[!ON!] Estadia na Vila da Conceição

O internamento no hospital foi confuso, Manon, ainda bem,  teve poucas visitas de sua mãe e ela deixou claro em todo o tempo que John tinha sumido e que a culpa era dela; pior, as crises de abstinência foram dolorosas e a medicação que a davam deixava Manon sedada e confusa o tempo inteiro.
Muitos dias se passaram, talvez alguns meses, em que a depressão e os remédios (drogas-artificiais) que eram entregues e obrigados a serem engolidos com ameaças faziam com que sombras pairassem acima da cama desarrumada e molhada de suor da jovem. Banhos eram dados a força e muito esporadicamente e a alimentação era basicamente abandonada após poucas colheradas de algo que parecia ser feito de papel água e muito sal.

Ela lembrava de uma vaga conversa de que Manon seria embarcada para a Europa, que a passagem tinha sido dada pela madrinha dela, cuja memória era muito vaga e ela só sabia que morava na Europa em algum país ditatorial. Mas ela não estava em condições de dizer nem que não ia nem de se preocupar com o assunto, com uma cara apática e sem reconhecer completamente o que estava acontecendo. Alguns dias depois Manon foi entregue pela mãe que sem se despedir direito a largou no aeroporto com uma grande mala pesada e ruim de carregar e uma pilha de papeis, no topo deles uma folha cartonada com o grande logo da PANAM em dourado.

Manon segue até a companhia aérea sendo encaminhada para a sala de embarque onde dorme entorpecida pelas medicações. Ela é em seguida acordada por uma aeromoça que a leva gentilmente até seu assento, após a maioria das pessoas ja estarem sentadas. A jovem se sente bastante melhor na metade do voo, como se a bad-trip de todo esse tempo de medicamento estivesse passando subitamente iniciando o que ela já conhecia como uma "boa fase" onde a mania tomava conta e a vida é mais fácil e os riscos são divertidos ou mesmo excitantes.

As pessoas bem vestidas, as aeromoças lindas de pequenos chapéus chiques e a comida servida a sua frente parecem todas te dar boas vindas à sua  nova estadia no velho continente

Manon

Os últimos dias haviam sido estranhos. Muito estranhos. Manon não sabia quantos dias havia ficado no hospital... Muito menos quem tava pagando tudo aquilo. Só sabia que o corpo estava agonizando pela falta das drogas e, ao mesmo tempo, entorpecido pelo uso dos medicamentos fortes. Você sabe como é queimar por dentro, sem conseguir expressar aquilo? É ruim... Tão ruim quanto a comida daquele hospital.

***

Naquela manhã (ou seria fim de tarde? ela não fazia ideia) a jovem fora jogada no aeroporto, sem um beijo de despedida e sem uma explicação.  Os olhos se estreitaram, tentando saber para onde ir, mas tinha tanta luz, tantas pessoas, que precisou de mais alguns instantes pra conseguir equilibrar a bagagem e os papéis e ir até o guichê e confirmar seus dados. Devido às informações nos papeis e a cara apática da menina, ela, mais uma vez, precisou de uma babá ali dentro. Qual havia sido a última vez que havia feito algo por si mesma? Não se lembrava. Os dias anteriores ao hospital pareciam apenas um sonho.

Quando chegou no seu lugar, ficou parada por um instante olhando o homem que estava sentado perto da janela. Talvez um pouco esquisita pelo olhar fixo, mas ela não entendia bem o que via.  Ele tinha orelha pontuda mesmo?  ... Balançou a cabeça, tentando enfiar a mochila no bagageiro de cima, sem sucesso. Olhou em volta, procurando a aeromoça, mas ela estava ocupada.

- ô seu elfo, me ajuda aqui por favor – cutucou ele, indicando que não alcançava.  Quando o homem se levantou para ajudar, ela entrou nos assentos e pegou a cadeira dele, na janela, colocando os fones e ignorando qualquer protesto dele para que saísse.

Durante a viagem, ninguém se sentou no banco entre eles.  Após os cintos serem liberados, Manon tirou as sandálias, sentando de lado com as dobras da perna apoiadas no encosto de braço e os pezinhos no banco livre. Se sentia confusa ainda, mas a medida que o efeito dos medicamentos passavam, o homem parecia cada vez mais normal. Pegou seu caderninho de desenho na bolsa, desenhando ele como vira no primeiro momento. Não se importava com o fato de estar com um vestidinho fino e as coxas quase todas à mostra pela posição... Nem pelo homem estar a olhando feio, depois de ela o encarar por diversos momentos.  

Só parou com aquilo quando a comida chegou. Tirou os fones e prendeu o cabelo, se sentando direito e atacando tudo o que havia sido servido a ela. Parecia que não comia há dias... E tinha uma expressão de criança quando compra doce ou de alguém inventando uma mistura nova durante a  larica.  

Olhou para o homem vendo que ele só beliscava uma coisa ou outra da refeição.

- Você vai comer isso aí? – indicou qualquer coisa que estivesse inteira no prato.  Deu um sorriso grande e, antes que ele pudesse responder, a garota abriu a janelinha, vendo que já amanhecia. Parecia agitada demais para alguém que estava viajando há tanto tempo.  – Você já tinha visto algo tão bonito?

 

O seu vizinho de assento começa o voo te ignorando por completo, e depois começa a (não tão discretamente) a observar suas coxas e a você quando acha que você não está olhando. Um volume se ostenta em suas calças sociais claras, algo que chama alguma atenção de Manon porém o homem age como se não estivesse percebendo.

Quando você se inclina para pegar algo da grande bandeija de comida do homem ele ri e diz algo em outra língua sendo seguido de

-Desculpa, eu esqueci que você não fala o português. Sou Antonio. Pode comer sim. Está indo para Lixboa para encontrar a família? Exta sozinha aqui?
Ele se vira para você com sua voz grave, seu sotaque diferente e sua barba por fazer com um meio sorriso de canto de boca te vendo comer, e novamente sem poder evitar que seus olhos encarem rapidamente seu corpo

Manon

A jovem não tinha muitas inibições, tanto pelo seu passado quanto pelos banhos no hospital.  Na verdade, era bom ter alguém a olhando daquela forma depois de tanto tempo. Deu um sorrisinho, se fazendo de desentendida enquanto desenhava e deixou que o homem a olhasse à vontade antes que a janta chegasse.

Quando ele falou outra língua, Manon estreitou os olhos. Quando o homem mencionou “esquecer” que ela não falava português, ficou ainda mais desconfiada. Apesar de não ser uma suposição difícil de se fazer em um voo daqueles, na cabeça da menina tinha algo de errado. Será que ele havia sido mandado por sua mãe para tomar conta dela? Aquela vaca tinha essa cara de pau. Ou talvez fosse só um tarado qualquer... De qualquer forma, era estranha a situação.

Manon pegou um pãozinho doce quando ele permitiu, dando uma mordida enquanto o olhava com o canto dos olhos. Cada vez mais ele parecia uma pessoa normal. Sem orelhas pontudas e olhos brilhantes.

- Manon – se apresentou,  dando uma risadinha  do sotaque dele, achando curioso – An-Tó-nio – repetiu, não muito acostumada com nomes latinos.  – Lisboa... Estou indo estudar, minha madrinha vai me encontrar no aeroporto – Achou melhor não falar que nem sabia para onde estava indo, até aquele momento.  

- E você? É de Lisboa? O que estava fazendo tão longe de casa? – deu outra mordida no pãozinho doce, sentindo o creme escorrer pelo canto da boca e procurando um guardanapo.

-Eu sou executivo de uma companhia de dixcos, ele fala meio que se exibindo,- a américa é hoje o lugar pra onde está todo mundo olhando, você tem idade para estar escutando rock psicodélico tipo Iron Butterfly certo? quem vão ser os próximos grandes a estourarem a venda de dixcos?

ele pega no paletó um cartão de visitas com o nome dele e um desenho de um gramofone em dourado no papel escuro

"Antonio Bras e Pepe da Silveira"

-me ligue se lembrar de alguma banda que a gente possa gostar, se for uma banda boa e não tiver assinado com você podemos dividir os royalties
ele pisca para você em uma tentativa de flerte meio sem graça

Manon

- Dizem que esse pessoal de banda é tudo metido né? – perguntou, curiosa quando ele disse que trabalhava em uma companhia de discos – Ah, eles tão fazendo sucesso nas festas. Vocês devem tá ganhando um dinheiro com essa banda – riu, terminando sua comida e voltando a se sentar de lado, para olhá-lo melhor.

Pegou o cartão, lendo o que estava escrito e dando um sorrisinho de canto.

- Pepe Silveira é seu amante? – provocou,  logo dando uma risadinha do que ele sugeriu – Tá querendo me recrutar? Olha que eu aceito – ficou vermelha com a piscadinha dele, o que enfatizava ainda mais o vermelho de seu cabelo – Mas eu não entendo muito de música... Sei tocar uma coisa ou outra... – duplo sentido? Talvez...  

-Sim, tanto la na américa quanto aqui no velho mundo. Mas não eu não ganho dinheiro com eles não, eles não são meus eu viajo o mundo inteiro procurando quem é que será a próxima banda de sucesso.

Quando você se senta de lado ele volta a te encarar as pernas, agora sem tentar disfarçar

-Brás e Pepe é o sobrenome de minha mãe. Não entendi o que você falou sobre amante. Sim, você poderia ser meus olhos em alguma festa, em troca eu posso conseguir que você entre de graça em alguns lugares em Lixboa sem ter que ficar na fila ou passar pelos bouncers ele te da uma piscada meio de lado e estica a mão para te cumprimentar, tocando de leve a tua coxa com a superfície do dorso da mão no caminho

Manon

- Ahm! – ela havia entendido errado o cartão do homem – “E” em português não é algo como “and”? Pensei que fosse você e o tal Pepe – riu da própria confusão, cruzando as perninhas e percebendo o olhar dele ali.  

- Hmm, olha, é uma proposta interessante! Gosto de festas  - olhou para ele, dando um sorrisinho -  Podemos começar essa semana? – parecia animada,  não sabia se teria problemas com aquilo... Ou se realmente ficaria com a madrinha... Mas daria um jeito.  Não havia folheado os documentos que havia recebido por preguiça e falta de atenção. De qualquer forma,  gostava da sensação de surpresa.

- Você gosta do que vê? – perguntou, vendo os olhos dele passearem por suas pernas vez ou outra.

ele da uma risada feliz com você estar se exibindo para ele

-Sim, você é uma menina muito bonita - ele diz piscando para você antes de olhar para a frente e te ignorar o resto da viagem
você desce do avião carregando seus papeis e segue as pessoas até uma esteira mais ou menos sendo ignorada por Antônio que você pega te encarando e desviando os olhos alguma vez e que quando você começa a retirar sua grande mala da esteira do aeroporto ele se incliana por cima de você te tocando por trás e puxa a mala da tua mão e a coloca em um carrinho de bagagem e diz somente

-venha, vamos pegar um taxi ele diz ja de costas para você já indo para fora do lobby do aeroporto

Manon

Manon abre um sorriso, mas logo fecha a cara quando tenta puxar um assunto e ele não responde. Qual era o problema daquele cara? Não sabia mesmo tratar uma menina. Pegou o desenho que havia feito dele e começou a colocar características bem feias nele, tipo narigão, GRANDES orelhas pontudas, cabelo despenteado e uma verruga na ponta do nariz.

Depois acabou se distraindo em outro desenho e, em algum momento, cochilou. Ao chegar no aeroporto, saiu sem nem dizer “tchau” pra Antônio, pedindo pra outra pessoa pegar sua bagagem de mão.  Seguiu para a esteira de malas, sendo surpreendida por ele, quando sua mala apareceu.

- Hey! Larga isso -  disse, quando ele pegou a mala e foi o seguindo, procurando nos documentos o telefone da sua madrinha.  – Eu preciso das minhas roupas! Hey! – ele andava rápido, ela custava a acompanhar – Minha madrinha está esperando!

-Vamos pegar um taxi? podemos parar em algum hotel para você se trocar e iremos para algum clube mais a noite, não é isso que você quer? Ser meus olhos entre a população mais jovem?
ele parece confuso com a sua atitude

-Você tem aonde ficar? Sua madrinha vai vir buscá-la aqui? posso mandar um carro te buscar à noite se for melhor para você! você tem meu cartão, me ligue a tarde que estarei no escritório, preciso de um bom banho quente

ele para com a mão na alça da tua mala te encarando

Manon

Ficou mais tranquila quando ele parou, confusa com tudo o que estava acontecendo ali.  A proposta dele era tentadora, mas não sabia se podia confiar em Antônio. O homem não parecera legal no avião, boa parte do tempo.

- Lá tem um telefone? Acho que é melhor ficar esperando num lugar quentinho – Estava mais frio ali que no “novo mundo” e o vestidinho não ajudava. Olhou em volta e não viu a madrinha esperando. Será que havia ouvido errado a conversa da mãe?

Começou a andar ao lado dele, aceitando a oferta inicial. Caso desse tudo errado, pelo menos poderia se divertir em uma festa naquela noite.

Dessa vez ela que não puxou assunto, ficando quietinha até entrarem no táxi, onde começou a folhear os documentos que tinha consigo, para entender qual era o seu objetivo ali. A perna indicava que estava ansiosa, se movendo freneticamente, o joelho subindo e descendo em movimentos pequenininhos.

você ai até o taxi com ele, ele ajuda o taxista a colocar a sua grande mala e a mala de mão no porta malas, ele esta com uma mala pequena somente e ele senta-se no bando de trás com vc te apontando a cidade, te explicando a arquitetura local
falando brevemente com o taxista em português

-O aeroporto foi construído no local mais alto da cidade na região norte e descendo nas 3 direções temos o rio, descendo naquela direção pro lado leste da cidade temos os bairos mais pobres, e perto do rio o bairro dos árabes e mouros, muito lugar bom para visitar lá, bares, botecos e dança, muita dança
se seguimos reto para baixo por essa rua passaremos pela sede do governo e para os pontos turísticos e o bairro velho onde estamos indo, encontrar um hotel legal para você descansar e a nossa direita o bairro caro, onde a população rica e os governadores da ditadura vivem.

Nisso você puxa teus papeis, logo depois do avião você tem um ticket para pegar o ônibus até a rodoferroviária e as 15h você tem o trem para Aveiro. Você não tem idéia de que horas são

Manon

Manon olhava a paisagem, sentindo um leve sorriso surgir no rosto. Gostava de conhecer coisas novas e fazia tempo que não viajava. Abriu a janela, fechando os olhos por um instante e sentindo o vento no rosto, enquanto Antônio falava sobre a cidade.

- Hmm, então ali é o nosso alvo – indicou o bairro perto do rio e logo se atentou aos seus papéis, coçando a cabeça ao encontrar os tickets – Ah merda – falou mais pra si mesma, olhando para o homem – Que horas são? Acho que preciso voltar... – Bem, não que estivesse muito animada a viver com a madrinha, mas não queria arrumar confusão logo de cara.  O risco de voltar pra um hospital deixava ela aterrorizada.

Ele te encara sério
-Como assim precisa voltar??
ele fica em silêncio e ri

-Desculpe, eu acreditei que vc estivesse falando sério - encara teus papeis na tua mão e diz - que merda, é sério mesmo? você vai perder uma noite com tudo pago porque tem uma passagem? pra que horas? ele olha no relógio e encara tuas pernas e você com os olhos meio fechados, você pode sentir a tensão dele de longe, a vontade dele estar com você - e se... se eu pagasse uma passagem para você para seu destino, qual teu trem? ele se aproxima para pegar o ticket da tua mão e lê
Aveiro é mais ou menos perto, em 2 horas você chega, precisa chegar hoje?

Manon observa ele ficar confuso e até rir de nervoso. Passa pra ele os papéis quando ele começa a fazer as perguntas... Ele era adulto, devia saber resolver essas coisas.

-Eu suponho que possa ter atrasado o voo... – disse, quando ele perguntou se ela precisava chegar naquele dia.   Olhou para ele – Mas eu não tenho dinheiro... Tem certeza que quer que eu fique? – Sentou mais de ladinho, apoiando o braço no banco e a mão na cabeça, preocupada com aquilo.  Apesar disso, parecia ingênua o suficiente pra acreditar no homem que havia acabado de conhecer.

Ele senta se bem mais relaxado
-Sim, voos atrasam o tempo inteiro

ele ri tranquilamente agora antes de fechar um pouco os olhos e te encarar sem perceber que a língua acaba tocando o lábio brevemente
ele pede um endereço para o motorista do taxi e vocês param em um hotelzinho pequeno de portaria com cara de antiga e um menino mais novo que você coloca suas malas em um carrinho e segue vocês 2 para o lobby onde Antonio fala em português com a moça da portaria e que te entrega uma chave falando em um inglês cheio de sotaque
-Sua sobrinha será bem tratada aqui senhor da Silveira, 6o andar quarto 606

Ele te da um beijo no rosto bem perto da boca te segurando pela cintura e sai

-volto daqui umas 3 horas, coma algo e tome um banho, pode pedir o que quiser pelo telefone.

Manon pega de volta os papéis e guarda na mochila, observando o caminho que faziam  até o hotelzinho. A cidade era muito diferente, as construções, as pessoas... Tudo! Até a situação era muito diferente. Queria poder viver coisas como aquelas todos os dias de sua vida...

O inesperado era sempre bom, mas sua mãe nunca entendeu aquilo... Por isso nenhum dos casamentos havia dado certo.

Quando chegaram, ela desceu do carro, já indo pegar as malas quando um rapazinho o fez. Agradeceu, sem estar acostumada com aquilo e entrou no hotel, sem entender uma palavra que fora dita até que a atendente se dirigiu a ela.

- Ah, obrigada.  – sorriu, olhando pra ele e esperando que viesse consigo... Mas, mais uma vez, ele foi um cara chato e irritante.  Afastou o rosto rápido quando ele deu um beijo em sua bochecha, marchando para o elevador com o menino das malas.

- Você me entende? – perguntou em inglês. Caso ele dissesse que sim, continuaria – Meu tio vem muito aqui? É minha primeira vez na cidade...

-Sim, ele responde para tua pergunta se você entende ele, porém para a tua segunda frase ele apenas da de ombros e diz Sim novamente obviamente sem entender o idioma

Ele abre a porta do teu quarto, deixando você entrar na frente, coloca sua mala em uma cômoda de maneira que seja fácil de você abrir ela e entra falando em português e apontando para o telefone do hotel, para as cortinas, os armários e o banheiro

O teu quarto é pequeno e escuro, com cara de antigo porém limpo. O banheiro possui uma banheira toda enfeitada apoiada em algo que parece os pés de um dragão, e a pia segue o mesmo padrão de relevo com pequenas esculturas na borda. A cama é menor do que a do seu quarto, e está cheia de almofadas e travesseiros todos muito brancos. Não existe porta separando o banheiro do ambiente do quarto.

Depois de ver o quarto você nota que o rapaz continua na porta, esperando uma gorjeta

Manon não insiste no assunto, percebendo que ou ele não queria responder ou não entendia quase nada do inglês. Seguiu para o quarto,  ficando confusa com as instruções em português, olhando para onde ele apontava, entendendo que provavelmente era  sobre como usar o telefone e as outras coisas.

Quando percebeu ele parado, suspirou - Gracias... No... No tengo... Dinheiro- arriscou um espanhol muito ruim - Desculpe... - parecia envergonhada, era terrível não ter mais a pensão de seu pai para fazer as coisas. Será que aquela vaca ainda tava recebendo, mesmo mandando Manon pra longe?

Quando o menino saiu com a expressão descontente, ela fechou a porta, olhando pro quarto. Era um pouco melodramático demais, talvez por ser antigo. Manon gostava de ambientes mais limpos, as energias fluiam melhores neles.

Tirou os sapatos, indo até o banheiro. Seu rosto estava péssimo. Abriu os armários procurando o kit de primeiros socorros, vendo se encontrava aspirinas por lá. Se sim, tomaria uma dose bem maior do que a recomendada. Logo arrancaria a roupa e aproveitaria a banheira. Água bem quente...

Os sais de banho pegou na mão, olhando o pequeno frasquinho com pedrinhas....