Carlos fica bastante decepcionado, talvez não com as palavras de Impulse em si, mas o conflito entre imaginar que talvez o super-herói estivesse errado. Já a instrução sobre a Força da Aceleração o deixou bem assustado - Acho que nem vou correr em geral... - falou meio brincando, meio assustado. Ele concorda com a cabeça e puxa o telefone para anotar o número de Anne.
- Tá bom... Nossa! Eu tenho número de uma super-heroína! Posso tirar foto? - seus olhos brilham aguardando a resposta da heroína. Com foto ou sem foto, ele pergunta, bem envergonhado, olhando para os lados - Erm... Você me desce daqui?
O teatro Vivian Beaumont se localiza no Centro Lincoln e para maioria das vezes, é utilizado para apresentações de Broadway, mas hoje servirá para uma coletânea de audições com grandes portfólios a serem apresentados. A "entrada" está sendo livre, ou seja, estão com artistas de vários gêneros e estilos musicais apresentando-se diante de um grupo amplo de empresários, diretores e outros caçadores de talentos. Essa dinâmica não havia precedentes e pelo tamanho de gente envolvida, acredita-se que ALGUÉM deve lhe prestar atenção, independente do que você for. Talvez Spielberg tenha um estagiário para coletar nomes de músicos instrumentais para uma nova trilha sonora, ou Timbaland vá patrocinar mais um novo talento para cantar com Justin. Seja o que for, certamente não vai faltar oportunidades...
... Isso se não faltar lugares. Ainda chegando próximo do horário, não seria cedo que entraria no teatro, pois a fila fazia a volta na quadra e mais um pouco. Não faltava pessoas coloridas na fila, personalidades heroicas (ou fingindo ser umas para mais atenção), um rapaz de terno ocupava espaço por toda sua banda, que fazia volta nas quadras procurando estacionamento e uma garota japonesa com guitarra no ombro do lado da Anne-Sophie gritava no celular com o namorado "arregão bunda mole" e arremessou o dispositivo em um bueiro. Frustração era grande para muitos com seus instrumentos, sentados na calçada tendo que esperar, uma, duas horas antes de poder entrar. O mesmo valia para Anne-Sophie. Uma, duas, três horas. Todo mundo meio irritado ou congelando com o frio que estava do lado de fora. Perto da porta, havia organizadores fazendo duas coisas: separando pessoas pelo seu estilo artístico ou ouvindo reclamações. Havia bastante segurança, mas felizmente nenhum momento foi necessário. Uma das garotas da organização chegou e Anne e perguntou tudo o que ela faria - música, tipo de instrumento, tipo de voz - e sem a mesma atenção que deu para perguntar, ela ia clicando botões num tablet antes de levar a garota pelo ombro para outra fila e colava um adesivo no seu ombro com um número e um crachá com seu nome escrito com F em vez de PH. Deus do céu aquele lugar estava cheio. Pelo que Impulse ouve, o estacionamento estava metade cheio de carro, e metade cheio com os integrantes pré e pós as suas apresentações.
- Que belo show de bosta vai ser isso aqui. - a garota japonesa era colocada atrás de Anne apagava um cigarro na bota e ajustava o amplificador na mão - Nem tocamos o mesmo estilo, não sei porque estamos na mesma fila.
À frente de Anne, há um rapaz com uma harpa dourada em mãos, bastante reluzente e iluminada... Talvez ele fosse um supe e estaria usando seus dons musicais - Não é ruiva... - depois do cigarro, ela mascava um chiclete - Quer chiclete? Tem nome?