Ela olhou o mar banhando pelo linho suave do entardecer lembrando-se da viagem feita quando menina para Annecy com a mãe que tinha raízes perdidas por lá, mas era um assunto pouco falado. - Um dia quem sabe podiamos ir até lá.- Não que acredite na possibilidade, mas sentia-se impelida a traçar rotas pro futuro e deu uma risada enquanto bebia o chá. O líquido ia criando uma pequena nuvem de vapor e o sabor alcançando seus sentidos a fazia sentir-se muito bem.
-Obrigada por hoje Sebastian.- Afagou-lhe o braço com carinho e beijou-lhe a bochecha tal como faria a um irmão.
- Sobre a gravidez sei que nem vou conseguir esconder, mas ainda não falei nada para James e prefiro contar quando me sentir pronta para isso.- Os olhos dela são suplicantes.
-Fica entre nós por agora. Tenho mais uma coisa para perguntar,- Chloe quase estava colada a ele e falou em um tom baixo.
- Como foi escolher a tribo que está? O que o levou a isso e porque segue este caminho Sebastian? Faço essas perguntas porque não me sinto atraída por nenhuma delas e ao mesmo tempo é estranho me sentir desgarrada.- (Ela perguntaria se o ambiente fosse adequado para isso, então aqui fica a cargo do narrador o que ele diz sobre e se quiser pode resumir da maneira que achar mais interessante.)
Depois de ouvi-lo, Chloe sente um misto de estar perdida e ao mesmo tempo como se as coisas de alguma maneira tivessem que ser daquela maneira sobre não ter escolhido uma tribo. Eles se despedem e ela vai para casa onde encontra a realidade de cuidar de Aidan com ajuda da enfermeira. Quando estão sozinhos ela faz o melhor para ser uma mãe e ao repetir a palavra para si mesma aquilo lhe soa tão acolhedor. Chloe organiza-se como pode entre atender em Corona e na clínica o que por vezes a deixa cansada. Quando estava examinando alguns documentos sobre a farmácia suspirou pesadamente porque nunca fora uma mulher de negócios antes. Quando começa a guardar a papelada seu olhar vai até a cômoda onde guarda a aliança e algumas fotos.
Antes de ir embora pegou algumas, olhando cada figura seus lábios tremeram, quando Aidan chora prontamente ela vai até ele e após cuidar dele o coloca em sua cama. As fotos espalhadas, uma delas para na mãozinha que ainda não sabe o que busca e ela vê os pais no dia do casamento dela. Um nó na garganta e a sensação de saber que todos estavam em uma encruzilhada maldosa.
Lembra do olhar do pai no sítio e isso faz seu coração ficar pesado, era o sangue dele em suas veias e não era fácil esquecer mesmo com o aviso de Axel. Desde que chegou em Dover tinha esperanças que eles a entendessem, quem sabe o marido mudasse, mas agora que era como eles parecia que a possibilidade de viverem todos juntos estava cada vez mais distante. Havia uma sombra entre os desejos dela e a realidade que espreita Dover. As lágrimas rolam mesmo que ela tente contê-las, as mãozinhas alcançam outras fotos, com cuidado ela tira dele e oferece em troca um brinquedo fofinho em forma de dinossauro. Depois ela pega o celular e os dedos vão deslizando para mandar uma mensagem.
Ela envia a mensagem para mãe porque acha que Elize seria a mais propícia a querer contato e sente uma mega ansiedade com isso
“Sei que não é o meio ideal, mas dadas as circunstâncias é a única maneira viável de entrar em contato. Vocês serão avós e espero que isso os alegre de alguma maneira. Gostaria de vê-los, sei que temos muito a dizer, pelo menos eu tenho, mas temo que as coisas terminem de uma maneira terrível. Sobre meu casamento não temos mais o que fazer e especialmente agora que terei uma criança… Sinto muito por tudo. Eu os amo, jamais vou esquecê-los, mas não posso compactuar com o que vi e se um dia entenderem isso podemos nos reencontrar.”Como podia perdoá-los? Não tinha como fazer isso, mas também não conseguia fingir que eles não existiam. Raiva, frustração, tristeza embalavam sua mente ao enviar a mensagem e quando pensou no passado sentia como algo precioso tivesse sido arrancado dela.
Mandar aquela mensagem não era o ideal, mas sabia que não tinha como voltar para casa sem causar um problema ou ser vista com desconfiança. Por agora era só aquilo que podia fazer, pensou no espírito que estava dentro dela e como foi graças a sua presença que teve coragem para fugir, mas também imaginou se ela não arquitetou tudo desde o começo e isso preocupou Chloe.
Sua família sabia quem era aquela mulher, mas como poderia ter respostas se era impossível voltar a Durham. Não tinha dito tudo que sabia, mas tinha medo que suas palavras gerassem um transtorno maior se fossem ditas aos seus iguais. Em parte compreendia que devia ter dado ouvidos a William e tentado saber o que era aquilo que viu, mas agora o melhor era recorrer a uma Uratha que talvez pudesse lhe contar alguma história sobre a tal “Rainha”. A ruiva vai em busca de Asia primeiro, afinal ela era de confiança e em em uma noite que a outra estivesse livre Chloe tentaria obter respostas.
OFF:
-Primeiro ela falaria com Asia sobre os eventos do sítio até pq ela é Ithaeur então vamos ver se a personagem conseguem unir os fios soltos ou se isso tudo é coisa que n tem nada haver entre si
Porém ela não acredita em coincidências, essa história da Coroa, da loira fantasma saber sobre a tal rainha e aquela coisa que ela viu quando entrou no quartinho onde Aponi estava podem ter alguma ligação ou não com algo que Dione saiba. Com James ela é gentil manda uma mensagem fofa, mas desde a mudança fica sem saber como agir com ele, para Chloe ter feito aquelas coisas horrendas podem fazer o moço ter medo dela ou repulsa. Na cabeça dela aquele dia não é algo fácil de esquecer, considero que vez outra ela tem pesadelos com isso e com o sítio.