por Yuji Kiba Qui Out 01, 2015 5:40 pm
A sacerdotisa rapidamente se vê dentro do berço, no inicio sente uma desorientação, olha pra os lados, olha pra o próprio corpo e não entende o que esta acontecendo apenas que tem uma forte vontade de chorar e gritar. Por mais que tentasse se controlar, Selene não podia mais conter o choro debruçada no berço com medo e nervosa enquanto as batidas aumentavam, seu corpo tremia totalmente de pavor. Porém, algo a faz retomar os sentidos, a forte luz da lua em meio ao céu noturno a lembra da ultima conversa que havia tido com Andromalius meses antes.
Andromalius: “Você esta ficando velha, velha e bonita, daqui a pouco os homens vão fazer fila, mas de 200 homens. Vai ser uma pena, não quero ter que enforcar tanta gente...”
Era uma noite parecida com a noite na qual Selene estava presa, fria e com uma forte lua cheia. Por conhecidencia, a vizita de Andromalius batera com a data de aniversario de Selene, seu aniversario de 18 anos. Enquanto conversavam, o velho cavaleiro usava seu costumeiro jeito desinibido de falar. Porém, Selene se lembra que algo estava diferente, Andromalius parecia mais serio que o de costume.
-Para pai, sabe que não vou seguir essa vida pra ser uma mulher! Me juntar com um homem esta fora de questão, sou uma guerreira casamento so com o meu trabalho!!
Andromalius gargalha fazendo sinal de positivo com a cabeça enquanto estava sentado ao lado da sacerdotisa em uma fogueira no meio do mato. Andromalius segurava um copo com uma bebida que estava esquentando na fogueira, Selene se lembra do sorriso do cavaleiro que chamava de pai.
Andromalius: “Isso mesmo, boas falas, boas falas! Assim não vou precisar enforcar nenhum civil hahahaha!”
Em um momento olhando para a lua, a feição do velho cavaleiro muda para um rosto serio, então ele se vira para Selene mostrando um olhar distante.
Andromalius: “Mas parte de mim gostaria que tu tivesse escolhido outra vida... Nunca te contei a historia toda, mas quando te encontrei era uma noite como essa...”
O cavaleiro ergue o copo tomando um gole lento como se tentasse evitar continuar a conversa, mas mesmo assim continua.
Andromalius: “Falei que tu já escapou da morte no dia que te encontrei... as vezes durante a noite tu acorda gritando e posso ver o medo nos seus olhos. Tive sorte de nunca passar por algo tão perigoso na idade que tu tinha na época... Não gostaria que tu passasse por algo assim novamente”
Selene fecha a cara e franze a testa ficando com uma aparência emburrada, em seguida pula em cima de Andromalius lhe aplicando uma chave de pescoço, em seguida dando cascudos no velho cavaleiro.
-Não me subestime velhote!!
As batidas na porta trazem Selene de volta ao presente e ela consegue entender o que estava acontecendo. Antes a sensação de familiaridade era estranha para ela, não conseguia se lembrar daquele local com clareza, apenas a sensação do perigo, da morte. Agora finalmente compreendera que aquele pesadelo era seu passado.
Pensando: -“Então é isso, demorou pra eu compreender, mas finalmente entendo... por isso esse lugar meche tanto comigo, deve ser aqui que meu pai me encontrou, deve ser esse meu sonho.”
Selene ainda não conseguia se mover, mas sua mente finalmente estava clareando.
Pensando: -“Ainda não cheguei totalmente ao mundo dos sonhos, estou no meu pesadelo, sobre meu passado... mas não posso deixar mais isso me abalar.”
A sacerdotisa aperta a mão o lugar onde geralmente estava sua adaga e se vira em direção a porta, vigiando-a enquanto as batidas aumentavam cada vez mais. Seu corpo ainda tremia e o medo ainda existia em seu coração, mas agora estava mais decidida que nunca a supera-lo.
Pensando: -“Se este é um sonho lúcido, talvez eu possa me concentrar e modifica-lo como eu quiser.”
A porta é arremessada e se choca contra a parede rachando-a, mas nada adentra pela passagem, a sacerdotisa começa a controlar sua respiração acalmando seu corpo e sua mente, agora se concentrava em ter novamente seu corpo adulto. Esforçava sua vontade e sua mente para tentar manipular o local.
Pensando: -“Talvez eu esteja errada, mas é melhor tentar”