uma armadura para cavalos que ficava num molde no meio da loja, uma peça um tanto simples porém pelo tamanho e local a tornavam um destaque que chamava a atenção de todos. Muitos dos artefatos dispostos eram para o público em geral, porém havia um depósito separado que Ka já havia passado dias polindo armaduras em que a Sra. Helena guardava o que era importante, armaduras mágicas e encomendas especiais.
- Loja de armaduras, casa tradicional:
A loja de minerais era um local curioso pois misturava sujeira e limpeza em suas partes mais distintas. A parte "limpa" era assim considerada pois os minerais precisavam ficar separados uns dos outros, sua pureza era importante. A parte "suja" era onde os trabalhadores, escravos ou não, ficavam e traziam sua coleta do dia. Os túneis seguiam por vários quilômetros pelas profundezas de Dafodil ou sabe-se lá deus em qual direção. A maior disponibilidade de pedras era de coisas comuns, como carvão e ferro, porém de tempos em tempos eram encontradas coisas diferentes, as vezes raras e as vezes sem utilidade. Alguns minerais eram comprados de outras minas e expostos para serem vendidos lá mesmo numa jogada de valorizar o ponto.
O ar da loja tinha um odor característico de terra mexida, não era muito bom, mas era aceitável pela diversidade de materiais disponíveis. Cada tipo de mineral tem um cheiro e a mistura no ar era o conjunto deles todos. Um incubo trabalhava no local como vendedor e já havia vendido para Ka minerais simples antes. O plano de Ka era agora com alguma informação de Helena, falar com ele para obter minerais que possam fazer uma reação com os da armadura ou até fazer uma boa liga. Se fosse necessário Ka até poderia procurar por um pergaminho na torre dos alquimistas, porém precisava saber o que procurar ou qual liga fazer. Diferente de outros locais, Ka não sabia o nome do incubo que trabalhava com os minerais, mesmo após tantas transações o nome não era importante, o incubo era direto, Ka também e a velocidade era importante para ambos.
- Loja de minerais, minas: