- What the fuck Que viagem errada... - respondeu, com certo desdém, a história do mundo dos mortos - Ele parecia estar bem enturmado... Mas é um filho da puta.

Um risinho escapa dele - Seu funeral. Viu que tinha uns loucos lá querendo tua espada e iam te matar por isso... E isso... - apontou para ele e para ela, referenciando os poderes - Não tem "jogar fora". Isso é nosso legado... Só pode ser passado a frente.

Quando Mari fala na comida, ele deixa a bebida de lado. Poderia julgar que estava envergonhado, mas sabe melhor que não era isso e não estava se divertindo com a postura mais séria da garota - Ui. Você tem dezessete mesmo? Nem parece. Tua ideia era ir numa filial da Prince e ficar sentada na porta até... - procurou um relógio na parede - ... Oito da manhã para um recepcionista te ligar para a CEO? Tá de zoas né? Nem meu maior fã consegue passar essa lábia.

- Vou te dizer o que eu quero. Eu quero o que você recusou. Sabe como te encontrei? A Escuridão gritava pela próxima herdeira aceitar ela e finalmente agir. Mas você mordeu a mão que te alimenta e ficou com um pedaço ainda. Até ai tudo bem, então a Nyx apareceu. - pausou - E eu não sei como parar ela se com que eu tinha não conseguia sequer tocar nela. Então preciso de você, preciso da sua ajuda. Ou ela vai vir atrás de nós dois.

Night' seguia Mari enquanto ela ia no quarto, ficando encostado em uma sombra - Não vamos ganhar ficando no muro. Vem comigo. Deixa a "High School Girl" e vira a "Dark Metal Knight", ou sei lá o que tu se chama naquilo.

Ele estende a mão - Pode até conhecer Nova Iorque e a torre dos Sete, que tal?

Dora ri baixinho - Que bom que vocês ricos "empresários" entendem de dívidas. Hahahah... Deixem vir... Minha querida, essa "moral" que você fala não serve à nada: a história se reescreve para poder dar o luxo aos vencedores de dizerem o que era moral ou não. Os ensinamentos que guiam a mão dos cristão até hoje, são eles morais? "Apedrejai vosso filho que desobedecer"? "Casaste vossa filha que fora estuprada?" Hahaha... Tudo palavras... Como seus heróis. São eles morais? Realmente importa?

- Rasputin?... Não dou importância ao monge louco. Pergunte a ele.

Mihael termina a bebida que tinha em mãos e se afasta da porta, dando espaço para Elanne passar - Me alimente de contexto: r onde seria esse portal? Como foi aberto? - ele andava de costas para a dupla de um corpo só e, assim que entravam, a porta atrás se fechava. A recepção de sua casa dava cinco direções para os cantos da casa, incluindo o segundo andar. A arquitetura Vitoriana dava a estética, mas, conforme andava, era impossível determinar o layout: uma hora a passagem parecia levar para um quarto, em outra para uma sala. Jurava que havia visto uma cobra com chapeuzinho lhe encarando de um dos cantos.

O Mago, com certo desdém, encaminhava que elas o seguisse até uma cozinha pequena com uma parede de vidros dando vista à um gramado no lado de fora da rua: outra vista impossível, pois a casa não tinha gramado pela vista de fora.

- E quem é você? - ele se sentou perto de uma mesa pequena de pedra que fica ao lado do balcão e abriu geladeira para fazer refill do copo. Depois encarou a feiticeira e parece ter se lembrado do encontro no Bar - Oh, é você. Você matou meu bar favorito hoje.

- Tudo pra mim que não seja esse bebê... - ela ergue a sua guitarra - É um violão super-faturado, heheh... Amiga abandonando de última hora? Deve ter arregado com o número de pessoas. E ainda alguns supes no meio. Parecia que ia cuspir quando falava em Supes - Eu sei o que vou apresentar: eu vou tocar metal. Óbvio. E se não gostarem, vão para o inferno. - ela sorri, feliz consigo mesma. Com sarcasmo, ela continua - Mas aqui é peixe pequeno, só vou dar uma amostra.

O rapaz não demonstrou menos que a mesma cara tristonha e responde - Meu nome não é Orfeu, é Trevor. Não sou nenhum herói, só a harpa que é bonita. - no que Anne voltaria a olhar a japonesa, ela está com polegar apontando para baixo.

- Olhe Anne-Sophie com PH, por mais que gostaria de falar bem de mim por uma meia hora, tô afim não. - a fila andou bastante, então quando parou ela sentou na própria caixa de som. Alguns organizadores já estavam atendendo as pessoas a frente de Anne e chegavam nela. Novos redirecionamentos. Impulse seria separada dos outros para estar pronta para a nova apresentação. Seu celular, quase sem bateria, tinha novas mensagens dos pais desejando sorte.

Essa era para ser uma apresentação grande. Ainda muito estranha e desorganizada como esperado sendo primeira desse estilo. Leslie não foi vista em lugar nenhum até agora e nenhuma mensagem dela para avisar o atraso. Gyllenhaal não a veria nesse dia. Finalmente, seu nome era chamado. Ela era colocada através do backstage com vários outros artistas para se apresentarem. Um após o outro passava, era vez da garota.

Era a vez dela se apresentar... Mas há alguém, longe... Vibrando. Apenas o suficiente para não ser visto. O homem em dourado de capacete. Ele está ali antes mesmo dela apresentar. E era sua vez. É a sua apresentação e está cheio.

OFF:

- Bem, é uma má ideia. As pessoas não vão até uma loja dos Sete e pede para falar com Ultraman.... Bem, tem quem faça mas não funciona e essas pessoas são esquisitas.

[...] Nem a mãe da noite, nem o próprio sol, não vou ceder a nenhum dos dois. [...] Até mais, agora tenho que voltar pro meu papel de filha.

Nightstalker segue indecifrável com sua expressão - Esse tipo de pessoa não sobrevive no nosso mundo. Sabe o que acontece quando alguém tá um peso em cada mão em cima do muro? Ela é partida ao meio. Não tem história bonitinha onde você se sai pisando nos pés dos dois lado querendo fazer tudo. Na real, única razão que não tem aparecido um demônio pra te caçar a cabeça é porque eu tenho segurado a barra de todo mundo.
Então tá. Eu fico sozinho, você fica sozinha. Boa sorte com o Bicho-Papão.

Mesmo com as palavras pesadas, ele segue num tom estoico e desaparece quando Mari se vira para explicar o seu nome sombrio, deixando-a sozinha na madrugada. Ela tinha o endereço para um edifício com todos andares locados para a sede da empresa Prince em São Paulo, precisando aproveitar o trem e então, ter sorte em andar apé no meio da madrugada - para encontrar o prédio obviamente fechado. Claro que para uma super-heroína um criminoso qualquer não é problema, mas talvez não fosse isso que precisaria se preocupar.

OFF escreveu:Se nada do lado da gurizada acontecer, está livre até o amanhecer

Ficar a frente do prédio comercial, havia um cantinho bom para ficar escorada para esperar o dia amanhecer para ficar igualzinha ao mendigo do outro lado da rua que fazia o mesmo procedimento. Não havia formas muito dignas de ficar ali, mas ela precisava dessa tentativa, quase um tiro no escuro.

Irônico, escuro. Cada lâmpada parecia que funcionava na metade da eficiência (o que não seria estranho), mas era o comum que a garota da escuridão esperava. Na verdade, talvez tivesse ficado um pouco mal acostumada nos dois últimos dias com maior abundância de luz e, com o comentário de Nightstalker sobre proteção, talvez seja isso. Ficava mais frio e mais escuro a cada hora e o chiado que surgia no seu ouvido denunciava que a escuridão estava ali mais uma vez para incomodá-la.

As sombras do mendigo deitado na outra rua pareciam se estender contra a luz do poste em direção de Mari, contra a direção que deveriam se deitar. Os pés na sombra pareciam se tornar tão finos como dedos tentando atravessar a rua para encontrar a garota das sombras. Mari se sente em um transe encarando aquela sombra se aproximar.

Tão

Devagar

Tão

Lentamente

Quase

Aqui

O som da sirene corta a atenção da garota que vê a sombra em seu devido lugar novamente. Ao olhar para o lado, o veículo anda lentamente ao seu lado e o brigadiano ilumina sua lanterna no rosto da menina - Oh garota: tá longe de casa?