A Aldeia de Neve Morta

Belediel se senta na neve. Cansanda e estressada, tinha exagerado na dose e depois de ver o Baraz matar o orc se sente pior ainda. O ato de raiva que tinha tido contra o orc talvez o tivesse incentivado a fazer o que fez.

Frafur estava decipcionado com a atitude de Baraz e acabara de entender que ele era estúpido demais para entender, e apenas se limita a dizer antes de seguir viagem para Neve Morta.

-Você não entendeu Baraz, esse não é o filho de Obould. É apenas o chefe desse bando. Vamos, o que está feito está feito. Precisamos avisar que estão preparando um ataque a uma vila de humanos aqui perto. Talvez possamos detê-los, mas precisaremos de ajuda. Ele diz isso na lingua comum para que todos entendessem.

Ele então termina de colar o maldito orc na carroça e segue viagem em silêncio. A não sei que seja questionado de algo.

A comitiva faz os últimos preparativos e realiza a viagem de volta à Neve Morta. A viagem transcorre tranquilamente e sem percalços.

Chegando na muralha da aldeia algumas horas depois, o guarda faz um sinal com a mão.
- Espere. Vocês são a Comitiva das Fronteiras, certo? - tendo confirmado o seu questionamento, ele complementa: - A Senhora Arletha Lança de Gelo os aguarda em sua residência.

Já era noite e um dos guardas encaminha o grupo até uma das construções mais impressionantes da aldeia. Uma mansão de dois andares construída de madeira e pedra. Uma muralha cerca a mansão, e um guarda no portão de ferro os deixa passar. Eles avistam um belo jardim e finalmente adentram a casa, que apesar de igualmente bela, mostra sinais de idade.

Os guardas deixaram as carroças fora da mansão com o orc príncipe amarrado e ainda desacordado. Eles não perguntaram o que o orc fazia ali, apenas disseram que o manteria preso e seguro.

O grupo então chega até onde seria uma mesa para refeições, e lá eles vêem uma senhora de vestes simples, mas com um olhar decidido e uma cara endurecida pelo dever.

- Eu sou Arletha Lança de Gelo, a líder nominal de Neve Morta. Pedi para que vocês fossem encaminhados imediatamente para a minha residência quando retornassem a aldeia. Espero que todos estejam bem.

Os membros do grupo não deixam de reparar em vários criados andando para lá e para cá fazendo às pressas preparativos para o banquete. E entre todo o alvoroço, eis que surge Glim Glambur. Ele estava todo enfaixado, mas de outros modos estava com uma boa aparência.

Os olhares inquisitivos do grupo para ele expressando o desejo de perguntar o que ele estava fazendo ali foi o suficiente pro gnomo responder.
- Ser um membro representante das Fronteiras e da Grã-Senhora Alustriel tem as suas vantagens - diz piscando para o grupo, afinal de contas ele não fora convocado pela Alustriel.

- Quero saber tudo o que se passou. O Glim aqui já me contou muitas coisas, mas quero saber no que se deu esta última parte da missão de vocês - diz a Senhora Lança de Gelo convidando à todos para se sentar.

Frafur dá um passo a frente se apresenta, faz uma reverência e começa a contar o que havia ocorrido, em detalhes sobre tudo que precisavam saber (leve em consideração alguns detalhes da batalha, etc.).

Após alguns instantes sobre o assunto da batalha ele começa a relatar o que mais importava.

-Então conseguimos imobilizar e prender dois orcs, um é aquele que está preso, o outro está morto. Através de uma conversa, conseguimos descobrir que esses ataques as vilas estão sim ligados à Obould, e pior, eles planejam atacar em breve uma vila de humanos próxima aqui. Não sei o nome dessa vila, pois não deu tempo de perguntar, o orc morreu antes. (nesse instante frafur apenas fita Baraz)

Outra informação que temos é que Obould tem buscado reforços por todas as partes, e pelo que parece seu exército está em constante crescimento. O que mais me preocupa é esse ataque que está prestes a ocorrer a essa vila que lhe informei. Eles só estavam aguardando os reforços que um orc chamado "Tripa Velha" estava providenciando.

Se me permite Sra. gostaria de perguntar-lhe, se sabes mais detalhes a respeito do Salão de Mitral, há rumores que o exército de Obould se prepara para atacá-lo?

O anão então espera mais algum questionamento por parte da Sra.

Arletha ouve com paciência a narrativa do anão, fazendo comentários e perguntas oportunas. Quando ele termina o seu relato, a esta hora já todos desfrutando de um generoso banquete, ela diz:
- Vocês deveriam ter vido falar diretamento comigo quando chegaram na aldeia. Eu poderia ter mandado soldados meus para acompanhá-los e tudo seria mais fácil. O seu amigo aqui, Glim, me contou que quase morreu com criaturas que se camuflavam na neve. - Ela faz uma pausa tomar um gole de sua taça de vinho e diz pensativa: - Esta vila que estava para ser atacada, por acaso, não poderia ser esta aqui? Tem crescido boatos entre os garimpeiros que orcs estão sendo vistos com frequências nas redondezas de Neve Morta. Talvez eles estivéssemos observando a aldeia para realizar um ataque, embora teria sido difícil eles passarem por nossas muralhas. Seria necessário um número muito maior de orcs do que o que vocês liquidaram.

Depois, respondendo a pergunta de Frafur:
- Lamento, a última vez que recebi informações a respeito do exército de Obould ele estava descendo a Espinha do Mundo e o destino de seu vasto exército era incerto.

- Se eles pretendem atacar aqui, então creio que devamos pedir ajuda imediatamente. Não sabemos em quanto tempo eles irão atacar aqui, mas não seria muito sabio ir pra Lua Argentea. Demoraria muito até irmos e voltarmos - Falou Belediel analizando a situação.

Tomdrill pigarreia e diz:
- Acho que seria prudente apenas nos abastecer de comida para a viagem e viajar o quanto antes... Quanto mais tempo passamos aqui, mais corremos o risco de ouvirem que estamos com o príncipe e muitos oportunistas podem aparecer...

Frafur concorda e diz:

-Partiremos o quanto antes. Creio que se não for pedir muito Sra., será que conseguiria nos fornecer algumas poções de cura? Em momento de aperto elas são bastante úteis.

Ele então então volta a ficar em silêncio aguardando o momento da partida.

Arletha se desculpa por não ter as poções, e logo a seguir diz:
- Vocês podem descansar hoje à noite aqui em minha residência. Amanhã de manhã preparei uma escolta para guiá-los pelo caminho. Com a Passagem de Lua Argêntea bloqueada pela neve, vocês deverão passar pela Passagem da Lua e depois seguir a trilha ao longo do Rio Rauvin. É uma estrada mais perigosa e toda precaução é pouca.

Quando o banquete termina ela diz:
- Alyn, mostre os quartos aos nossos hóspedes. Tiv, quero que comunique Mannock para colocar mais batedores na área, talvez os orcs ainda pensem em nos atacar. - Dirigindo-se novamente a comitiva: - Senhores e senhora, foi um prazer conhecê-los. Talvez nos voltemos a nos encontrar no futuro. Desejo sorte em vosso caminho.

Tendo a conversa encerrada, Arletha sai do aposento e o criado de nome Alyn encaminha os membros da comitiva para os seus respectivos quartos.

A comitiva começa a viagem acompanhada de uma pequena escolta preparada por Arletha. A senhora Lança de Gelo deu todos os suprimentos necessários para a viagem. O grupo segue caminho pela Estrada da Bifurcação, levando-os diretamente até a cidade de Sundabar. Ardanthur e Katon tiveram que ficar na cidade ao saber que Helm já se encontrava nela.

O resto do grupo passa uma noite na cidade fortificada e continua viagem a pé por uma trilha que os leva até a chamada Travessia do Rauvin. As carroças foram deixadas para trás pois era impossível fazer a travessia com elas. Os soldados de Neve Morta pagam pelos rebocadores locais para que eles ajudassem o grupo a passar pelas pequenas e estreitas trilhas escavadas nas paredes montanhosas.

Finalmente passando pelas montanhas, eles alcançam uma pequena colônia chamada Jalanthar, onde repousa uma fortaleza coberta de musgo na beira do rio. O povo da aldeia ajuda os viajantes a se defender dos orcs e predadores locais. Pequenos edifícios são cavados no solo e eles possuem várias cavernas escondidas pelas Montanhas Inferiores. Após passarem uma noite segura na hospedaria A Cocatriz Cantora, a viagem prossegue.

Após penosos e longos dias, Everlund enfim é avistada. Lá eles recompõem o estoque de suprimentos e seguem o caminho, encontrando uma estátua de um gigante retratando-se como se ele estivesse caminhando através do rio. Alguns como Eunsech já a conhecia, outros se surpreendem. Olhando-se com atenção, a estátua parece extremamente realista. Reza a lenda que qualquer um que destrua ou liberte o gigante de sua prisão rochosa, uma maldição horrível recaíra sobre esta pessoa.

Passando pela Passagem de Everlund, um trecho perigoso de viagem pelas montanhas acima, Lua Argêntea, a Gema do Norte, é avistada. Aqui os soldados que acompanharam todo o grupo se despedem deles. Os soldados iriam passar um ou dois dias na cidade e voltariam para a Neve Morta, fazendo o longo trajeto tudo de novo.

Liderados por Frafur, a Comitiva das Fronteiras se dirige pro Alto Palácio, mais precisamente no Salão de Audiência onde tudo começou. Sentado no Sólio da Lua encontrava-se Taern, o Alto Mago de Lua Argêntea. A cadeira do Trono de Prata pertencente à Alustriel estava vazia. Ao ser perguntado onde estaria Alustriel, Taern responde:

- A Grã-Senhora das Fronteiras Prateadas encontra-se no momento no Salão de Mitral. O exército do Rei Obould faz um cerco pesado à fortaleza anã, e ela está lá para auxiliar o Rei Bruenor Martelo de Batalha e os seus anões. O assunto da missão de vocês poderá ser tratado comigo.

Frafur, mesmo que preocupado com a sua cidade natal, narra tudo o que se passou com eles. Fala do tal orc príncipe que eles ainda mantinham prisioneiro e de todas as informações retiradas daquele orc que Baraz matou a sangue frio.

- Vocês fizeram um excelente trabalho. Mandarei soldados levarem o orc para os calabouços, eu mesmo irei interrogá-lo. A Comitiva das Fronteiras deste modo está desfeita. O dever de vocês para com a Confederação já está cumprido. Vocês agora podem seguir o caminho que acharem mais adequados.

E desta maneira, com o sentimento de dever cumprido e o sentimento de que muita coisa ainda estava para acontecer e a ser feita, alguns membros da comitiva se despedem uns dos outros.

A guerra começara.



***** FIM DA AVENTURA *****