O Olho de Chamas (ON)

Arya passa os olhos no quarto e, não encontrando nada que interesse, volta sua atenção para fora do quarto.

- Vamos, logo minhas graças nos deixarão queimar neste forno!

Cyrus não fica satisfeito com o pouco que vira daquele quarto. Agora que ele havia se arriscado a ponto de entrar numa casa inimiga, o assassino iria revirar aquelas mobílias até encontrar algo de valor. Esses azers parecem gostar de pedras preciosas, talvez eu encontre alguma...

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Cyrus entra no quarto e começa a revirar o lugar. Ele rapidamente tem uma sensação de vazio. Faltava muita coisa no quarto, mas havia espaço para coisas, como se ele já não abrigasse ninguém. Como se seu dono o tivesse abandonado, e levado seus valores consigo. Analisando o pedestal ele nota que ele fora feito para conter uma gema de tamanho razoável, tamanho esse que combinava com o do suposto Olho de Chamas, mas nada havia nele.

Continuando sua busca, Cyrus encontra um compartimento secreto dentro do armário. Empurrando-o, o assassino encontra um...livro? Um livro pequeno e estranho, feito de lâminas finas e flexíveis de ouro, e encapado naquele bronze que cobria a cidade. Não havia coisa alguma escrita em sua capa, apenas o mesmo símbolo que fora gravado na porta do quarto. Revirando o livro, ele nota que ele possuía uma tranca.

Cyrus abre seu kit com instrumentos de ladrão e tenta destravar a tranca que mantinha o livro cerrado. Ele se pergunta que valor teria no interior do livro para que alguém quisesse mantê-lo fechado a sete chaves.

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Cyrus não tem muitos problemas em encontrar o ponto de pressão e forçar a tranca. Em meros segundos, o livro estava aberto...e o assassino percebe que não consegue lê-lo.

As letras eram claramente as do idioma anão, mas elas estavam arranjadas de uma forma completamente sem sentido. Ele precisaria de alguém mais versado em línguas para fazer algum sentido daquele livro.

Cyrus é insistente e tenta decifrar o que aquela palavras diziam. Ele era versado no idioma anão, e com um estudo mais atento poderia identificar a mensagem transmitida por aquelas páginas.

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Cyrus leva um minuto inteiro analisando as primeiras páginas do livro, e chega a três conclusões.

1- Pela forma, paragrafação e organização de páginas, aquilo devia ser um diário.

2- Pelo nome que ele encontrou na primeira página, ele devia pertencer ao Mestre Artífice da cidade. O dono do Olho de Chamas.

3- Ele estava escrito no idioma Ígneo, e sua habilidade com códigos e cifras não o ajudaria a entender um idioma novo. Ele precisava de um linguista mais experiente.

- Esse é o diário do Mestre Artífice - Cyrus comunica aos outros após ter revirado algumas páginas. - Ele está todo escrito no idioma Ígneo... Thurdoom, venha cá e me diz se você consegue ler o que está escrito... Se é que você sabe ler. Arya e Ennibel, se vocês possuírem alguma magia útil para decifrar essas páginas...

Arya se aproxima para ver o tomo, mas constatando que não conseguia ler o idioma apenas pode reclamar mentalmente do azar de não ter rezado para compreendê-lo.

Ennibel estava observando a entrada com Tornalus enquanto Cyrus verificava tudo quando é chamada:

Ela se aproxima abre seu grimório mas não encontra nenhuma magia para esse momento, ela respira fundo e baixa a cabeça movimentando em sinal negativo lamentando..

-Infelizmente nada posso fazer...

Thurdoom se aproxima e apenas faz um sinal negativo com a cabeça. Ele sabia usar sua arma muito bem, mas não gostava nada de livros e não se interessava por eles.

- Não é possível que vocês duas não podem fazer nada a respeito disso - frustra-se Cyrus. Ele já esperava que Thurdoom não pudesse ajudar, nem ler ele devia saber para começo de conversa. Mesmo assim, ele guarda o diário em sua mochila, e tendo a consciência de que já explorara tudo naquela casa, que deveria ser a própria casa do Mestre Artífice, ele leva os outros para fora e segue o caminho de exploração na cidade.

- Um momento, Magrelo!

Belgorod disse sua frase com grandiosidade, a grandiosidade de quem tem grandes idéias! De todos os cinco naquele grupo, ele se mostrava o único capaz de resolver os problemas que surgiam!

- Vâmo capturar um anão-de-fogo e obrigá ele a falá o que tá escrito aí nesse livro estranho.

O grupo guarda o diário misterioso na bagagem e segue viagem. Talvez, se o plano de Belgorod falhasse, quando tivesse de parar para descansar, Arya pudesse enfim orar pela habilidade de ler o idioma do fogo. Agora, porém, eles tinham outras coisas com as quais se preocupar.

Eles seguiram viagem pelos corredores labirínticos, o a magia de Arya perdendo a força minuto a minuto enquanto eles viajavam. Quando Arya calculava que apenas uns dois minutos deviam restar, eles enfim saem do arco da cidade, dando de cara com a ponto de pedra para a caldeira central a pouco mais de cem metros de distância. Eles estavam perto do fim de sua busca. Muito perto.

Cyrus rechaça a ideia de Belgorod, embora não discordasse dela completamente.
- E quem nos garante que ele nos falará a verdade? Temos que descobrir o que está escrito aqui por meios confiáveis.

Depois de alcançar a ponte de pedra, Cyrus segue o caminho até a caldeira central tomando os cuidados necessários.

Furtiva, Arya também se desloca em direção ao fim de tudo aquilo.

Ennibel segue os demais com tornalus.

-Parece que estamos chegando ao fim...

Thurdoom avança silencioso, seguindo o grupo.

Belgorod atravessa a ponto olhando para baixo, imaginando o que corria ali.

- Hmmm... Hmmm...

Independente do que for, o bárbaro não contém e cospe para baixo, observando todo o caminho da pequemo bola esverdeada.

O grupo termina o trajeto e atravessa a ponte estreita em fila indiana, sob medo constante de escorregar e mergulhar para um fim certo no lago de lava. Ansiosos, os aventureiros entraram finalmente no enorme prisma de bronze, para encontrá-lo deserto.

Eles estavam numa sala ampla, provavelmente grande o bastante para servir de salão de dança para um rei, e haviam bigornas por toda a extensão das paredes. Canais que entrecortavam o chão da sala distribuíam veios de rocha derretida por toda a sala, formando poças planejadas perto das bigornas, provavelmente para servir de forja. Orifícios com canos nas paredes eram a fonte desses veios de lava, e os aventureiros se perguntaram a princípio que metal era esse que constituía todas essas estruturas. Ele certamente se assemelhava a bronze, mas era difícil acreditar que bronze comum fosse capaz de suportar esse contato intenso com rocha derretida. Eles se perguntaram também o quão quente estava lá dentro, o que era uma preocupação muito mais importante, visto que a magia de Arya não deveria durar muito mais que uns poucos minutos.

Do extremo oposto do salão, um balcão do mesmo bronze misterioso, adornado com filigramas imitando labaredas, cruzava quase todo o salão, isolando o que provavelmente seria um estoque. Uma portinhola permitia cruzar o balcão.

Eles haviam adentrado A Grande Forja. E em toda a sala, não havia sinal de um único azer.