Distraído inicialmente pela memória que o visitava, Scott deu por si quando notou que Ominous não somente acariciava suas cicatrizes como sorria e parecia gostar da sensação de passar os dedos.
A mão dela passa pela cicatriz mais recente, o grande risco em seu rosto onde foi atingido pela bala, até uma velha cicatriz de faca no abdômen. Isso intriga Scott por um instante, Ominous desafiava muito do que ele imaginava dela.
Com ela sobre ele, Scott tira o sutiã dela primeiro. Admirava o corpo dela, era esquisito de alguma forma. Mas isso não o impedia de achá-la bonita. Talvez o atraísse ainda mais a pele tão branca, os seios grandes e completamente simétricos ou o simples fato de que ela não possuía uma única marca de nascença, cicatriz ou até mesmo marcas da roupa.
Opostos, em todo sentido.
O restante das roupas voou como se um furacão passasse pelos dois naquele instante. Os dois com uma stamina superior ao de pessoas normais tornavam o sexo em uma corrida em que os dois podiam ficar par a par. A diferença era que ninguém queria ganhá-la.
As tatuagens de Scott dançavam e reagiam ao toque de Ominous: quando ela pressionava as costas de Scott ou as arranhava, elas se afastavam, como peixes na água fugindo de uma movimentação hostil. Mas Ominous também tinha um toque, como de um arrepio, de estática, em algum momentos e as tatuagens seguiam sua mão, esperando mais um toque.
O toque do Motorista parecia afetá-la de maneira parecida, em alguns momentos suas tatuagens involuntariamente tomavam a forma da Tatuagem de Cruz, enviando uma gélida sensação quando ele a tocava, principalmente nas pernas.
Sua boca tinha um forte gosto de camomila. Até mesmo seu hálito era diferente. Ela mordia os lábios quando o empurrava, num fingimento de que queria que se afastasse, para em seguida puxá-lo de volta para muito perto de si. Ominous também sussurrava, com sua telepatia, para provocá-lo.
Exaustos, os dois desabaram na cama.
Scott realizou uma porção de desejos sexuais que nem se recordava de ter, talvez alguns que nem mesmo tinha anteriormente. Ominous parecia igualmente satisfeita. Após um beijo ela andava até o chuveiro, Scott não deixou de observá-la indo mais uma vez.
O Motorista sentia todos os músculos latejando, a exaustão era real. Silêncio preenchia o quarto agora, mas não era do tipo que incomodava Scott, era como um silêncio reconfortante que trazia tranquilidade.
”Ok, isso foi bom. Muito bom. Ah, ela pode ouvir meus pensamentos...pode? Droga, eu não entendo como isso funciona”Scott se virou e observava novamente o corpo de Ominous quando ela se aproximou, de toalha, a tirou, e se deitou ao seu lado.
Com um movimento sutil colocou o braço por trás dela e a aproximou de seu peito.
-Sabe Omni, eu confesso que quando te vi pela primeira vez eu achei que você fosse alguém bem diferente - comentou o Motorista, quebrando o silêncio -
Mas me surpreendeu de uma maneira boa.
”Ô se surpreendeu!”-Me conectar com qualquer pessoa tem sido complicado nos últimos anos. Acho que não te contei sobre a minha amnésia. Bem, resumindo, estou a cinco anos tentando me lembrar de algo - ele diz de forma tranquila -
Mas estou começando a recuperar algumas coisas, talvez você esteja ajudando nisso - ele sorri para ela.
-Posso te dar algo? - Scott segura a mão direita de Ominous. Uma das pequenas tatuagens se aproxima lentamente de seu braço
-Essa tatuagem literalmente segurou algumas daquelas balas hoje. Eu quero te dar uma cópia dela.A pequena tatuagem em forma de triângulo se divide, uma cópia se formando no braço liso de Ominous.
- Spoiler:
Tatuagem do Protetor (12 PPs)
*EFFECT: Protection 6 / TYPE: Defense / DESCRIPTORS: Mystical
*ACTION: None / RANGE: Personal / DURATION: Permanent
-Extras: Affect Others
RANK: Protection 6
DESCRIPTION: Os últimos eventos na vida de Scott vem lhe despertando o desejo de poder proteger mais não só a si mesmo, mas àqueles que gosta. A forma da tatuagem varia, mas é a única da qual ele poder compartilhar com outra pessoa.
-Agora nem uma nova amnésia vai me fazer esquecer de hoje - sorriu e a beijou novamente.
Ficou alguns minutos abraçado com ela, em silêncio.
-Sabe, eu tenho uma porção de perguntas sobre você. Mas eu não vou revelar seus mais ocultos segredos hoje a noite. Só quero um: esse violão, você toca?Uma sensação de familiaridade lhe percorreu. Se virou e pegou o instrumento. Sem perceber começou alguns acordes.
-Ok, talvez seja melhor eu continuar sendo motorista- riu e guardou o violão. Ficou deitado, abraçado com Ominous até cair no sono.
Estava preparado para sonhar seu mesmo sonho de sempre, os halls de Elysia, e talvez até despertar em outra realidade.
Tudo havia sido tão diferente nesse dia que não se surpreenderia caso tudo fosse um sonho.
Um sonho bizarro. Muito bizarro.
”Devo ter dormido demais. Droga, cãibra, ai ai” se levantou lentamente da cama. Estava sozinho no quarto que parecia ainda maior agora. Andou até o banheiro e lavou o rosto. Por sorte havia trazido sua mochila com suas coisas.
Escova de dentes, uma nova muda de roupas. Só lhe faltava o carro para ter todo o seu equipamento ali.
”Depois de falar com a Lótus eu preciso ir até meu carro. A máscara do Scorpio...talvez eu me lembre de mais coisas”Colocou a segunda jaqueta que possuía e um segundo óculos escuros.
-Ok Scott, não deixe cortarem sua jaqueta com espadas nem quebre seu próprio óculos. São seus últimosAndou pelos corredores. O lugar era tão enorme que tudo parece sempre vazio, será o que lugar já foi cheio um dia?
Seguiu as vozes e encontrou o que parecia ser um refeitório.
O Time Anti-Empirikos estava ali. Scott se sentou no lugar livre entre eles. Olhou para Ominous, parecia distraída com seu livro, sorriria brevemente caso ela olhasse para ele.
-Bom dia. Conseguiram descansar? - respondeu Minerva.
”Ela continua pálida. Não, está pior” - Ainda carregava o livro estranho e o pendrive consigo. Estaria o livro relacionado a esse problema?
Jack e Ansata pareciam deslocados. Eram tão novatos naquele lugar como ele. Scott sentia que agora sua jornada não seria somente ele sozinho, mas que teria eles para ajudar, para acompanhar.
-Me digam, o que eles servem de bom por aqui? Eu estou faminto, não sei vocês - comentou olhando para Jack e Ansata -
Quero depois falar com vocês sobre a missão de ontem, com detalhes do que cada um fizemos quando tivemos de nos separar. Mas primeiro o café, obviamenteTentava manter o clima agradável da conversa, mas Scott tinha o pressentimento de que descobriria coisas nada boas ao ter a história completa.