_______________________________________ARCO 3
**
ALIANÇAS
Depois de acordado com Daleos, o grupo vai para fora da construção para aguardar o destacamento prometido pelo chefe da guarda. Depois que chegam, eles partem para o local da festa, do lado de fora da cidade ao sul das muralhas, onde Jean passa instruções pormenorizadas.
De onde estavam, que era um local mais elevado na borda de um barranco, era possível ver a extensão do Lago Sombrio, de cores azuis escuras para negras. O Festival do Excesso estava sendo montado nas margens do lago, e varias barracas já estavam prontas. Mercadores de todas as paragens, não só deste continente como tambem do outro mais afastado, vinham para oferecer produtos exóticos em suas tendas e pavilhões.
Jean entregou braçadeiras vermelhas de identificação para cada um, que os indicava por guardiões da paz, e diz para serem atentos e equilibrados. Haveria distribuição gratuita de vinho de baixa qualidade, e isto era indicador de problemas na certa.
Ao final das explicações, todos partem para suas posições. Fhey se aproxima e da um beijo demorado, sendo observada por Arthur. A cleriga então da uma ultima verificada na armadura de seu amado, e diz,
| “Ao contrario das mulheres, homens fardados são o que mais chamam a atenção... Apesar do Festival do Excesso dizer que tudo esta liberado, eu digo que nada está liberado, entendido, meu amor?”
|
| “O mestre esta mesmo muito bonito.”
|
| “Não é verdade Arthur? Mas esta tudo bem, eu confio nele.”
|
**
A festa começa, e Jean faz uma ronda pelo Festival para ter uma ideia do evento. O local, que era muito grande, ainda estava vazio, mas era possível ver que um fluxo constante de visitantes estava aparecendo. No ano que passou nesta terra distante, Jean teve muita oportunidade para ver criaturas diferentes, muitas delas extremamente parecidas com as que tinham no Manual dos Monstros terceira edição. Porém no Festival grande parte delas estava ali reunida, e ver que aquilo era real, e não pessoas fazendo cosplay, era algo bem fascinante.
O Festival do Excesso era uma ode ao pecado, e a conexão de Jean com sua deusa o fazia sentir um tanto quanto enjoado com algumas coisas que via. Pessoas comendo e bebendo vinho sem parar, discussões, brigas e, é claro, luxuria. Homens e mulheres semi-nus se beijavam e se tocavam, alguns deles usando mascaras, provavelmente para não serem reconhecidos por alguma esposa ou namorada, que provavelmente estava por ali usando uma mascara também.
Mas não era possível negar que realmente haviam muitas mulheres bonitas e exóticas por ali. Eram de todos os tipos e lugares, elfas de Elende, drow de Onduth, mulheres de estilo indiano de Pranah e as negras de Jalakow. Certamente na Terra jamais veria algo assim, o mundo de fantasia em que estava tinha uma beleza quase irreal.
Uma delas chama a sua atenção, uma oriental de cabelos negros e roupa de couro azul colada ao corpo, que lembrava uma personagem de um vídeo-game de lutas famoso. Ela conversa com dois outros homens, recostada ao apoio de uma barraca. Ao notar a passagem de Jean, ela se cala, e o acompanha com os olhos.
Não precisou dar mais dois passos, e Jean percebeu que ela estava atrás de si.
“Desculpe incomodar o senhor em sua ronda, mas o senhor não seria o paladino Jean, protetor de Brandom? Sua fama chegou ate mim, e gostaria de saber se dispõe de um tempo para conversar?”
Os dois homens, que estavam bêbados, se aproximam, um deles colocando a mão no ombro da mulher. Ela torce um pouco o pescoço, e olha de lado para seus dedos.
“Ei, deixa esse guarda ai, ele ta a trabalho! Nós aqui estamos livres para curtir esta festa com voce, gatona dos olhos puxados!”
A oriental então volta seu olhar para Jean. Estaria pedindo permissão de algo, ou queria que ele tomasse alguma atitude?