A cidade dos piratas é o espinho na sola do pé dos outros reinos. Refúgio de navios piratas, localizada em um importante eixo de caravanas e rotas marítimas, Porto Negro é cidade de atividades escusas, proibidas nos outros reinos, como a escravidão, contrabando e venda de objetos roubados.
Porto Negro nem sempre foi assim, e conheceu altos e baixos em sua turbulenta historia. E também foi assim a vida de muitos de seus habitantes.
Fauzi, por exemplo. Vivia em um povoado feliz e com um futuro promissor, mas as desventuras da vida fizeram com que tivesse destino semelhante ao de Porto Negro, onde um período de felicidade é sucedido por outro de desgosto e amargura.
Mas o que importa é o agora.
Fauzi estava concentrado. Ele observava uma dançarina de aparência exótica, sendo o centro das atenções em meio a um numero de marinheiros, piratas e trabalhadores das docas que a observavam fascinados. As tavernas de Porto Negro a noite eram locais onde homens e mulheres cansados e massacrados pelo dia-a-dia vinham procurar um escape de suas sufocantes vidas. E na taverna Peixe Defumado não era diferente.
A companheira de Fauzi, uma garota de nome Bia Wiam, gostava do local, pois o mesmo sempre era cheio, o que facilitava suas atividades de extrair um pouco daqueles que tem muito. E ela fazia isto com agilidade e delicadeza, em fregueses que estavam bêbados demais para notarem a falta de algumas moedas, ou mesmo todas suas moedas.
Após um certo tempo ela volta, e se senta ao lado do guerreiro, satisfeita. Bia tinha olhos azuis e cabelos castanhos, que ela usava amarrados em um grande rabo de cavalo. Gostava de usar roupas sensuais, e naquele momento usava um bustiê e saia de couros marrom-escuros.
Ela sorri de canto de boca, estalando os dedos satisfeita. “Consegui umas boas moedas por aqui, Fauzi! Os homens ficam babando em cima das dançarinas, o que facilita meu trabalho. Agora vou poder retribuir o favor que voce me fez, mesmo que seja em parte”, diz animada.