Localizada a leste de Porto Negro, em meio aos terrenos pantanosos de Shumah Gorath, a cidade dos vampiros fica sob uma nevoa perpetua. Esta nevoa, alimentada pelas emanações necromânticas do lago em que Kardunia foi construída, protege os vampiros que ali residem, permitindo que saiam ate durante o dia.
Isto fez com que os vampiros prosperassem, e se especializassem. São cinco as principais famílias vampíricas de Kardunia: os Veintral são os que possuem mais posses, os Trimer negociam magias, Toriale lidam com artes, Nosfer vendem informações e os Barujah, armas.
Todas obedecem a governadora Lilia Kardum.
E todas querem o poder.
***
Krull estava com pressa, pois estava atrasado para a reunião com seus superiores. Corria o mais rápido que possível, esbarrando e empurrando as pessoas que atrapalhavam seu caminho. Passou rápido pela guarita, e podia jurar que os guardas riam. Não tinha tempo a perder, ou teria esmagado as caras deles contra os balcões.
Chegou. Os olhares dos nobres eram intimidadores. Sentiu-se com medo, estariam usando seus dons contra ele? O mais forte acua o mais fraco, sempre foi assim, sempre será.
“Krull... Sua falta de compromisso é marcante... Estamos decepcionados”, dizem em uníssono. “Seus serviços estão dispensados.”
Um dos servos abre a janela. O sol!
Temor incontrolável! Fumaça sai de sua pele!
Seria esta sua segunda morte?
**
Krull acorda atônito. Um pesadelo!
Ele olha ao redor, estava em seu quarto. Já havia chegado a noite em Kardunia. Suas mãos estavam em formato de garra, e ele tinha destroçado o lençol e o travesseiro.
A porta de seu quarto se abre, e ele ve a sua empregada, Judith. A sempre solicita Judith.
Ela olha para seu mestre e franze o sobrecenho, “pesadelos novamente, senhor Redwyne? Não se preocupe, vou providenciar novo lençol e travesseiro.”
Judith retira a cortina e abre a janela. Os sentidos aguçados de Krull sentem o cheiro perfumado das flores noturnas. E também o cheiro do perfume de Judith. Gostava de sândalo.
“Um dos rapazes de Belinda disse que ela queria encontrar com o senhor. E deixou uma caixa...”
E dentro da caixa tinha uma rosa branca.