Capítulo 1 - O Templo de Mystra

Só foi ouvir a garçonete e o Gnomo esboçou um largo sorriso no rosto. - Em qual quarto ele está? Pode me mostrar? - Pergunta diretamente -É ele que estou atrás - Se levanta animado - Não tomem minha sopa - Diz para os rapazes. -Eu já voltou para apreciá-la - Diz olhando para a garçonete esperando uma resposta.

Alexander pede uma garrafa de bom vinho para a mesa, e, ao ouvir a resposta da atendente a Endub, bate na mesa com a mão aberta.

-Se homens de armas é o que ele precisa, os melhores ele conseguirá! Alexander leRoy, O Lendário Desbravador das Florestas Sombrias, e seus fiéis companheiros ao seu dispor. Somos os melhores entre os melhores. Qual o quarto deste homem deprimido?

Turok não gostava daquele jeito impulsivo dos dois. Vão subir antes de comer?Ele se sentou na cadeira e continouou quieto aguardando o desenrolar. Tu estava com fome e ele também. Se não fosse vital a sua presença iria levar a galinha para fora para comer com seu companheiro.

A cerveja da estalagem era forte, uma das melhores que Clegorian já havia experimentado nas redondezas. Ele ouve um homem bradar aos fundos que estava desafiando alguém derrubá-lo e Clegorian se candidata. O homem era atarracado, com braços musculosos e pernas fortes. Quando Clegorian se aproximou da roda, o homem fala:
"Eu piso no seu deus e depois cuspo em cima dele", os homens envolta, a maioria já bêbados, gargalham com o insulto. "Qual vai ser a aposta? Dois leões de ouro?", Clegorian sabia que um leão de ouro era equivalente a uma das moedas douradas que tinha em sua algibeira.

Na mesa do grupo, a jovem atendente diz onde o tal homem deprimido estava hospedado. Seu quarto ficava no segundo andar e era a primeira porta à esquerda. Como a sopa do Endub ainda iria demorar para ficar pronta, tanto ele quanto Alexander resolvem fazer de imediato uma visitinha ao sujeito. Turok espera chegar a galinha e o vinho e se dirige para fora do estabelecimento, indo de encontro ao seu gorila. O animal chamava a atenção dos transeuntes, é claro, mas ninguém ousava se aproximar dele.

No segundo andar, Alexander bate à porta. Silêncio. Ele bate de novo. Silêncio. Quando ele bate pela terceira vez, uma voz perturbada sai de lá de dentro perguntando:
"Quem... quem está aí?"

- Sou eu, Endub! Vi seu bilhete dizendo que precisava de aventureiros fortes! - Responde ao homem.

- Estamos aqui, abra para que possamos conversar - Diz entusiasmado.

Silêncio.

Os dois pensaram que o homem não abriria a porta, mas de repente eles ouvem passos indo e vindo no assoalho do quarto e na sequência um clique destrancava a fechadura. O homem abre um pouco a porta, o suficiente apenas para mostrar a sua cara. Ele possuía uma barba branca, aparentando uma certa idade, e usava um solidéu azul na cabeça. Uma de suas mãos, a que abrira a porta, tremia visivelmente.
"Como vocês sabem que fui eu que escrevi aquele bilhete?", pergunta.

- Nós contaram, a moça lá embaixo que disse - Diz levantando a cabeça e olhando para o senhor.

- O que está pegando? Podemos ajudar de que jeito? Nós somos quatro bravos aventureiros, acho que era isso que o Senhor estava atrás, certo? - Sorri.

- Será que podemos entrar para uma breve conversa, e você nos explicar o que lhe incomoda? - Indaga.

-Pode nos dizer seus problemas, caro senhor, e resolveremos todos, por um preço razoável. Somos os melhores entre os melhores, Alexander leRoy, Matador de Dragões, e sua trupe!

O ladino tira o chapéu de aba larga e faz uma complicada mesura.

O homem não pareceu totalmente contente com a resposta que o gnomo dera, mas mesmo relutante ele termina de abrir a porta e dá espaço para que os dois adentrassem o quarto. Logo a seguir ele fecha a porta e a tranca.

Agora tanto Endub quanto Alexander podia ver o sujeito por inteiro. Ele vestia uma túnica azul simples adornado com branco, acentuada por um manto azul-escuro.
"Realmente sou eu quem escreveu o bilhete... Me chamo Tunaster Dranik, devoto de Mystra. Não sei como começar a contar a minha história... É difícil pensar no que aconteceu comigo."

O homem parecia mais calmo – pelo menos sua mão não tremia mais. Ele havia sentado numa cadeira que tinha no quarto e indicou a cama para que os dois se acomodassem.
"Tentarei começar pelo início então."

"Bom, na minha vida inteira eu sempre perambulei por aí, como muitos mystranos fazem, procurando fontes de magia antiga. Eu já estive em tumbas e ruínas perigosas – já passei até mesmo no lar de um lich imundo. Mas nenhum desses lugares se compara com o que o que vi na dezena passada – um templo novinho em folha construído para Mystra, aqui em Wheloon!"

"Parece normal o bastante, não é mesmo? Mas não existe nenhum outro templo de Mystra em Cormyr. Esta é a grande novidade! Eu sou um antigo clérigo da igreja. Todo ano eu faço um contato com a organização. Como eu não sabia que eu deveria encontrar um templo de Mystra aqui? Por que eu, um clérigo em boa posição, não sabia mais dessa tal ‘Senhora Arthas’ que supostamente ordenou a construção do templo e situou-o sobre as ruínas da velha cidadela?"

"Surpreso, eu imediatamente adentrei o templo, procurando por respostas. Eu fui pelo pátio externo, mas me impediram de entrar nas áreas interiores; foi me dito para esperar pela Senhora Arthas. Depois de uma hora de espera, um homem apareceu, alguém chamado Fembrys, e ele me pediu para acompanhá-lo de volta ao pátio central. Ele usava uma vestimenta de um clérigo mystrano, como eu, mas alguma coisa sobre ele não estava certa. Eu não consigo explicar isto a vocês, mas alguma coisa nele me fez... correr."

"E depois disto eles me caçaram! Isso mesmo! Por que eles fariam isto? Alguém sobre as muralhas do templo disparou flechas sobre mim. Mas eu consegui escapar. O que nos Nove Infernos está acontecendo lá? Eu preciso descobrir, ou na impossibilidade disto, ir ao templo legítimo de Mystra mais próximo e pedir por ajuda. Mas agora vocês estão aqui. Vocês podem me ajudar?"

Alexander ouve atentamente à história do homem, sentado de pernas cruzadas sobre a beira da cama.

-Me parece um trabalho de infiltração então. É claro que posso ajudar-lhe. Sou Alexander leRoy, Ladrão Extraordinário! Não há porta que possa me barrar o caminho, tranca que suporte meus dedos ou cofre que esteja protegido de minha astúcia. E no pior dos casos, não há besta que suporte o poder de minha espada.

O ladrão havia terminado a exibição de pé, com o belo sabre fora da bainha, apontando para o lado. Ele respira um segundo, se recompõe e continua.

-Mas, bom eu não trabalho de graça, nenhum de nós o faz. De quanto estamos falando?

Após ouvir a história do senhor o Gnomo fica pensativo, mas logo se anima ao ver Alexander fazer sua encenação - Infiltração... Olha para o meu tamanho, se infiltrar é a coisa mais fácil pra mim, adoro fazer isso, teve uma vez que tive que me infiltrar numa poderosa Guilda de Águas Profundas, nem sei como dei conta, mas consegui tudo que eu queria.... - Se levanta empolgado enquanto relembrava uma de suas histórias passadas. - É... infelizmente não trabalhamos de graça, meus componentes mágicos são caros... - Senta novamente para esticar suas pequenas pernas, afinal a viagem até Wheloon havia sido muito cansativa.

- Me diga mais sobre esse templo, ele é cercado? O que você acha que está acontecendo? - Indaga o velho.

- leRoy, pelo o que sei, está de noite, e a melhor hora pra se infiltrar em qualquer lugar é... de noite! - Pula da cama de uma vez animado.

- Meu senhor, de uma coisa pode ter certeza, não existe melhores infiltradores nessas terras que eu e esse rapaz aqui - Dá um tapa na bunda de leRoy, já que não alcançava suas costas - Não é mesmo Alexander? - Diz sorrindo.

- Pode me falar sobre o Constal Tholl , Lorde Barba Vermelha e suas taxas? - Tenta buscar informações para sua nova empreitada. - Quem são eles, e o que eles fazem? - Pergunta curioso.

"Você não os conhece? Bem, o Lorde Barba Vermelha é o governante da cidade, e Constal Maximanus Tholl é o líder do contingente local dos Dragões Púrpuras." Tanto Endub quanto Alexander conhecia os Dragões Púrpuras, a famosa força militar de Cormyr. Eles eram reconhecidos por sua disciplina, perícia e lealdade. "Sobre as taxas, os falsos mystranos certamente pagam alguma taxa ao Lorde Barba Vermelha por ter construído seu templo na cidade, sem falar no comércio que ele gera em seu entorno."

- Que tipo de comércio envolve o templo? - Pergunta curioso.

Clegorian estava lutando, Alexander e Endub subiram. Depois dizem que Turok é antissocial. Ele vai até o lado de fora e procura os fundos da taverna. Lá ele desenrola a galinha e pega algumas frutas na mochila. Sabia que Tu não comia estas carnes e ficaria de mal humor se não houvesse nada para ele. Não que não pudesse buscar sozinho, apenas não seria esperto deixar que ele andasse sozinho.

- Aqui. Tu. Comer. - Ele olha para os lados e como não havia ninguém, fica a vontade com seu companheiro. Sorri, brinca e se diverte com o gorila. Ele acaricia o animal agora, coisa que nunca fez em frente ao grupo. Depois que os dois estão cheios ele volta para dentro para ver como estariam os três...