[!ON!] Estadia na Vila da Conceição

Antônio te olha feliz.
-Que bom que gostou, pode ficar com os outros 2 quadradinhos
ele procura no chão e nas coisas dele o seu relógio e olhando-o diz
-não posso me enrolar aqui, desculpe. Você tem meu cartão, se precisar de alguma coisa me ligue, se estiver na cidade e quiser passear também. Minha secretária anotará o recado.

Ele se veste desajeitadamente, volta para cama e te da um beijo na bochecha meio sem graça entes de bincar com o dedo em teus seios e beijá-la no mamilo antes de dizer tchau mais uma vez

Ele abre a carteira e retira todo o dinheiro dalí e diz que não é para ela se preocupar com a conta do hotel, está na conta da gravadora. Que o dinheiro é para o taxi e a passagem.

Manon estranha Antônio sair daquela forma, caçando as roupas, se despedindo sem muito jeito... Mas não o impede. Agradece pelo presente e pelo dinheiro, se sentindo meio estranha em aceitar o último após ter feito sexo com ele...  Apesar disso, precisava do dinheiro para ir até a casa da madrinha.

Após ver ele saindo, Manon vai tomar outro banho e, se nada a impedir, dorme até a manhã seguinte.

***
De manhã, ela se veste, usando a roupa que viajara na noite anterior e guardando a que usou para sair na mala. Colocou os dois quadradinhos restantes no sutiã, caso a madrinha quisesse procurar por drogas em sua bolsa (ou caso quisesse usar durante a viagem de trem) e seguiu para a recepção do hotel.

Procurou a moça que falava inglês e perguntou se ela podia chamar um táxi para ela.  

Manon pega um taxi sem problemas, o motorista fala quase nada de inglês e tenta mostrar alguns pontos turisticos e praças na direção norte até a rodoferroviária onde ele te indica o local de comprar as passagens. Você compra a tua passagem para Aveiro como diz na tua passagem anterior sem problemas e desajeitadamente parte até a plataforma carregando a grande mala.

No horário do trem você é ajudada por um rapaz que não fala inglês a colocar a mala para dentro do trem, em frente aos seus pés, assim como a sua mochila e ele senta-se do teu lado. Você sabe que o nome dele é Julio mas não entende mais nada do que ele fala, até que ele pare de falar. No terceiro banco ao lado de vocês senta-se atrasado um senhor de idade com uniforme militar. Não sem antes olhar vocês com uma cara desconfiada.

Aquele dia estava estranho, desde o seu começo. A jovem se sentia levemente desanimada e nem a lembrança da noite anterior parecia ajudar. Após entrar no taxi, foi observando a janela, com vontade de usar seus dois amiguinhos que havia guardado... Mas sabia que seria difícil conseguir outros, por isso, resolveu guardar.

Agradeceu ao taxista pelas informações e depois ao rapaz que lhe vendeu as passagens. As pessoas ali pareciam se esforçar para entender o que ela dizia. Por fim, outro rapaz a ajudou a carregar a mala... Ela pensou que era alguém que trabalhava ali, mas logo ele se sentou ao seu lado e começou a tagarelar.

Manon tentou explicar que não entendia o português, mas ele continuava... Quase se irritou com aquilo... Mas logo fixou o olhar num velho que tinha uma carranca direcionada a eles. Sustentou o olhar dele por alguns momentos antes de puxar os papéis da mochila, dessa vez os lendo atentamente para saber para onde ir... Não haveriam outros Antônios dispostos a pagar pelo erro dela.

Apesar disso, vez ou outra sua cabeça ia lá para aquela árvore... Imaginando o que poderia ser aquilo. Tinha a impressão que não era apenas uma ilusão da droga.

Aveiro parecia um vilarejo de pescadores, pela janela do trem você repara em casas muito antigas e coloridas, algumas cobertas de azuleijos coloridos em sua maioria azuis e brancos.
Varios canais de água cruzam a cidade e alguns barcos longos cruzam esses canais
Procurando pelos seus papeis você não encontra nenhum endereço ou telefone para se localizar.
O trem finalmente para e você desce na estação carregando suas malas em um ambiente quente, úmido e com um cheiro de mangue e maresia que não é de todo ruim, te lembra as poucas vezes que você foi para a praia.
Ainda não está perto da hora do almoço mas você está com alguma fome. Tem dinheiro no bolso, aparentemente bastante. Porém não faz ideia de quantos escudos são necessários para comer ou mesmo para se deslocar até a casa de sua madrinha

O  lugar que estava antes parecia mais urbanizado, mas aquela cidadezinha era encantadora. As casinhas coloridas e azulejadas, a natureza abundante, os pescadores... Parecia algo de algum filme que havia visto no videocassete que uma amiga da escola tinha. Talvez a mudança não tivesse sido tão ruim assim.

Abriu a janela até onde era permitido e torceu o nariz com o cheiro da maré, mas sorriu com o vento batendo no rosto.

Após descer do trem, perdida e sem saber para onde ir, Manon suspira. Tinha muita gente falando uma língua desconhecida, correndo para lá e para cá para pegar o trem... A garota, que estava animada até então, agora, se sentia levemente tonta. Talvez pela fome, talvez pela multidão. Puxou a mala de forma desajeitada até um telefone público que avistou, torcendo para que uma das moedas que recebera de troco, ao comprar a passagem, servisse nele. Apoiou a mochila em cima da mala para procurar as moedas.

Só queria ouvir uma voz conhecida, mesmo que fosse de sua mãe.
Ela saberia como chegar na casa da madrinha, certo?

Tua mãe responde com uma certa alegria na voz ao te ouvir
-Que bom que você me mandou notícias, como está aí na casa da tua madrinha?
e quando você conta o resto da história ela grita
-QUE MERDA MANON! VOCÊ NÃO SABE FAZER NADA CERTO? VOU PRECISAR FAZER UMA LIGAÇÃO INTERURBANA PRA CASA DELA E PEDIR PRA ALGUÉM IR AÍ TE PEGAR! fica perto da ferroviária e não faça besteira, você sabe que John nunca mais apareceu aqui? tua culpa!
Não saia de perto da rodoviária! e ela desliga o telefone fazendo o barulho de pequenas moedinhas sendo cuspidas como troco

Manon não consegue falar muita coisa além do fato de estar sozinha ali. A mãe grita, xinga e ainda a culpa... Talvez o conforto que a jovem queria não fosse, de fato, algo que devia procurar em casa. Apesar disso, já tinha ligado... E só ficou calada enquanto a mãe falava aquelas coisas.

Quando a mãe desligou, ela ficou alguns segundos ouvindo o tu tu tu na linha, com os olhos fechados. Em seguida bateu o telefone no gancho, saindo marchando dali, batendo a mala em alguém no caminho, sem nem ver pra onde ia.

Sentou em um dos bancos que encontrou, sem sair de perto de onde o trem parava e abraçou a mochila muito apertado, apoiando o rostinho nela e chorando de raiva (ou tristeza?).  

De tanto chorar, a menina já sentia a respiração pesada e difícil, os olhos ardidos e a cabeça perdida. Muitas coisas se passavam em sua mente e nenhuma delas era boa. Até chegou a olhar o trem que vinha, ainda distante, com ideias erradas na mente... Mas por fim não teve coragem... Apenas queria sumir.

Em meio a tanta confusão, logo ouviu seu nome sendo chamado por uma voz desconhecida.  Tem alguma dificuldade de entender o que ele diz, mas pelo menos era inglês... Um alívio após minutos (ou horas?) que passou escutando frases de uma língua que não conhecia.

Ergueu o rosto, os olhos vermelhos e molhados demoraram para focar na figura bonita na sua frente. Esperava alguém velho, talvez sua madrinha ou um namorado da idade dela... Ficou o olhando sem responder nada, só ergueu a mala, deixando ele a guiar. Quando ele ofereceu o lenço, ela pegou um tanto envergonhada por ele ter percebido que ela estava chorando.

- Obrigada – disse baixinho, secando os olhos e se levantando do banco, com a mochila em um dos ombros e andando ao lado dele, com o lenço dobradinho na mão. Só tomou coragem de falar quando já estava na caminhonete, na qual precisou dar um pulinho para se sentar.

- Onde você precisa parar? – perguntou, sem saber como puxar papo com aquele estranho... Mas precisando, quase que desesperadamente, distrair a cabeça.

"Pousada", pensou, percebendo que não sabia muito sobre a madrinha. Aquilo era estranho... Mas das vezes que a havia visto, nunca se preocupara em realmente conhecê-la, adultos costumavam ser entediantes, quando não eram bonitos.

- Porcos? – estava tão distraída quando entrou na caminhonete que nem havia reparado. Logo se virou, olhando os animais na caçamba.  Se sentiu um pouco mal, pois sabia que não estavam ali pra servir de entretenimento.  O cheiro realmente era forte, mas de toda cidade era... Peixe, agora porcos. – Tadinhos...

- Ahm... Eu fumo se você não contar pra minha madrinha... – ela disse, vendo ele abrir a gavetinha e já se inclinando pra pegar, já que ele estava se preparando pra dirigir. Antes de tirar dali, olhou pra ele por cima do ombro, aguardando a resposta.  

Ele ri da tua expressão com os porcos, os 3 grandes porcos estão deitados na caçamba da caminhonete apenas grunhindo de vez em quando disputando espaço
Miguel coloca uma música triste no toca fitas e canta junto com uma voz horrorosa e ri para você, dividindo o baseado com você de tempos em tempos

vocês se afastam da cidade litorânea e pegam uma estrada esburacada em direção ao interior, passando por grandes áreas de gramado seco e pequenos bosques agrupados de poucas árvores
algumas propriedades estão cercadas, porém grandes espaços de terreno quase plano com grandes pedras parecem abandonados
vocês entram com o carro em uma estrada secundária e Miguel desce para abrir cercas de arame farpado voltando para o carro cantarolando

Ele desce mais uma vez e abaixando a porta da caçamba toca os porcos para dentro de uma cerca de madeira como se fizesse isso sempre voltando para o carro e avisando
-apaga aí o cigarro!

e vocês seguem até uma casinha de pedras onde uma senhora vestida toda de preto fala em português bastante alto e abraça miguel dando um beijo em cada uma das bochechas dele. Você nota que essa mulher mais velha toca os braços de Miguel constantemente além da barriga dele por cima do tecido da regata em uma ocasião.
Miguel fala algo e aponta para você dentro do carro, fazendo um gesto para você descer
falando teu nome e depois mais algumas coisas em português e depois para você
-Esta é a viúva Carvalho, ela é meio aparentada com a tua madrinha

Ela te agarra te abraça e te beija o tempo inteiro falando em português com vc.

Ele se afasta de vocês, não sem antes tirar a camisa e jogar em cima de uma caixa com verduras e puxa uma mangueira do lado da casa onde se lava, obviamente se exibindo um pouco, e depois sobe com um pulo ágil na caçamba da caminhonete e começa a esguichar água para lavar o espaço

Talvez devido ao baseado ou a beleza do garoto, Manon nem se importou com aquela música esquisita e com a voz pior ainda dele.  Abriu a janela, um pouco e foi observando a paisagem, que mudara completamente em relação à região litorânea. Talvez um pouco mais parecida com o local em que vivia anteriormente.

O “incenso” inibiu um pouco o assunto, mas de fato não incomodava ela. Seu corpo parecia sempre reagir bem às drogas, pelo menos num primeiro momento, e era o que estava acontecendo ali.

Quando o menino faz o malabarismo com os porcos, ela se empoleira na janela, observando. O cheiro ficava ainda pior, fazendo com que torcesse o nariz, mas a vista era bonita. Logo apagou o cigarro e seguiram para a casa da mulher... expansiva. Manon quase entrou em desespero quando foi deixada sozinha com ela, que falava e tocava sem parar... E ela não entendia nada.

- Ága, please? – perguntou, tentando reproduzir o que ouviu no trem, quando um homem passou vendendo garrafinhas de água. Provavelmente não falou muito certo, mas devia dar pra entender que estava com sede (além de fazer a mulher se afastar por um tempo).

Se ela fosse buscar, observaria o exibido na caçamba, sem muita discrição, só desviando o olhar quando a mulher voltasse.

Miguel termina de lavar o carro e com as calças bastante molhadas segue até as caixas de madeira com algumas verduras e alguns sacos de mantimento e coloca na caçamba batendo a porta

a velha pega um caneco de lata e te serve da água da mangueira que Miguel estava usando

Miguel da um beijo na bochecha da velha que fala algo em português para ele e da um tapa na bunda dele, ele tira um envelope que estava no carro e entrega para ela que tira uma nota e da pra ele logo antes de dar um tapa na bunda dele

ela te abraça e beija antes de você entrar no carro novamente

vocês seguem até a primeira cerca onde Miguel deixa o carro funcionando, desce para fechar a porteira e espera 2 meninos de cabelos claros que trazem algo dentro de um saco plástico para Miguel que agradece, enfia o pacote no bolso da frente da calça jeans e volta para a caminhonete após fechar o portão

-Dona Maria da Conceição deve estar ansiosa para te ver. Vamos seguir agora para a vila. Você sabe nadar?

Manon quase recusa a água da mangueira dos porcos, mas sabia que não seria legal. A velha, apesar de ser... daquele jeito, parecia ser boazinha. Respirou fundo e tomou, vendo a cena esquisita de tapas na bunda e, em seguida, do abraço que recebeu.

Seguiu para o carro, balançando a cabeça – Ela gosta muito de tocar as pessoas sem permissão, não é? – perguntou, realmente incomodada com aquilo. Era um costume muito diferente.

Quando Miguel sai do carro, ela observa com um sorriso e dá uma risadinha ao ver ele voltar – Já sei com quem falar quando eu quiser mais “incenso” – comentou, após ele guardar rapidamente o saquinho dentro do bolso da calça e se ajeitou no banco, pensando que a viagem demoraria.

Ao ouvir ele perguntar se ela sabia nadar, Manon quase dá um pulo, imaginando várias coisas. Tinha ido poucas vezes na praia...  Só tinha experiência com a cachoeira rasa do bosque que frequentava com o padrasto.

- Vamos precisar nadar pra chegar na casa da minha madrinha? Eu não trouxe um biquíni...  

- Nós portugueses somos mais.... err... ele fala uma palavra que te lembra "passionate" ... mais emotivos, dor e tristeza nas nossas músicas e calor e alegria no convívio pessoal. Ele afasta a mão do volante e toca de leve teu cabelo - é bonita a cor dele, você é bonita Manon

Ele sorri desconfortável com relação ao pacote do bolso

-Não, não vamos nadar, na vila da dona Maria da Conceição tem uma piscina, eu que ajudei a fazer, com pedras naturais

- Hm... eu percebi – responde, se encolhendo de leve quando ele toca em seu cabelo. Não pelo fato do toque, mas por ter excedido, em 5 minutos, o tanto de contato com estranhos que considerava “aceitável” em uma semana inteira.  Dá um pequeno sorriso com o elogio.

- Obrigada... Você também é. Mas sabe disso, né – disse, fazendo um biquinho e indicando a roupa dele que já estava pela metade e toda molhada, após o show na caçamba do carro.

Parecera ficar curiosa quando ele mencionou a piscina. Não era algo comum para ela, ainda mais com pedras naturais. – É sério? Piscina é coisa de gente chique... Acho que lá na minha cidade só tinha em uma casa, mas eu nunca fui. No máximo ia na cachoeira com uns amigos... Você me mostra quando a gente chegar?

quando você elogia ele ele da uma risada de verdade e finge que beija um dos bíceps antes de apertar o play no toca fitas novamente e inundar o lugar com um fado triste que ele canta a plenos pulmões

-Dona Maria da Conceição é bastante rica, ela e os hóspedes dela, você sabe disso né? Estou trabalhando hoje mas algum dia nadarei na piscina com você sim

vocês viram em uma nova estrada de chão e logo passam por um muro baixo de pedras com apenas um portão muito alto e redondo sem grades
-Tudo aqui é a vila dela, as azeitonas são colhidas pelos hospedes as vezes, as vezes por mim - ele indica umas árvores - La em baixo fica o haras que eu cuido, belos cavalos negros, e aqui em frente em cima do morro a casa principal.

Vocês chegam em uma bonita casa de um único andar, pintada de amarelo brilhante e com uma grande varanda tanto na frente como nas laterais

-Eles devem estar la atrás ele indica. Ele puxa a tua mala do espaço atrás do teu banco e segue para dentro da casa

Quando o menino disse aquilo Manon não levou tão a sério o “rica”, talvez pela paisagem que havia visto até então ou pelas raras visitas da madrinha... Mas, ao chegar, ficou boquiaberta.  Era um local enorme e lindo, muito maior que qualquer coisa que já havia estado ou se hospedado com sua família.  Ia olhando para onde o menino apontava e, em determinado momento, já nem estava mais ouvindo.

Quando ele indicou onde a madrinha poderia estar, ela agradeceu, se despedindo com um sorriso – Não esquece de me chamar para a piscina quando você for – disse e logo foi na direção dos fundos da casa, sem saber o que tinha ali.

Passou pela larga varanda lateral, parando um momento pra ver os cavalos beeem ao fundo e sorrindo. Aquele era um lugar lindo.

- Madrinha? – chamou, ao voltar a andar. Cheirou a própria roupa para garantir que não estava com cheiro de erva e continuou seguindo pelo caminho.