Capítulo 1 - O Templo de Mystra

O homem à frente de Clegorian não pareceu ter se intimidado diante de sua ameaça.
"Cinco leões de ouro? É todo o dinheiro que tenho aqui, mas eu aceito a contraproposta. Depois de derrotá-lo irei pagar duas rodadas da melhor cerveja de Cormyr para meus amigos!" - Ele ri ruidosamente apesar de seu tamanho inferior. - "Vamos começar logo com isso."

As pessoas começam a declarar suas apostas enquanto os dois homens se preparavam para o desafio. As regras eram simples: Não valia a utilização de qualquer arma letal (muito menos magia) e quem conseguisse derrubar primeiro seu oponente vencia a disputa.

O soco de Clegorian atingiu em cheio a barriga de seu oponente, que se inclinou com a força do golpe. O homem se endireitou novamente e tentou acertar um pontapé no servo de Tempus, mas sem sucesso. Clegorian havia aparado o chute com uma de suas mãos e já se preparava para um novo ataque.

PRÓXIMO ATAQUE:

Desta vez o homem consegue se desviar do golpe de Clegorian. Ele fecha sua mão direita e revida com um soco bem dado no queixo de seu oponente. Parecia disputada a peleja neste momento, e a plateia vibrava a cada troca de golpes. Alguns haviam apostados suas fichas em Clegorian, mas a grande maioria apostara no homem atarracado. Provavelmente ele já tinha alguma fama nesta estalagem.

PRÓXIMO ATAQUE:

O homem segura o cruzado de direita de Clegorian e tenta acertar uma joelhada na barriga de seu oponente, mas o servo de Tempus também consegue aparar o golpe. Os dois se atracavam num combate parelho e emocionante.
"É o máximo que consegue fazer? Estou apenas brincando com você, ainda não estou lutando para valer", se vangloria o homem.

PRÓXIMOS ATAQUES:

Clegorian acerta uma porretada com as mãos juntas no rosto de seu oponente, que cospe sangue e dente. O cara contra-ataca com uma tentativa de bicar a parte baixa de Clegorian, mas ele consegue se esquivar para o lado. Na sequência o servo de Tempus vê seu soco bloqueado pelo adversário, que revida com mais um chute, e desta vez certeiro. A perna atinge a lateral da barriga de Clegorian. Ambos os homens já mostravam sinais de cansaço e a luta seguia sem um vencedor.

PRÓXIMOS ATAQUES:

Clegorian acerta novamente um soco bem dado, desta vez na boca do estômago, e o homem atarracado cospe mais uma quantia de sangue antes de cair no chão da estalagem se contorcendo de dor. Os cincos leões de ouro que o homem havia apostado estavam sobre um barril vazio num canto. Esse dinheiro agora era do Clegorian. A plateia ficou frustrada, já que a grande maioria havia apostado no perdedor da peleja, mas logo eles se reanimaram para os desafios que ainda viriam por esta noite.

Enquanto isso, no primeiro andar da estalagem, mais precisamente no quarto de Tunaster Dranik, o mystrano tinha mais uma coisa importante para falar a Alexander e Endub.
"Amanhã sai daqui uma caravana que vai até Saerloon. Estou indo para lá para me encontrar com os meus superiores na Torre do Mistério. Relatarei para eles o ocorrido e verei o que eles tem a dizer sobre o caso. Estou certo que alguém de lá poderá me teletransportar para cá novamente... Mas se não puderem, acredito que levarei pelo menos uma dezena para retornar." Ele faz uma pausa para ver se os dois mostravam alguma hesitação em relação a isso. "Dou a minha palavra de que pagarei o resto do dinheiro assim que voltar. Isto é, se vocês tiverem êxito na investigação. De qualquer forma, se não acreditarem em mim posso escrever uma nota promissória com a minha marca pessoal, onde vocês poderão levá-la para qualquer templo de Mystra para reaverem o resto do ouro. Bom, se não tiverem mais nenhuma questão para fazer, começarei a separar as 500 peças do combinado."

Só agora os dois reparam num baú que havia no canto da sala. Tunaster vai até lá e quando o abre o brilho do ouro resplandece. Ele começa a contar as moedas.

- Por mim tudo bem - Senta na cama e espera o homem conta seu dinheiro.

- leRoy, o que acha de irmos hoje mesmo investigar esse templo e aproveitar a sombra noturna? - Diz animado com sua nova empreitada.

-Bom, acho que sabemos o que precisamos, só falta nos dizer uma coisa, meu senhor: quer que nós nos infiltremos no templo sem ser notados, ou ponhamos o lugar abaixo?

Alexander sorriu, confiante. Havia gente querendo os dois tipos de serviço, sutil E bruto. Era sempre bom saber qual era o caso.

"Acho difícil vocês conseguirem entrar no templo sem serem notados", ia dizendo Tunaster enquanto separava as moedas no baú. "Existem muitos guardas protegendo o local... Mas não importa a estratégia que vocês utilizem, eu quero descobrir o que está havendo ali dentro, e se tiver algo de errado - como tenho certeza que há -, quero que vocês eliminem os blasfemos, ou os coloquem atrás das grades. Pronto! Terminei de separar as quinhentas peças de ouro. Está tudo aqui neste baú." O baú não era tão grande, mas certamente estaria bem pesado.

Clegorian havia saído da roda dos brigões sem pegar o dinheiro de seu adversário derrotado. Ao chegar à sua mesa, ele pede uma jarra de cerveja. Quando a bonita garçonete se aproxima da mesa para entregar a jarra, uma mão aberta bate na mesa com duas moedas prateadas em sua palma.
"Eu pago pela cerveja", com surpresa, Clegorian vê que era o homem atarracado que perdera a desafio para ele. Às vezes as coisas funcionavam dessa maneira em tavernas: Um simples gesto era o suficiente para criar uma amizade. Clegorian e o homem beberam a cerveja - e até chegaram a brindar juntos -, e ambos se revezaram em contar histórias engraçadas. No fim da jarra, o homem se apresenta como Sergor e diz que Clegorian poderia contar com a sua ajuda se precisasse de algo. Ele então se despede do servo de Tempus e retorna para os fundos da estalagem.

Turok trás o prato da estalagem e o copo de vinho, se senta e diz:

- Fez amizade?

Ele já começava a ficar impaciente. Seus companheiros já deveriam estar de volta ou estavam fazendo algo para o qual não saíram de lá.

-Bom, acho que com isso temos tudo que precisamos saber. Ainda temos que falar com o resto de nossa trupe, não é mesmo companheiro? Não acho que eles recusarão, porém.

Os olhos de Alexander brilharam ao ver o baú de ouro - e prever um maior que viria depois.

- Então está fechado - Levanta a mão para cumprimentar o senhor.

-Até mais - Se despede.

- leRoy, leva esse baú aí, que vou descer para conversar com os outros dois, acho que eles vão gostar da idéia - Diz enquanto abre a porta em direção a escadaria.

Chegando em seus amigos diz: - Todos prontos, temos uma missão para hoje, aqui do lado por muitas peças de ouro - Diz com um largo sorriso estampado em seu rosto.

Como não tinha tempo, pega sua sopa e bebe em um só gole.

- O que a gente tem que fazer é bem simples, temos que.... - Conta a história do Velho para seus amigos, esperando um positivo para seguir em frente.