Pouco mais de trinta dias se passaram desde a agitada fuga de Dirtmouth. Sendo um casal caçado por todo o lugar, Ka podia dizer adeus ao seu velho cafofo de guerra. Tivera excelentes noites nele, mas de nada valia o lugar se o dono estivesse morto ou enjaulado. Decidido a começar vida nova em outro lugar mais seguro com sua amada, Ka decide fazer residência na Encruzilhada Esquecida, uma pequena cidade que servia de junção para várias estradas do Reino. Ela possuía esse nome por estar quase que completamente abandonada nos dias de hoje em favor das cidades que se formaram seu redor como Dirtmouth, Lacrimosa, Vila Mantis e Ninho Profundo. Graças a sua capacidade de ficar virtualmente invisível, Ka foi basicamente esquecido pelos seus caçadores. Nunca mais ouviu notícia de Ochyllyss ou de Horudak e com a quantidade de ouro que ainda tinham do roubo, não tiveram que se preocupar com sobrevivência. Na verdade Ka até ajudou a movimentar o comércio local. Num desses dias Oribel questiona Ka se ele não teria interesse em se casar algum dia. Ela deixa claro que não o estava forçando, mas já haviam passado por tanta coisa juntos, que talvez fossem destinados a ficar juntos pra sempre. E com a benção das deusas seria muito melhor. Parecia até algum conto de amor com final feliz não fosse o meio abrupto que acordou naquele dia...
Início
Ka desperta em seu quarto com um balde de água sendo jogado na sua cabeça e um pesado pé feminino sob seu peito, mantendo-o deitado. Em sua frente estava Oribel, amarrada, amordaçada e ameaçada por alguns homens com uma faca no pescoço. Ele rapidamente reconhece a voz sedutora de Ochyllyss o encarando de cima pra baixo. A elfa diz que Ka era um homem muito difícil de encontrar pra um mestiço, mas não suficientemente difícil pra ela! Apertando o salto de seu sapato contra o peito de Ka, o rapaz sentia uma dor excruciante, mas provavelmente estava mais preocupado com a vida de Oribel a sua frente. Tentar reagir naquela situação podia implicar que ela fosse ferida. Ochyllyss ri maldosa e pergunta se Ka estava sentindo dor. Ela sabia da resposta, mas apertava o salto por querer ouvir da boca dele. A elfa diz que por causa dele, ela teve que sentir a dor de dar seu cu pra um miserável roludo que morava ali naquela cidade esquecida das deusas. Ochyllyss afirma que normalmente não teria motivo pra vir atrás de Ka, mas não apenas ele encerrara contrato com ela, mas também arruinou os negócios de outro inquilino, além de ajudar um rentável chefe criminoso a mudar de cidade. Se ele queria ir embora que fosse, mas não precisava foder com tudo. Agora ela teria que tomar algo valioso de Ka pra compensar seus prejuízos. Com um sinal de cabeça, Ochyllyss ordena seu subalterno a cortar a garganta de Oribel. O elfo já prepara o movimento quando alguém bate na porta. A elfa ordena outro lacaio a ir abrir a porta em silêncio. A porta se abre e eis que aparece um calmo e taciturno Koyaan, mãos pra trás e pigarreando.
- Fora. Agora.
O lacaio na frente dele passa pelo seu lado e tenta sair correndo. Não dava pra ver o que aconteceu, mas um grito de dor é ouvido lá de fora. O outro lacaio larga a faca e sai andando na direção de Koyaan pedindo pra não ser morto. Após passar, outro grito é ouvido. Ochyllyss vendo-se acuada diz que não tem medo do chefe da guarda e que se ele tentasse algo mataria aqueles dois antes de morrer. Koyaan a desafia a tentar. A elfa saca sua espada e dá um enorme salto pra cima fazendo um buraco no teto e desaparecendo. O chefe aguarda que Ka liberte Oribel e os dois se recomponham pra então dizer que já fizera as procurações necessárias para o trabalho dele com a justiça real. Ele avisa que o meio-elfo iria viajar para vários pontos distantes do reino.
- Seu trabalho vai ser especificamente de encontrar, investigar e informar a respeito de alguns nomes chave que irei lhe passar. Sob hipótese alguma engaje em combate com eles, pois a vontade da Rainha é pô-los atrás das grades por ameaça a soberania do reino. Aqui estão alguns nomes pra começar...
Após entregar o pergaminho, Koyaan despede-se mas não se antes recomendar que Ka fizesse residência num lugar mais seguro. Convenientemente, um jovem elfo de nome Kohr, que morava na cidade e conhecia Ka, chega na porta e diz: mensagem de um tal Nekobese pra você, Ka!