AF WORLD 3 (SHAMPS)

MEILEEN

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VILA DE FORSTFORD

- Já lidei com essas criaturas antes, Jenson - ela tentou passar confiança - sou Meileen da cidade de Naporia e sei que essas criaturas são gentis. Essa população já foi enfeitiçada no passado, por isso, vamos recuperar essas vítimas - ela suspirou - eles são tão vítimas quanto os povoados. Acredite em mim - e apoiou sua mão no ombro do homem.

Jenson acena com a cabeça, ainda com a face preocupada.

“Torço para que seja verdade, e que as deusas façam-na encontrar o caminho para a solução desse problema. Porem o tempo é curto.”

“Anime-se! Como se diz em Hammerheim, continue martelando, uma martelada por vez. Vamos tentar sobreviver aos ataque de hoje a noite, que os heróis de Naporia darão conta do recado. Vi que as defesas da vila podem ser melhoradas, e vou orientar os trabalhadores enquanto vocês investigam. ”

“Boa ideia Toressar! Vou aproveitar e ver se os combatentes estão bem preparados para lutar.”

O chefe da guarda de Naporia e Allen se despedem, e partem em direção a paliçada. Muraty, com as mãos na cintura, analisa o restante da vila, e avista fumaça.

“O que é aquilo?”

“Estão queimando os galhotes que morreram neste ultimo ataque.”

O local era próximo de uma parte da murada que havia sido derrubada. Havia uma grande pira, e moradores jogavam as criaturas mortas para serem queimadas. Amaruk da uma fungada e mostra a língua, enojado.

“Eca, ta cheirando madeira podre...”

Muraty pega um dos galhotes e com uma pá parte ele ao meio. Começam a sair vermes brancos de seu interior. Ele se ajoelha e pega um deles, que logo para de se mexer, morto.

“Meileen? Estes são iguais aos que voce enfrentou em Naporia?”

MEILEEN

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VILA DE FORSTFORD

- Muraty - ela o puxou para longe - a primeira vez que enfrentei essas criaturas, uma Grande Árvore estava infectada por um animal asqueroso e eu o venci no Verde. Acho que vou investigar por lá...

O guerreiro negro acena com a cabeça, já tinha ouvido o fato contado por sua esposa.

“Sim, já é um bom começo. Porém... acho bom eu e Amaruk acompanharmos voce na sua viagem ao verde... Creio que seja possível já fazermos um teste desse seu transporte por arvores...”

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Meileen, Muraty e Amaruk se afastam da vila de Forstford, passando em frente do portao principal. La o chefe anão Toressar estava indicando onde deveriam cavar mais trincheiras, enquanto Allen ensinava um grupo de aldeões o básico de defesa em combate. Eles acenam para o grupo, e voltam para as suas atividades.

Os aventureiros então se aproximam da maior das arvores que tinha por lá. A elfa então pega um graveto e se concentra, ativando sua tatuagem magica nas costas, e então fala as palavras magicas ensinadas por sua mae-adotiva. Ao invés de ter sua consciência tomada pelo Verde, um portal surge no tronco da arvore a sua frente. Eles atravessam o portal, entrando em uma escuridão.

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E saem por sobre uma raiz enorme de uma arvore. É como se estivessem dentro da terra, vendo o emaranhado de raízes das plantas interconectadas.

Conseguiam respirar e ver normalmente naquele lugar, por mais estranho que possa parecer.

Muraty aperta a mão de Meileen.

“É maravilhoso Meileen! Fico contente por estar aqui, junto de você, apreciando as belezas do seu mundo.”

“O que tem de mais? Só estamos embaixo da terra.”

“Não Amaruk, é semelhante, mas não igual. São caminhos interligados entre todas as plantas vivas.”

Os heróis seguem caminhando, ate encontrarem algo peculiar. Sobre uma plataforma, estavam diversos tipo de seres-planta, conversando.



“Mas porque toda esta fila! Será que não dá para passar mais adiante? Alraune!”



“Não dá não, Tamplan! Tem um tipo de uma barreira que ta bloqueando todo acesso ao Vale da Ribeira... E eu to precisando visitar minha amiga!”

MEILEEN

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CAMINHO VERDE

- Uau... isso é novo para mim - ela tocou na borda do portal e depois olhou para o marido. Mil ideias passando por sua cabeça - então é isso que Raellian quer?

“Sim, meu amor, um fácil acesso para seus agentes ou para suas tropas, em qualquer local onde houver uma arvore... Pode imaginar o poder que lhe daria? Por isto seu grande interesse em voce...”

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- Com licença - pediu - posso analisar a barreira?

As criaturas-plantas olham com interesse os recém-chegados, mas ao notarem que não havia hostilidade neles, deixam passar. Meileen continua andando pela raiz até o local com a barreira e a observa. Seu conhecimento deixado por Andrine-luz permite que descubra sua fonte: algum local no mundo real, provavelmente próximo de onde ficava a vila de Forstford. Seria mais fácil atravessar, eliminando-se sua origem, mas não custava nada tentar ali uma maneira de furar o bloqueio.

Ela põe suas duas mãos próximas da barreira, e se concentra dizendo palavras de poder.

Ao final, a elfa suspira.

Conseguia passar pela barreira, mas teria que ir sozinha.

MEILEEN

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CAMINHO VERDE



Muraty e Amaruk estão olhando para Meileen, quando ela desaparece pela barreira e não retorna.

Muraty leva a mão na testa e balança a cabeça.

“Não acredito que ela fez isso de novo...”

Amaruk bate nas costas do amigo para consola-lo.

“Vai ter que se conformar com isto, Muraty. Ela é um lobo solitário, como eu.”

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Meileen, conectada com a barreira, viaja através dela, saindo do caminho verde e entrando no plano material. Por alguns intantes estava desorientada, sem saber onde estava.

- Não... Muratyyyy... Amaruuuuuuk... tsc, que droga! - respirou fundo e olhou em volta - Certo, por onde começo?

A elfa olha ao redor, e percebe se tratar do interior da terra, um túnel cavado. E logo ela ve a face de dois shamans goblins, acompanhados de 4 guardas goblins. Os dois estão com os olhos arregalados, e interrompem seu ritual, surpresos com a presença da ranger.



Um dos shamans ergue seu cajado e comanda aos guardas atacarem a intrusa!

MEILEEN

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NOS TUNEIS

Meileen, experiente de muitas batalhas, avalia a oposição: seria um combate fácil. Rapidamente ela puxa o arco presente de Freya e dispara uma flecha, e acerta certeiro na testa do primeiro shaman. A segunda flecha voa sibilante em seguida no peito de um dos guardas. O dois mais próximos vem ataca-la, mas um chute na barriga de um, e uma adaga no pescoço do outro já os finalizam. O ultimo shaman então tenta fugir, junto com o ultimo guarda. A elfa pega uma adaga e a lança contra uma cortina, que cai sobre eles, prendendo-os.

Depois de amarrar os sobreviventes, Meileen prepara-se para interrogar o shaman, que estava tremendo de medo. Para ele, a elfa era uma maquina de matar.

Em suas aventuras a ranger aprendera muitas línguas, e goblin era uma delas. O shaman não hesitou em fazer de tudo para salvar sua pele. Ele guia Meileen por entre os tuneis recém-escavados de uma colina, e de uma abertura mostra a ela o que esta acontecendo.

Haviam quatro arvores sem folhas e retorcidas muito grandes, localizadas mais abaixo, em um descampado.



Os goblins tinham tirado toda a vegetação ao redor delas, e Meileen, devido a sua conexão ao verde, conseguia sentir o sofrimento delas. Seus galhos mexiam, enquanto recebiam em seu tronco infusões liquidas. Então vira e mexe alguns gravetos caiam e fincavam no chão, formando os mini-ents apodrecidos, que depois eram levados para um curral, onde centenas de outros estavam presos.

Alguns humanos organizavam os goblins nas tarefas, junto de uma figura encapuzada.

MEILEEN

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NOS TUNEIS

- Quem é o encapuzado?

O shaman, temeroso por sua própria pele, entrega os pontos.

“É um elfo magico de grande poder, ele explicou como fazer o ritual de bloqueio e criar gravetos para atacar as vilas...”

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NA CLAREIRA

Depois de analisar a situação, Meileen se poe ao ataque. A ranger posiciona-se em um ponto estratégico, a alguns metros acima da clareira, atrás de uma pedra grande. Mestra em arquearia, e com o arco da rosa em mãos e uma aljava cheia de flechas mágicas pendurada em suas costas, ela se concentra no encapuzado. Com um movimento suave, ela puxa uma flecha da aljava e a coloca no arco. A flecha é envolta em chamas verdes, conferindo-lhe um poder destrutivo ainda maior. Seu olhar está fixo no inimigo, e a elfa solta a corda do arco e a flecha voa em direção ao líder. A flecha em chamas atravessa o ar em uma linha reta, acertando o líder nas costas. Imediatamente vinhas nascem da haste e imobilizam o encapuzado, que pragueja em élfico.

O restante da tribo e os humanos entram em pânico, sem saber de onde veio o ataque. A ranger sorri, satisfeita com o resultado de seu primeiro golpe. Mas ela sabe que não pode baixar a guarda. Ela se move rapidamente entre as pedras e árvores, mudando de posição a cada disparo, evitando ser descoberta. Cada flechada é precisa, atingindo um goblin após o outro, enquanto ela desfere golpes mortais de longe. Os goblins revidam, lançando pedras e lanças em direção à ranger, mas suas habilidades de esquiva são impressionantes. Ela salta, se agacha e se inclina, evitando cada ataque, como uma dança mortal sincronizada com o som das flechas cortando o ar. Apesar de sua superioridade numérica, a tribo de goblins não consegue alcançá-la, e a ranger continua seu ataque implacável, eliminando goblin após goblin, humano após humano. Seu rosto é uma máscara de determinação, sabendo que está protegendo não apenas a vila próxima, mas também a própria natureza do crime vil sendo executado.

Porém, o processo é lento, e o encapuzado finalmente consegue libertar-se das amarras da natureza. E suas mãos se movimentam e as palavras saem de sua boca para produzir um efeito magico de fuga: teleporte!

MEILEEN

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- Elfo mágico? Qual o nome dele? De onde ele vem? Fale logo, criatura

O goblin shaman olha com medo para Meileen.

“SIMIMAR!”

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Ela tinha Simimar a sua frente, o mago conselheiro real do Rei Raellian, e prova cabal do envolvimento de Lennorien nos ataques as vilas!

Não havia tempo a perder, Meileen tinha que parar o teleporte! Ela só tinha uma chance, antes que terminasse sua conjuração. Com o arco da rosa em mãos, lançou o tiro...

Que passa rente ao corpo de Simimar...

O elfo magico da um sorriso, termina o ultimo gesto e desaparece.

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Em fúria, Meileen despacha os restantes dos inimigos, sobrando apenas o cercado com os inúmeros gravetos apodrecidos. Ao final, um grande numero de corpos de goblins e humanos esta espalhado no chão, com os mais diversos tipos de ferimentos. A ranger elfa esta coberta do sangue dos inimigos.

Porem, algo chama a atenção de Meileen... em meio ao emaranhado de raízes e galhos onde estava Simimar, estava uma bolsa, cuja alça havia sido quebrada pela flecha disparada da ranger.

E dentro da bolsa, uma carta com o selo real élfico e instruções de como proceder nos ataques as vilas humanas de Galia!

MEILEEN

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Meileen, apos recolher as evidencias da participação do Rei Raellian nos ataques contra as vilas de Galia, vai ate as arvores para ajuda-las. Depois de fazer um preparado para curar os ferimentos e retirar os venenos introduzidos em seus troncos, a ranger volta ao caminho verde para eliminar os vermes habitantes das almas das arvores.

Porém, ao retornar, Muraty e Amaruk já tinham dado conta do recado. Após a morte dos shamans goblins, a barreira tinha caído, e isto permitiu que seu marido e companheiro animal se lançassem contra os vermes.

No entanto eles estavam cobertos de gosma mal-cheirosa e pútrida. Meileen não queria nem chegar perto.

“Esta vendo, Amaruk? Minha mulher, além de não me obedecer, não quer me dar o beijo da vitória... Eu já sabia, depois do casamento, é só ladeira abaixo.”

“Nem eu aguento ficar perto de voce, Muraty... eu não aguento ficar perto de mim mesmo!!! Preciso de um banho.”

Uma das plantas encontradas antes, Alraune, se aproxima do grupo



“Muito obrigada, seres bípedes do outro mundo! Isto aqui esta ficando serio... Ouvi falar que haverá um Conselho dos Ancioes para discutir do assunto, querem participar?”

MEILEEN

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Meileen reencontra com Muraty e Amaruk e os informa sobre as novidades. Ambos concordam em se dirigir o mais rápido possível para entregar as provas para o ministro, o que é feito muito rápido usando-se o caminho verde.

Os três aparecem no palácio real, e Meileen entrega as provas para o ministro. O mesmo se compromete a levar o caso adiante para o rei e que informaria caso alguma decisão importante fosse tomada.

Meileen, seu marido e seu companheiro entram novamente no caminho verde, e depois de reencontrarem a planta-moça Alraune, são chamados para participar de uma reunião.



A chegarem ao local, as mais anciãs arvores estão reunidas, e uma grande multidão de outras plantas estão acompanhando.
Uma das arvores, Barbarvore, inicia a sessão do conselho.



“Amigos e amigas plantas, estamos aqui reunidos neste conselho, para deliberar sobre os acontecimentos no mundo natural que tem afligido nossos irmãos e irmãs. Na região próxima do reino élfico, tem acontecido muita morte, e não so isso, a corrupção de antigos irmãos e irmãs, com venenos que fazem aparecer os vermes horríveis nas almas dos torturados, e criando monstrinhos de madeira. Isso é uma aberração, e algo precisa ser feito."

Varios sugestões aparecem, incluindo matar a todos os animais, ou deixar o tempo decidir o destino de todos. Como são muitas as sugestões, o conselho começa a conversar entre si, e é possível notar uma total falta de foco por parte dos anciões.

“Já vi porque o mundo vegetal nunca fez nada contra os animais... Passam muito tempo discutindo...”

Muraty se vira para Meileen, com a mão no queixo.

“Acho que esta é uma ótima hora para ser impulsiva, meu amor... Ter o apoio do Conselho de Arvores contra o rei Raellian seria formidável.”

MEILEEN

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- Caro Barbavore - ela fala calmamente - eu venho há muito tempo enfrentando esses blasfemadores e ajudando essas almas feridas. Tenho conhecimento do autor de tais atos vis, o próprio rei élfico ordenou os ataques. Seria de grande valia vossa ajuda quando eu for enfrentar o rei usurpador. Posso contar com vocês?

As palavras de Meileen calam todas as vozes dissonantes, sendo perfeitamente ouvidas naquele espaço onde todos estavam localizados. Não se sabia se o caminho verde existia de verdade, ou se era apenas uma construção mental, de qualquer maneira, o som das conversas se propagava normalmente.
Então as vozes das plantas e arvores se fazem ouvir novamente.

“Mas que absurdo! Quem deixou uma não-planta vir ate aqui?”
“Estao deixando qualquer um entrar!”
“Como pode ter uma opinião? São todas crianças comparadas a nós!”
“Comparadas a voce, sua velha! Eu vivo somente um verão, e também tenho direitos!”
“Só os anciões estão no Conselho, sua efêmera!”
“Repete!”

“Hmm, pensava que houvesse mais sabedoria nas reuniões das plantas anciãs.”

“Por isto que eu era um lobo solitário antes... não aguentava as reuniões da matilha”

Barbarvore bate em seu próprio tronco, pedindo por silencio.

“Por favor, acalmem-se. Bem minha pequena, qual seu nome mesmo? Ah Meileen! Então, isto é sem precedentes, nas reuniões só tem voz aqueles que são plantas, então não adianta falar, que o conselho de anciões sequer vai escutar o que esta dizendo. Entao voce pode ouvir, mas não pode falar, esta bem? Entao, algo precisa ser feito...”