Teria ajudado seu tio-avô quando este passou mal, mas deixou isso para o seu irmão, agradecia a violinista pela ajuda, apenas acenou para se afastarem, pois não queria mais confusão. Respirou fundo e encarou seu pai de volta na mesma proporção que ele ficava encarando ela, não poderia mais recuar, não poderia mostrar fraqueza nenhuma diante de todos que estavam observando.
Quando o “senhor da casa” pegou a espada ela apenas se colocou em posição de combate, mas baixava a guarda em vê-lo cravar a espada no chão, e neste momento observava seu pai, uma luta de espada com ele seria difícil, tanto pela diferença de força e tamanha a envergadura do braço com a espada dificultariam sua aproximação, em resumo ele tinha mais espaço e proteção poderia evitar facilmente sua aproximação, teria que usar de muita destreza corporal para esgueirar-se por entre seus movimentos, sem contar que provavelmente sentiria mais dor em seus braços e pulso a cada tentativa de tentar defender cada golpe.
Foi assim o observando para encontrar algum ponto fraco que poderia usar, quem sabe bater na lâmina da espada, mãos, pulso e pernas para tirar um pouco da força do seu pai ou movimento, mas fazer isso na luta ainda era algo perigoso, teria que usar de reflexos que não tinha, luta corporal e habilidade com a espada três coisas que não tinha, mas se tivesse com um arco poderia vencer quem sabe.
Abria os braços, mostrando estar desarmada, encarava sua mãe e sorria para deixá-la tranquila, na verdade era ela que sempre ficava surpresa com a semelhança que tinha com sua mãe parecia estar se olhando no espelho e isso a assustava muito. Inclinava-se em forma de respeito, logo se ajoelhava e apoiando as mãos no chão inclinava ainda mais a cabeça até encostar a testa no chão em humilhação.
-Peço perdão pela minha atitude, não soube expressar muito bem minhas palavras senhor, pois criou-se uma confusão sem a necessidade do envolvimento de outras pessoas, espero que o senhor em sua humilde generosidade que tem a seus servos os perdoe por isso…
Continuava com a cabeça no chão visivelmente irritada com aquilo, mas teria de fazer, pois sabia que seu pai adorava a servidão, fazia questão de lembrá-los quem era o senhor da casa, na verdade ela se sentia como uma escrava, tinha apenas que obedecê-lo e servi-lo da melhor forma possível e sempre ser eficiente ao máximo, segurou o choro e a raiva por alguns segundos para continuar a falar da melhor forma possível transparecendo uma calma que não estava tendo no momento.
-Passei todo o dia no porto tentando realizar a sua vontade como de costume, assim que terminei as negociações, me desloquei até o seu acampamento para descansar, pois no outro dia teria mais trabalho para resolver outros assuntos pendentes, um jovem me entregou uma carta do meu tio solicitando minha presença em seu acampamento, agradeço sua preocupação e a pequena força que reuniu para me resgatar, mas está tudo bem....
Continuava ali humilhada para o agrado do seu pai, tinha que manter o poder dele na frente de todos, parece que isso era o mais importante no momento, seria a primeira e ultima vez que faria aquilo, agora sabia o que deveria fazer e qual era o seu lugar entre sua família.
-Não tenho a intenção de me opor a seus desejos, vontade e mandos, mas a visita ao meu tio era necessária devido a uma questão muito delicada que chamou minha atenção, para evitar expor a minha mãe com assuntos que poderiam preocupá-la eu resolvi atender o pedido do meu tio. No seu acampamento não tem nada de tão especial, ele apenas requisitou a minha ajuda e serviços para administrar suas terras em Dorne, apenas isso… Pedi para ele não fazer nada contra nossa família ou qualquer ato que nós prejudique… Ele falou que não esta interessado em suas ações, pois sua atenção no momento está voltada para Dorne... Mais detalhes sobre nossa conversa é sobre meu tio-avô, detalhes que não vou poder contar aqui abertamente, pois é um assunto muito pessoal para meu tio-avô que não deve ser exporto a olhares e ouvidos dos curiosos é algo que deve ser discutido apenas entre membros da nossa família…No mais meu senhor peço perdão pelo que foi dito antes, fiquei assustada com tantas pessoas vindo em minha direção, achei que queriam me prender ou me bater, eu não poderia ficar parada, tentaria me defender da melhor forma possível…
Sem esperar pela resposta do seu pai, levantou-se limpou a sujeira do seu vestido visivelmente humilhada, limpou a terra de sua testa e o encarou com os olhos embaçados de uma pessoa segurando o choro, mas não daria este prazer ao seu pai o encarou com mais intensidade, deixou transparecer que ali algo tinha mudado e provavelmente o encarava no sentimento de estar encarando somente mais uma pessoa, seu pai havia morrido para ela. Ele queria uma subordinada valiosa para trabalhar com seu dinheiro apenas isso e nada mais que isso, suas ações e atitudes passariam a ser mais frias com seu pai. E assim o fez sem nenhum sentimento em sua tonalidade, mais parecia um zumbi sem alma falando.
-Se o senhor quiser mais detalhes da conversa devo reportá-las em privado com as pessoas que solicitei para a reunião desde o começo, o que todos devem saber é que fui ver o Senhor Cornell, e descobrir que ele apenas solicitou meus serviços em administrar suas terras em Dorne, apenas isso… Não sou mentirosa e não tenho nada para esconder. Agora sua vida pessoal, com quem vive onde mora o que fez, são coisas que devem ser ditas apenas entre os seus ex-parentes, em relação ao senhor Asdulfor e Edres também são assuntos pessoais que não cabe falar na frente dos outros…
O Encarava e agora avançava em sua direção, novamente falava sem emoção e demostrava o desapego por ele o encarando.
-Se permite a esta humilde serva opinar sobre o assunto, creio que o senhor está cansado com tudo isso, já demostrou seu poder e quem é o Líder da casa, não precisa mais me forçar a falar dos segredos dos outros na frente de todos, não vou falar a não ser apenas para o Senhor e o Senhor Asdulfor...É algo relacionado a nosso sangue e os Antigos Deuses...
OFF: O tio Jon Redmayne ainda está no acampamento? Vou embora para morar com a minha Tia Nadie Redmayne, não tem mais condições em viver com o Beron, não casa meu espirito com ele, não adianta mais, me segurei para não lutar e me humilhei isso foi demais.