[ON] PRODÍGIO PERDIDO

Adam não respondeu à sugestão de ajudar as autoridades a neutralizar poderes mentais mutantes. Tinha tido experiências desagradáveis o bastante em sua vida com aa desconfiança das pessoas, e depois de ter aprendido a conviver com essas reações e tirar proveito delas, não estava disposto a renunciar a qualquer vantagem que pudesse ter.

—Precisamos então ver todas as fitas de vídeo e perguntar sobre essa garota por lá. Mas ela é nova demais pro MI-6

Minder mais uma vez ficou calado, deixando que os detetives conversassem entre si. Estava aliviado por ter feito um serviço cuidadoso apagando as filmagens de vigilância sem deixar rastros nem digitais que pudessem incriminá-lo, e também por não ter apagado a lembrança da garota ruiva da mente dos funcionários do necrotério. Isso poderia suscitar as suspeitas de que havia alguém de dentro da polícia agindo contra as investigações, coisa que ele mesmo desconfiava que poderia haver, mas por outros motivos.

Bruce Blake então comenta.

—Pode fazer o mesmo tipo de comunicação para descrever  a mulher que te atacou?

Mayer sorriu:

- Posso fazer melhor que isso, detetive Blake. Observe!

Usando seu poder de projetar ilusões e se aproveitando se sua memória prodigiosa, Adam fez com que os dois detetives vissem cada momento da luta com a bruxa de sangue desde o momento em que entrara pela janela de seu escritório até o instante em que eletrocutara a inimiga. Teve o cuidado de não reencenar o momento em que destruíra o celular da moça que tentara filmar tudo e achou desnecessário incluir os detalhes de seus esforços para socorrer Lena e pedir assistência aos serviços de emergência para as pessoas que tinham sofrido dano colateral.

- Melhor que realidade virtual, não? E posso lhes assegurar que não alterei nenhum detalhe tal como eu os percebi.

Os dois ficam verdadeiramente assustados, mas Adam estava acostumado com esse tipo de reação nas pessoas.
Eles passam grande parte do tempo em que assistem a encenação acuados, Bruce Blake ainda com mais estoicismo que sua parceira, que chega a segurar a arma durante algumas das exaltações mais trágicas do conflito.

Um misto de pavor com curiosidade se apodera de ambos quando a imagem do sangue sendo bloqueado, expulso e finalmente eletrocutado aparecem. E eles então se sentem mais compelidos a deixa-lo do que ajuda-lo.

Black até comentava, apesar de externamente bem, era visível para Minder que ele estava com a alma cheia de terror.

—Os médicos disseram que você tem de ficar em observação ainda por hoje, esperamos que sua amiga fique bem.

Os dois saem dali assustados, tentando parecer discretos.

Enquanto os fogem como coelhos, repousando em sua cama para descansar, Adam pensa sobre tudo que ocorreu.

Apesar de Myder ter feito todo o possível para deletar suas informações, ele sabe que esses detetives em específico não tem ideia do que aconteceu, porém pelo que fez a própria agente do MI-6 certamente teve acesso a informações que os dois não tiveram.

O detetive psiônico apesar de se sentir aliviado por ter deletado as filmagens SABE que deixou um tempo as informações ali e que com certeza a tal agente no necrotério chegou até a imagem dele no momento que a Lena estava agredindo o legista. Além do que a mulher ruiva que viu, mas jovem que a primeira, tinha sua aparência em uma fração de segundos antes foi modificada pelo poder de sangue...

...certamente, pelo que sua memória o faz lembrar, o rosto de ambas em um momento antes do sangue era idêntico.

Por dedução, a agente do MI-6 e a própria bruxa de sangue são a mesma pessoa e agora o FBI estaria atrás dela, além dele mesmo.
Seria bom ter uma cavalaria para quando ele a alcançasse.

Seria ela enviada para uma queima de arquivo?

Era hora de decidir o que fazer, mesmo que fosse apenas descansar e esperar até a "ressaca" de poder passar..

Off: receba um ponto heroico pelo preconceito que seu personagem gera pelos seus poderes que deixou a negociação inconclusa, apesar das informações serem eficientes . Decida os próximos momentos desse dia, porque Adam consegue ouvir que se depender dos médicos ele vai ficar mais de um dia em observação.

Adam suspirou quando os dois detetives assustados se retiraram apressadamente.

Já estava acostumado com aquele tipo de reações, e os detetives tinham pedido pelo máximo de detalhes, mas era incômodo interromper as negociações assim. Porém, olhando em retrospecto, ele não imaginava que os detetives fossem de muita ajuda contra uma ameaça super-humana.

As falas dos detetives deram a Mayer a certeza que a bruxa escapara, fosse inteira ou disfarçada de vítima ferida. E se ela fosse a mulher que se passara como agente do MI-6, ainda voltaria a persegui-lo de alguma forma.

Adam tinha que se preparar para um novo ataque. Não iria ficar em repouso, mas precisava acompanhar o estado clínico de Lena. Assim que ela estivesse segura, ele daria alta a si mesmo. Enquanto isso, ficaria atento às mentes ao redor para detectar quaisquer novas ameaças.

A recuperação de Lena é lenta, depois longos cinco dias de vigilância mental e gradual repouso até desnecessário depois do terceiro dia, Adam de seu quarto com sua mente vai aprendendo mais sobre o que ela sofreu do que os médicos em seus diálogos.

Ao que parece ela teve parte de seu sangue fervido, como em um caldeirão, o que poderia tê-la matado. Os demais tiveram apenas danos de ferimentos por queimaduras elétricas, então era como se sequer tivessem tido qualquer traço da transformação em seus corpos.

Nesse quinto dia ela acordou, por acaso, naquela mesma manhã ele ouviu os pensamentos da recepcionista tanto quanto em ligações de rádio comunicando a chegada delas para o policial que ficava de plantão em seu quarto há dois dias a mandato do juiz.

Adam não se incomodava de ser sempre atencioso ajudando nas investigações e não se sentia intimidado pelo guarda em sua porta que não imaginava que ele poderia sair pela janela voando.

Mas... duas freiras?

Na mente da recepcionista, uma das freiras parecia mais uma guerreira da era vitoriana do que freira.
Ambas pareciam curiosas sobre a Bruxa, em uma sondagem superficial e queriam caça-la crendo a mesma servia a um demônio do qual elas estão atrás.

Durante cinco dias, Adam vigiou Lena enquanto deixava que os policiais o vigiassem. Os detetives já tinham tido uma demonstração da extensão do poder de Minder, o bastante para saberem que, se ele quisesse, escaparia facilmente dali. Mas colaborar com as autoridades não apenas servia a seus propósitos como lhe era conveniente para garantir a segurança de Lena.

Assim que soube do despertar de Lena, Adam procurou um jeito de poder visitá-la. Um simples truque mental permitiria que ele perambulasse pelo hospital por onde bem entendesse, mas o pensamento da recepcionista com as duas freiras o intrigou antes que pudesse fazer seu abracadabra mental.

"Caçadoras de demônios? Isso pode ser bem útil..."

Deste modo, Adam permaneceu em seu quarto à espera da visita das freiras. Se fosse necessário, iria ludibriar a percepção das mentes da recepcionista e do policial de modo a garantir passagem livre para as duas visitantes.

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