NOITE DO SEGUNDO DIAASDULFOR & GASPAREnquanto o gato/Asdulfor convencia Gaspar de que era melhor ficar longe da Fortaleza Vermelha, uma outra parte de sua mente viajava no corpo da coruja/Asdulfor justamente par o castelo erguido pelos Targaryen e ocupado atualmente pelos Baratheon.
Havia muitos guardas despertos e alertas na fortaleza, e muitos deles avistaram a Coruja/Asdulfor, mas não fizeram nada enquanto ele mantinha distância. Porém, quando ele tentou entrar no interior do castelo, os guardas enxotavam a ave com as mãos, lanças ou de outras formas ainda mais perigosas.
Asdulfor então decidiu abandonar o corpo da coruja e saltar para o corpo de um dos inúmeros gatos do castelo, muito mais ágeis e amplamente ignorados pelos soldados. Isso possibilitou que o trocador-de-peles explorasse durante bastante tempo o interior do castelo, sendo espantado apenas ocasionalmente por algum servo ocupado.
O meistre ancião já tinha estudado superficialmente a história e a arquitetura do Refúgio de Maegor, embora soubesse que os segredos da construção tinham se perdido com a morte do próprio Maegor, que assassinara todos os trabalhadores da construção após sua conclusão. Asdulfor estava ciente de que as Celas Negras ficavam nos níveis subterrâneos do palácio, tendo quatro níveis diferentes. Munido desses conhecimentos, o Gato/Asdulfor foi obrigado a abandonar sua forma para uma mais comum nas masmorras, os ratos.
- Spoiler:
Foram horas explorando as passagens subterrâneas, checando todas as celas uma por uma, verificando cada prisioneiro, o que era dificultado pelo fato de Asdulfor nunca ter visto pessoalmente o tal Cavaleiro Raposa. Todos os prisioneiros pareciam iguais, desprovidos de quaisquer roupas e ornamentos que qualquer plebeu poderia possuir, e muitos dos cativos tinham sido surrados até ficarem deformados com os inchaços e cortes. Asdulfor era esperto e sabia que Arshay não teria sido torturado ainda, então pelo menos podia descartar alguns desses da lista de possibilidades.
- Spoiler:
Mas os ratos, embora habitantes mais numerosos das masmorras, não estavam totalmente seguros. Diversas vezes, os ratos personificados por Asdulfor foram esmagados pelas botas de soldados particularmente irritados ou cruéis, e algumas vezes um ou outro prisioneiro faminto agarrava um dos roedores para devorá-lo de maneira selvagem. Asdulfor compartilhava os últimos momentos de vida desses animaizinhos e muitas vezes não conseguia interromper a ligação entre eles antes de sentir também as dores mortais, o que causava choques na mente e no corpo humano do meistre.
Por fim, mais uma morte adicional foi demais para o corpo de Asdulfor e ele perdeu a consciência antes de descobrir o que queria.
Quando Gaspar voltou ao acampamento Felinight já era madrugada avançada, e o dia raiaria dentro de menos de três horas.
MANHÃ DO TERCEIRO DIAASDULFOR & GASPARGaspar percebera o comportamento menos racional de Ballerion e Rakashar e fôra ao encontro de seu pai na carruagem do meistre, encontrando Asdulfor desacordado.
Foi relativamente fácil despertar o velho meistre, mas Asdulfor ainda sentia o cansaço de uma noite sem dormir trocando de peles e vivenciando mortes de animaizinhos nas masmorras da Fortaleza Vermelha. O próprio Gaspar não dormira muito e já sentia o acúmulo do cansaço, mas isso não o impediria de fazer o que precisava ser feito.
Após um desjejum rápido, quando Gylen Snow começou a rearrumação do acampamento, Gaspar assumiu as rédeas da carruagem do meistre para levar Asdulfor a Porto Real e à Fortaleza Vermelha. Não foi muito fácil, já que Gaspar nunca fôra muito bom em lidar com animais, mas todos os outros servos e soldados já tinham tarefas designadas pelo bastardo Felinight, de modo que Melchior teve que se virar do jeito que pôde. Isso resultou numa viagem cheia de solavancos, sacudindo o próprio meistre que não conseguia sequer cochilar durante as quase três horas de viagem.
Na entrada da Fortaleza Vermelha eles enfrentaram as formalidades de se identificarem para os guardas, declararem suas intenções, esperar que checassem suas autorizações, tudo isso enquanto os olhos do velho meistre quase se fechavam de sono. Mas finalmente alguns guardas vieram buscá-los para conduzi-los para as Celas Negras. Na entrada para os calabouços, os soldados se postaram perante um homem grande, careca no cume da cabeça mas com longos cabelos nas laterais, bastante intimidador. O homem não disse nada, apenas os olhou com olhos duro enquanto um soldado explicava:
- Este é Sor Ilyn Payne, magistrado do rei. Ele vai supervisionar o interrogatório.- Spoiler:
Seguindo Sor Ilyn e um punhado de guardas, Asdulfor e Gaspar percorreram escadas e corredores cada vez mais fundos e escuros, descendo até o quarto piso subterrâneo, onde uma sala de interrogatório cheia de instrumentos de tortura estava à espera de seu próximo hóspede, embora manchas de sangue, urina e fezes ainda estivessem frescas.
- Spoiler:
Um soldado chegou correndo e sussurrou algo para o capataz dos calabouços, e ambos pareciam perplexos. Quando finalmente alguém se dignou a explicar algo a Asdulfor e Gaspar, foi o capataz que disse com voz tremula:
- Meus homens acharam Arshay em sua cela, morto. Ele parece ter sido afogado.Os soldados não fizeram objeções a que Asdulfor e Gaspar fossem checar o corpo. Muitos dos soldados também foram, e o capitão e o capataz às vezes faziam perguntas agressivas para um ou outro carcereiro. Numa cela do terceiro subsolo, Sor Clayton Arshay, o chamado Cavaleiro Raposa, estava sentado encostado à parede de uma cela escura, fria e quase sem palha, iluminado apenas pela luz dos archotes que os soldados carregavam. De fora, parecia como se estivesse apenas dormindo, e era apenas ao entrar na cela e examiná-lo de perto que se notava que o corpo estava molhado e que escorria água de sua boca. Não era água doce. Era água salgada.
- Spoiler:
GYLEN SNOWGylen posicionou a carruagem de frente para a porta da estalagem para que Alyse Brazier pudesse ver quem saísse.
Ao entrar na estalagem, ele foi recepcionado pelo estalajadeiro, Lyle Brewer, de um modo cortês:
- Spoiler:
- Estamos lotados, milorde, mas se quiser beber, o bordel em frente, o Fonte de Jade, serve bebidas de boa qualidade o dia todo...O salão estava vazio, mas Gylen percebeu que Lyle se referia aos quartos. Aparentemente, depois que Lady Maria e os demais Felinight tinham se mudado em definitivo para o acampamento, o estalajadeiro não tivera dificuldades em achar outros hóspedes. Quando o bastardo explicou que estava procurando os Lugus ou o mercardo Mayo Vierro, o estalajadeiro respondeu:
- Estão todos no torneio, milorde, mas estarão de volta ao anoitecer. Eles fazem festas bem animadas todas as noites aqui. Mas se quiser festejar mais cedo eu sugiro o bordel aqui em frente...Quando Gylen saiu da estalagem, ele viu o bordel ao qual o estalajadeiro se referia, e havia várias mulheres bonitas à porta, incluindo uma moça bonita de traços exóticos que acenou para ele:
- Bom dia, milorde! Não quer relaxar um pouco...?- Spoiler:
OFF: Gylen deve rolar um teste de Percepção. TARDE DO TERCEIRO DIA - O TORNEIOLÍCIA -Mãe posso me sentar junto a elas, não saio muito do nosso castelo e queria fazer algumas amigas no Norte, para um dia visita-las ou me visitarem. Não quero viver igual a um corvo preso em uma gaiola isso vai acabar me matando mãe... Vou ficar perto prometo que não vou sair dali...Dou a minha palavra mãe... Juntava as mãos frente do rosto.
Lady Maria ponderou um momento e depois disse:
- Fique onde eu possa ver. Isabella, vá com ela, não deixe que ela faça nenhuma besteira.Assim acompanhada da perceptiva dama de companhia, Lícia foi conversar com as outras damas nortenhas.
-Lady Lyessa Flint, a senhora tem uma tonalidade muito bonita e única de cor nos olhos, é um prazer conhece-la...
Lady Lyessa sorriu minimamente para Lícia, acenando com a cabeça:
- Obrigada, minha jovem. Pelo seu brasão, você deve ser filha de Beron Felinight, não é? Qual o seu nome? -Lady Sybelle Glover, bonito vestido, devemos conversar mais tarde sobre o seu bom gosto em belos tecidos e suas tonalidades, preciso urgentemente que alguém me salve das cores fortes dos tecidos que uso em meus vestidos...Sorria mostrando as cores gritantes do seu vestido.
Lady Sybelle parecia uma mulher séria, mas abriu um amplo sorriso ao ver... Isabella?
- Ah, Isabella, minha querida, como é bom revê-la! Como você está?Isabella respondeu e tratou de apresentar Lícia:
- Muito bem, milady, e faço votos que vossa senhoria também esteja. Essa é minha senhora, Lícia da Casa Felinight. Lady Lícia, antes de ser senhora de Bosque Profundo, Lady Sybelle era da casa Locke assim como eu.Lady Sybelle abraçou Lícia educadamente, dizendo:
- É um prazer conhecê-la, Lady Lícia, espero que esteja cuidando bem da minha querida Isabella! Precisamos conversar assim que tivermos oportunidade, creio que teremos muitos assuntos interessantes! seguia caminho até parar frente a Jonelle, aproximando seu rosto perto do rosto dela.
-Tem alguma coisa te incomodando aqui na arquibancada Lady Jonelle Cerwyn, vejo que está tão desconfortável se precisa de algo ou alguém para conversar pode ir ao meu acampamento... Apontava para o brasão de sua casa.
Lady Jonelle se encolheu toda quando Lícia aproximou o rosto dela e seus olhos se arregalaram. Ela olhou para o brasão que Lícia mostrava e disse numa voz quase sumida:
- O-obrigada, milady... Por fim deixava a mulher em paz sempre sorrindo tão logo que chegou onde queria reverenciava as irmãs Manderly.
-Eu me chamo Lícia Felinight, é um prazer encontra-las, posso me sentar junto a vocês, sabe está um pouco entediante o dia e não tenho com quem conversar além do meu irmão, não tenho muitas amigas no Norte, pois meu pai não deixa eu sair muito e acho que hoje é uma boa oportunidade de fazer novas amigas... Sorria gentilmente e sentava ao lado da Wynafryd Manderly.
-Estão gostando das festividades? É a primeira vez que venho a um torneio e estou adorando... Acenava para o Esdres da Arquibancada assim que ele olha-se para a arquibancada sem gritar se não sua mãe a mataria.
As duas irmãs sorriram para Lícia e Wynafryd cedeu espaço para que ela e Isabella se sentassem ao lado dela, tendo Wynlla ficado mais distante.
Wynafryd disse:
- Sente-se, Lady Lícia, fique à vontade! É um prazer conhecê-la!Wynlla disse para a irmã:
- Ela não é a lady, a mãe dela que é!Wynafryd replicou:
- São apenas formas de tratamento, Wynlla, não quer dizer que ela é a senhora de... como se chama seu castelo mesmo?Quando falaram das festividades, Wynlla disse:
- Está muito lotado, tem gente demais nessa cidade!Wynafryd ponderou:
- Certamente era o que se esperava de um torneio do rei dos Sete Reinos! É um pouco difícil andar pelo festival, mas há muitas coisas interessantes para ver.Quando Lícia acenou para Esdres, as duas irmãs também olharam na direção dele e acenaram discretamente.
Wynafryd comentou:
- Seu irmão é um bom cavaleiro, Lady Lícia!Wynlla completou:
- E muito galante também! Mas você tem outro irmão, não tem? Aquele que lutou com o cavaleiro morcego? Ele está bem?As duas jovens eram tanto ricas quanto adolescentes, dispostas a fofocar alegremente por todas as horas que durasse o torneio.
ESDRES, LÍCIA & MAEHRA Ainda em cima do cavalo e dentro da arena Esdres tirou seu elmo e foi primeiro até o rei e a família real e fez uma reverencia. Depois aproveitou para passar pelos nobres, acenando e lançando uns galanteios para as jovens nobres, principalmente as do norte. Também fez um movimento da cabeça para o seu pai, que comemorava ostensivamente também, um sentimento de dever cumprido invadia o peito de Esdres.
Depois deu a volta e cavalgou para o lado dos plebeus, onde por la comemorou sua vitória com eles também, de uma forma um pouco mais livre, acenava para eles, e até tocava suas mãos. Demorou até um pouco para sair da arena, mas tinha que aproveitar o momento o máximo que pudesse.
O rei e a rainha aplaudiram educadamente, mas o Príncipe Joffrey parecia um pouco contrariado, e Esdres o ouviu dizer:
- Você terminou muito rápido! Não teve graça! Ele nem sequer quebrou a lança em você! Qual o problema com esses cavaleiros do Norte?As jovens nobres por sua vez eram bem mais apreciadoras da vitória de Esdres e aplaudiam-no coquetemente. As irmãs Manderly sentadas ao lado de Lícia eram as mais empolgadas, principalmente a loira-esverdeada Wynlla.
Apesar de muitos cavaleiros ainda para justar naquele dia, havia um intervalo maior entre um duelo e outro do que no dia anterior, de modo que Esdres pode fazer todos os gracejos que queria, impressionando bastante os plebeus que vibravam com sua vitória, e alguns já o chamavam de "cavaleiro gato do Norte".
Ele também viu Maehra e a torcida que ela orquestrara fazendo grande fanfarra, com cantos e músicas, levando à multidão a um estado que beirava o êxtase com o segundo filho Felinight.
Quando saiu da arena, foi recepcionado com parabenizações por Olac e Tasso, que cuidaram de seu cavalo e suas armas. Por aquele dia, Esdres já poderia retirar sua armadura, pois não haveria outra luta para ele até o dia seguinte.
Horas mais tarde, Tasso chamou-o para a área dos cavaleiros com um pouco de agitação.
Havia dois servos em túnicas marrons e enfeites verdes que passavam por árvores, o símbolo da casa Woods. Eles traziam um cavalo e a armadura que insistia em atrair o olhar de Esdres para suas partes baixas.
- Sor Esdres, sou o escudeiro de Sor Langley Woods. Vim trazer-lhe o cavalo e a armadura dele. Sor Langley não pôde vir... ele morreu após o combate.