@NightingaleTalvez a reação fria e calculada de Ventress fosse o suficiente para intrigar qualquer outra criatura inteligente, mas não aquele goblin.
A gargalhada se dissolve, lentamente, em um sorriso cheio de dentes amarelos e podres, mas afiados como os de um tubarão. O monstro se abaixa e, sem tirar os olhos vermelhos e brilhantes e Ventress, começa a arranhar o assoalho com as unhas.
- Eh amigo meu. Vai me dizer onde posso encontra-lo?
Aquele som de madeira arranhando – algo como o arranhar de unhas contra um quadro negro – somado àquele risinho cínico e à voz esganiçada do goblin fazem os pêlos da nuca da Ventress se eriçarem.
- Que pena...
Ele faz uma pausa, sorrindo um sorriso maligno.
- Elhe deve eshtar eshpalhado por aí...
E, novamente, a criatura gargalha, seu riso zombeteiro misturado ao som crescente e irritante de madeira arranhada e, depois, ao som de vidro quebrando.
As janelas, os vidros das portas dos armários, e todos os outros itens mais frágeis daquele lugar maldito estouram, fazendo voar cacos cortantes por todo lado.
Instintivamente, a dhampir protege o rosto com as mãos e, então, toda aquela orquestra de horror, subitamente, cessa.
Quando Ventress descobre o rosto, não havia mais goblin. Apenas dois olhos grandes, brilhantes e vermelhos e um sorriso cheio de dentes amarelos e podres ainda estavam no ponto onde estava a criatura, e se dissolviam no ar.
Sob eles, o assoalho arranhado e lascado provava que a drow não tinha batido com a cabeça e imaginado aquilo tudo.
O lugar, agora, estava silencioso como a morte.
Uma sala em ruínas e um rastro de sangue, era tudo o que havia para a patrulheira-ladina explorar.
- Spoiler:
Off:
@Nightingale, se você quiser explorar o local, por favor, role, sucessivamente, Investigação e Percepção. A CD, para ambos os testes, é 20. Se quiser seguir o rastro de sangue, ou realizar qualquer outra ação, por favor, descreva suas intenções.
Estou te devendo um post além do resto do grupo.
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@Drakon_Drakonis,
@Sandinus,
@gaijin386,
@Xafic ZahiOff: Pessoal, a interação de vocês na taverna foi sublime!! Juro que quase abdiquei de postar a continuação só para que vocês pudessem continuar. Podem ter certeza que vou deixar mais espaços assim livres, no futuro!
On:
A ordem de Rikaard, o taverneiro e estalajadeiro, tinha sido cumprida à risca pelos funcionários.
Em que pese a caça não tivesse sido das melhores, a sopa estava boa, gostosa e bem preparada. Também estava bem quente, o que era um alívio naquele tempo em que a neve castigava os viajantes.
Próximo da lareira, a pequena Tiana se alimentava bem e se aquecia, recuperada de seu quase congelamento. Ela sorri e ronrona para Drakon, Sir John e Barahir cada vez que eles se aproximavam, em sinal de afeto e agradecimento.
De fato, nem parecia a gatinha que fora encontrada, escondida, dentro do que tinha restado de uma caravana destruída.
Em pouco tempo, a criança é recolhida a um dos quartos por uma das funcionárias. A ferlix estava cansada, e uma cama quente e uma boa noite de sono, certamente, fariam bem a ela.
Noutro giro, alimentar Drakon era, de fato, uma tarefa árdua. A sopa era servida em rodadas, e parecia que o Croc não se saciava nunca!
Barahir, por sua vez, cuidava de alimentar tanto a si quanto ao seu lobo, que também apreciava o ensopado quente tanto quanto os heróis.
Já Bavalkhia compartilhava sua história e preocupações com os outros aventureiros, certa de que obteria ajuda.
Sir John, por fim, embora apreciasse a demanda da goblina, também tinha que dirimir um sério problema, e definir o rumo da Majestosa Misthaven ao escolher o pretendente ideal para a filha do Senhor das Folhas.
O grupo, reunido em torno de fogo quente e boa comida, debateu longamente, até que, finalmente, fora vencido pelo cansaço.
Assim como aconteceu com Tiana, havia quartos quentes e camas macias à disposição de cada um dos aventureiros.
Para o companheiro de Barahir, inclusive, foram providenciados travesseiros fofos no chão, perto da lareira do quarto.
O grupo não sabia se aquela hospitalidade era uma marca d’O Javali Torto, ou se representava os agradecimentos de Rikaard, mas o fato é que, ali, o tratamento tinha sido dos melhores – um contraste gritante com a tempestade furiosa e a guerra que existia portas afora.
Na manhã seguinte, o sol tardou a raiar, ainda encoberto por nuvens espessas e neve crescente.
Um a um, os aventureiros se aprumaram e voltaram a se reunir no salão principal d’O Javali Torto. Não precisaram pedir nada. Havia uma mesa cheia de pães frescos, queijos e presuntos, carne salgada e café fervendo, um desjejum incomum e farto.
Tão logo os aventureiros puderam se alimentar, três guardas, todos vestindo mantos brancos e salpicados de neve, ingressaram no estabelecimento.
- Spoiler:
Um deles vinha à frente, fez uma reverência e se dirigiu a Sir John:
- Sir John de Ouro-rubro, o Regente Zael o convoca para uma audiência pública. Queira nos acompanhar, por favor.
Tão logo Sir John fez menção de se levantar, todos os presentes – frequentadores e funcionários, inclusive - buscaram roupas quentes e se levantaram, buscando a porta de saída. Havia um semblante de preocupação em cada rosto, e o que quer que estivesse para acontecer, seria sério.
Do lado de fora, Misthaven ainda era castigada por uma tempestade de neve implacável. A milícia da cidade, aparentemente, vinha lutando para manter trilhas utilizáveis no meio da neve, trocando suas armas por pás e outras ferramentas.
E, assim, um grande número de locais parou seus afazeres e se deslocou até a maior construção do local. Não chegava a ser um palácio, mas era um casarão que, claramente, era uma forma de demonstração de poder dos homens.
Os pisos e paredes de pedra branca eram frios, mas não tanto quanto o espaço aberto, do lado de fora. Tapeçarias com o brasão de Misthaven – um lobo branco sobre duas espadas cruzadas, uma flamejante e outra congelada – adornavam as paredes, e se misturavam a armaduras completas e armas de haste.
Quando se aproximou do salão principal, apenas Sir John foi permitido avançar pelo tapete. Os demais foram orientados a tomar seus lugares junto ao restante do público.
No ponto mais alto e destacado do salão, Havia cinco cadeiras, três delas colocadas imediatamente à frente de Sir John, e duas à sua esquerda.
No assento mais destacado e central, estava o Regente Zael:
- Spoiler:
À direita do governante – e à esquerda, pela perspectiva de Sir John – estava um homem alto e branco, com cabelos escuros e olhos que pareciam ter visto o mundo. Ao contrário de Zael, ele vestia roupas simples, mas elegantes, e tinha um cajado consigo. A descrição batia com aquilo que o paladino tinha ouvido falar sobre Zoros.
À esquerda do governante – e à direita, pela perspectiva de Sir John, havia outro homem alto, mas muito mais corpulento e musculoso. Ele envergava uma armadura de batalha completa, de metal negro, e trazia consigo um mangual atroz, o maior que o aventureiro já tinha visto na vida. Aquele deveria ser Zahra.
- Spoiler:
Nos dois outros assentos, à direita de Zael – e, portanto, à esquerda de Sir John – estavam dois elfos. Mais próximo dos humanos, estava um elfo com ar nobre e altivo, vestindo uma armadura e coroa verdes. Ele parecia ser a personificação da palavra nobreza: era Eldren, o Senhor das Folhas, líder dos elfos da Floresta das Lâminas.
- Spoiler:
Ao lado dele, uma elfa de beleza ímpar. Ao encará-la, Sir John – e todos os presentes, na verdade, exceto talvez por Drakon e Bavalkhia – ficaram boquiabertos. Ela não era apenas lindíssima, mas tinha uma presença única, como se tivesse saído de um sonho, ou como se fosse, ela mesma, um ser onírico. Tratava-se de Alina, a Dama das Folhas, filha de Eldren e princesa da Floresta das Lâminas.
- Spoiler:
Todos os demais, expectadores daquela audiência, inclusive Drakon, Barahir e Bavalkhia – estavam atrás de Sir John, e de frente para os nobres, separados por um cordão de isolamento feito por guardas da milícia local.
Além dos soldados vestidos de branco, que eram maioria, havia um grupo, próximo a Zahra, que também tinha armaduras negras.
- Spoiler:
Quando pareceu a ao Regente Zael que todos estavam devidamente acomodados, ele tomou a frente e conduziu a audiência:
- Saudações a todos os presentes! A Casa Regente se reúne diante da Majestosa Misthaven e, como é costume, se reúne aos olhos da Majestosa Misthaven. À minha direita e à minha esquerda estão meus filhos, um dos quais será meu legado ao trono.
Ele faz uma pausa e, com um gesto largo, indica Zoros e Zahra. Depois dá um passo à frente, e prossegue, solene:
- Hoje também estão conosco nossos vizinhos e amigos, os honrados elfos da Floresta das Lâminas. Nossas saudações e respeito ao Senhor Eldren, o Senhor das Folhas, e à Princesa Alina, a Dama das Folhas.
Zael faz mais um gesto largo, indicando os visitantes, que acenam brevemente à menção de seus nomes.
Mais um passo adiante, e o Regente continua.
- Diante de nós está Sir John de Ouro-Rubro, o único paladino conhecido em muitas léguas, e pessoa cuja honra e moral são inquestionáveis.
Assim como fizeram antes, o velho regente indica a figura do paladino diante de si com um gesto e uma reverência. Diferente do que aconteceu antes, contudo, um murmurinho surgiu na multidão que assistia a audiência, uma miríade de cochichos e insinuações de todo tipo.
Zael, permaneceu em silêncio e, pacientemente, aguardou que todos se calassem, cerca de dois ou três minutos depois.
Então, retomou sua fala:
- Creio que todos sabem o motivo pelo qual estamos reunidos. Nós e nossos amigos da Floresta das Folhas desejamos selar um pacto de paz duradouro, pela união de nossos filhos, nosso futuro. Todavia...
Zael tosse, e Zoros faz menção de ajuda-lo, sendo dispensado pelo pai com um gesto. Zahra permanece impassível, assim como os elfos.
Depois que o regente se recompõe, prossegue:
- Todavia, meus dois filhos disputam a mão da Princesa Alina, e não há Lei nesta terra feita para este tipo de situação! Por isso convocamos o nobre Sir John, e confiamos a ele a solução deste conflito.
Zael, mancando, retorna à cadeira maior, algo próximo de um trono, e ali se acomoda.
Um criado sai de um local próximo ao qual estavam os soldados vestidos de negro com um jarro na mão. Ao seu lado, flutuando, havia cinco taças, que ele foi servindo de um líquido roxo – aparentemente, vinho – a cada um dos nobres.
Olhares atentos se dirigem a Sir John, e todos os presentes parecem prender a respiração. Será que era esperado que o paladino decidisse assim, de pronto, quem seria o herdeiro ideal do trono de Misthaven, e esposo adequado da Dama das Folhas? Ou será que era dele esperado que fizesse perguntas e conduzisse um processo de seleção público? A decisão seria imediata, ou o paladino poderia ponderar a respeito? E, se sim, por quanto tempo?
Naquele momento, Sir John ainda não tinha nenhuma das respostas. Os demais aventureiros, no meio do público, começam a ouvir murmúrios de todos os tipos, desde aqueles que questionam a lisura do paladino até outros em prol de Zahra ou Zoros, e também criticando cada um dos gêmeos.
Eles apenas assistiriam, ou tomariam parte daquela audiência de alguma forma?
Off: Todos, exceto Sir John, rolem percepção, CD 20. Resultados no próximo post.