A Luz...
“Isso dá $5.90, senhor Williams”
“Tome aqui 10 e fique com troco, Matthew” - Bruce deu um sorriso leve.
“O senhor é sempre tão caridoso” - completou o senhor de idade que a anos tinha aquele pequeno mercadinho.
“Capaz… Devemos ajudar os pequenos negócios.”
Novamente, Bruce agradeceu as compras e deixou a loja, passando pelo sininho que tocava para avisar a chegada de novos clientes. Diferente da maioria, Bruce até gostava de Nova Iorque, mesmo com o odor peculiar e as pessoas arrogantes que se esbarrada de vez em quando.
Falando em se esbarrar, distraído, uma batida no seu ombro forçou suas compras caírem no chão.
“Me desculpe…” - ele falou, mesmo não sendo o culpado. Ao virar, os homens que se esbarraram estavam com bandanas no rosto e entraram em um grupo de três na loja.
“Continua andando, mano” - retrucou o homem.
Bruce Williams sabia o que ia acontecer em seguida. No intervalo entre a porta bater de volta no sino e os homens sacarem suas pistolas, Bruce estava de volta. Melhor, não Bruce, Starman.
O trio se virou para ver um homem beirando três metros de altura, que teve que se abaixar para passar pela porta, com roupas colantes destacando a montanha de músculos e um sorriso de orelha a orelha. Seu cabelo era loiro, enquanto de Bruce era preto. Seus olhos eram azuis, enquanto de Bruce eram escuros. Seu rosto era quadrado e de barba feita, enquanto Bruce tinha barba rala.
“Olá senhores! Acredito que vocês estão tentando fazer um saque com o cartão errado” - os homens estavam prestes a puxar o gatilho quando uma onda de vento os forçou cobrir os olhos. Quando olharam para as mãos, as armas não estavam mais lá - “Estão procurando por isso?”
Starman esmagou as pistolas com suas mãos gigantes como se fossem de papel. Já assustados, um dos homens avançou com uma lâmina, mas essa entortou no abdome do herói. Com um peteleco, ele foi ao chão desacordado. O segundo tentou correr para rua e bateu de frente com o pulso do herói ao bloquear a saída.
“Isso só sobra eu e você garoto” - falou o herói - “Tem certeza que quer acordar com uma dor de cabeça amanhã?”
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Starman aguardou enquanto os rapazes eram colocados em algemas e levados pela viatura, garantir que o dono da loja estava ok e sair rapidamente dali. Já longe, seu corpo iluminou e voltou para estatura humana de Bruce Williams. Ele olhou para o relógio: estava na hora.
O sinal tocou e Bruce Williams entrou na sala de aula.
“E ai garotada!”
“Olá professor Williams!” - seus alunos da quarta série gritaram em um coral.
Eram todos de famílias menos afortunadas e carentes. Bruce tinha o diploma para poder ensinar em faculdades, mas não era o que ele queria. O que ele queria era poder ensinar que há uma lição grande a frente:
“Como podemos mudar o futuro hoje?”
A Escuridão...
O veterano vilão se abaixava do veículo arremessado pelos poderes telecinéticos de Kid Utopian e ria, novamente, de mais uma tentativa frustrada do rapaz de acertá-lo.
"Por favor, 'Kid Utopian', você certamente pode fazer melhor que isso… Seu pai era o dobro de suas capacidades na sua idade!"
"Cala boca, seu velho estúpido!" - o jovem jogou as mãos para frente e uma onda telecinética rasgou o chão em direção de Onda Mental, o sexagenário vilão que enfrentou o pai de Brandon, o Utopian! Mais uma vez, ele desviou com facilidade em saltos curtos.
"No meu tempo, super-heróis tinham classe. Você é apenas um moleque descontrolado tentando impressionar o papai" - ele pousava sobre outro carro na vizinhança evacuada e notou os espasmos do herói e suas pupilas dilatadas - “... Não venha me dizer que você... Você está chapado… Só o que me faltava… Espere seu pai ouvir-”
"Já falei para calar a boca!!"
Com um gesto de jogar a mão em direção ao ar, o carro qual Onda Mental repousava virou, para surpresa do velho e, em pleno ar, foi arremessado contra a uma casa, pressionando-o entre a parede e o teto do carro.
Onda Mental se arrasta atordoado pelos escombros, coberto de sangue. Ele tateia o corpo para encontrar os ferimentos e puxa uma mão decepada grudada em sua bacia. Embaixo da parede caída, um casal esmagado pelo carro.
"Olhe o que fez, Kid Utopian" - o velho levantou devagar. O corpo doía mesmo que sem ferimentos dado sua rigidez sobre-humana - "Papai vai adorar a ver que você matou mais que eu nos últimos anos..."
Antes de começar a rir do fracasso do seu oponente, ele vê uma pequena garota encolhida na sala. Com o seu inimigo distraído pela criança, Kid Utopian o agarra pelo pescoço e o bate contra o carro uma… duas… três vezes até o velho sangrar.
"Você não vai se safar dessa garoto… Nós sabemos o que você fez… heheh-" - Onda Mental se engasga com sangue subindo pela garganta - "Eu e ela testemunhamos suas proezas."
Kid Utopian ficou em silêncio e olhou para a jovem. O momento durou uns dez segundos antes dele apertar a traquéia do seu inimigo com mais força e o levantar do chão.
"Que testemunhas?"
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"Foi tão horrível… queria poder ter chegado antes mas… Até uma criança..." - Kid Utopian cobriu o rosto com a mão, segurando o choro.
"Sim, Kid Utopian… sabemos que tentou seu melhor. Não esperávamos um vilão como Onda Vital seguir com um ato tão violento contra uma família inocente" - falou a repórter.
"É…" - Kid Utopian retirou a mão devagar - "Acho que a idade chegou na mente dele… estava muito mais terrível e cruel do que no seu tempo… tive que abatê-lo antes que causasse mais mortes acontece…. Agora se me permitir…"
Antes que a repórter continuasse, Kid Utopian entrou aos céus mais rápido que pode, com sua expressão de choro mudando instantaneamente para uma de incômodo. O vento batia contra seus cabelos longos negros oleosos até parar quando chegou numa “distância segura”, puxou um frasco com um pó branco de dentro do casaco e deitou uma carreira sobre a mão.
Inspirou o pó e se contorceu todo antes de retomar o voo para uma festa rave alguns metros dali.
"Agora sim!"