Grupo 2 - Rosa Rubra/Iyue e Dustan/Gakky

Porto Negro.

A cidade dos piratas é o espinho na sola do pé dos outros reinos. Refúgio de navios piratas, localizada em um importante eixo de caravanas e rotas marítimas, Porto Negro é cidade de atividades escusas, proibidas nos outros reinos, como a escravidão, contrabando e venda de objetos roubados.

Porto Negro nem sempre foi assim, e conheceu altos e baixos em sua turbulenta historia. E também foi assim a vida de muitos de seus habitantes.

Rosa Rubra, por exemplo. Tinha uma família feliz e um futuro promissor, mas as desventuras da vida fizeram com que tivesse destino semelhante ao de Porto Negro, onde um período de felicidade é sucedido por outro de desgosto e amargura.

Mas o que importa é o agora.

E agora Rosa Rubra estava se divertindo. Sua aparência exótica frequentemente a transformava em centro de atenções, em meio a marinheiros, piratas, trabalhadores das docas e artistas de entretenimento. As tavernas de Porto Negro a noite eram locais onde homens e mulheres cansados e massacrados pelo dia-a-dia vinham procurar um escape de suas sufocantes vidas. E na taverna Peixe Defumado não era diferente.

Rosa gostava do local, pois o mesmo sempre era cheio, o que facilitava suas atividades de extrair um pouco daqueles que tem muito. E ela fazia isto com agilidade e delicadeza, em fregueses que estavam bêbados demais para notarem a falta de algumas moedas, ou mesmo todas suas moedas. Isto quando não recebia dinheiro dado de boa vontade, em troca de alguma promessa vazia.

E era logo depois de ludibriar mais um marujo apaixonado, que Rosa da de cara com Messina, e ela não estava nada contente em ver a elfa.



A mulher de cabelos prateados tem entre as mãos um arco de eletricidade azul que salta de um lado a outro, chispando e emitindo um zumbido amedrontador, fazendo com que todos presentes se afastem das duas. Ela olha ameaçadoramente para Rosa e diz:
- O mapa que voce me vendeu me deixou presa numa ilha por um mês! Vou fazer voce engolir toda a carne de gaivota que fui obrigada a comer todos estes dias!

Rubra sorria maldosamente após desaparecer da frente do último marujo apaixonado. Caminhando entre pessoas dançando, ela acaba de frente para o taverneiro, deixando uma moeda na frente dele com um pequeno gesto com os dedos, mostrando gratidão, antes de ser interrompida por Messina.A moeda em especifico, era para agradecer o taverneiro nunca ter jogado ela para fora, mesmo que várias vezes ela merecesse. Sabia que ela atraia alguns marujos sempre para a taverna, mas gostava de ter um bom relacionamento ali com o dono, mas pelo visto aquela noite iria trocar um pouco a situação.

A bela face da elfa se contorceu enquanto ela pensava no que exatamente ela tinha vendido para a mulher a frente dela. Bem, não era difícil ela ter vendido algum mapa falso, mas não estava se recordando da mulher a frente dela, e o arco que ela possuía de fato assustava, mas a dor que deveria causar devia ser bem maior.

"M'lady, eu não tenho certeza de como a venda da localização tenha a ver com o seu problema de hospedagem, mas se eu posso dizer" Ela disse, tomando alguns passos sutis para trás. "A noite está animada, a cerveja está gelada e com um gosto bom, e a música, que estava tão animada, dá vontade de dançar, então por que não discutimos isso amanhã?" Ela sorriu, se virando e puxando dois pobres marujos. Fazendo um deles tropeçar em cima de Messina, enquanto rodopiava com o outro.

Rubra contava muito com a sorte naquele momento. Esperava que a estupidez na embriagues das pessoas na taverna as fariam rir e começar a tocar novamente, afinal de contas, brigas sempre aconteciam. E se sua mãe sempre estivera certa, Mitz permitiria que aquele pobre marujo não se machucasse tanto. Ela sentia falta de Alyssia, principalmente nessas horas. Era sempre ela que causava o alvoroço para que ambas pudessem escapar, mas o temor que a mulher causava, ou melhor dizendo, que a arma que carregava causava, era maior naquele momento. Após o segundo rodopio, ela se soltou do outro marujo, pegando algumas garrafas de cerveja e seu chapéu que estava largado em cima do sofá outrora, procurando alguma rota de escapa, se possível uma janela aberta para noite a fora.

O encontro da elfa com Messina tinha criado um tipo de uma comoção geral, cada qual aguardando o desfecho daquela situação. A face da mulher de cabelos prateados se mantinha impassível diante da explicação de Rosa, o tom azul dos raios elétricos de suas mãos iluminando a face assustada dos presentes.

Porém a elfa não se intimidou. Com grande destreza puxou dois marujos próximos. Um deles tropeçou em Messina, que caiu sobre suas mãos, tomando um enorme choque e caindo inconsciente. A maga soltou um grito de perplexidade, e de sua outra mão saltou um arco de eletricidade azul chispante... que foi parar nas costas do outro marujo que rodopiava.

Se fosse em outra taverna, todos estariam correndo em busca de abrigo. Mas no Peixe Defumado isto era coisa comum de acontecer, e uma briga de todos contra todos iniciou, com os músicos tocando uma musica animada para acompanhar a confusão.

Avançando de gatinhas por entre os pés de mesa, as garrafas se espatifando e os corpos desmaiados no chão, Rosa se lembrou dos bons tempos com Alyssia. Com suas cervejas e chapéu, a elfa logo encontrou uma janela aberta, saltando para fora dando uma risadinha ao ver a confusão que havia criado. Infelizmente a moeda que tinha dado pro taverneiro não iria pagar o estrago daquele dia...

Logo ao sair da taverna, ela da de encontro com um homem de barba e cabelos castanho escuros. Ele olha para Rosa e da um sorriso.



- Mas que coincidencia, encontrar você aqui... Rosa Rubra, não é? Desculpe, você não me conhece... Meu nome é Byron Barton, comerciante de objetos alheios, e tenho uma ótima oferta para uma bela elfa de grandes habilidades... Interessada? Podemos conversar em um local mais apropriado, se assim desejar...

Rubra olhava para trás, com um riso escapando pelos lábios carmesins, satisfeita com o estrago que tinha causado, mesmo que isso significasse uma longa conversa e mais algumas moedas com o taverneiro no dia seguinte. De fato todas aquelas luzes azuis de longe até pareciam ser bonitas, um belo espetáculo, talvez, se a mulher não quisesse mais matar ela, poderiam fazer algum outro novo negócio. Negando sua própria ideia com a cabeça, ela riu de si mesma, sabendo que precisava sair dali, e provavelmente, se preparar, pois Messina voltaria a procurar ela. Tinha certeza que acabaria comendo alguma ave, se bem que se fosse ela a preparar, teria um gostinho nostálgico da comida do velho Maguck, ele sim sabia preparar carne de gaivotas.



Ao se virar para continuar com seu caminho, ela tomou um susto ao ver o homem a sua frente, recuando alguns passos e segurando firmemente na 'arma' que tinha em mãos. A pose até era cômica para quem visse de fora, mas quem já participou de algumas lutas de bares, uma garrafa de cerveja poderia fazer um estrago considerável se quem a controlasse não estivesse bêbado. E para a felicidade da elfa, ela não tinha entrado aquela noite na taverna para ficar bêbada, precisava de mais moedas, e se não fosse interrompida, a noite seria longa e sua bolsa estaria tintilando. Os olhos gélidos dela analisavam o homem a frente dela, tentando se lembrar de qualquer história ou fofoca que corria pelas docas envolvendo o nome desse homem. Decidindo que iria apenas escutar mais o que ele tinha a dizer, ela colocou o chapéu que estava esquecido na outra mão dela, e oferecendo uma garrafa a ele, a voz saiu em um tom animado, até mesmo um tanto falso na animação, mas quem poderia culpa-la? Confiança era algo difícil de conseguir em qualquer lugar, e em Porto Negro não era diferente, apesar de não ter discriminação, ainda era mulher e sabia navegar, e pessoas do sexo oposto a ela já provaram mais de uma vez o ponto de que eles a veem como um pedaço de carne com um rostinho bonito.

"Não sei se a coincidência foi planejada ou não meu caro Barton, mas" Ela disse tomando um gole da cerveja dela, olhando de rabo de olho para a taverna, verificando se a intensidade das luzes azuis aumentavam ou não "Sua oferta parece ser mais interessante, porém, não posso falar de conversar lá dentro, uma briga horrível está acontecendo" Ela comentou, como se não soubesse exatamente o que estava acontecendo "Acho melhor irmos para um lugar mais calmo, conhece algum?" Ela indagou, colocando a sua mão livre na cintura fina e marcada pelo corselet, perigosamente próxima do sabre que carregava, mas nada dava indícios que atacaria, apenas esperava que o homem a frente guiasse o caminho.

Rosa olha para Barton, tentando se lembrar de alguma informação relativa a ele. Não, não tinha nada. Sua aparência não era inspiradora de confiança, mas a elfa muito bem sabia que o exterior não era prova nenhuma do que se passava no interior das pessoas. Ao receber a resposta positiva por parte da elfa, Byron sorri satisfeito. Ele olha pela janela a bagunça e concorda.
- Parece que o Peixe Defumado hoje está muito movimentado... Venha comigo!

Os dois seguem pelas ruas de Porto Negro, iluminadas precariamente por algumas poucas lanternas noturnas. Ambos caminham próximos um do outro, conversando sobre amenidades, sem que Rosa possa descobrir alguma pista sobre qual seria esta oferta que Byron teria. Finalmente chegam numa estalagem, “Secret Lions”, que tinha em uma tabuleta um desenho de dois leões estilizados, cada qual com um dedo na boca indicando silencio.

Byron entra na estalagem e faz um sinal para o dono, mostrando que Rosa era sua companhia. Eles sentam-se em um sofá confortável em frente de uma lareira, e para os dois são oferecidas bebidas.

Byron da um gole em sua cerveja, limpa a boca com as costas da mão, e diz:
- Rosa Rubra... Eu estava a procura de uma jovem com ótimos talentos, e sua pessoa me foi muito bem indicada... Me disseram que ganha a vida fazendo pequenos furtos, enganando alguns marujos trouxas, um dinheirinho aqui e ali, não é verdade?

O ladrão joga um saco de ouro na mesa a frente, o barulho das moedas douradas tilintam fazendo um som gostoso de se ouvir.
- Que tal usar suas habilidades em algo mais lucrativo?

Ao caminhar com Barton, Rubra jogava literalmente conversa fora, procurando saber qual a proposta, mas também em trejeitos ao agir, qualquer coisa que desse indicio de um ataque repentino, ou maneirismos que a fizessem ficar suspeita com ele. Mesmo que inspirar confiança nunca tenha sido algo comum para homens com relação a ela, desde sua fuga do navio élfico, ela tentava não transparecer isso tão facilmente, mesmo porque ela contava com isso. Julgamento prévio e supérfluo das pessoas apenas com base na sua aparência.

Os olhos azuis observaram o desenho da tabuleta, e vagaram rapidamente ao redor, procurando coisas suspeitas antes de seguir o homem para dentro do estabelecimento. Sorrindo docemente para o dono do local, Rubra se acomodou no sofá, deixando as duas garrafas que carregava ao lado do pé dela, uma cheia e a outra também não muito longe de estar cheia.

"Não sei como posso ser bem indicada meu caro, é algo no minimo estranho a vítima indicar o ladrão" Ela sorri, levando a bebida aos lábios, tomando um gole, e limpando tão graciosamente quanto ele, o que deixava a mostra um trejeito dela. Os lábios carmesins, eram mais frutos de machucados e mordidas que ela dava após beber alguma coisa, do que da precária maquiagem que ela aparentava ter. "Mas ainda assim, esse som agrada qualquer um, o que você quer Byron?" Ela indaga, tendo muita dificuldade de mexer na sacola de ouro a frente dela, tinha que ter foco, e seus olhar sustentava o olhar dele.

Sentada no sofá e apreciando o confortável calor emanando da lareira, Rosa observa os arredores, mas nada indicava algum tipo de emboscada. A primeira vista o local era seguro.

Byron por sua vez apreciava seu caneco de cerveja, dando um som de satisfação ao sorver o liquido. Ele coça um pouco a barba e olha para a elfa.
- Certamente, Rosa, mas no caso é alguém que muito admira seu trabalho... No nosso ramo, é inevitável deixarmos pegadas, por mais que tentemos esconder. Mas de repente pode ate ser bom, deixamos nossa marca, nosso estilo nas coisas que fazemos – diz Byron, pensativo. Ele então se endireita no sofá e apoia seus cotovelos sobre suas coxas, fixando seu olhar na elfa - Bem, vamos direto ao assunto. Estou oferecendo a voce, Rosa, a oportunidade de trabalhar em um grupo para missões especiais. Pagamento por missão, num valor muito maior do que voce poderia conseguir sozinha. Os riscos são grandes, mas se não fosse isto, que graça teria nossa vida, hein?

Uma vez mais confortável, Rubra começou a observar o fogo da lareira, admirando sua beleza enquanto escutava Byron falar, voltando a encarar ele quando ele comentou sobre alguém admirar o trabalho dela. A sobrancelha dela arqueou perfeitamente, o questionando sem abrir a boca. Tinha sido pega de surpresa com o que ele tinha dito, ela realmente não achava que alguém admirava o trabalho dela, e se admiravam, era apenas um motivo para se preocupar, pois era alguém que conseguiu descobrir os furtos dela. Certo que ela não fazia grandes furtos, mas tentava ser cuidadosa ao máximo com seus trabalhos.

Tomando um gole grande da sua caneca de cerveja dessa vez, ela voltou a encarar ele, admirando a possibilidade. O ouro a frente dela reluzia, chamando-a, e sabia que o que tinha não era muito, na verdade era bem pouco, e não iria conseguir fazer muito do que queria sem dinheiro. Tinha passado tempo demais distante de sua irmã, e precisava encontrar ela o quanto antes, e essa era a maneira mais rápida, iria viajar, o que permitia ela procurar em outros lugares, e ganhando dinheiro. Perigos, quais ela já não tinha vivido até ali, viver mais alguns não faria diferença.

Com um sorriso, ela se vira "Então, você não é a pessoa que admira meu trabalho, apenas está aqui por ele... Gostaria de conhecer essa pessoa que está pagando por essas missões e o grupo com a qual eu vou trabalhar em conjunto" Ela pega uma única moeda e brinca nos dedos dela antes de volver.

No horário combinado e no local combinado, Rosa havia chegado, e permanecia escondida, observando desconfiada a movimentação dos estivadores carregando as suas cargas nos navios. O dia estava claro, sem nuvens, mas o cheiro enjoativo de algas e peixes ao sol estragavam o belo cenário.

Certamente Rosa chamava atenção, recebendo elogios dos vários trabalhadores braçais que paravam seu serviço apenas para admirar a passagem da elfa pelo cais.

Byron assobia e acena para Rosa, de cima do navio Pomona, uma escuna simples, que estava atracado próximo dali.

Ela é recebida por Byron e rapidamente levada até um dos camarotes. “O restante do grupo já se encontra ali dentro, estão ansiosos para conhece-la!”, diz, e ao passarem pela porta, Byron a anuncia, “Esta é a ultima integrante, Rosa Rubra!”

A elfa ve então uma fada, que borboleteava pelo ar.



“Oi, sou Moonbeam!”

Sentado e de braços cruzados, um humano guerreiro, Dustan Wistaria.



Levantado, de pele branca, manto e um símbolo da deusa Shadowlady, Vorpal Pen.



E levantando-se, a principio incrédula, e depois com muita raiva, a maga Messina!



“RRROOOOOSSSAAAAAAA!!!”

off::

Dustan havia aceitado o trabalho que conseguiu achar, não parecia muito promissor, mas era o que tinha achado. Foi estranho entrar dentro do navio, pois nunca havia saido de terra firme antes. Quando viu os companheiros da aventura, pensou que seria melhor não ter aceitado. Era cada uma mais diferente do que o outro. Se sentiu mais perdido que um peixe fora da água. Mas era isso ou voltar a vida de arar a terra. Ele se perguntava se algum deles eram humanos, pelo menos alguns pareciam. Já ia se apren
sentar, quando a mulher de cabelos prateados gritou. Então decidiu interromper:

- Ahnn... - Diz olhando para Rosa e a maga - Pelo menos alguém aqui se conhece... Ela é Rosa então, eu sou Dustan! E vocês, como se chamam?

Depois fica olhando sem graça para todos ali, esperando por alguma resposta e esperando não ter feito a escolha errada.

Rubra observava os homens ao redor do porto, sem se importar muito com os homens ou os elogios que recebia. A sua mente ainda estava mais preocupada com relação a equipe que iria participar. Parecia estupido, como alguém iria querer trabalhar com pessoas igual a ela? Mas estava ali não? Ao escutar o assovio, ela virou a cabeça em direção ao som, sorrindo ao ver a escuna, e mesmo que simples, já fazia a elfa se sentir em casa. Sentia falta de ficar em alto mar, mas esperava que dessa vez seria diferente.

Olhando para o grupo, analisando cada um, um sorriso surgiu no rosto dela ao ver Moonbeam. Nunca tinha visto uma fada antes, e olha que ela já tinha cruzado todas as águas que existia naquele mundo, mas ela sorria pela lembrança de criança, a única vez que parecia brincar igual a uma garota querendo asas de fadas tão belas e bonitas quanto as descritas no livro de sua mãe, mas seu pensamento logo foi cortado ao escutar o grito da maga.

O sorriso gentil outrora se tornou maldoso, e tirando o chapéu, Rubra, fez um gesto com a mão, balançando o mesmo. Ignorando a maga e sorrindo para os demais, sabia que estava brincando com o perigo, mas se fosse passar tanto tempo com esse grupo, faria questão de infenizar a vida da maga... Ou apenas fazer ela provar carne de gaivota a moda marinha.

"Saudações, meu nome é Rubra, Rosa é apenas para os íntimos, não é, Messina?" Ela disse rindo levemente, dando alguns passos de distância da maga e chegando próxima dos demais. "Espero que as tentativas de assassinatos dos colegas de trabalhos não sejam constantes, afinal das contas, cada um está aqui por que é necessário, não?" Ela disse se aproximando do mastro principal, esperando ter algumas cordas penduradas.

As duas garotas permanecem se observando por alguns instantes, num silencio que incomodava tanto os outros que Dustan logo se pronunciou, apresentando-se. Porém sua intervenção não havia surtido nenhum resultado.

“CAAATTT-FIIIGGHHT”, gritou Moonbeam, uma gíria de Porto Negro significando luta entre duas belas mulheres para publico masculino assistir. Do nada o minúsculo fada pegou um saco de pipoca e sentou-se na janela para assistir.

Adepta do falar para distrair, em pouquíssimo tempo Rosa Rubra já estava a uma distancia segura da maga, o que muito decepcionou Moonbeam, que esperava uma luta corpo-a-corpo.

Messina se vira para Byron, a aponta para Rubra.
- Voce só pode estar de brincadeira! Eu não vou trabalhar com ela!

O chefe do grupo coça a barba, alça os ombros e diz:
- Eu não sabia que vocês se conheciam, minha função era apenas contatar e contratar. Os termos continuam os mesmos, cada um sabe o que tem a ganhar e a perder. Messina, você é especial, mas não é a única. Lembre-se disso.

A maga olha seria para Byron, mas logo acena a cabeça. Depois disto, o ladino faz um sinal para que Rosa se aproxime. Com todos perto, ele diz para todos, sério:
- Aqui é Porto Negro, terra de piratas e traidores. Mas isto aqui é meu grupo, e meu grupo minhas regras. E a principal é confiança! Ninguem se vira contra ninguém, e o que fizer, recebera em dobro! E não queiram saber o que significa morte em dobro... Entendido?

Ele olha para todos, que acenam a cabeça. Então em tom mais ameno, continua:
- Bem, vou deixar aqui vocês conversando, logo venho e falo sobre a missão de vocês, ok?

Depois de Byron sair, logo Dustan aproveita a deixa para socializar. Messina sorri quando o guerreiro beija sua mão e o observa de cima a baixo.
- Hmm, difícil ver gente tão educada aqui em Porto Negro... Os homens daqui não sabem tratar uma mulher decentemente. É de que parte de Gália, Dustan? – diz, enrolando uma mecha de cabelo na ponta do dedo – Provavelmente dos condados centrais, já que deve viver longe da costa, estou certa?

Vorpal Pen, por sua vez, aproxima-se silenciosamente de Rosa Rubra, andando de tal maneira que parece levitar sobre o chão. O estranho humano a olha interessado com os dedos em triangulo, uma estranha aura de escuridão o envolvendo e dissipando tão rapidamente quanto se forma.
- Rosa Rubra, não? Deve ser uma elfa do deserto, a julgar pela incomum combinação de cores de olhos e cabelos... Conheci um elfo do deserto, ou das areias, que tinha cabelos prateados como a luz da lua e olhos todos brancos. Rafik era seu nome, se não me engano... Ele me contou sua historia, uma triste historia, mas Shadowlady abraça a todos, justa ou injustamente.

Enquanto Messina reclamava dela para Byron, Rosa olhava para a mão de Dustin, sem saber ao certo o que ele estava fazendo, porém ela sorriu de volta, e em um aperto de mão, ela o cumprimenta de forma nem um pouco feminina. Na mente dela, ela o considerava estranho. Criaturas do sexo oposto ao dela agiam de forma rude, contudo, por um breve momento, ela se lembrou da maneira que seu pai tratava sua mãe, e sua mente se silenciou. Talvez houvesse homens que não fossem rudes iguais aos que tinha conhecido.



“Não precisa me chamar de senhorita, nunca fui criada na realeza para agir como uma. Meu nome é Rosa Rubra, mas prefiro ser chamada de Rubra. Primeira vez viajando de barco?” Ela disse antes de se aproximar do resto do grupo a pedido de Byron. Ainda conversando com Dustin, enquanto caminhava. “Dica, não queira andar com uma armadura, ou qualquer coisa que possa vestir que tenha mais peso que você, se não pode afundar igual a uma âncora para o fundo do mar”

Ao chegar ao lado de Messina, porém ainda com uma distância segura, ela comentou “Nós nos conhecemos tão bem, ontem foi uma explosão na taverna Peixe Defumado, Messina sabe mesmo como deixar um homem aos pés dela, pobre marujo, assim que chegou perto, não conseguiu se conter e desmaiou” Ela riu levemente, mesmo com a ironia presente, o tom da voz dela era alegre, uma brincadeira da qual ela tinha certeza que a maga levaria de mal gosto. A postura da elfa parecia bem descontraída, sem ação alguma para atacar ou se defender, parecia estar realmente seguindo as instruções de Byron em confiar. Com a saída do líder do grupo, Rubra se voltou aos demais, erguendo uma sobrancelha com a maneira da maga ao interagir com o guerreiro. Teria ela uma dupla personalidade? Não... Devia ser apenas a falta de um homem para aquecer a cama dela. Dando de ombros, ela aproveitou a deixa, apesar de saber que era necessário se socializar, queria ver a vista e sentir o aroma do mar próximo à beira da embarcação.

Percebendo a aproximação de Vorpal Pen, ela se vira para conversar com ele, percebendo a posição das mãos. Ele tinha algo de estranho, algo que a deixa inquieta, mas ficara quieta sobre isso, escutando o que ele tinha a falar.“Exato, de qualquer maneira, prefiro ser chamada de Rubra, e você é?” Ela indagou de volta, ignorando o comentário sobre ser elfa do deserto e sobre sua aparência exótica. Ela passou muito pouco tempo próxima a um deserto, que nem se considerava elfa do deserto. Pensando melhor, ela mal se considerava elfa, mesmo tendo todas as características. Vivia com tantas outras raças que pouco preconceito tinha. Voltando a si ao escutar o nome ‘Rafik’, sua mente começou a tentar lembrar da onde conhecia esse nome, já que ele sabia de algo sobre ela. “Meu caro, histórias de marinheiros nunca são verdadeiras, ainda mais se forem contadas com uma caneca de cerveja em mãos. O que sabe sobre mim pode estar extremamente longe da verdade” Ela sorriu “Seguidor de Shadowlady? Acredito que nunca tenha visto nas minhas viagens, conte mais sobre sua divindade” Ela disse, caminhando com o homem para dentro da embarcação, se aproximando novamente do mastro principal.

Rubra, Dustan e os demais, após o tenso inicio, conversam para se conhecerem melhor. Vorpal Pen ouve as palavras da elfa com atenção, como se quisesse ler a verdade presente em seu próprio som. Ele balança a cabeça com um aceno.
- Historias em geral raramente retratam a verdade de maneira fiel, mas muitas delas contem sua essência... Rafik ao contar o que ouviu de voce, Rubra, quis me mostrar um paralelo da vida dos elfos de areia, que sempre contem um tom de tristeza e perda em suas historias de vida – diz o clérigo em tom solene.

Fazendo um esforço para se lembrar de onde já ouvira falar de Rafik, Rosa rememora uma conversa que ouvira nas docas acerca de um elfo do deserto que depois de perder sua família começou a vagar pelo mundo em busca de um sentido na vida. Sim, seu nome era Rafik. Seu pensamento é interrompido pela voz de Pen.
- Minha senhora Shadowlady tinha um grande poder aqui em Porto Negro, na era dos Executores, e agora é apenas um pálido reflexo de outrora. Deusa da noite, escuridão e morte, ao final a todos recebe igualmente, forte ou fraco, humilde ou poderoso.

A elfa do deserto se recosta no mastro do navio para digerir suas palavras, e volta sua atenção aos outros, que conversa em um outro grupo. Seu olhar cruza com Messina, que sorri maliciosamente. Ela murmura algo e com a mão espalmada a sua frente assopra na direção da elfa. Não demora muito quando as palavras chegam ao ouvido de Rubra num sussurro. “Ainda vou te pegar, garota...”

A pergunta de Dustan chama a atenção da maga, que se vira para responder:
- Sou também de Galia, mas mais ao norte, da cidade de Malphoros. Temos uma ótima universidade arcana la!

O fada Moonbeam borboleteia em meio a conversa.
- E eu venho das florestas de Green Hills, onde o verde é mais verde e a natureza explode em cores e paixão! Vivo minha vida a ajudar as pessoas, principalmente homens que não vem as milhares de gatas que andam por este mundo a procura de alguém que as queira, a exemplo de Messina e Rosa Rubra! Não é uma tristeza ver estes dois monumentos a beleza sendo gastos pelo tempo, sem ninguém para adora-las? Carpe Diem!

Messina revira os olhos e murmura, “ridículo”.

Moonbeam traz todos novamente para formar um circulo único.
- Muito bem, já que estamos todos aqui, que tal se criássemos um nome para o nosso grupo? Faz bem pra nossa identidade, ter um nome para nos referirmos!

Dustan sorri amigavelmente para Messina depois da resposta dela. De repente o "borboleto" entra na conversa. O fada tinha uma conversa diferente, nunca tinha visto alguém falar assim antes. Mas ri do que ouve, de fato era bem peculiar essa criatura. Dustan ainda se pergunta se ele era homem ou mulher. Mas o guerreiro acaba observando aquelas duas, elas eram realmente bonitas. Talvez estivessem solteiras por serem diferentes, Dustan sabia que sua sorte também não era boa com isso. Porém comenta:

- É melhor não comentar o que acho, não quero deixá-las tímidas. - Diz educadamente. Depois forma o círculo por obrigação, já que o voo daquele ser estava começando a deixá-lo tonto. Mas a ideia de ter um nome parecia meio boba. - Nome? Bom... Eu prefiro deixar que vocês decidam... Não acho necessário ter um nome para o grupo... Mas me diga Moon... Moonbomb? Quais as suas habilidades para fazer parte da missão? Eu acho importante que todos digam suas habilidades, assim podemos nos organizar quanto nossas funções.

A elfa escuta as palavras do clérigo, e sorri como se lembrasse de algo nostálgico. Uma de suas mãos acaricia o pescoço, como se em procura de algum colar. Do colar que ficou naquele maldito navio. Os olhos dela cruzam com o do humano "Sim, agora me lembro melhor, Rafik tem uma história triste. Parece que todos os elfos da areia tem sempre algum ponto de extrema tristeza em seus passados, isso é um fato que não posso negar, até mesmo afirmar por outro elfo que vive nos mares, dizem que é cruel e assassina pelo prazer, mas por que algo foi retirado dele a muito tempo atrás" Ela comenta lembrando da época que viveu como prisioneira daquele elfo, seu olhar se perdendo em direção ao alto mar.

Ela ao escutar sobre a deusa, volta a observar o humano. Isso explicava o motivo que ele a deixava inquieta, pelo menos parcialmente. "Bem, acredito que a Senhora Shadowlady, mesmo não estando na era dos Executores, nunca deixará de ser forte, afinal, é a única verdade que temos não? A morte é a verdade absoluta sobre todos"

O olhar dela pairava sobre cada um, reparando em características de cada um, quando o olhar dela cruza com o da maga, e ao escutar as palavras ela devolve com um sorriso maldoso. Era como se ela desafiasse a maga a fazer tal, e uma vez de volta ao círculo, ela ri com as palavras do fada.

"Ora, pela maneira que fala até parece uma cigana casamenteira que eu uma vez encontrei por um dos portos que passei" Ela comenta, apoiando suas mãos em sua cintura, ela escuta as palavras de Dustan, ignorando o olhar dele sobre ela. "Não precisa se preocupar, já viajei por tantos lugares que eu já escutei todas as coisas possíveis e impossíveis" Ela diz, passando todas as ameaças que ela já escutou ou frases do tipo 'Azar ambulante', 'Elfa das profundezas do inferno' ou coisas do estilo.

"Nome para o grupo? Eu sou péssima para nomes..." Ela diz, sem se animar para isso. Não queria atrair atenção para si mais do que necessário, e ao escutar as palavras do guerreiro, ela sorri "Acredito que você mesmo disse que sabia lutar com a sua espada, deve ser um guerreiro e tanto. " Ela diz pensando se deveria confiar e dizer o que ela era mesmo, observando ele de cima abaixo e canta levemente e com a voz baixa "Yo-ho,todos juntos, nossas cores erguer" E se calou, dizendo o que era para qualquer bom entendedor daqueles portos.

Quando Dustan ouve o comentário de Rosa sobre ter ouvido todo tipo de coisa, ele fica preocupado que ela o tenha entendido mal. Porém o fada o tinha distraído para formar o grupo. E agora que estava em roda se lembrava disso quando ouvia as palavras de Rubra. Então responde:

- Bom, ainda tenho muito que aprender, mas sou um pouco melhor que os guerreiros de minha vila.   - Diz educadamente.

Dustan franze as sobrancelhas quando ouve Rubra cantar baixo. E sente que deve-lhe desculpas, então fala:

- Antes de continuar, quero pedir desculpa as moças, eu não queria falar nada estranho, só ia dizer que concordo que são bonitas...

Vendo que estava situação estranha, ele decide escolher um nome para o grupo:

- Ahn... Nome do grupo... Que tal... Cavaleiros do mar? Tá essa foi péssima... Desbravadores?

Vorpal observa as reações da elfa com interesse, porem mantendo sua face impassível como uma mascara.
- Você esta certa, Rubra, a morte vem para todos... Mas pode vir mais de uma vez, e se voce ainda tiver contas a acertar, pode retornar dela. Shadowlady pode dar a morte dos poetas a quem quiser, mas a minha deusa também sabe negociar...

Após o fada se apresentar e juntar a todos, e depois de educadamente corrigir Dustan na pronuncia correta de seu nome, Moonbeam borboleteia pelo grupo, falando animado:
- Não sou casamenteiro, mas creio ter ajudado algumas almas solitárias pelas minhas andanças... Se bem que tem um tal de Toshiharu que parece que não gosta muito destas coisas, se é que vocês me entendem, har, har... De qualquer maneira, no tocante a habilidades, tenhos as habilidades que todas as fadas tem, além de ser bonito e carismático. Ah, e seus nomes de grupo são péssimos, que horror!

Messina faz uma cara de reprovação, balançando a cabeça.
- Pra começo de conversa, a ideia de dar um nome para o grupo é totalmente ridicula, mas é totalmente apropriada pra voce, Moonbeam. E no combate melhor sair da minha frente, pois quando eu lançar um cone de chamas não vou ficar preocupada com uma mosquinha enchendo minha paciência.

Moonbeam fecha a cara e murmura, “Devia ser maga do gelo, aposto que é frigida...”

Vorpal então toma a palavra. Falando em tom solene.
- Byron entrou em contato comigo porque precisava de alguém para servir de suporte ao grupo, curando seus ferimentos e oferecendo a benção de Shadowlady. Espero que ninguém necessite da benção final de Shadowlady, mas nossa vida é perigosa, e temos que estar preparados para tudo.

Neste momento chega Byron, acompanhado de uma mulher de olhos azuis e cabelos prateados, usando uma touca preta com a caveira de pirata, brincos em argola grandes de ouro e um colar. Era esbelta e bonita. Moonbeam ficou com o queixo caído no chão, os olhos saltando das orbitas. “Mas como tem mulher bonita por aqui!!!”, comenta com as mãos no coração.



Byron abre espaço em meio a roda, e com um gesto grandioso apresenta a garota.
- Esta é Ella “Barnacle” Vague, a capitã da escuna “Pomona”, o navio em que vocês se encontram. Ella seguirá as ordens do grupo, mas ficará limitada ao comando do navio – diz o ladino, enquanto a garota limita-se apenas a um aceno com a cabeça – Quanto a missão, de maneira geral, será apenas trazer para Porto Negro um diplomata de Nova Karzek que está na ilha de Darkover. O problema é que ele não esta sabendo disto, e que ele tem sua própria comitiva com guardas para evitar que isto aconteça...