Kate "MAYHEM" Khenistar | FICHA DA PERSONAGEM |
Mayhem estava só olhando, mas o ferrolho pulou quando cutucou com a pinça e - CLICK! - bem, esses velhos portões: bastava um ventinho chacoalhar um bocado e se abriam sozinhos, de toda forma. Devolvendo os instrumentos a algibeira com precisão e agilidade, a moça se virou, encarando o meio-orc por cima do ombro, que tinha murmurado bem baixinho:
Ta'burz escreveu:- Quantos anos tem essa garota?
- Vinte e um. - ela empurrou o portão e abriu passagem para que entrassem. Pegou sua mochila, enfiou a blusa de lã dentro e então acompanhou o grupo, deixando que fossem na frente os conjuradores e sacerdotes, que buscavam determinar a natureza da ameaça que encontrariam através de seus muitos - e fantásticos! - poderes místicos.
Mayhem parou e leu atentamente as letras azuis no muro, inscritas pela varinha de Galadon, enquanto acariciava a cabeça de Atlas. O meio-orc começava a falar algo sobre não terem o direito de estar ali, e o meio-humano havia começado a falar em (ela supunha) élfico, imitando a falta de cortesia anterior do Mago. Se ela fosse melhor com as palavras, passaria um sabão neles por ficarem de ti-ti-ti em uma língua desconhecida ao invés de conversar de forma que tod----
"Ah ok, ele está traduzindo. No fim, o meio-humano é mais educado e cheio de consideração que o jovem Mago. Hmm..." - Mayhem tirou um biscoito dos bolsos da algibeira e ofereceu ao cão vestido com armadura, brincando com ele um pouquinho enquanto os debates éticos se acirravam. Agora Jack bradava contra a escravidão e discutia-se sobre a validade daquela suposta invasão de propriedade, enquanto Elric e Nalklyr informavam sobre o retorno que suas habilidades trouxe: havia magia na porta de entrada, nas cortinas das janelas ("Stonehard deve ser muito rico, para ter cortinas tão dispensáveis a ponto de encantá-las e tudo mais"), e uma forma de vida no interior da casa - provável fonte da magia que o meio-humano sentia no segundo pavimento.
Enquanto todos pareciam perdidos, Elric era assertivo e demonstrava est--- "o que foi que ele acabou de dizer para o Galadon?" - Mayhem deu um passinho para trás, recolhendo as duas mãos atrás do corpo, enquanto o Mago trazia a mensagem do muro até ali e... "oh uma chuva de letras luminosas!" - os olhos verde-musgo da garota brilhavam. Não fazia ideia de que as letras poderiam se mover por aí depois de terem sido escritas no muro! Aquilo era incrível!
Porém, a explicação detalhada do Clérigo sobre os poderes dos sacerdotes dos Bons Deuses apagou qualquer outra coisa da mente da jovem por alguns instantes, em que ficou ali parada, olhando para Elric como se o próprio Tyr (estava se acostumando ao nome) houvesse descido dos céus. E o discurso inspirador, sobre união e... "ele disse meu amor?" - o coração da moça acelerou no peito e ela corou, incapaz de desviar os olhos dele. E quando ele disse que ela estava linda, Mayhem juntou as mãos novamente atrás do corpo, baixando os olhos para os pés:
- Roupas de trabalho... - para ela, o couro era um uniforme útil, maleável e de boa durabilidade. Nunca havia pensado que seria uma roupa bonita.
No mais, Jack tinha um bom ponto: estavam fazendo barulho demais. Por sorte, a ideia de destruir a porta com uma rajada - "Rachel é uma Maga também?" - foi dispensada pela beldade estonteante, que se aproximou da pequena Mayhem enquanto Jack bradava sobre seu amor - "é, acho que Elric realmente disse isso, não disse? Não estava sonhando" - e Galadon voltava ao debate ético acerca da invasão da propriedade.
Rachel escreveu:- Bom trabalho com o portão. E suave e sutil como só uma mulher pode conseguir. Acha que consegue fazer o mesmo na porta da casa? ... e Elric precisa do seu amor.
A jovem de cabelos azuis tropeçou nas palavras, incapaz de responder à linda Rachel qualquer coisa coerente. Com aquela voz de passarinho, doce e musical, quando Mayhem se atrapalhava assim parecia mesmo um rouxinolzinho agitado. Por fim, Rachel já falava com Galadon sobre mortos-vivos serem ou não fedidos (?), quando a mocinha sussurrou:
- Posso olhar...
Timidamente, Mayhem se aproximou da porta. Jack já havia dado uma boa olhada nela e saber que havia magia imbuída no objeto era desconfortável. Mas a moça tinha mãos muito bem treinadas.
CLICK
Sem abrir a porta, Mayhem se virou para o grupo, evitando olhar as pessoas nos olhos ao falar o mais claramente possível:
- Aportaestádest--- - ela se interrompeu, respirou fundo, e recomeçou - A porta. Está. Destrancada. Porém... - a moça ergueu os olhos verde-musgo para Nalklyr e Ta'burz - ... antes de entrarmos... - ela olhou para a guerreira elfa, Rachel e Galadon - ... pensem comigo. - Mayhem olhou para Jack e então para as crianças Halfling, e deles para o bardo ruivo - Galadon deixou claro, em letras LUMINOSAS no muro, BEM A VISTA da pessoa que estava olhando pela janela, que estamos aqui para tratar das disposições de última vontade do Sr. Ublyn. Todo mundo sabe que isso significa que um amigo querido faleceu. - voltando a olhar para os próprios pés, ela continuou - O Sr. Stonehard era amigo do Sr. Ublyn. Mas não foi ao enterro. E agora, o vulto na janela leu a mensagem, e ninguém veio nos receber. - Mayhem finalmente olhou para Elric, e em seus olhos havia medo - Acho que o Sr. Stonehard pode estar com problemas! Os Zentharim que atacaram o Sr. Ublyn em sua própria casa não poderiam ter feito o mesmo aqui? Afinal, eles codificaram juntos a localização dos inimigos que talvez detenham as outras da---- - ela corou violentamente - ... vocês-sabem-o-quê. Eu acho que precisamos entrar! E rápido! E se for um mal-entendido, temos um Bardo que se desculpe por nós, não é mesmo?
Ainda bem corada, a moça deu um passo para o lado, indicando a porta destrancada.