(...)Será um combate até o primeiro sangue, mas é melhor você, meistre ficar de sobreaviso para qualquer eventualidade.(...)
Asdulfor faz uma leve menção a Beron e complementa:
-A carruagem estará totalmente preparada para caso ocorra alguma eventualidade... Minha função de Meistre infelizmente não me permite assistir as justas que envolvam membros de nossa casa e estar pouco preparado com apenas parte de meu material de tratamento. Estarei na carruagem de prontidão. Já irei preparar desde já. Ele olha ao redor com certa preocupação. -Alguma notícia de Gaspar e Lu Mei, eles disseram a algum de vocês para onde iam e o que fariam?
A reunião noturna se encerrou sem que qualquer um pudesse encontrar respostas sobre o paradeiro de Gaspar e Lu Mei.
Mas diante da premência dos eventos mais recentes, a preocupação com eles era secundária.
Foi ums longs noite de trabalhos e preparações no acampamento Felinight, e todos dormiram pouco, ansiosos pelo dia seguinte.
CAPÍTULO 4: O TORNEIO DO REI
"Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz: Eu sou a morte!
Responde o cavaleiro: Eu sou o Amor!“
Antero de Quental poeta português 1842 - 1891
Maehra quebrou o jejum com bolos de aveia e leite de cabra servidos por Alayaya, a filha da proprietária.
Eram cerca de oito horas da manhã quando o cocheiro enviado por Vintner chegou à procura dela. Maehra tinha sido a única artista de seu grupo da estalagem que se dispusera a assistir o torneio, talvez as outras já não vissem naquilo nenhuma novidade.
Mas Maehra fôra convidada por Esdres Felinight, e tinha grande interesse em assistir aquele duelo de justas.
A carruagem partiu avançando lentamente nas ruas cheias e barulhentas da capital, conduzindo Maehra. Muitos dos habitantes de Porto Real não pareciam interessados no torneio, preferindo cuidar de suas próprias obrigações, aproveitando as oportunidades comerciais que uma cidade cheia de visitantes proporcionava.
Ao saírem para a grande planície que sediava o torneio, Maehra conseguiu ver o mar de pavilhões coloridos de nobres, ostentando brasões com diferentes desenhos e imagens. O trajeto por ali era esburacado e fazia a carruagem sacudir bastante.
Antes que conseguisse chegar perto da arena de justas, o cocheiro parou e desceu para abrir-lhe a porta. Era o mesmo velho de manto marrom da noite anterior:
Spoiler:
- Só conseguiremos chegar até aqui, madame. Terá que andar daqui em diante. O senhor Vintner disse que seria melhor que ficasse naquela colina onde os trovadores e bardos estão posicionados, longe da multidão. Eu esperarei aqui até o final das justas, ou se quiser voltar antes.
Maehra teve dificuldades em passar pela multidão de plebeus postada à beira da arena que se acotovelavam em busca de um melhor ângulo. A colina dos artistas estava mais distante, mas tinha uma visão completa. As arquibancadas de madeira estavam reservadas aos nobres, que começavam a chegar aos poucos para preencherem seus lugares.
O Rei Robert e sua corte chegaram por volta das 10 horas da manhã, e trombeteiros e cornetores anunciaram sua presença com uma fanfarra que abafou todos os outros sons.
Sob o comando dos intendentes, os cavaleiros começaram a desfilar pela pista, entrando pela esquerda do rei, passando em frente a todos os nobres, parando no centro para curvar-se perante o rei, prosseguindo até o final para circular as divisórias de madeira e depois passar perante o povo, que os apaludia e vaiava conforme sua simpatia.
Spoiler:
Os grandes lordes e campeões deles foram os primeiros, e muitos dos maiores cavaleiros dos Sete Reinos passaram por ali: Sor Barristan Selmy e Sor Jayme Lannister da Guarda Real, o imenso Sor Gregor Clegane apelidado de Montanha que Cavalga, seu irmão Sandor Clegane o Cão de Caça, Beric Dondarrion.
Havia cavaleiros representando as grandes casas nobres, mais reconhecíveis por seus emblemas que por seus nomes: Ashford, Beesbury, Caswell, Redwyne, Tyrell, Pike, Harlaw, Buckwell, Cressey, Rosby, Sweet, Stokeworth, Blackwood, Bracken, Frey, Mallister, Piper, Vance, Crakehall, Estren, Lefford, Marbrand, Payne, Westerling, Penrose, Rogers, e muitos outros.
Após quase uma hora, acabaram-se os cavaleiros das casas nobres, que puderam se retirar para seus pavilhões, e apróxima hora foi de desfile de cavaleiros plebeus, dde torneio ou andantes, muitos deles pobres e humildes, com ornamentos que empalideciam diante da glória dos senhores que tinham vindo primeiro. O primeiro dia seria de disputas entre eles, e apenas os vencedores avançariam para enfrentar os nobres no segundo dia.
Já era meio-dia quando o cortejo de cavaleiros pobres terminou sua apresentação e foram se preparar para lutar por sua honra, glória e prêmios, arriscando seus únicos bens e as próprias vidas.
Mas a primeira luta era um desafio sagrado de honra para resolver uma disputa entre duas casas nobres do Norte: Dannett e Felinight.
Um septão da fé dos Sete veio à frente do rei enquanto os campeões da casa Dannett e Felinight eram chamados. Addam Dannett veio pela esquerda, trajando sua armadura de cota de malhas, com espada na cintura e um escudo com seu brasão, a româ traspassada por uma flecha; ao seu lado vinham Edan Ward e Meistre Ferris.
Pela direita, vinham os Felinight. Esdres era o campeão, mas Beron caminhava à frente, e Arthur junto com seu escudeiro Alvin Toole seguiam atrás, trazendo os prisioneiros amarrados. Gyeln seguia por último. Enquanto passavam, ouviram vaias e gritos vindos da multidão:
- E quanto aos fazendeiros?
- Assassinos!
- Fora com os gatos da noite!
Os Felinight se postaram frente à frente com os Dannett, com o septão entre eles. Embora os Felinight fossem devotos dos Deuses Antigos, a cavalaria era uma tradição da Fé dos Sete, bem como a religião do rei.
O septão os conclamou:
Septão:
- Senhores do Norte, Lorde Dannett e Lorde Felinight, vós estais hoje diante de vosso rei, Robert I Baratheon, e de todos os seus súditos aqui reunidos, e na presença sempiterna dos Sete Deuses que são Um, e dos Deuses Antigos adorados pelos povos ancestrais! Eu lhes rogo que falem a verdade e façam que a honestidade e justiça prevaleçam!
Virando-se para Adham, o septão disse:
- Senhor de Dannett, suplicaste justiça pelo massacre de quinze fazendeiros de suas terras, e agora eles estão com o Estranho. Acusastes a casa Felinight de culpa por tal ato vil, expondo um escudo com o emblema deles como prova de vosssa acusação. Escutastes a defesa dos Felinight que apresentaram homens para confessar sua culpa. Eu lhe rogo que aceites sua alegação e tome justiça destes prisioneiros confessos.
Adham levantou sua voz juvenil para ser ouvido pela multidão:
- Esses prisioneiros diriam qualquer coisa depois de serem ameaçados e mantidos reféns por tanto tempo! Eu não acredito nessas explicações, e se eles não confessam, então mostrarei a culpa deles no campo de batalha!
O septão virou-se para o lado dos Felinight:
- Lorde Felinight, se vós ou alguém de vossa casa foi a causa de tal massacre, rogo-lhes que confessem e ofereçam reparação à Casa Dannett, e encerrem o assunto amigavelmente!
Beron redarguiu:
- Nada temos para confessar! Somos inocentes, e se um jovem impertinente se recusa a ver a verdade, então nosso campeão mostrará a verdade de nossas palavras!
O septão então invocou os deuses, erguendo um cristal de sete lados que espalhava fachos de luz, as sete cores do arco-íris, cada uma numa direção, girando-os para que todas as luzes passassem em cada local:
- Que os Sete olhem para vocês e julguem a verdade! Que o Pai faça cair sobre vós a justiça divina! Que a Mãe tenha misericórdia de seus pecados! Que a Donzela mantenha a pureza dos inocentes! Que aa Velha lhes permita agir com sabedoria! Que o Guerreiro dê força e coragem a seus campeões! Que o ferreiro fortaleça suas armaduras e escudos! E que o Estranho leve aquele que não respeitar esse combate sagrado!
Spoiler:
O septão deixou a arena, e o intendente ordenou que tomassem posições sobre os cavalos.
Beron virou-se para Esdres e disse:
- Lute bem, meu filho. E vença!
O Lorde Felinight tomou seu lugar na extremidade das arquibancadas, deixando que
OFF: Essa é a rodada de preparação. Se Asdulfor for tentar algo, tem que ser agora. Quaisquer preparativos de Esdres também. Na próxima rodada, haverá as rolagens de combate.
GASPAR
Clayton Archay logo despertou, olhando ao redor, e enfureceu-se ao se dar conta da situação.
Imediatamente começou a berrar:
- Traidores! Cães do Usurpador! Rebeldes imundos! Eu cuspo nos seus túmulos! Porcos sem honra!
Gaspar não esperava que o Cavaleiro da Raposa acordasse, as perguntas que o selvagem ladino pensava em fazer se tornariam constrangedoras diante do Sor que os guiou até aqui.
Porém as sutilezas da manipulação social eram fatores que Lu Mei conhecia suficiente para ajudar em deixar Gaspar sozinho com o Cavaleiro da Raposa
—Há algum problema com isso, Sor? Enquanto Clayton fazia promessas de cuspir em túmulos, eu pensava na real utilidade que Archay poderia ter e se realmente foi ele quem atacou camponeses e pretendia descobrir de que maneira tais ataques cairam sobre a casa dos Gatos Sombrios.
—Lu Mei... Você poderia conversar com Sor Jorys sobre nossa trilha de retorno? Eu preciso falar com o criminoso preso.
Com alguns sinais de olhar, sabia que a minha aliada iria usar de seu charme e bom senso para embromar o cavalheiro para que eu pudesse ficar sozinho com o Raposa. Especialmente porque ele se mostrou ingênuo como qualquer ajoelhador. Isso incluindo o prisioneiro...
Eu aguardo os dois irem discutir trilhas o máximo de tempo possível , enquanto começo a manipular a vontade do Raposa, para que ele se torne um aliado e me conte detalhes que eu possa saber.
—Eu admiro sua fidelidade ao Rei Robert, atacando os que aceitaram o Retorno do Rei, mas isso agora é passado... Seus parentes da casa Archay te querem de volta para cumprir suas obrigações diante dos Targaryen. Nós três viemos te buscar porque seu rival foi obrigado a dobrar os joelhos diante do verdadeiro rei.
Obviamente uma mentira, o Rei Robert governa perfeitamente bem e certamente viverá por muitos anos, mas se o sujeito esta enfurnado saqueando pessoas que usam esses caminhos todos como "traidores" ele provavelmente não deve ter muito contato com a realidade fora desse bosque.
Então a notícia falsa de que os Targeryan voltaram, algo com o que ele sonhava e seus parentes de casa vieram de longe — seja lá que longe seria isso — poderia pelo menos capturar a atenção dele por um momento justamente alimentando seu fanatismo e ainda tentando dizer que eu estava mal orientado sobre que Rei ele esta defedendo.
Se ele engolir essa história, justamente devido ao próprio esforço em aguardar tal momento, isso pode significar a diferença que traria alguma luz aos acontecimentos.
Depois de descobrir se ele é quem é o culpado pelo que esta acontecendo, só depois disso que falaria com os dois. Era importante que Sor não me ouvir...
Bendidos Corredores Noturnos que me ensinaram como lidar com Ajoelhadores.
Off: Vou tentar rolar Enganação contra o Raposa... Lembrando que tenho bônus contra não Selvagens para os enganar...Vou descrever melhor isso na rolagem
Lu Mei entendeu a deixa de Gaspar e conduziu Sor Jorys para uma distância apenas à vista de Gaspar, fazendo perguntas curiosas ao velho cavaleiro até que o ex-escravo não pudesse mais ouvi-los, e Melchior soube que poderia iniciar seu interrogatório.
Mas o blefe de Gaspar foi imediatamente refutado pelo cavaleiro renegado.
Sor Clayton Archay riu desdenhosamente dele e disse:
- Acha que eu sou idiota, seu filho dos Outros? Eu sei que você é um lacaio do Usurpador, o assassino dos verdadeiros reis Targaryen! Não vai arrancar nada de mim, seu rebelde imundo! Eu ainda me erguerei sobre os seus ossos e defecarei nos seus órgãos apodrecendo! Darei seus olhos aos corvos e queimarei até o último pertence que você já teve! Vou...
Os gritos do Cavaleiro Raposa continuavam a ecoar na noite, praguejando e amaldiçoando contra Gaspar.
À distância, Sor Jorys esgueu a vista na direção deles com preocupação, e Lu Mei tentava falar com ele para mantê-lo longe do interrogatório de Gaspar.
OFF: A rolagem poderia ter confundido Archay se não fosse ruim, mas Gaspar raciocinou mal: se o Cavaleiro Raposa for o verdadeiro mandante do massacre nas terras Dannett, ele viajou por Westeros e teve contato com muitas pessoas recentemente, então não está tão mal informado sobre o governo dos Sete Reinos. O fato de ele se esconder na Mata do Rei não quer dizer que ele ficou lá o tempo todo...
Asdulfor desperta cedo o dia nem estava completamente claro, ele abre a pequeno parta de sua pequena janela e observa por todos os lados da carruagem, logo ele pensativo vai até seu diário e descreve mais um dos sonhos que teve e ao revisa-los percebeu que quase todos se referiam aos Dannets e aparentemente os símbolos não indicavam coisas boas para a essa família.
Muitas ideias iam e vinham na mente do velho enquanto ele lia e relia seus sonhos forçando sua interpretação, a principal conclusão que ele chegou era que alguém dentro dos Dannets tinha a intenção de prejudica-los a romã enterrada de seu ultimo sonho parecia indicar alguém nas sombras no coração dos próprios Dannets. Outros símbolos poderiam ser deduzidos.
O represeiro com a face irritada ao Norte poderia indicar a irritação dos Deuses Antigos pelo ato dos Fenlinight participarem de uma celebração em homenagem aos deuses novos. O homem molhado com gesto de cobrança pode ser o Deus Afogado cobrando algo dos Fenlinight. Talvez ele exija que os Fenlinight façam justiça dando a ele a vitória sobre os Dannets, pois ao final do sonho ele ataca a romã jovem e imatura que era o jovem Lorde Dannet, destruindo-a. O que pode acalmar a ira dos antigos e fazer justiça para a família.
Por outro lado a chama vermelho ao sul queimava o felino, mas era difícil de entender e a estrela das sete pontas representando os deuses ofuscavam o gato das sombras. Asdulfor também não entendia sobre esse detalhe, ele tinha certeza de uma coisa, tanto a fogueira como a luz ofuscante eram algo desagradável, e provavelmente não poderiam ser algo bom.
Toda essa análise fez o dia clarear e antes de tomar seu desjejum o velho dirige-se até a carruagem de Beron para falar com ele. O velho dá três batidas na porta e esperava que fosse atendido.
Mote: Sou a última da minha casa, e cabe a mim garantir que seus nomes se tornem lendas!
Itens Carregados: Violino, Traje de Artista e Perfume.
Vestimentas: Vestido longo de veludo preto e sandálias pretas de amarrar na perna.
Fiquei aborrecida com o comportamento de Vickon, mas mantive a compostura. Estava desconfortável naquele local, mas o fato dele providenciar uma condução deixava-me mais tranquila.
Mesmo temendo por algum problema com algum cliente bêbado, o final da noite se mostrou tranquilo e até lucrativo. Contudo, para entreter os clientes, sacrifiquei algumas horas de sono.
[...]
Ao acordar, relutava a sair da cama. Sentia por ter acordado participar da justa da casa Felinight. Porém, não podia voltar atrás com o jovem Esdres. Respirei profundamente para reunir forças e logo sentei-me na cama dando uma bela espreguiçada.
Apesar de cogitar ir ao evento bem trajada, repensei e decidi seguir com minhas vestes de artista. Afinal de contas, não sabia como era uma justa, mas pela descrição de Vickon, não parecia ser um dos melhores lugares para portar joias. Pelo menos para mim, multidão eufórica e distraída era sinônimo de punguistas oportunistas.
Minha face cansada refletida no espelho fazia-me querer voltar para cama. E mais alguns segundos ali realmente fariam-me desistir. Então simplesmente, sem mais pensar, desci para o desjejum. Alayaya parecia ser uma garota gentil, mas não tivemos tempo de confraternizar. Pois, a carruagem já estava a minha espera.
Sabia que seria uma longa viagem, então apenas aproveitei a vista da cidade. A movimentação nas ruas fazia-me crer que os cidadãos não estavam interessados nas festividade. Mas, mudei de ideia ao ver o local que sediaria o torneio. Isso só era reforçado por ter que seguir caminho sozinha, pois não havia como a carruagem avançar.
- Entendo. Seguirei sem problemas, meu bom cocheiro. - Respondi a estender-lhe a mão para que ajudasse-me a descer. - Agradeço pela indicação. Já sobre ficar aqui me esperando. Acredito que será um tempo infrutífero. Peço que siga com seus afazeres... - Aproximo-me e sussurro. - Ou tire um tempo de descanso merecido. Acredito que só retornarei ao fim das justas. Então... - Esboço um sorriso matreiro e dou de ombros.
A principio, queria adentrar até a parte dos nobres e encontrar a tenda Felinight. Mas, todo aquele alvoroço se mostrava um obstáculo e tanto. E finalmente, eu pude entender o real motivo da gargalhada de Vickon. No entanto, isso não me faria desistir. Recuei e procurei atentamente por um local mais calmo que pudesse permitir minha empreitada para encontrar o jovem Felinight.
Asdulfor é atendido e prontamente adentra a Carruagem.
-Beron, preciso conversar com você... Mas antes queria saber como você está Lady Maria, como andam os enjoos e como está sua alimentação? No banquete do rei percebi que não comeu bem. Assim que quiser precisarei examina-la.
O velho aguarda a resposta de Lady Maria e logo volta sua atenção para Beron:
-Vamos até minha carruagem... O velho assente para Lady Maria e assim que chegam Asdulfor mostra o que deixou preparado caso Esdres se machuque. ...Tudo já está posto e organizado para tratar Esdres caso ele sofra algum ferimento além do esperado, mas não é apenas sobre isso que quero lhe falar. O velho senta-se e pede que Beron também se sente e então inicia sua fala:
-Tive alguns sonhos durante nossa viagem, e ontem tive mais um. Parece que os antigos estão querendo me dizer algo sobre a casa Dannet, tenho a impressão que eles estão sob alguma ameaça. Pela situação falida que se encontram não seriam um problema direto para nós, mas podem servir de abate para alguma das casas do norte que tem uma ambição maior do que deveria... E os Bolton não me saem da cabeça, eles sempre causam problemas. Devemos ficar de olho neles e nas outras casas que temos rivalidade.
Além disso, os deuses antigos exigem nossa vitória contra os Dannets, principalmente por eles cultuarem a fé dos sete. O Deus Afogado em meu sonho me cobrava algo e em seguida ele disparou uma flecha contra uma das romãs presas num galho no qual eu, como um tigre das sombras pisava com a pata. Romãs simbolizam a Casa Dannet e a flecha atinge a melhor fruta, uma jovem e promissora que provavelmente é o Jovem Addam Dannet. Tinham mais duas romãs, uma já velha e podre, provavelmente representava o Lorde Alfric Dannett, sua vida parece já estar no fim.
Existia outra romã no galho, uma aparentemente boa por fora, mas podre por dentro e ela estavam parcialmente enterrada. Essa pode representar a ameaça aos Dannets que vem de dentro.
O velho levanta-se e coça a barba de uma lado para o outro e complementa.
-Quando Esdres vencer, não exija nada dos Dannets como reparação pela derrota deles a não ser um pedido público de desculpas. Isso pode acelerar sua caída e pode não ser bom para nós. Pelo menos até que eu consiga desvendar esses sonhos completamente. Sem dúvidas há alguém tramando contra nós e usando eles como escada. Alguma informação sobre o cavaleiro raposa? A única coisa que descobri é que ele é da casa Achay e é um fanático pelos Targaryens e inimigo de todos aqueles que servem o Rei Robert.
Era isso que eu queria lhe dizer. Use seus discursos motivacionais para animar Esdres e dar-lhe confiança.
Não havia muita certeza sobre o envolvimento do Cavaleiro contra os Dannet. Pelo menos não até agora. Gaspar acreditava na possibilidade dele ser um cavaleiro isolado na floresta, mas agora aquelas palavras demonstravam a possibilidade dele realmente ter atacado os camponeses induzido por alguém. Afinal um defensor das velhas tradições da casa dracônica que se isolou na floresta do Rei não teria a mínima noção do que esta acontecendo fora daqui sem ser pego pelo exército real.
—Certo. Pode achar engraçado o que eu disse... Mas foi uma tentativa minha fútil de fazer você pensar por outro ponto de vista... Acha que é o único defensor dos Targeryan em todos os Sete Reinos? Como sabe que flechadas que você deu por aí não mataram outros saudosistas do governo dos Dragões. Eu posso falar sobre isso porque não sou nenhum homem que dobrou os joelhos para o Rei Robert como o que nos guiou até aqui, viemos Lu mei e eu de Essos.
Aquelas palavras tentavam contornar a compreensão inicial da conversa. Além de fazer os gritos do Cavaleiro Raposa soarem sem sentido para os cavaleiros rivais.
—Vou então tentar entender se você é realmente um tolo facilmente manipulável ou se realmente esta fiel aos seus ideais. Eu estou muito longe de ser um homem como Sir Jorys. Mas ele, como você deve conhecer, é um velho defensor do rei Robert. Já eu... bem, eu venho de Essos e nada tenho haver com os Sete Reinos. Você parece saber muito para quem estava aqui defendendo "os Targeryan"... Mas realmente não sabe quem sou eu... E pelo visto esta sendo manipulado por uma das casas que realmente... tem certeza de quantos mortos inocentes você gerou? Especialmente entre servos dos Dannet que queriam o Rei Dragão de volta? Estou aqui para saber se você matou aqueles inocentes com sua própria sentença... porque se fez isso... na verdade esta trabalhando justamente para pessoas que jurou combater... A não ser que me diga quem te guiou para matar aquela povo, vou continuar convencido que sua convicção esta sendo usada contra você.
OFF: Na verdade apesar da falha em manipular o saqueador, o raciocínio não deu tão errado assim, pois não havia muita certeza sobre o envolvimento do Cavaleiro com mais gente contra os Dannet até agora. Se ele realmente esteve longe da floresta e esteve na hospedaria ou distante, ele reagir tão prontamente demonstra que ele não é tão errante assim e que alguém tem dado guarida ao "caçador de rebeldes". Isso significa que matar camponeses dos Dannet não foi um ato aleatório como parecia até agora e sim alguém o ajudou ou manipulou para isso. Além disso a verdade é que Gaspar de fato não é um servo do Rei Robert. O que parece agora é que alguém usou essa revolta para criar uma conspiração contra os Fellinight. Talvez os próprios Dannet? Isso é o que Gaspar vai tentar descobrir , tentando de novo usar o fanatismo do Raposa contra ele... Só que dessa vez com um pouco mais de sinceridade.
A noite de Esdres foi boa e não foi ao mesmo tempo, a muito tempo não ia dormir tão cedo e tão sóbrio, aconchegado em sua cama, com pijamas e tudo o mais. Normalmente dormia jogado em qualquer lugar, que raramente era sua cama, e com a roupa que estava. Mas ao mesmo tempo, a ansiedade estava a mil, e isso atrapalhava o seu sono, acordando algumas poucas vezes durante a noite, pensando no grande momento.
O dia começou cedo para Esdres, tinha que se preparar para a justa, não tinham muitos represeiros no sul, então não tinha como rezar antes da batalha. Mas, num momento ímpar ao comum de Esdres, ficou retirado em sua tenda para se concentrar no momento que ia vir. Esdres não tinha escudeiro, pois ainda era muito jovem, então pediu para suas aias te ajudarem a colocar a armadura, e alguns guardas da casa também.
Quando saiu de sua tenda, já estava trajado com sua armadura. O gato preto estampado em seu peito, e os raios lunares vermelhos passando por sua armadura. Olhou a todos ali, sentia o peso de ser o campeão de uma casa, representava todos ali, não só sua família. Os olhares focavam em Esdres, não era por acaso, além de ser o campeão, Esdres não era modesto em suas vestes.
Ainda não iria usar, mas levou seu machado de batalha junto consigo, preso em suas costas. Isso demonstrava mais poder, pelo menos aos olhos de Esdres.
Seguiu a comitiva de sua família ao local da justa. O local ja estava cheio, todos ansiosos para o começo do torneio. Seu corcel seguia na comitiva da família, e primeiro viria a apresentação das casas. Esdres montou nele e seguiu para a apresentação. Buscou com os olhos a violinista da noite passada, sem sucesso. Ao chegar no momento de cumprimentar o Rei Robert, cumprimentou-o com toda a etiqueta que recebera, e após isso lançou um olhar a princesa Myrcella.
Passou o resto do tempo junto de sua família, reservado. Sua irmã estava junto com ele, encorajando-o. Só saiu quando chegou o momento de sua família encontrar com família acusadora. Saiu junto com seu irmão, o machado ainda em suas costas. A caminhada até o centro foi dolorosa para Esdres, ouvindo as palavras mentirosas de acusação a sua família. Esdres se manteve firme, olhando pra frente. Não disse nada durante a conversa com o sacerdote, apenas encarou o jovem Danett o tempo todo, sem desviar o olhar. Ao sair, Beron virou para Esdres e disse:
- Lute bem, meu filho. E vença!
Esdres olhou dentro dos olhos de seu pai, e com um pequeno sorriso no rosto, disse:
- Darei o meu melhor, meu pai! E com certeza trarei essa vitória a nossa família
Esdres voltou para seu batalhão e ficou com seu cavalo, acalmando-o até a hora do embate. Deu seu machado a quem ficaria mais próximo de Esdres no momento do embate (É claro, sendo de sua casa), e verificou o bom estado das suas lanças.
Arthur fica feliz em ver o sorriso no rosto do irmão, quando abriu de lutar com o Herdeiro dos Dannet para ele realizar o seu momento. O herdeiro ama os seus irmãos e se preocupa com eles, embora o peso do seu lugar na sucessão familiar, o obrigava a manter um distanciamento desconfortável, mas necessário e quando via o sorriso dos irmãos, aquilo era a melhor coisa que acontecia no seu dia. Ele se retira para um bosque próximo do acampamento e ao achar uma árvore parecida um represeiro e derramou a sua alma para os deuses antigos, pedindo pelo sucesso da família, que a justiça acabasse prevalecendo e que seu irmão saísse vitorioso. Pediu que abençoasse Inez e que ela pudesse presenciar a sua vitória quando enfrentasse o seu oponente e que, sorridente, o beijasse e assim com a alma leve se recolhe e encontra o seu irmão em um misto de relaxado e tenso e batendo no ombro dele diz: - Você sabe que o amo, que não há nada mais importante para mim que meus irmãos e minha família. Você também sabe que confio em você, que se alguém na família vai sair vitorioso amanhã, é você, então só faz o que você sabe e me dá esse orgulho de ter ver sendo honrado por todos... Só foca e ganha. Sorri para o irmão e arruma o seu leito para descansar para o longo dia que vinha, mas não consegue e antes de se trocar, faz a sua ronda entre os soldados e os cumprimenta pelo nome, individualmente, um a um, e fala palavras de incentivo e confiança de modo bem pessoal, mostrando o seu respeito e o seu apreço por cada um e confere o seu serviço e encerra com palavras de elogio e faz isso com cada um que consegue ver no acampamento, levantando a moral dos seus homens de confiança, pois ano dia seguinte deveria precisar deste elo com cada um. E depois deste tour, ele volta e finalmente se despe e se deita com sua couraça de couro acolchoada. , Acorda antes de todos e faz suas abluções e higienizado começa a se armadurar, tendo ajuda do seu escudeiro. Sai em busca de ver Inez e acena para um dos seus heróis da infância, Sor Barristan Selmy, a sua referência de cavalheiro e ele se aproxima e o saúda pelo nome, mostrando sua boa memória de quando foi apresentado a ele na última viagem que fez com o pai e um pouco a frente vê alguém que parece outro cavalheiro famoso da guarda real, Sor Loras Tyreel, o cavaleiro das flores, mas ele conversava de forma afetada com um outro cavaleiro e não estava acessível para um aceno e após esta pequena circulada, volta a tempo de participar do desjejum familiar e dar apoio ao seu irmão na sua missão de defender a honra da família, após dizer palavras de incentivo para Esdres, se coloca ao lado do seu meio irmão e quebram o nervosismo do momento com comentários jocosos sobre alguns cavaleiros que estava ridículos como pavões reduzidos a galinhas e sorriam das próprias piadas e com isso relaxavam um pouco. Arthur sempre se sentia muito a vontade com Gylen.
Até que os arautos chamam, os campeões das duas famílias e o Herdeiro e seu escudeiro, ocupam o seu lugar logo atrás do seu pai e puxando os prisioneiros amarrados por corda e naquele momento ele sente que estão cruzando uma importante encruzilhada em suas vidas, onde os caminhos da gloria e da desgraça se confluíam. O septão começa a inquirir as famílias e como esperado o Jovem Dannet que sua vingança e não ouve a voz da razão e seu pai, diz que os Felinight são inocentes e que seu campeão mostrará essa verdade pela vitória justa que obterá. O sacerdote da fé dos sete, então passa a condução para o intendente que inicia os preparativos para o embate, seu pai deseja sorte para o filho e Arthur apenas diz: - Só vai e vence por todos nós.
-Beron, preciso conversar com você... Mas antes queria saber como você está Lady Maria, como andam os enjoos e como está sua alimentação? No banquete do rei percebi que não comeu bem. Assim que quiser precisarei examina-la.
Lady Maria tranquilizou Asdulfor:
- Está tudo bem, meistre, eu comi o suficiente. Os pratos do sul são muito mais temperados do que os que temos no Norte e por isso não caíram tão bem no meu paladar. Fique descansado, cuide do meu filho!
Beron acompanhou o tio até a carruagem dele, checando tudo com olhos curiosos. Ele disfarçava bem a preocupação com Esdres demonstrando confiança, mas Asdulfor o conhecia bem demais para ser enganado.
A seu pedido, Beron se sentou para ouvir.
Existia outra romã no galho, uma aparentemente boa por fora, mas podre por dentro e ela estavam parcialmente enterrada. Essa pode representar a ameaça aos Dannets que vem de dentro.
Beron suspirou, aturdido:
- Você entende mais de deuses do que eu, tio. Por que alguém que segue o Deus Afogado mataria o moleque Dannett? Quase não há homens de ferro por aqui nesse torneio! E essa história de terceira romã? Não entendo...
-Quando Esdres vencer, não exija nada dos Dannets como reparação pela derrota deles a não ser um pedido público de desculpas. Isso pode acelerar sua caída e pode não ser bom para nós. Pelo menos até que eu consiga desvendar esses sonhos completamente. Sem dúvidas há alguém tramando contra nós e usando eles como escada. Alguma informação sobre o cavaleiro raposa? A única coisa que descobri é que ele é da casa Achay e é um fanático pelos Targaryens e inimigo de todos aqueles que servem o Rei Robert.
Beron troçou:
- Qualquer equipamento que o moleque tem, nós temos melhor, e os Dannetts estão falidos, não teriam como pagar somas que fossem vantajosas para nós. Se ele se desculpar publicamente já será muito mais do que esperávamos conseguir. Arrisco a dizer que nem que esfregássemos o tal cavaleiro raposa na cara dele não seria o suficiente para convencer aquele pivete teimoso! Lorde Arryn parece estar inclinado a nosso favor, é um homem justo e sábio, mas tudo dependerá de Esdres. Vamos esperar que nosso garoto nos dê orgulho amanhã!
ARTHUR
Após passar para desejar boa sorte a seu irmão Esdres, Arthur ainda circulou por entre os soldados, que estavam todos empenhados em ajudar nos preparativos do Felinight mais jovem. Fora os que estavam de guarda, os outros ocupavam-se com o cavalo, as armas, as armaduras, as roupas e todos os outros acessórios de Esdres.
Talvez por preocupação, Arthur deitou com sua couraça de couro acolchoada, que apesar de ser mais leve que as outras armaduras, ainda era bastante incômoda e desconfortável para dormir, tanto devido à forma quanto ao calor de fim de outono que fazia em Porto Real.
ESDRES
Esdres dormiu pouco, tendo um sonho intranquilo. Ao seu redor, ele ouvia os sons do acampamento fervilhando de atividade até mais do que durante o dia. O desafio que enfrentaria no dia seguinte parecia ser do conhecimento de todos os servos da casa.
Anya, Beatrix e Daria, prepararam um leito confortável para Esdres e, depois de se certificarem de que ele não precisava de nada para a noite, se retiraram, deixando o campeão Felinight descansar o melhor que pudesse.
Na manhã seguinte, Amon e Gareth Snyder vieram lhe trazer o desjejum ainda na cama, acompanhado de suas aias.
- O chef Aurilly fez especialmente para o senhor, senhor Esdres! Ele disse que foi especialmente balanceado para dar-lhe energia sem pesar demais no combate!
As três servas o ajudaram a comer, cercando-o de mimos como havia tempos não recebia. A ansiosa Anya estava ainda mais agitada, a dura Beatrix estava mais carinhosa que o normal, e a dedicada Daria parecia À beira das lágrimas.
Depois da refeição, as servas levaram os utensílioss e o deixaram ter privacidade para meditar sozinho. Esdres sabia que havia um bosque sagrado na Fortaleza Vermelha de Maegor, mas era muito longe e talvez ele não conseguisse entrar. Seus pensamentos convergiram tanto para os represeiros de Porto Real quanto os do bosque sagrado no Castelo dos Sussurros, seu lar Felinight no muito distante Norte.
Quando chegou a hora de armar-se, ele pediu ajuda, e suas três servas acorreram rapidamente. As três lhe deram três lenços para envolver suas juntas por baixo da roupa, Beatrix lhe deu um lenço branco para o joelho esquerdo, Anya lhe deu um vermelho para o joelho direito e Daria lhe deu um preto para seu cotovelo esquerdo, o que suportaria o escudo. Mas as três não tinham prática nenhuma em armaduras, e por isso chamaram os soldados para ajudar.
O calado Wilford, o Olac que agora falava com a voz raspada depois do ataque na estrada, e o veterano Aubrey Abiss o ajudaram a colocar cada peça, checando cada fecho várias vezes. Quando finalmente o cobriram de metal, Aubrey disse:
- Agora só falta o elmo!
Ele abriu a porta da tenda e deu passagem para os ferreiros Horace Steel e Tomas Brazier, que traziam sobre uma bandeja de chumbo algo coberto com um pano. Eles puxaram o pano, deixando que Esdres visse o elmo que tinham preparado para ele.
Spoiler:
- Fizemos prateado para combinar com sua armadura, senhor, mas é muito forte e resistente, pode estar certo! A viseira é móvel, e quando fechá-la, poderá enxergar por essas partes que imitam os bigodes do gato das sombras, mas que estão bem protegidas por uma tela intena. Trabalhamos forte a noite toda para terminá-lo a tempo, esperamos que seja de seu agrado, senhor!
Quando Esdres saiu da tenda, todos os servos da casa estavam alinhados num corredor para lhe dar passagem até seu cavalo, e irromperam em aplausos e vivas,
- Viva Lorde Esdres! Viva o campeão Felinight!
E assim foram todos para a arena.
O TORNEIO
Maehra fez bem em ficar atenta, pois moleques punguistas a olhavam com cobiça, decepcionados pela prontidão dela.
Ela reparou que o público desse torneio dividia-se entre os nobres e a plebe mais pobre que vinha torcer por seus favoritos. Os comerciantes que elaa observara não vieram, deviam estar ocupados cuidando de seus negócios.
Apesar da distância, os olhos precisos de Maehra distinguiram muitos dos nobres que ela vira no banquete da noite anterior. Ela viu também o homem pequeno que ordenara seu pagamento a Vickon, sentado numa cadeira almofadada próxima da do rei Robert.
Após o desfile pomposo e demorado dos cavaleiros e nobres, finalmente os Felinight entraram na arena, confrontaram seu acusador, disseram qualquer coisa e foram se preparar. O Lorde Felinight, ao lado de sua mulher e filha, sentou-se na extremidade esquerda da arquibancada mais baixa, mas seus filhos, o herdeiro, o bastardo e o campeão, Esdres, foram preparar seu cavalo.
O cavalo de Esdres também recebera uma armadura para proteger a face e o torso dianteiro da montaria. Além de Arthur e do escudeiro Alvin, os outros três soldados Felinight também estavam a postos para ajudá-lo, entregando o escudo, as lanças de justa que eram grandes hastes de madeira de 3 metros com a ponta oca para se espatifar com o impacto. Os outros soldados e servos se acotovelavam com a multidão de plebeus, gritando a favor dos Felinight em franca desvantagem contra o resto do público.
O arauto tomou o centro da arena e anunciou:
- Adham da Casa Dannett! Esdres da Casa Felinight! Venham a frente e provem sua bravura!
Um arauto segurava uma bandeira no meio da pista que eles percorreriam. Vindo da esquerda, Esdres passaria pelo lado da cerca de madeira mais próximo da arquibancada dos nobres, enquanto Adham correria pela raia mais próxima do populacho.
Esdres sentia sua armadura, seu escudo, sua lança e o cavalo abaixo de si, olhando fixamente para frente. Ele notou que Adham estava bastante imóvel, segurando a lança um pouco baixo demais, já com a viseira do capacete fechada.
O arauto ergueu a bandeira, e Esdres viu Adham arrancar com o cavalo contra ele, mirando a comprida lança de madeira contra ele.
OFF: @DariusNovadek, faça três rolagens de Luta (Lanças) + 1d pela carga a cavalo. Para agilizar, já faça também 3 testes de Lidar com Animais para evitar cair do cavalo quando atingido.
GASPAR
—Certo. Pode achar engraçado o que eu disse... Mas foi uma tentativa minha fútil de fazer você pensar por outro ponto de vista... Acha que é o único defensor dos Targeryan em todos os Sete Reinos? Como sabe que flechadas que você deu por aí não mataram outros saudosistas do governo dos Dragões. Eu posso falar sobre isso porque não sou nenhum homem que dobrou os joelhos para o Rei Robert como o que nos guiou até aqui, viemos Lu mei e eu de Essos.
Arshay fez brevemente um riso sarcástico e amargo:
- Qualquer um que tenha dobrado o joelho para o Usurpador é traidor dos verdadeiros reis! Você é de Essos mas está aqui em Westeros servindo uma casa de traidores, então o que isso faz de você? Um lacaio de traidores! Eu não me importo com o que você pensa, assim como um dragão não se importa com uma formiga!
- Está tudo bem, meistre, eu comi o suficiente. Os pratos do sul são muito mais temperados do que os que temos no Norte e por isso não caíram tão bem no meu paladar. Fique descansado, cuide do meu filho!
Asdulfor faz um leve aceno e responde:
-Não se Preocupe, cuidarei dele, estarei apostos e tudo na minha carruagem está pronto.
- Você entende mais de deuses do que eu, tio. Por que alguém que segue o Deus Afogado mataria o moleque Dannett? Quase não há homens de ferro por aqui nesse torneio! E essa história de terceira romã? Não entendo...
O velho levanta o dedo indicativo para explicar a Beron de modo mais claro:
-Eu estou tão confuso quando você Beron, talvez alguma crença velada dele entre alguns do norte, não sei ao certo. Já os antigos, Eles não parecem muito felizes sobre nossa vinda aqui... se você analisar bem, poucos do norte vieram inicialmente pela distância, mas alguns pela crença, mesmo apoiando o Rei Robert. O represeiro no meu sonho me olhava com irritação e eu não vejo outro motivo para que estivéssemos desagradando os antigos a não ser vir participar de uma festa em homenagem também aos sete.
- Qualquer equipamento que o moleque tem, nós temos melhor, e os Dannetts estão falidos, não teriam como pagar somas que fossem vantajosas para nós. Se ele se desculpar publicamente já será muito mais do que esperávamos conseguir. Arrisco a dizer que nem que esfregássemos o tal cavaleiro raposa na cara dele não seria o suficiente para convencer aquele pivete teimoso! Lorde Arryn parece estar inclinado a nosso favor, é um homem justo e sábio, mas tudo dependerá de Esdres. Vamos esperar que nosso garoto nos dê orgulho amanhã!
O velho faz um gesto com a mão tranquilizador.
-Sua preocupação é plenamente palpável para mim Beron, eu o conheço desde criança e lhe eduquei em parte, mas creio que Esdres, por tudo que vi durante seu desenvolvimento desde muito pequeno é plenamente capaz de vencer o Dannet, inclusive ele é melhor que você, como deve ser! Os filhos devem ser melhores que seus pais. Não se preocupe, além disso estarei aqui para cuida-lo caso as coisas deem errado, mas não darão.
O velho encerra e parece bastante confiante.
-Bom, agora eu preciso descansar, amanhã estarei estudando desde cedo alguns de meus tomos para estar ainda mais preparado, peça que ninguém me incomode, a não ser para falar da vitória de Esdres ou caso seja necessário trata-lo.
A despedida se faz com um aceno e Asdulfor tranca a porta assim que Beron sai e deita-se para dormir. No dia seguinte o velho levanta toma seu desjejum, alimenta seus animais e vai também para a fila desejar sorte a Esdres. Assim que o jovem sai ele dá o mesmo aviso que deu a Beron na noite anterior e vai para sua cabine, de lá ele warga no Raksshar que passa a vigiar a porta da carruagem e warga também um pequeno pássaro voando até a arena, lá ele procura o cavalo que o jovem Dannet irá montar e sai do corpo do pássaro e tenta entrar na mente do cavalo.
Conseguindo, ele se prepara para agir. Ele travará um pouco os passos do cavalo, reduzindo sua velocidade, bem como fará com que o trote não seja estável, fazendo as quatro patas perderem parte de sua sinergia no deslocamento e assim buscará atrapalhar o equilíbrio tanto de Addan Dannet.
Naquele momento Gaspar começou a rir com Arshay, mas muito mais em um tom divertido do que amargura do Raposa :
—Dragão? Sua casa não é a mesma da antiga família real... Seu tolo surdo e megalomaníaco! Você não é um Targeryan, é alguém que foi um lacaio deles... assassino e ladrão ridículo que justifica sua sede de sangue com uma guerra que já acabou.
Com isso, com ódio em seus olhos, Melchior se inclinou e olhou diretamente nos olhos do prisioneiro.
— Eu não me ajoelhei para ninguém, não sou um escravo igual você. Eu vim aqui defender rei algum ou casa nenhuma... Vim fazer o que é certo, porque nessas terras os cavaleiros fazem juramentos de honra para proteger o povo, mas na realidade são parasitas e assassinos como você que matam primeiro e perguntam depois... É por serem tão incapazes de pensar por eles mesmos que você é uma mera peça em um joguete que não conhece bem. Apenas vim aqui investigar esta matando camponeses e com isso dando mais poder para casas que se ajoelharam para o Rei Robert... Não consegue ver isso? Ao rodar pro esses reinos, pensa que todos viraram lacaios do Usurpador? Achei que fosse um homem de honra em sua luta para colocar os Targeryan de volta... E não que fosse um mero acobertador ou cometedor de assassinatos. Qual é seu plano, matar todas as pessoas de Westeros para que o rei fique sem servos sejam eles fieis ou não ao Robert? Você é a única formiga aqui, sequer é digno do nome Raposa...
Com a faca, Gaspar rasgou o símbolo na árvore onde o raposa estava amarrado.
—Que seja esse seu nome agora... Eu, Gaspar Melchior o nomeio "Cavaleiro Formiga"...
E depois de rasgar um desenho mal feito de formiga com a lâmina na casa da árvore fez um gesto como de um senhor feudal dando um título em total zombaria.
—Agora é oficialmente o Cavaleiro Formiga. Saiba que uma formiga meramente serve ao Robert Baratheon sem pensar. É essa a verdade... Agora decida se vai me contar quem te ajudou nessa carnificina ou acha que terá um julgamento justo por parte do Usurpador quando o verdadeiro lacaio da casa dele que esta ali com minha amiga resolver te levar diante dele? Decida se vai me falar algo, ou se vai servir ao Usurpador.
A mente de Asdulfor viajou no pássaro à procura do cavalo que seria a montaria de Adham Dannett no desafio. Sobrevoando todo o terreno do torneio, Asdulfor tinha uma visão aérea de todo o local e viu quando o septão invocou os deuses para julgarem o vencedor.
Quando o meistre ancião desceu para transferir sua mente para a do equino, ele sentiu uma resistência, como uma rede, aa segurar sua investida. Apercebendo-se do que acontecia, Asdulfor teve uma visão de sete seres contendo-o numa barreira de sete pontas, e reconheceu os Sete Deuses dos Ândalos, um em cada ponta.
Spoiler:
Antes que pudesse ser permanentemente detido, Asdulfor forçou sua vontade contra a resistência deles e venceu, saltando para a montaria finalmente. Uma vez ali alojado, Asdulfor começou a controlar o animal para dificultar a cavalgada do jovem Dannett, que parecia um saco mole sobre a sela.
Finalmente o arauto ergueu a bandeira e Adham e Esdres dispararam um contra o outro.
O cavalo de Esdres era um garanhão bem preparado e de passo firme e veloz, e levou-o rapidamente contra seu inimigo enquanto ele tentava mirar sua la~nça contra o escudo de Adham, que tinha uma româ pintada nele. Ao mesmo tempo, Esdres mantinha o controle do cavelo com as pernas nas esporas para mantê-lo longe da ponta da outra lança.
O primeiro impacto fez Esdres deslizar a ponta da lança no escudo do garoto sem quebrá-la, enquanto a do adversário nem sequer chegou perto dele.
Retomando as posições, Esdres preparou a segunda investida. Com os olhos no herdeiro Dannett, Esdres Felinight apontou de novo sua lança contra o escudo, tentando manter a mão firme para empurrá-la contra o escudo, fazendo a ponta quebrar e/ou empurrando o cavaleiro para fora da sela. A pegada de Adham sobre a própria lança parecia muito frouxa, talvez um ero de iniciante, talvez sentindo a pressão do momento.
No segundo impacto, novamente a lança de Esdres raspou no escudo do Dannett, tirando tinta da pintura, mas sem quebrar a ponta e muito menos derrubando o rival. Por outro lado, a lança de Adham novamente não atingiu nem sequer o escudo Felinight.
A essa altura, algumas vaias do público já se insinuavam, irritado com a aparente falta de combatividade ou precisão dos desafiantes.
Postando-se para a terceira investida, Esdres fortaleceu sua determinação e esporeou seu cavalo, avançando velozmente contra o acusador, manejando firmemente sua arma e apontando-a com acuidade absoluta.
A terceira colisão da lança de Esdres espatifou a ponta contra o escudo, que o Felinight sentiu recuando com o impacto contra o corpo de Adham, aumentando a força do golpe.
O público urrou em exclamações, comemorando a primeira lança quebrada do torneio.
Adham Dannett ainda manteve-se sentado na sela, mas seu corpo pendia molemente sobre o cavalo, e seu escudo caiu ao chão no fim da pista, enquanto o escudeiro erguia a mão e gritava algo que Esdres não ouvia.
Mesmo o cavalo/Asdulfor demorou um pouco para entender.
O escudeiro anunciava que seu cavaleiro estava inconsciente.
Isso encerrou o desafio.
O Rei Robert se ergueu de seu assento e anunciou com voz de trovão:
- Um julgamento por combate foi exigido, e um julgamento por combate foi realizado! O Guerreiro abençoou o vencedor e provou verdadeira sua causa. Que o assunto se encerre aqui com o reconhecimento de uma vitória justa, e que continue o torneio!
A multidão aplaudiu, alguns gritando elogios, talvez não muito calorosamente, mas com respeito.
O meistre da Casa Dannett e seus ajudantes correram para auxiliar seu mestre. A comitiva dos Dannett carrega o filho de seu lorde para fora do campo enquanto o escudeiro de Adham recolhe seu cavalo, elmo e lança, deixados no campo.
Enquanto isso, Esdres estava ainda sobre o cavalo quando os soldados de sua casa o cercaram comemorando, e o próprio lorde Beron correu até onde ele estava, aguardando-o desmontar para cobri-lo de congratulações. Eram tantas pessoas falando juntas que Esdres não entendia nada, apenas sentia o sentimento expresso nas faces de cada um.
Finalmente a voz de Lorde Beron sobressaiu:
- Para o pavilhão! Vamos celebrar!
Os arautos começaram a anunciar os próximos desafiantes, dois cavaleiros andantes ordinários de pouco renome, e a atenção da multidão passou para a próxima disputa.
Na colina, Maehra assistira a vitória de Esdres Felinight, e também a balbúrdia que seu séquito fazia ao conduzi-lo para seu pavilhão no acampamento.
Ela poderia ir atrás dele agora, seguindo-o até o local onde estavam sediados, respondendo ao convite dele. Ou ela poderia ficar para ver as outras dezenas de cavaleiros que ainda lutariam.
Mote: Sou a última da minha casa, e cabe a mim garantir que seus nomes se tornem lendas!
Itens Carregados: Violino, Traje de Artista e Perfume.
Vestimentas: Vestido longo de veludo preto e sandálias pretas de amarrar na perna.
Não foi difícil reconhecer algumas faces familiares em meio ao nobres. Inclusive, meu contratante diminuto que se mostrava alguém mais influente do que eu poderia imaginar. Todavia, não tinha tempo a perder com tais nobres ou mesmo com aquele desfile pomposo. Meu objetivo era localizar a casa Felinight, mais precisamente o jovem Lord Esdres Felinight.
Após um muito tempo sem êxito, avistava os Felinight adentrando à arena. O patriarca seguiu para a arquibancada seguido por sua mulher e filha. A reação da plateia fazia-me questionar se a casa Felinight era cruel e desumana ou se o comportamento da plateia se dava por serem nortenhos. Não avistava os demais membros. Cujo os quais só pude ver ao serem convocados para a arena.
Não pude deixar de esboçar um sorriso presunçoso ao ver Esdres trajando uma armadura enquanto montava seu cavalo. Sentia-me estimulada por minha intuição se mostrar certa. Agora só faltava a vitória de Esdres. Se o destino me agraciasse com tal previsão, já acreditava que o jovem Felinight me veria como uma espécie de portadora de boa sorte e talvez assim, eu pudesse conseguir um lugar entre a realeza dos Sete Reinos.
Assim que a bandeira foi elevada dando inicio a justa, senti meu corpo tensionar cada músculo. Estava apreensiva. Ao mesmo tempo que torcia por Esdres, temia por sua segurança. Desviei o olhar e em seguida fechei os olhos antes que os cavaleiros pudessem se atingir. Apenas ouvi um forte choque. Voltando meu olhar para arena, ambos pareciam bem e se preparavam para uma nova investida.
Respirei profundamente me preparando, no entanto fechei os olhos mais uma vez. Ao ouvir o novo choque, apertei os olhos com força ao mesmo tempo que enrugava o nariz e da boca semiaberta, exprimia um chiado de agonia. Porém, as vaias da multidão fazia-me crer que a justa não acontecia como deveria acontecer. Mais uma vez ambos pareciam estar bem e novamente se preparavam outra investida.
Disposta a não mais desviar o olhar, encarei a arena e mantive-me atenta a nova investida dos cavaleiros. A tensão era tanta, que juro que podia ouviu as batidas de meu coração. Além, da respiração pesada e mãos tremulas. Esdres e o outro cavaleiro pareciam avançar de forma ralenti permitindo que eu acompanhasse cada movimento. Meus sentidos só voltaram ao normal com o estrondo de sua lança despedaçando contra o escudo de Adham. Para logo em seguida ser ovacionado pelo publico.
Os cavaleiros se mantinham em seus cavalos, mas não entendia o que ocorria. Um jovem que seguia a casa Dannett gesticulava e gritava. Mas, graças a todo o barulho da plateia e a distancia que me encontrava, não conseguia compreender uma só palavra. Felizmente, Rei Robert se pronunciou atribuindo a vitória ao jovem Felinight.
Sentindo um misto de felicidade e alivio, vibrei saltitante em comemoração. Assim como toda a casa Felinight. Sem mais delongas, desci a colina em direção ao pavilhão. Desejava ter sido a primeira a felicitar Esdres pela vitória, contudo, ficaria feliz se ao menos pudesse agraciá-lo com a canção da vitória.
Esdres teve uma noite inquieta, ainda que todo o acampamento estivesse trabalhando para que ele tivesse uma ótima noite. Na manhã seguinte foi presenteado por Amon e Gareth com uma bela refeição preparada pelo chefe Aurylli, Esdres aceitou de bom grado.
- Muito obrigado Amon e Gareth! Leve meus agradecimentos ao chefe também. A vitória de hoje também será mérito de vocês!
Esdres tentava esbanjar confiança, mas as borboletas no seu estomago não paravam de incomoda-lo. Suas aias o ajudaram a comer, tratando-o como a tempos não tratavam. Esdres devolveu o ótimo tratamento a elas, e colocando uma mão no rosto de Daria, tentou acalma-la.
- Não se preocupe Daria, treinei a minha vida por este momento, não irei decepciona-las. Logo voltarei e estarei novinho em folha, tão bonito quanto agora!
Depois de ter um tempo sozinho para meditação, suas aias voltaram para repara-lo para o embate, elas não tinham conhecimento técnico então foi necessária a ajuda dos soldados, Esdres aproveitou o momento para se aproximar ainda mais dos guardas, e também para tirar um pouco da ansiedade. Perguntava técnicas defensivas para Wilford, algumas falas de experiencias para Aubrey, e alguns truques para Olac.. Terminava dizendo:
- Essa sua nova voz ficou sexy hein Olac, as meninas devem ter amado!
Quando finalmente o cobriram de metal, Aubrey disse:
- Agora só falta o elmo!
Ele abriu a porta da tenda e deu passagem para os ferreiros Horace Steel e Tomas Brazier, que traziam sobre uma bandeja de chumbo algo coberto com um pano. Eles puxaram o pano, deixando que Esdres visse o elmo que tinham preparado para ele.
Esdres ficou espantado, não imaginava, seus olhos brilhavam, e ele começou a pular de alegria, quando viu estava abraçando a todos. Agora sim, lutaria com estilo, como gostava.
Off: foi surpresa mesmo!!
Quando saiu de sua tenda, todo armado, com o machado em suas costas, o elmo sendo segurado em sua mão direita, com todos da casa formando um corredor para felicita-lo, Esdres se sentiu em um sonho, como se tivesse andando pelos céus. Cumprimentava a todos, e andava firme, com um grande sorriso no rosto.
...
Tudo passou bem rápido para Esdres, rápido e lento ao mesmo tempo. Quando viu estava montado em seu garanhão, olhando o jovem Dannett no outro lado, montado em seu cavalo. Seu coração batia mais forte, tanto que parecia que iria pular pela boca. Esdres respira fundo, tentando se concentrar e focar no momento chave.
E é dado o ínicio, Esdres esporeia seu garanhão, que logo começa a correr a passos largos e firmes. A firmeza do seu cavalo parece ter passado pra ele também, e logo ele toma jeito e entra de cabeça na batalha. Porém, talvez por esta concentração tardia, apenas resvalou a lança no escudo do inimigo. Suspirou de Alívio quando do outro lado viu que não tinha sofrido nenhum dano.
Na segunda investida ja estava bem mais focado, porém de novo apenas tirou tinta do escudo inimigo, ouviu as vaias da plateia e ficou angustiado, queria um espetáculo, e não estava dando isso a plateia. Na terceira investida foi bem mais focado, aquela seria a investida decisiva. E essa sim acertou em cheio, estourando a lança, porém sem derrubar o oponente.
Esdres chega do outro lado feliz, mas ainda não tinha acabado, tinha que derruba-lo. Porém, o escudeiro erguia a mão e gritava algo que Esdres não ouvia.
O escudeiro anunciava que seu cavaleiro estava inconsciente. Esdres tinha vencido!
Esdres vai até o meio da justa e agradece ao rei com um movimento com a cabeça, foi o que conseguiu fazer antes de os soldados de sua casa o cercarem comemorando, e o próprio lorde Beron correu até onde ele estava, aguardando-o desmontar para cobri-lo de congratulações. Eram tantas pessoas falando juntas que Esdres não entendia nada, apenas sentia o sentimento expresso nas faces de cada um.
Esdres apenas o abraçava e comemorava junto, até que o seu pai disse para irmos até o pavilhão continuar a comemoração.
Esdres seguiu instantaneamente. Provavelmente seria a primeira festa em que poderia festejar a vontade, sem levar um puxão de orelha de seus pais nem de sua irmã.
...
No pavilhão comemorava com todos, bebendo vinho, dançando e cantando, junto com os soldados, aias e funcionários da casa. Depois de um tempo viu a linda violinista adentrando no pavilhão de sua casa. Imediatamente foi até ela.
- Linda Mahera, te procurei antes da justa começar, mas não a achei. Pensei que não tivesse visto a minha vitória, venha entre, e comemore junto conosco!
Puxou ela pela mão e ja começou a dançar com ela, depois de um tempo deu um copo de vinho pra ela, e anuncio-a para o pavilhão.
- Amigos! Essa é Mahera, uma ótima violinista que veio melhorar ainda mais nossa comemoração, aproveitem!!
Tudo estava planejado na mente de Asdulfor, iria invadir a mente do cavalo Dannet e controla-lo de modo discreto e sutil, mas estava preparado para agir de modo mais bruto caso as coisas não fossem bem para Esdres. De pronto seguiu na mente de um pequeno pássaro e rodou toda a arena e arredores buscando o seu alvo. Não demorou muito para o velho acha-lo e logo de imediato tentou tomar a mente da criatura, porém, para a surpresa do velho uma espécie de barreira mística nunca antes sentida por Asdulfor tentava o impedir, por um momento seu espírito afastou-se um pouco recuando para observar a barreira e lá ele pode ver realmente o que se tratava.
Eram os Sete e eles estavam dispostos a evitar que Asdulfor prejudicasse seu servo Dannet o velho parou por alguns segundos encarando cada um deles olhando-os em sua face, afinal, não era todo dia que um panteão surgia para você. A barreira era um pouco translúcida e Asdulfor pôde enxergar o Dannet e seu cavalo se aproximando da arena.
A luz dos sete ofuscava em parte sua visão e tentava subjugar sua vontade, percebendo que não podia sozinho contra os sete ele mentalizou os Antigos e os Sete puderam ver um grande represeiro com um olhar determinado e intimidador surgindo nas costas do meistre. Asdulfor olha para trás e a face parecia acenar positivamente para ele.
Com uma determinação juvenil o velho meistre volta a encarar os sete desafiando-os.
“Vocês são intrusos aqui, esse é nosso território e não iremos permitir que se interponham em nosso caminho!”
Asdulfor avança sobre os sete ao lado do represeiro e a barreira é completamente estilhaçada como uma janela, logo, com o caminho livre o velho possui o corpo do Cavalo Dannet e sua interferência acaba ajudando Esdres a trazer a vitória para os Fenlinight de um modo estranho, mas efetivo. Logo que o Rei Robert confirma a vitória de Esdres, Asdulfor volta para si, saindo do corpo do cavalo e se Rakashar, ali, em sua carruagem ele abre um largo sorriso. E enquanto Esdres não chegava ele desenha em um de seus papiros a imagem que ele viu dos sete.
Não demora e os barulhos de gritaria e saudações eram ouvidos, mais uma vez Asdulfor sorri e sai de sua carruagem em direção ao grupo que se aproximava e com um sorrio raramente visto ele abre os braços e dá um abraço em Esdres e umas tapinhas em seus ombros.
—Eu sabia…minha análise estava certa! Me diga sobrinho-neto, Addan Dannet chorou como um garoto mimado pela derrota? Adoraria ter visto, mas precisava estar apostos para cuidar de você caso algo desse errado. Hahaha! Aproveite hoje a festa é sua!
Encerrava o velho visivelmente feliz e quase nada turrão como de costume.
No Decorre da Festa o velho acompanhava as festividades sentado em uma cadeira que conseguiram para ele e percebe uma estranha chegar pouco tempo depois e ao que parecia, ela e Esdres já se conheciam. Ele cerra seus olhos desconfiado acompanha a festa mas vez ou outra volta a encarar a jovem com certa desconfiança.
Gylen acena para a multidão que clama por justiça acusando os Felinight. Ele sorri, falso e forçado. Eles iam mudar de ideia até o fim. Paixões assim se apagam rápido. Seriam esquecidas sob o trovão dos cascos. transformadas pela vitória, de quem quer que fosse.
O bastardo preferiu não olhar durante o combate. Pegou uma taça de vinho para afogar sua preocupação e fingiu nem estar interessado. "Será que ele demora muito? Temos uma comemoração para começar." Ele forçava o tom impaciente sobre a ansiedade. Quando o Rei finalmente anuncia a vitória ele fecha os olhos por um segundo inteiro antes de procurar o irmão com os olhos. Lá estava Esdres bebâdo de glória. Algo bonito de ver.
O pai convoca a celebração e o bastardo joga a taça de lado. Alívio. "Parece que ela gostou de você." Ele diz assim que Esdres anuncia a violinista. "Ela gostou dele, não é?" As palavras murmuradas, mas alto o bastante para Esdres ouvir, são direcionadas a Arthur, o herdeiro. "Quatro é demais?"
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Gylen vai até o velho sentado de cara emburrada. "Lorde Meister, não séria incrível se Esdres ganhasse também a liça? Duas grandes vitórias. O rei vai estar olhando para ele amanhã. Todos vão." O tom conspirador nem era escondido. Mas o bastardo tinha deixado o vinho de lado, era melhor estar afiado quando derrotava um inimigo que ainda continuava vivo para se vingar.
"Se você não se pode livrar do esqueleto que está no seu armário, é melhor que o ensine a dançar.“ - George Bernard Shaw
Enquanto Gaspar tentava dialogar com o Cavaleiro Raposa, ele gritava ao mesmo tempo, quase impedindo que Melchior ouvisse a própria voz. O símbolo de formiga não pareceu perturbar mais do que Arshay já estava, furioso e hostil.
O bate-boca deles trouxe Sor Jorys de volta, com Lu Mei vindo atrás dele com uma expressão de "desculpe, não consegui segurar ele por mais tempo".
O caçador de bandidos pegou um pano e enfiou na boca de Arshay, calando-o com algo parecido com uma mordaça.
- Pronto, assim não precisamos mais ouvir gritaria. Economize um pouco os gritos, você vai precisar de todos eles nas celas negras da Fortaleza de Maegor...
Lu Mei foi hábil em disfarçar a situação, levando Sor Jorys a crer que era apenas uma discussão com o prisioneiro. Com a ajuda do cavaleiro mercenário, eles estabeleceram um rodízio de vigílias noturnas para poderem dormir um pouco.
Na manhã seguinte, eles se puseram em caminho de volta à Estrada Real , cruzando a Mata do Rei até chegarem de novo à via.
Antes que chegassem de novo na estrada, os três ouviram um tropel de vários cavalos e vozes de homens gritando uns com os outros:
- Tem certeza de que ele veio para cá?
- Deve ter se escondido na mata!
- Não há florestas assim em Meereen, ele teria se perdido facilmente!
Esgueirando-se pelas árvores, os três tentaram achar um ponto de observação que os permitisse ver os que falavam sem serem vistos por eles.
Eram meia dúzia de cavaleiros, trajados com mantos muito vermelhos.
Gaspar conseguiu ver em alguns deles o símbolo do coração em chamas que lhe tinha sido familiar por muitos anos.
E com um súbito espanto, Gaspar enxergou o homem mais velho que liderava os cavaleiros, o sacerdote vermelho Nabonidus.
Arthur vibrou por dentro com a vitória do irmão, não que duvidasse, mas porque trouxe a tona toda a tensão daqueles dias e a alegria de colocar a sua casa no lugar que lhe era devido e decide deixar seu irmão brilhar após a sua vitória e não ofusca-lo com a presença do herdeiro naquele momento e se dirige a tenda do triunfo com discrição e se coloca próximo da entrada e logo vê a violinista que tocou no banquete e entende que é ela a moça para quem se dirige os pensamentos e coração do seu irmão e acena para o irmão, chamando a atenção dele para a entrada da tenda e logo ele a vê e caminha em direção ao irmão enquanto ele vem e na metade do caminho, bate no seu ombro e diz sussurrando ao seu ouvido: - Acho que valeu a pena, ela veio vê-lo, faça seu melhor agora, e se dirige para onde seu irmão estava, substituindo-o na comemoração, para que não o perturbem enquanto está com a bela musicista e brinda com os soldados e família comentando que agora será a segunda conquista de Esdres e brinda ao sucesso do irmão.
Quando consegue um novo tempo com o irmão, lhe mostra a programação do torneio e lhe indica as lutas dos prováveis adversários de ambos e sugere que devem ir ver essas lutas para estuda-los e que nos intervalos passeiem com suas amadas e fica esperando o irmão confirmar se o acompanhará para essa sondagem.