- Entendo que sua criação tenha sido diferente Mestra Naiby, mas um grupo eclético de aventureiros é sempre mais eficiente, visto que podemos não apenas ter diferentes pontos de vista de como lidar com uma situação, como por exemplo a que aconteceu aqui, como contar com diferentes habilidades para sobrepujar futuras complicações.
Naiby volta o olhar para o grupo: um cavaleiro esqueleto comedor de cebolas, uma cozinheira gerudo tímida e um elfo menina clérigo de Mitz. “Complicações é o que vamos ter...”, diz, montando em seu cavalo.
- É verdade que a Rainha de Karzek tinha uma irmã gêmea? E que o Reino de Avalon já entrou em guerra com Karzek por diferenças culturais? Cheguei a ler menções sobre isso, mas seria tão legal ouvir isso de alguém que possivelmente tenha presenciado tudo...
Sir Davos bate um de seus dedos esqueléticos na própria caveira, fazendo um som de “tec-tec”. “Dificil saber o quanto de verdade existem por tras das lendas... As historias são antigas, e a nobreza mais velha do que aparenta. Poções de longevidade existem para quem pode pagar... E quem não pode, existem outros meios de se viver bastante...”, comenta pensativo.
“Então o que vou lhe dizer, deve ser encarado com desconfiança... Pois bem, dizem que Dominatrix Kawaii Val tinha uma irmã gêmea, mas que ela morreu em algum tipo de missão heroica. E sim, Avalon e Karzek já entraram em guerra, quando os reinos de hoje eram impérios antigamente. As batalhas foram memoráveis, e se encerraram em uma trégua, e depois assinaram um tratado de não-agressão,” diz, em tom professoral. “Eu estive la, presenciei a assinatura do tratado: tropas esqueletais, demônios, paladinos, elfos, todos estavam la, vendo o rei Hector e Dominatrix Val juntos, celebrando o acordo.”
Se Davos tivesse olhos, estaria chorando naquele momento.
- A comida está deliciosa, Ryna, você foi treinada ou aprendeu sozinha? De onde você veio e como foi parar lá no forte, um lugar cheio de futanaris?
Ryna passa a mão nas madeixas de seus cabelos cobre-avermelhados, revelando uma orelha pontuda. Estava feliz. “M-m-muito obrigada, Nabooru, você é muito gentil! Não estou acostumada a ser tratada deste jeito, na nossa tribo todas são muito rudes e grossas comigo. Eu aprendi a cozinhar com minha mãe, e eu fui eleita a melhor cozinheira da tribo, em uma competição muito rigorosa, com três juradas muito chatas e cri-cri. Talvez tenha ajudado com minha habilidade com laminas, e entre as mulheres sou a mais habilidosa com espadas. Fui convocada para ir no forte, e la no templo abandonado as minhas companheiras todas fizeram um ritual e pediram a benção de Erótika. Todas receberam, mas eu não fui abençoada... Ai voce já sabe... Quando voce apareceu, já estava toda dolorida, minhas irmãs não perdoavam uma noite, e até estavam se enjoando de mim... Não fosse por Erotika eu já estaria gravida, sem saber quem seria o pai-mãe...”
-E vocês? Algum plano pro futuro ou vão viajar e seja o que Mitz quiser? Ou Erótika, ou Shadowlady, no caso do Davos aqui...
Após ouvirem a historia de Nabooru com interesse e a indagação do mesmo, os outros 3 permanecem em silencio. Naiby, que não era muito de conversar, decide falar. Ela abaixa o lenço, revelando ter lábios carnudos, e com seus olhos verdes fita o pequeno elfo. “O futuro pertence a Erótika. Ela me abençoou com um membro poderoso, e me tornou mais do que qualquer mulher ou homem. Cabe a mim provar a deusa que sua escolha foi correta e vencer qualquer desafio que surja pela frente.”
Ryna permanece sentada, em posição de lótus. “E-e-eu espero ser mais confiante...”, diz, meio sem-jeito.
Sir Davos mastiga uma raiz, que se assemelhava a uma cebola. “Qualquer coisa é melhor que guardar portão. Ooo troço chato!”