Meileen - Shamps

Satisfeito com a nova equipe de investigadores formada, o chefe da guarda Toressar assegura a Julia de que iria falar com sua mãe para tranquiliza-la. “Sei que Melanie tem total confiança em voce, mas como toda mãe ela teme pelo seu bem-estar... Mas ela entenderá que é pelo bem da cidade”, comenta antes de sair.

Depois de todos estarem devidamente equipados e preparados, o grupo se reúne ao redor da carcaça do ser-planta. Meileen se aproxima e observa o cadáver, mexendo em sua casca e cheirando seu odor. Não se parecia com nada que tenha visto antes, e nem se tratava de um filhote de Ent. Se fosse algum ser animado de alguma planta da região, teria reconhecido, então provavelmente era de algum outro local, ou teria surgido recentemente.

Enquanto isto, Allen e Clover apresentavam o bárbaro Kros para Julia.



- Este aqui é Kros “Esmaga-Orcs” Muthvur, bárbaro das terras do norte e recente aquisição da guarda – diz Allen, dando uns tapinhas no braço de Kros, sendo difícil alcançar mais alto – Felizmente você tem acesso a cura dos deuses, pois se precisar das poções de cura dele, ele cobra 300 peças de ouro a garrafa... ou um beijinho na boca.

Kros alça as sobrancelhas varias vezes, como se fossem taturanas frenéticas.
- Kros feliz que veio para terras das mulheres bonitas, todas mulheres que Kros encontrou são bonitas... Menos a mulher da cantina que serve a refeição. Aquela ser muito feia, deve ter vindo da terra do norte.

Clover fica indignada.
- Mas será possível que voce só sabe julgar as mulheres pelo seu padrão de beleza? É só pra isto que servirmos?

Kros coça a cabeça, pensativo.
- Claro que não, Clover! Servem também para passar, cozinhar, cuidar das crianças...

Depois de Kros ser devidamente espancado, o grupo segue na direção indicada por Julia, andando até os limites da cidade ao leste, e depois por mais 20 minutos por trilhas ate chegar na fazenda de Barnett. De lá seguem até a plantação, onde percorrem os rastros das criaturas, que vão para o norte. O terreno vai ficando mais rochoso e áspero, sem vegetação.

Logo eles encontram o buraco por onde as criaturas entraram, um buraco pequeno que leva para o subterrâneo. Ao lado do buraco esta uma fenda maior, onde é possível enxergar diversos pilares quebrados saindo da terra no local onde a ravina se abre em algo semelhante a um precipício profundo e estreito.

Remexendo nos restos da criatura, Meileen fica estarrecida por não conhecer tal ser e também impressionada por existir algo daquele tipo.

- Incrível! Essa criatura não se parece com nada que eu conheço. Até parece ter vindo de outro lugar... enfim, valerá a pena investigarmos - naquele momento o que falou mais alto para a ranger foi o fato de se deparar com novas possibilidades, novas criaturas naturais, muito mais do que o fato de salvar Barrnett e sua plantação. Ela se levanta e espata tais pensamentos, pois ela era guarda da cidade e tinha deveres para com ela.


A elfa já estava a algum tempo querendo dar uns sopapos no bárbaro que só falava besteira sobre as mulheres e não foi nada sutil quando desferiu suas bordoadas nele junto às outras moças.


- Ah Kros, vai caçar sapos, vai! - depois disse com firmeza na voz - somos soldados - apontou para si e para ele e Allen - e agora estamos em uma missão, me respeite. E respeite Julia e Clover, que são uma maga e uma clériga divina. Estamos entendidos?


Seguiram pela trilha, a ranger sempre observando a região e os rastros, até chegarem à uma área rochosa e ao avistar o buraco e a fenda, logo se dirige para lá.

- Vejam essa fenda. Estranho aqueles pilares. Será que havia um templo aqui? Já ouviu falar de algo assim, Julia? Vamos investigar mais de perto.

Diante da repreensão dada por Meileen, Kros arregala os olhos e escuta silencioso a bronca da elfa. Ele passa a mão pelos cabelos, meio sem graça.
- Kros não sabia que mulheres do sul são tão bravas... – diz, e bate com a mão no peito – Trabalho é trabalho, e mulher do serviço de Kros é que nem homem! Kros respeita Meileen, Julia, Clover e também Allen, apesar de não ser mulher.

No local onde Julia tinha visto os bichos pela ultima vez, a elfa pergunta sobre a presença de um templo para a cleriga. Embora não soubesse da existência de um tão próximo de sua cidade natal, a mesma fica estarrecida ao encontrar o símbolo sagrado de Solaris em vários pilares, junto com inscrições antigas de salmos das escrituras.

Diante do novo comentário de Julia sobre seu casamento, tanto Allen como Clover novamente ficam vermelhos. O amigo da um soquinho dolorido no ombro da cleriga.
- Mas quer parar com isto? Nós nem estamos namorando... – diz, e cochicha no ouvido – ainda... A Clover não me da nenhuma mostra que esta afim de alguma coisa, acho que esta se fazendo de difícil.

Clover esta com os braços cruzados, olhando irritada para Allen.
- Pode cochichar um pouquinho mais baixo? Eu ainda estou escutando tudo.

Julia faz uma prece a Solaris, e sua deusa responde com uma forte luz, que consegue iluminar o interior da fenda. Apesar de ser de dia, a fenda era bem estreita, e por dentro estava uma grande escuridão. Apoiada numa corda fornecida por Kros, a cleriga pode perceber que a uns 5 metros mais abaixo havia uma plataforma onde o grupo poderia permanecer, caso optassem por adentrar a fenda.

Quando Kros pareceu entender o recado, Meileen só fala:

- Bravas? Você ainda não viu nada! - continua andando, ao lado de Julia. A elfa só sacode a cabeça com as palavras ditas pela clériga - eu não comprei ele para ser meu, ele é do Toressar, já que foi o chefe que o contratou.

Allen e Clover continuavam naquele nhenhenhém de casal que não admitia que era casal e ela só ri do empasse entre os dois.

- Ora, vamos! Parem vocês dois! - dizia entre risos.

Seguiram pela fenda e Julia se admirou com aquele lugar, assim como a elfa que também desconhecia o local.

- Olha - olhando pela fenda avista uma plataforma quando a luz mágica da serva de Solaris ilumina o recinto e confirma o que ela tinha visto - é mesmo uma plataforma lá embaixo. Acho que podemos descer!

Enquanto Meileen ria da briga entre o casal, Julia, já sem paciência, da um sermão nos dois. Tanto Clover como Allen ouvem atentamente, um tanto quanto envergonhados, mantendo os olhares para o chão como dois meninos que foram pegos pela mãe depois de fazerem uma traquinagem.

Kros da uma gargalhada homérica e bate amigavelmente no ombro de Julia, que sente a pancada como se fosse um golpe de maça.
- Palavras de Julia batem mais forte que pedrada de gigante das colinas. Kros também acha frescura de Allen, Kros precisa ensinar Allen a ser como homem do norte, que nada pelado nas aguas gélidas da Lagoa de Cristal.

Julia, depois de devidamente segura pela corda de Kros, desce ate a plataforma. Uma vez la, ela percebe que o interior da fenda se abre em uma grande caverna, e mesmo com a tocha não era possível ver o que havia além da plataforma, mais abaixo. Havia areia, pedregulhos e ossos de pequenos animais. A cleriga investiga as bordas da plataforma, e percebe a presença de uma escada lateral talhada nas pedras, serpenteando pela lateral do parapeito, descendo em direção das trevas.

O resto do grupo então desce pela corda, que Kros deixa amarrada em um dos pilares. Allen, depois de olhar atentamente pelo chão, chama os companheiros. Ele aponta para algumas pegadas no chão.
- Olha, estas pegadas podem ser do grupo que Toressar mandou anteriormente para investigar o problema da fazenda... Se não me engano, eram os irmãos Talgen e Sharwin, Sir Bradford e o Karakas – diz, e aponta em direção da escada – E as pegadas levam até a escada...

Meileen observa as pegadas, e de fato, eram pegadas feitas por botas de humanos.

A elfa ouve as palavras de Julia e com as mão na cintura só meneia a cabeça concordando com ela. Depois ri das palavras de Kros e olha para Allen.

- Divirta-se Allen com as aulas hahahaha!

Allen e Meileen entram sem pestanejar na fenda e já iniciam suas investigações.

- De fato são pegadas humana e seguem naquela direção - aponta - vamos olhar melhor o lugar para ver que tipo de perigos nos oferece, depois podemos seguir os rastros.

A elfa parece fazer uma busca pelo local, procurando por vestígios de criaturas estranhas e pede ajuda de Julia para que possa investigar coisas relacionadas a rituais ou similares. Logo tendo suas conclusões, prossegue na busca.

Julia seguiu com os demais atendeu ao pedido da Meileen e começou a procurar algo relacionado com o que ela pediu, mas sempre atenta ao lugar para não ser pega de surpresa pelos arbustos errantes.


Conhecimento religião +6

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A elfa, dotada de sua experiência, verifica que os ossos de animais que estavam ali eram de pequenos mamíferos e pássaros, e haviam sido roídos. A pedido da elfa, a cleriga Julia procura por rastros de rituais, e próximo do local ve um circulo de pedras, que pela disposição e uso de pontas de lança e a presença de cinzas indicavam um rito de guerra goblin.

Terminados estes procedimentos, o grupo decide continuar a busca, indo em direção das escadas. Descendo os degraus eles encontram alguns ratos atrozes, que são mortos facilmente. Kros coloca as carcaças em um saco.
- Nunca se sabe, podemos ficar perdidos, e a carne pode fazer falta – comenta casualmente o bárbaro.

Allen e Clover quase vomitam o almoço, só de imaginar.

Conforme descem, os heróis podem ver, no limite da visão, o topo de uma antiga fortaleza subterrânea na escuridão. O local parece esquecido há muito tempoi, considerando as janelas sem luz, as amuradas rachadas e as torres inclinadas. Tudo está silencioso, mas uma brisa fria sopra para cima, trazendo oconsigo o cheiro de poeira e podridão.

Julia já segue em frente usando da luz que conjurou para iluminar o caminho, mas tomando todo o cuidado possível para não cair em alguma "armadilha" natural do lugar.

Off: Armadilha digo buraco, pedra solta qualquer coisa deste tipo.

- Um ritual de guerra, é? - disse a elfa com a confirmação da clériga - o que será que pretendem?

Eles seguiram, enfrentaram os ratos bombados e prosseguiram, mesmo com a nojeira de guardar a carne dos bichos feita pelo bárbaro maluco que os acompanhava.

- Kros, você definitivamente é bizarro...

Assim como Julia, a elfa segue com cuidado pela escada do templo perdido, o cheiro de podre significava que algo estava muito errado por ali. Passo a passo, ela segue e observa, esperando ver a origem do cheiro ruim.

Clover aproxima-se de Meileen, olhando preocupada os restos deixados pelos goblins.
- Estando tão próximos da nossa cidade, só posso dizer que é muito preocupante. Lembra do acampamento goblin que atacamos? E se estiverem planejando um ataque conjunto?

Ao ser chamado de bizarro pela elfa, o bárbaro agradece a gentileza.
- Bizarro ser prevenido em Comum? Sim, Kros ser muito bizarro... Meileen tem que aprender a ser bizarra como Kros, garante sobrevivência.

Depois de descerem as escadarias, os heróis podem ver que as escadas terminam num pequeno pátio, aparentemente o topo do que era antes uma amurada protegida. O piso se estende ao norte e ao sul; composto por uma camada de alvenaria arruinada e traiçoeira, que atinge uma profundidade desconhecida. A oeste, aparece o contorno de uma grande estrutura, na semelhança de um castelo. Uma torre se ergue no lado oeste do pátio.

Julia presta atenção ao chão do patio, e o mesmo parece instável e perigoso. Meileen, com seus sensos apurados, percebe que o cheiro de podre vem tanto da estrutura, como do próprio pátio.

Por sua vez, Allen examina o castelo.
- Estranho, uma construção deste porte aqui? Dificilmente os goblins teriam construído algo assim... Bem, se juntarmos as estacas la em cima com as escrituras de Solaris, pode ser as ruinas de algum templo antigo de Solaris, remanescente do Antigo Imperio.

Clover vai para o lado de Allen, admirada.
- Ate que para um membro da guarda, voce esta muito estudado! De fato, a Praga Magica causou instabilidade no fluxo de mana, ocasionando toda gama de desastres... Estou impressionada!

Allen ergue as sobrancelhas com um sorriso maroto.
- Tenho segredos que nem imagina...

Kros bate com tanta força as costas de Allen que o mesmo pensa que ia cuspir o pulmão pra fora.
- Meu garooootttoooo!

Julia nada fez além de analisar o lugar, por fim mandava o bárbaro seguir na frente, ela pessoalmente não estava afim de morrer ou cair em algum armadilha. No momento só mantinha sua arma em mãos pronta para alguma surpresa, sabe estar preparada para goblins saltitantes sempre era uma boa ideia.


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Sem muita dificuldade Julia convence o sagaz bárbaro a investigar na frente. Depois de flexionar os peitorais e fazer comentários elogiosos sobre sua própria coragem, Kros avança destemidamente pelo pátio.

Julia aproveita para prestar atenção em qualquer ruido suspeito, e escuta alguns guinchados, os mesmos dos ratos atrozes que ja tinham enfrentado, vindo da parte de baixo.

Enquanto isto, os outros observam a grande figura do barbaro dar seus passos no terreno instável sem muita cautela, ate que de repente parte da laje cede e Kros desaparece pelo buraco.

Allen, que estava de braços cruzados observando o companheiro, vira-se para as outras garotas e diz:
- Não sei porque, mas tinha quase certeza de que algo assim ia acontecer...

Diante da situação séria, assim como Clover, Meileen também mantinha o semblante fechado.

- Sim, estão muito perto. Essas criaturas agem assim quando querem invadir, mas são burros demais para planejarem sozinhos. Temos que encontrar a cabeça responsável por isso, o resto a gente resolve.

Seguiram pelo caminho quebrado e não acreditava no que o bárbaro falava:

- Não Kros, bizarro em Comum é bizarro mesmo, estranho, esquisito. E não, não vou ser bizarra. Eu sei me virar - e aponta para seu arco.

O pensamento de Allen convergia com o da elfa sobre ter alguém no comando dos goblinóides.

Quando o grandão do grupo cai, a ranger se preocupa, mas acaba rindo com a observação do guarda:

- Também imaginei algo assim, Allen. Esse Kros só dá trabalho, viu! - ela corre para a borda do buraco, tomando cuidado para não cair também, evitando as áreas instáveis em torno das rachaduras - Tá vivo Kros? - por sorte seu olhar aguçado não exigia luz para ver, uma preocupação a menos.

julia ficava surpresa com a falta de cuidado do Bárbaro, no mais apenas seguiu até a beirada do buraco onde ele havia caído com a fraca iluminação de sua magia para ver se ele estava bem ou vivo. Depois esperou os demais para seguir com cuidado pelo lugar, tendo que ajudar o Bárbaro ou não caso precisa-se.

Tomando bem mais cuidado que o bárbaro Kros, o grupo avança pelo terreno, sentindo que o piso era extremamente frágil, muitas vezes suas pisadas no chão causando pequenas rachaduras. Na borda eles chamam por Kros, e ouvem o som de combate, com guinchos, o barulho de metal perfurando a carne e os berros do bárbaro. A elfa tenta enxergar alguma coisa mais abaixo, mas havia uma pilastra que obstruía sua visão. Logo os sons cessam, sendo substituído por um rastejar. Subito 2 carcaças de ratos atrozes são jogadas pelo buraco, e logo aparece a cara de Kros, arranhada.

“Mais comida!” diz o bárbaro, orgulhoso. “Tinha dois goblins mortos la embaixo, mas Kros achou melhor deixar por la mesmo...”

Allen, mão no queixo, balança a cabeça negativamente.
- Espero que não tenha sequer cogitado usar goblins como comida, Kros... – diz, e se vira para as garotas – Querem descer e investigar, ou acham melhor irmos direto para a torre?

Clover alça os ombros, em duvida.
- Se ficarmos parando muito, nunca que vamos encontrar estes mini-ents... Mas também tem a questão dos goblins, e precisamos de toda a informação que encontrarmos...

-Ele não morre mais...Foi a unica coisa que Julia comentou ao ver o Bárbaro, por fim seguiu os demais procurava andar com todo cuidado possível, não queria cair ou algo do tipo, mas sua intenção era chegar logo a Torre.

O grupo avança em direção da torre com cuidado, e chega em frente de uma porta. A mesma se abre com dificuldade, rangendo muito, revelando o interior da torre: uma área circular recoberta por granito rachado. Há 4 goblins mortos espalhados no solo, aparentemente mortos em combate. Um está de costas contra a parede oeste – a lança que o matou ainda o atravessa e o mantem suspenso. Há duas portas de madeira que levam para além dessa área, uma localizada do lado esquerdo, outra do lado direito. Acima, a torre deserta, de alvenaria precária, atinge 9 metros de altura, mas seus pisos e escadas intermediarias ruíram, restando apenas um par de parapeitos arruinados.

Allen aproxima-se dos goblins e os examina. O cheiro de podre definitivamente vinha daqui.
- Parece que os goblins já estão mortos faz cerca de um mês! Viraram comida de ratos... Não é a toa que os ratos estão tão grandes e bem alimentados!

Clover, com um lenço no nariz, se apoia na parede, meio zonza.
- Nossa, este cheiro me causa náuseas... Que tal a gente continuar andando?

Kros vai ate as portas de madeira e se põe a escutar por elas. Ele balança a cabeça.
- Kros não ouvir nada. As duas portas são seguras para ir! Qual delas moças quer que Kros abre?