Green Valle - Ninfas, Fadas e Aventuras.

Os nossos aventureiros aguardavam famintos a "anfitriã" chegar no local em que estavam.
Arzamarr por sua vez não esperou por ninguém e logo pegou duas das frutas grandes que estavam na cesta colocando-as quase inteiras na boca de uma só vez.

- Poderia ter uma boa cerveja pelo menos - resmungou enquanto pegava seu cantil que tinha cerveja dentro.

Beijamim sentou-se e permaneceu quieto e sem fazer nenhum movimento.


Passado poucos instantes, que parecia muitos já que o anão já estava comendo a quinta fruta, apareceu entrando no local uma linda mulher, de orelhas pontiagudas, olhos verdes como as folhas das árvores que enfeitavam a "cabana", caminhava descalça e com passos leves. Trazia um sorriso suspeitamente simpático no rosto e usava trajes muito indiscretos.
Eles eram feitos de folhas de árvore e um tecido natural e comum, cobria, de forma sedutora, os seios medios da mulher e sua parte debaixo como uma saia, deixando a mostra suas lindas e compridas pernas e seu abdomen magro.

Ela caminha elegantemente até a "poltrona" de folhas e olha para os aventureiros, sem dizer uma palavra, mas ainda Sorrindo.

Tarsio não concorda com a atitude do anão. Torcia para que isso não fosse dar problemas pra eles depois. Seu estomago roncando e só via o Arzammar comendo as frutas. Picareta! Vem isso na sua cabeça. Queria comer tambem, mas não queria ser mais educado. Ah! que encruzilhada. Sua barriga faz barulho de novo, mas resisti mais uma vez.

Alguns minutos depois aparece a suposta anfitriã. Uma mulher linda usando umas roupinhas provocantes. Tarsio quase que torce o pescoço ao vê-la atravessa a sala e se sentar. "Ninfas" pensa ele. Perigosas assim como belas.

O jovem sorri pra ela tambem e se apresenta:

- Sou Tarsio e vim dos reino das florestas do sul. Eu e mais meus três companheiros viemos em busca de informações no seu reino.

O anão se empaturrava com as frutas que havia pego, estava com fome, e não era dos costumes anão que esperasse outros comerem primeiro, se havia comida a mostra, era pra serem comidas, isso é algo lógico na cabeça do anão.

Assim como Tarsio, o anão percebe a linda anfitriã, não era como as de sua raça, faltava carne, mas Arzamarr não se guardava apenas para as de sua raça.
- Hmmmmmm... Até que essas frutas não são ruim não!... O anão, que falava de boca cheia, percebe sua gafe e engole tudo, sem mastigar e continua a falar depois da apresentação de Tarsio. - Desculpe meu jeito ogro senhorita... O anão guarda seu cantil e sussurra no ouvido de Tarsio, puxando ele para baixo pelo ombro. - Pelo menos te informa se ela não tem companheiro antes de dar em cima dela... Como na taverna, lembra?

Tuffo não se aguenta ao ver a ninfa entrando pela sala se levanta da cadeira e se aproxima dela fazendo uma reverencia bem espalhafatosa, girando sobre os calcanhares e se curvando, ao mesmo tempo que gesticula com as mãos:

Como vai Senhorita! Sou Tuffo Makrena,
Bobo da Corte do Reino do Oeste,
Das Piadas e Canções, sou O Mestre,
desta forma sou o que sou sem tirar nem por,
Sempre sorrindo brincando e cantando,
Pode me chamar de Tuffo, ao seu Dispor!

Já abracei de pequeninos a grandalhões,
Humanos, elfos, anões e até dragões!
Um abraço apertado quero lhe dar,
Demonstrando minha gratidão de nos receber e acolher em vosso lar.


Terminando de recitar os versos e seus movimentos espalhafatosos e engraçados de sua apresentação, sem exitar o Bardo abraça a Ninfa.

Quando a ninfa entra e começa a caminhar, ela ouve a canção de Tuffo, pára por um instante e o observa confusa, até ele vir e abraçá-la. Seus braços apertavam o corpo da Ninfa e ela levantou os braços mostrando que não a agradava, ela apenas olha Tuffo e diz, em tom normal como se fosse algo normal:

- Já amaldiçoei homens por muito menos que um toque...

Depois ela se senta e ouve as apresentações. Beijamim apenas disse seu nome e não de onde veio e permaneceu calado.

- Sou Calyndra e há muitas luas não recebemos convidados. Os pássaros cantam que são heróis, mas há sussurros sombrios dizendo que são responsáveis pela guerra. Em que devo acreditar?

Nesse momento ela pega uma fruta e deita-se na "poltrona" de folhas que estava sentada, deixando mostrar mais partes nuas de seu corpo, mas seu olhar era tão quente quanto a brasa do vulcão.
Morde um pedaço do alimento, seus olhos brilham como se fossem fonte de luz, mas rápido como flash, e adentram dois lobos, uma águia, um guepardo e uma serpente no local, parando todos ao lado dela, sentando-se e acomodando-se ali, encarando os convidados.

Tuffo não se importa com a resposta dela e volta feliz para o seu lugar para comer.

-Nossa estou com bastante fome, mas um pouco e eu desmaiaria.

Ele comia e balbuciava umas melodias, seus companheiros sabiam que dali viria outra canção. E mais, sabiam que não ia demorar muito.

-Acredite nos sussurros, pois o responsavel está nesta mesa.
Beijamim percebe a entrada de um grupo de animais e fica mais atento, pois poderia ser os filhos da floresta em pele de animais. Beijamim obeserva os animais por um momento, sem medo ou ameaça, apenas indiferença e em seguida fala.
- Vamos ao que interressa, senhorita o que sabe sobre aquele que se auto-intitula o verdadeiro Rei das sombras? Ouvimos boatos que ele passou por aqui e que as fadas sabiam como encontra-lo... Beijamim olha nos olhos da mulher procurando a verdade.

- Não acredite em nenhum dos dois, não somos heróis, não somos os causadores da guerra... A guerra começou quando a Rainha das sombras perdeu o seu objeto mais valioso... A guerra será iminente, não tem como fugir da natureza dos seres das sombras, eles que provocaram tudo isso... Seres imundos! Fala o anão, logo depois de Beijamim, seu tom era alto e ríspido, como se estivesse brigando com alguém, era notório que tinha rancor guardado com os seres das sombras, a raiva sobre aquelas criaturas era grande o suficiente para obscurecer algumas virtudes do anão. Ele estava com outra fruta na mão enquanto falava, mas ele a apertou com tanta força que ela acabara se despedaçando em suas mãos, escorrendo o suco da fruta por entre os dedos.

Tarsio finalmente pega algo pra comer. Devora rapidamente sem se importar com educação e modos. Somente depois de ter comido pelo menos um fruta vai começa a falar:

- Será que dá pra parar vocês dois Beijamin e Arzammar. É por causa dessas briguinhas que nós estamos nessa situação - Ele para de falar e olhar pros dois e se vira pra ninfa - Desculpe, os nossos companheiros, senhora ninfa. Nós estamos aqui pra saber sobre o homem que se entitula o verdadeiro rei das sombras e rumores ou o rumo do cajado das sombras.

Tarsio mostrava um leve rubor na face ao olhar pra ninfa e ver suas partes nuas.

Beijamim ignora completamente os comentários de Tarsio e do Anão, como se nem existissem e espera uma palavra da bela mulher.

Calyndra os observava com curiosidade.
Já havia muito tempo que não encontrava humanos ali, eles temiam aquele lugar e talvez ela tivesse uma parcela de culpa nisso. Mas concerteza tinha toda a culpa no retorno de alguns...

Ela ouve a pergunta de Beijamim e, dando o bagaço da fruta ao animal mais próximo dela para que ele comesse, ela responde:

- Antes de dizer o que sei, quero saber o motivo de querer saber sobre este ser. O Cajado de Namish não tem importância alguma é apenas um enfeite, mas a esfera que ele suporta é o segredo para o fim da guerra...

Ao dizer isto ela faz um gesto e a águia voa rente à mesa de baquete de frutas e pega uma outra. Entrega a mesma para a Ninfa.

Tuffo ainda mastigando uma das frutas diz:

-Hum...Mas descobrimos que o mal está se reunindo aqui no reino do Norte e encontrando com suas alianças. Nhum...Nhumm.Precisamos encontrar rápido essa esfera, vocês saberiam como podemos fazê-lo antes deles? Aliás, a senhorita sabe, Nhumm..Nhumm...Sobre esse que se entitula o verdadeiro Rei?

- O motivo é bem simples, venho seguindo pistas que acredito ser de servos desse homem, que planeja algo mais assustador do que o seu maior pesadelo... E como o palhaço aí falou ele está reunindo forças e não planeja pegar o reino das sombras, mas tudo o que existe. Termina Beijamim.

- Acredito que o motivo principal da nossa busca por esse homem que se entitula o verdadeiro rei, seja por causa da ameaça que ele representa ao equilibrio do mundo. O clerigo já falou grande parte do tinha que ser dito. O estranho foi que no momento que nós encontramos os dragões dos reinos eu não vi o dragão do reino do sul? Você que é conhecedora da historia do mundo, senhora Ninfa. Não existe dragão patrono do meu reino? - Pergunta Curioso Tarsio e esquecendo as partes nuas da Ninfa.

O anão ficava quieto apenas escutando o diálogo do seu grupo com a Calyndra, já havia comido muito durante o papo, então da uma pausa e se aconchega na cadeira, prestando atenção no que falavam.

Calyndra responde à Tuffo, parando de comer a fruta e dando o resto à um Tigre que acabara de entrar ali e deitar-se também aos seus pés.

- Correção: O mau está recrutando em todos os reinos. A Esfera está na posse de uma pessoa que não consegue usá-la e esta pessoa, jovem cantor, é de seu Reino.

Ela fala com sua voz mansa, porém seu olhar era sério. Então diz:

- O "Verdadeiro Rei" tem uma história e, por conta dela, acredita ser merecedor do Trono de Namish. Meu pior pesadelo? Ah... meu jovem você tem a língua ácida como o veneno das ervas que crescem nas sombras das florestas do Reino... Mas certamente não deveria tentar imaginar meus pesadelos... O "Verdadeiro Rei" apenas deseja o poder que acredita ser de seu direito...

Ela então olha para Tarcio e, pela primeira vez, é possível ver um sorriso em seu rosto:

- Então, você é o jovem das florestas do Sul que ouvi falar? Não, não é um dragão que protege seu reino, jovem... Os Guardiões falam demais do equilíbrio, no entanto raramente pensam nas consequencias e no sacrifício que os seres que compõe o mundo deve fazê-lo para tal... Os dragões não são tão sábios quanto pensamos que são.

Ela então olha para o anão com curiosidade e lhe pergunta:

- Não tem nada de seu interesse aqui além da comida, pequeno rancoroso?

Tuffo ouve o que a Ninfa dizia e quando ela diz: "...é de seu reino..." Tufo se engasga com um pedaço de maçã que estava comendo.

-Cof...Cof...Cof... Oque? Meu reino Senhori...Cof...Cof..ta...

Ele se levanta com os olhos cheios d'água por causa do engasgue e pede para cutuca Tarsio para dar um tapa em suas costas para desengasgá-lo.

-Me..Cof...Cof.ajude...aqui... Diz o Bobo fazendo um sinal com as mãos para ajudá-lo.

Após se recuperar ele diz:

-Humm eu sabia....Mas não podia acreditar nisso tudo, porque será que me enviaram então senhorita? Se o meu reino estava corrompido pelo mal, porque me enviaram?

Como em poucas vezes os companheiros viram a tristeza acometê-lo, o Bobo se entristeceu. Ele abaixou a cabeça e refletiu silenciosamente.

O anão não estava comendo quando Calyndra se dirige a ele, mas estava procurando por comida, mais especificamente, por carne.

- Não é isso milady... É que eu falo pouco mesmo, já esse ai, não para! O anão fala pra Calyndra, terminando sua frase olhando pra Tuffo.

- Mas aproveitando que falasse em comida... Tem uma carne de porco pra comer aqui?... Minha raça prefere a carne... E bebida destilada!... Mas podem continuar o assunto, se eu tiver algo pra acrescentar... Falarei de boca cheia. O anão termina dando uma risada meio sem graça, o banquete de frutas não estava o agradando muito e não demoraria pra ficar ranzinza, volta e meia o anão fintava o Tigre, já começava a imaginar o animal em formato de bife. - Bonito Tigre... É domesticado?

- Como? Você ouviu fala de mim? E o falso rei é do reino do Tuffo? - Indaga Tarsio duas vezes surpreso.

Ela sorri ao ver a reação de todos com sua breve notícia, mas franze o cenho preocupada...

- Pequeno Tuffo, sua alma e seu coração são bondosos demais para ficar entre os que tem as trevas no coração. Seu espírito heróico poria tudo a perder nos planos de seus superiores envolvidos com as Sombras... Compreende?

Ela volta sua atenção à Arzamarr agora:

- Ah pequenino, meus animais são meus amigos, não os treino para serem o que não é de sua natureza. Amigos ajudam uns aos outros e é esta a minha relação com o Tigre e os demais aqui... Falar de carne na frente de meus companheiros não é apropriado e em minha ilha só temos coisas provindas da mais pura natureza. Lamente, sem cervejas ou carnes...

Ela olha por um momento Tarcio com certa ternura e uma preocupação ainda maior, endireita-se na cadeira, cruza suas pernas e diz ao homem:

- Sim, ouvi falar de você. Sim, o "Verdadeiro Rei" está dentre o Oeste, mas não posso afirmar com certeza a localização...


Ela passa os olhos por todos e diz:

- Vieram recolher informações, o que mais querem saber, jovens destinados ao heroismo?