a unwanted new me
[Durante a trilha]
— Ah! — eu expresso surpresa com a resposta de Sentinel sobre não ficar conosco naquela nova localização — Eu pensei que você fosse parte direta da equipe, mas entendi agora. — completei. O que eu entendi? Não deixei claro e talvez eu nem tivesse entendido as coisas da forma certa, mas não precisei ir muito longe para inventar um motivo para o motivo daquele cara ali: ele devia ser um dos Hyper. É, seu nome era Sentinel e não Hypersentinel, mas se tem uma coisa que eu percebi que Alex e sua família se orgulha é de terem contatos. Aiden devia ser algum tipo de sobrinho distante que também foi tocado pela nem sempre gentil proteção do Hyperman. Brincadeiras à parte, ver que Hana estava acordada e já tinha até mesmo forças para andar por conta própria foi um alívio. Não sou nenhum tipo de feiticeiro como ela ou Taylor, então admito não saber muito sobre o que aquele ritual deveria fazer, mas coisa boa não deveria ser.
Hana falava sobre seu destino de maneira poética, mas eu entendia que era apenas uma forma de esconder seu medo e frustração por estar envolvida naquilo tudo; ao menos, era como eu lidaria com a situação também. Até aquele momento, tentei me afastar de discutir meu próprio problema e embora tenha sido mais vulnerável em dois momentos, eu não me expus para além do que achei necessário para conseguir a confiança dos outros. Ao ver a marca brilhante na condenada e entender seu significado, senti minhas mãos tremerem por um segundo. Ouvi-la falar sobre aquilo era uma coisa, mas perceber que era real e estava até mesmo a marcando como um aviso era terrível.
— Eles não vão te alcançar de novo, não se preocupe. Não vamos deixar. Né não, Aiden?
Minhas vozes múltiplas eram poucas naquele momento e todas soavam esperançosas. Tentei animá-la puxando Sentinel para o coro. Eles pareciam próximos, então talvez fosse mais reconfortante ouvir algo do tipo vindo dele que de mim. De qualquer maneira, não estava nos meus planos deixar a Tríade triunfar... nem que eu mesmo precisasse ir até esse tal demônio dar uns gritos na cara dele.
[Na base alienígena]
Minha postura durante o tal teste da mentira era despreocupada, afinal de contas eu não tinha nada para esconder. O questionário era simples e me questionei se aquelas duas perguntas eram o bastante para salvá-los de infiltrados. Bem, eles pareciam estar funcionando há um bom tempo, então talvez tivessem mesmo tudo sob controle.
— Meu nome é Matthew Callaghan. Minhas intenções com Mila... ah, ela é de boa. Tem esse sentimento de culpa pela Tríade ter conseguido usar a tecnologia do planeta dela, digo, do planeta de vocês nos experimentos que fizeram em mim e tem sido gentil tentando me fazer aceitar essa nova condição, e fora essa coisa de telepatia que ainda estou me acostumando, eu diria que nos damos bem agora. — respondi. Percebi que eu estava falando demais da nossa relação, o que poderia soar suspeito, mas eu apenas estava confortável falando sobre aquele assunto. De pernas cruzadas de maneira confortável, eu ouvi a próxima pergunta e imediatamente dei uma risada debochada involuntária — Se sou da Tríade? Por favor, traga-os aqui e eu mostro como somos melhores amigos para sempre. — falei com um tom que esbanjava raiva e desdém. A voz triplicada não deixava que se enganassem: a cada palavra, mais e mais vozes se uniam ao coro até eu enfim declarar como uma legião — Não, eu não sou da Tríade.
[Na sala de treinamento]
Quando os venusianos mencionaram ter uma sala especial para minhas necessidades, eu esperava no máximo um quarto com um vaso de planta ou dois para eu brincar de fazê-los crescer com meus poderes. Quando me guiaram até aquele espaço que parecia ter seu próprio ecossistema, com plantas dos mais diversos tipos e até mesmo uma cachoeira, meu queixo caiu. Como filho de um doutor em botânica, eu tinha aprendido uma coisa ou outra (até porque, eu mesmo também queria me tornar um botânico) sobre espécies raras, e eu consegui ver várias delas ali. Não só isso, mas as paredes pareciam ser reforçadas o suficiente para suportarem o crescimento das raízes daquelas árvores grandes e fortes, então parecia um convite óbvio para que eu deixasse toda a minha força sair sem segurar uma gotinha sequer.
— Era exatamente isso que eu estava precisando. — sussurrei uma vez sozinho. O sorrisinho no meu rosto não deixava eu esconder a empolgação e eu não perdi tempo. Ansioso para testar aquele espaço por um inteiro, tinha um acontecimento recente que tinha me preocupado: a expansão de sentidos causando danos ao meu próprio corpo. O sangue que escorreu indicava um limite de até onde eu poderia seguir e eu precisava saber qual era esse limite até para que não ficasse extrapolando-o o tempo todo e me ferindo de graça. Agachado, afundei minhas mãos na terra e fechei os olhos por um segundo. Ao abri-los, eles estavam tingidos de verde e brilhavam com um poder próprio. Respirar apenas pelo nariz se tornou um peso, então minha boca se abriu devagar até a troca de gases entre meu corpo e atmosfera acontecessem por ali. Concentrado, tentei ir o mais longe possível como antes tentando localizar Mila. Se eu tivesse sorte, conseguiria repetir o feito e encontrar onde exatamente as coisas deram errado.
@Nazamura Fiz um rolamento de "Liberar poderes" para tentar repetir o feito de antes na casa dos Harper. Esse movimento em especial tem duas finalidades: uma ON e uma OFF. Em ON, Matt está apenas tentando expandir seus sentidos ao máximo pelos arredores, mas em OFF, eu gostaria de "esbarrar sem querer" pela