por Allindur Ter Fev 05, 2013 12:22 pm
O tempo de espera se revelara curto afinal. Ícarus se vira para onde os três aparecem, mas Daedalus não se levanta, apenas corrige um pouco sua postura.
-O torneio terminou para mim, necromante. Fiz o que precisava ser feito e descobri o que precisava ser descoberto. Quando não tive mais por que participar, me deixei vencer.
Ele então se vira para Avalon.
-É um igual prazer revê-lo, Mestre Druida, esteja certo que emprestarei minha espada enquanto cuidamos deste problema. Não se preocupe, meu trabalho no Torneio já terminou, minha meta agora está aqui. Mas houveram frutos no nele, porém. Frutos que imagino que lhes serão interessantes.
Enquanto seu companheiro de viagem respondia às perguntas, Daedalus se via alvo de atenção diversa. O wyvern não ficava muito confortável com esse tipo de situação. Essas criaturas não tinham o intelecto vasto e a presença social de um dragão completo. Para um wyvern a alegria estava no combate e nos prazeres simples da vida, e seu companheiro era todo o diálogo que ele costumava, ou normalmente disposto, a ter. Sua mente não era muito diferente da de um ogro ou troll nesse sentido, apenas com mais informação com a qual trabalhar. Ele se levanta, resignado, como uma criança se preparando para uma formalidade que não lhe seja muito agradável, e responde às perguntas. Daedalus era muito consciente de quão raro espécime ele era. Não se encontram muitos wyverns albinos ou de olhos azuis por aí, e provavelmente ele chamava mais atenção ainda por esse fato.
Tentando simplificar seu trabalho, ele prefere responder a cada inquisidor individualmente. Primeiro ele se dirige ao primeiro, o com ares de druida.
(Dracônico)-Sangue quente e belas noites para você, Avalon. Tem meu respeito também.
Avalon não havia realmente perguntado coisa alguma, então uma saudação devia bastar, apesar de o wyvern não ter completa certeza de que ele entenderia a saudação. Não é como se ele, de sangue dracônico e asas fortes, fosse dizer estar honrado com a presença de um humano. Respeito parecia adequado, porém. Ele claramente era um herói experiente, como Ícarus.
O dragão se vira à ninfa, que não parecia ter muito apego por seu parceiro. Daedalus acha alguma graça nisso, principalmente por que Ícarus tendia a ser muito mais gentil com fadas que ele próprio.
-E ainda assim você está me tendo como companheiro, fada. Meu parceiro me dá o respeito que eu mereço, e eu dou a ele o respeito que ele merece.
Enfim ele vê o necromante. Aquela figura lhe parecia mais compreensível que os dois naturalistas. Claro que uma vez que ele fala, o wyvern volta a só ter Avalon em bom conceito. O druida fora o único a lhe dar o devido respeito.
-Meu nome passado não importa, necromante, mas eu respondo por Daedalus enquanto meu PARCEIRO acompanhar. Não possuo mestre algum abaixo de minha Senhora de Muitas Cabeças, mas pode ter certeza que o coração que bate em meu parceiro bate em mim, e isso é todo o respeito que importa. Só unicórnios se importam com coisas como confiança. Eu pareço um unicórnio para você?
Meio divertido, meio irritado, Daedalus anda para atrás de Icarus, enlaçando seu parceiro com a cauda e o pescoço longo. Era ele que falava, Ícarus era seu canal profano, guarda-costas e asas, não sue porta-voz.
O algoz, por sua vez, percebe a conversa toda e acha muita graça.
-Ora, companheiros, não se ofendam. Provavelmente não têm muito contato com wyverns, e é um erro comum achar que eles são tão vocais quanto dragões puros. Em verdade, eles não são muito chegados em trabalho social ou mental, e são muito orgulhosos. Não deem mais atenção às suas palavras duras que dariam às de um gigante. E, senhora ninfa, eu provavelmente devia avisar que Daedalus não gosta muito de fadas...não mais que um caçador gosta de javalis.
Naturalmente, Ícarus só podia sair com pescoço daquela comparação por ser o parceiro de Daedalus, e este conhecer bem seu hábito de fazer piadas.