_______________________________________ARCO 2
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Ladrões da floresta
A cleriga Fhey anda cabisbaixa pelo corredor, iluminado parcamente pelas tochas, pensando em tudo que aconteceu. Sua vida de aventureira estava relativamente tranquila, ate o aparecimento de Jean... Que louco era este, que aparecia assim, do nada, pedindo alguém em casamento? Mas fato é que suas palavras românticas e cavalheirescas, semelhantes as linhas ditas pelos heróis dos romances que tinha lido em sua juventude, haviam mexido com seus sentimentos. E como se fosse brincadeira do destino, agora apareciam mulheres muito mais lindas que ela, no caminho trilhado pelos dois! Como lidar com o ciúme? Já pensava que tinha superado tudo isto a tempos atrás.
Jean vem conversar com ela, e Fhey não consegue evitar de sorrir para si mesma. Era um cavalheiro, e estava preocupado com ela por todas essas ocorrências, e tentava explicar através dos designios da deusa. Com certeza Mitz guiava os acontecimentos, mas a provação era muito grande, aceitar que tudo aquilo era para o sucesso da missão, era um pouco demais para a mente de uma devota.
Ao chegarem na porta secreta, a elfa faz a sua explicação sobre os arredores. Apesar de útil, Serena a irritava muito, pois sabia que ela fazia as provocações maldosas de proposito, para tira-la do serio. Incrivel como alguns dos elfos, ao invés de usar a longa experiência de vida para adquirir sabedoria, apenas a desperdiçava com futilidades.
Jean então explica seu plano, e a cleriga ouve admirada suas palavras de ação. Como em tão pouco tempo ele conseguia pensar algo tão elaborado assim? A cleriga e os outros acenam com a cabeça concordando, e logo Serena começa a invocar palavras antigas, causando a movimentação da porta secreta de pedra.
Como era esperado, na adega havia um meio-orc, que estava bêbado depois de ingerir o conteúdo de metade de um barril. Porem o barulho provocado pelo deslocamento da porta tinha deixado ele em alerta, e mesmo em estado de alta intoxicação, ele se levantou e avançou num rugido.
Isto pegou de surpresa a todos, e Cray logo tinha levado um soco no estomago e jogado contra algumas prateleiras fixas na parede, fazendo grande barulho. Jean e Arthur tentaram segura-lo pelos braços, enquanto Serena subia em suas costas para enforca-lo, porem a força do inimigo era grande, e logo Jean e Arthur se viram arremessados para sobre uma mesa, e a elfa foi pressionada contra uma parede, sendo obrigada a soltar.
Glok correu para enfrentar seu conterrâneo e ficaram se encarando e grunhindo, disputando força com cada um segurando a mão do outro, quando Fhey deu fim a disputa, com sua técnica de desacordar meio-orcs com sua maça.
| “É Glok, parece que funciona com outros meio-orcs também!”
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O barulho chama a atenção de alguns bandidos próximos, que perguntam o que esta ocorrendo por através da porta. Por instinto Glok então se põe a rugir e grunhir, e pensando se tratar do meio-orc do bando, eles se afastam, comentando que era Trork fazendo algazarra de novo na adega.
Jean então respira aliviado, e com uma pressão no peito percebe que Arthur esta por cima de si, seu corpo colado no seu. Ela era quente, assim como uma humana. Sem vergonha nenhuma por estar nessa posição, como se estivesse cavalgando um alazao, ela diz,
| “Meu senhor esta bem? Me perdoe por estar em cima do senhor, fui surpreendida pela força do inimigo.”
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A primeira parte do plano tinha sido concluída, porem o barulho tinha posto meio que alerta alguns dos membros do bando. Além disso Trork não podia ser mais interrogado, por estar desmaiado.
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Com a chave da adega subtraída do desmaiado Trork, Jean abre cuidadosamente a porta. A mesma dava para um corredor iluminado por tochas, e no momento não havia ninguém andando nas imediações. A frente estava a escadaria levando para cima, de acordo com a descrição de Serena.
Avançando com o corpo curvado para a frente para diminuir sua silhueta, o viajante de outro mundo subiu degrau a degrau. Logo atingiu o exterior; estava de noite, e mais adiante, a uma boa distancia, sentados em banquinhos de madeira estavam dois bandidos de sentinela jogando cartas. Não estavam prestando atenção no interior das ruinas, ou mesmo em qualquer lugar, rindo e brigando entre si por causa da sorte.
Numa rápida olhada, foi possível ver que no descampado estavam algumas barracas montadas e uma grande fogueira, onde a seu redor alguns bandidos bebiam e comiam. Proximo estava uma jaula, onde permaneciam alguns prisioneiros ou reféns capturados.
Do lado direito ficava o inicio da floresta, mas daquela distancia, não era possível ver onde estaria Nysisse e suas companheiras harpias.