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    Alexandra O'Hara Aaldenberg / Talulla – [shamps]

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    Mensagem por Sayd Seg Ago 05, 2019 11:36 pm

    Você chega a sua casa, toma um longo e confortável banho quente e se deita em sua cama, com seus lençóis caros, adormecendo quase instantaneamente.

    Seu sono é muito profundo. Você sonha com sua casa… mas é numa terra muito distante, repleta de florestas e castelos, com cavaleiros de armadura prateada voando pelos céus montados em cavalos alados, fontes de água belíssimas e cavernas misteriosas.

    Você desperta subitamente, com batidas na porta do quarto, esquecendo-se da maior parte do sonho, mas com uma sensação de estar exilada e com muita saudade de casa, ainda que estando em sua própria cama.

    “Senhora?”, você ouve a voz de Latifa do outro lado, um tanto quanto tímida. Não é habito dela te acordar. “Senhora, você está ouvindo? Me perdoe por te acordar, mas há um senhor Amel aqui na porta dizendo que precisa falar com a senhora e é urgente.”

    O nome de Amel te faz lembrar dos acontecimentos do dia anterior. Você olha para o espelho e se depara com sua nova aparência feérica. O relógio na parede do seu quarto indica que são 11:30h da manhã. A rua parece mais barulhenta do que de costume. Sua cabeça dói um pouco.

    “Senhora...”, Latifa continua falando do outro lado da porta. “Esse senhor Amel… ele parece estar machucado. E está acontecendo alguma confusão nas ruas, não sei se foi um ataque terrorista… mas tem um incêndio na cidade, não muito longe daqui… a senhora está ouvindo? Devo deixar que ele entre e avisar que você está se aprontando?”
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    Mensagem por shamps Seg Ago 12, 2019 8:39 pm




    Aquela noite tinha sido uma loucura para Alexandra, tamanha a loucura que ela mal via a hora de se deitar e dormir. E foi o que fez. E tão estranha quanto a noite, foi o sonho que teve.
    Desse sono com sonhos malucos, a jovem cantora acordou, ainda um pouco grogue, sentou-se na cama segurando sua cabeça e revivendo as imagens tanto da noite passada quanto do sonho.

    - Que loucura... -pensou em voz alta.

    Ela girou preguiçosamente na cama até conseguir sair de sua cama de princesa e caminhou preguiçosamente até o espelho, onde passou alguns minutos em silêncio observando suas novas feições e tentando se acostumar com elas. Cabelos verdes que pareciam se mover feito cobras, lábios fortemente rosados, pele alva e lisíssima, além de uma beleza ímpar. Inclinou a cabeça para para o lado pensativa... Era ela, mas ao mesmo tempo não era. Seus pensamentos a levavam para longe que mal ouviu sua criada lhe chamar. Apenas quando uma determinada palavra foi dita que a jovem voltou a si. Não fosse essa palavra, provável que ela ficasse a manhã toda ali olhando para o nada.

    -Machucado? - disse despertando de seu transe e correu até a janela, ainda segurando a cabeça envolta em dor. Apurou o olhar para ver a tal balburdia, mas desistiu, pois tinha Amael à sua espera - deixe-o entrar... depressa... já estou descendo - disse um tanto alarmada.

    Ela apenas vestiu um roupão pesado e desceu às pressas para a sala, preocupada, esperando por Amael. Ao vê-lo entrar, pediu que sentasse e pediu para que Latifa trouxesse a caixa de primeiros socorros.

    - Senhor Amael... pelos deuses.. . - os olhos claros de Alexandra percorreram os ferimentos de seu mais novo conhecido - o que aconteceu com o senhor? E o que é essa balburdia toda?


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    Mensagem por Sayd Seg Ago 26, 2019 11:31 pm

    Você se veste as pressas com o luxuoso roupão e desce correndo pelas escadas até a sala, onde encontra Latifa auxiliando Amel a retirar um pesado sobretudo com grandes manchas de sangue. Também há sangue nas roupas que ele está utilizando sob o sobretudo.

    “Obrigado”, ele diz a Latifa, que se retira da sala com os olhos esbugalhados e olhando para trás com uma expressão inquisidora.

    “Medusa… bom dia… eu suponho”, ele diz visivelmente constrangido. “Perdoe-me pela aparição inesperada, mas é que...”, ele olha ao redor, e especialmente para a porta por onde Latifa saiu, antes de continuar num tom bem mais baixo, “é que as coisas escalaram de uma maneira que ninguém poderia prever… eu posso me sentar?”

    Após você fazer seus cumprimentos e dizer tudo o que deseja para esse momento, vocês se sentam nas poltronas de fabricação alemã de sua primeira sala de estar. Caso você pergunte se Amel está ferido ele responderá que “não… esse sangue não é meu”, mas isso fará com que ele retire algumas peças de roupa adicionais antes de se sentar, como que constrangido por estar “sujo” em um ambiente tão rico e requintado.

    “Bem, você certamente quer saber o que está acontecendo. E eu nem sei por onde começar, mas tudo se resume a guerra que se iniciou ontem com a morte do rei Lothar.”

    Ele se detém por alguns segundos com um olhar pesaroso. “Eu lamento muitíssimo que isso tudo tenha acontecido justamente no momento da sua crisálida, senhorita Medusa. Mas não temos tempo para esse tipo de sentimentalismo agora. Vou contar com sua sagacidade e presença de espírito agora, porque vamos precisar que você aprenda rápido, infelizmente… como posso explicar...”

    Ele se detém longamente e pergunta “Você teria um trago de alguma coisa? Eu acho que preciso de um trago. Whisky?”, ele então para novamente, mas apenas pelo intervalo que você necessita para responder a essa pergunta.

    Ele pensa por alguns segundos e diz “Nós, os kithain, o povo bom, estamos em guerra. É uma guerra de sucessão pelo trono que se iniciou ontem, com a morte de Lothar. O lado seelie apoia a rainha Delilah, que noutras vidas reinou aqui no Reino das Flores; e o lado unseelie apoia o duque Apoc… que não passa de um nobre arrogante e vil.”

    Ele toma um longo trago de whisky.

    “Além de todas essas questões, temos… err… nós temos um dragão aqui em Amsterdam. E esse dragão tinha uma trégua conosco, contanto que seguíssemos algumas regrinhas bem fáceis, mas essa trégua acabou...”

    Ele olha demoradamente para uma parede onde não há nada. Você nota que ele possui olheiras profundas e que o cabelo da a ele um aspecto desvairado. Ele então te encara com olhos arregalados  e lunáticos.

    “Houve uma provocação ao dragão Thorondomyr. E ele respondeu com violência. As forças unseelie se aproveitaram do caos e investiram contra nós e agora… bem… nós estamos aqui na sua casa. Mas atrás das linhas inimigas. As forças unseelie tomaram toda a área ao redor de onde estamos. O sangue das minhas roupas é de outros kithain que se feriram. Eu receio que alguns estejam mortos. Nós estamos presos aqui e nossa única sorte é que os inimigos não sabem que esse edifício é habitado pelo povo."

    Ele então se cala esperando pelo que você tem a dizer.
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    Mensagem por shamps Qui Ago 29, 2019 10:29 pm




    Ver Amel naquela situação foi perturbador tanto para Medusa quanto para Latifa, que ficou espantada. Medusa apenas a retirou da sala com um abanar das mãos e a criada entenderia que não era para incomodá-los.

    - Oh... me desculpe - o sono sumiu imediatamente - claro, sente-se por favor... não se preocupe com o sofá - ela se apressou em dizer quando notou a preocupação dele com seus móveis. Logo ela foi preparar um whisky para ele, um 50 anos - acho que meu pai não vai se importar - e deu de ombros ao pegar um dos mais caros do bar que ficava na sala.

    O homem diante dela estava preocupado e falava muitas coisas que a jovem não entendia e que ela se esforçava para assimilar.

    - Minha crisálida? Bem... acho que isso já não é mais tão importante... - ficou um pouco amuada, mas nada que prejudicasse a conversa - então... - ela pausava ao falar pensando na loucura que estava acontecendo -  eu tenho que aprender depressa, mas o que exatamente? Eu tenho poderes?

    Ele continuou a despejar os acontecimentos a cerca da guerra, o que deixava a bela Alexandra nervosa, ela era apenas uma artista que nunca tinha se envolvido em brigas, ela até tinha feito artes marciais na escola, mas foi só por esporte e para manter a forma, mas ela não saberia o que fazer numa guerra, ainda mais uma que aparentava ser tão perigosa. Ela mordeu o lábio inferior denotando preocupação e temor, principalmente quando ele falou do sangue dos kithains mortos.

    - O senhor acha mesmo que eu tenho condições de lutar em uma guerra? - era uma indagação justa para uma novata, por mais que ela não fosse uma moça insegura, longe disso, Alexandra sempre foi determinada e turrona, mas a de convir que numa situação daquelas nada parecia fácil demais - eu... nunca estive em uma guerra, nunca lutei antes... que tipo de participação posso ter nessa batalha?

    Na noite anterior, Amel havia mencionado a princesa Delilah, agora rainha, mas não tinha falado sobre essa divisão de cortes.

    - Seelie e unseelie? Nós somos os mocinhos da história? - ela torceu o nariz quando ele falou de Apoc, um cara que ela nem conhecia, mas que pela descrição de Amel parecia desprezível - esse Apoc parece perigoso. Pela sua fala, ele não parece adepto a um diálogo, certo?

    A ruiva caminhava pela sala remoendo as palavras do novo amigo e trava os pés ao ouvir sobre o dragão. Ela se lembra do dia anterior quando achou ter visto algo parecido com um lagarto gigante. Seria ele o tal dragão de Amsterdã?

    - Eu acho que vi ele ontem... Aquilo era real então? Mas o que era esse acordo? Foi essa tal e Apoc que desfez o acordo? E o que isso representa... o fim da trégua? - ela temia dizer mais guerra e morte. Diante das palavras do sidhe, a ruiva despenca no sofá incrédula com o rumo que as coisas tomavam na cidade, até ela ouvir sobre o sítio em sua casa e se levanta abruptamente - o que? o senhor trouxe o inimigo para próximo da minha casa? Estamos cercados? É isso? - a calma cantora agora parecia transtornada e furiosa apesar de não elevar a voz - minha família corre algum perigo? Meu deus... como o senhor teve coragem de... - ela respira fundo e passa as mãos pelo rosto procurando se acalmar - certo... como posso resolver essa situação? Eu estou segura aqui? E com uma guerra acontecendo lá fora, como vamos nos locomover pela cidade? O senhor não consegue abrir um portal ou algo do tipo? O que acontece se alguém lá fora descobrir que aqui tem mais uma kithain? Uma novata? - ela parecia realmente preocupada.


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    Alexandra O'Hara Aaldenberg / Talulla – [shamps] - Página 3 Empty Re: Alexandra O'Hara Aaldenberg / Talulla – [shamps]

    Mensagem por Sayd Qui Out 03, 2019 5:32 pm

    Amel se acomoda na cadeira e bebe do seu whisky enquanto organiza as ideias.

    “Sim, poderes... bem... nós os chamamos de ‘artes’, mas além dessas artes temos alguns dons inatos... nós sidhe somos naturalmente belos e nunca perdemos a compostura, por exemplo. Os pooka são capazes de virar animais, os redcap são capazes de engolir praticamente qualquer coisa, e por aí vai... mas as artes geralmente precisam ser aprendidas”, ele diz.

    “Eu posso ensinar você. Podemos até começar hoje. De qualquer modo é mais importante a compreensão da nossa sociedade e do que está havendo nela. Eu tenho certeza de que ninguém vai te obrigar a tomar parte na guerra, mas convém tomar cuidado com os membros da facção unseelie”, ele continua, quando você pergunta se ele acha que você tem condições de lutar. “Em outras palavras, você não precisa lutar, mas é bom estar mentalmente preparada para isso.”

    Ele dá alguns goles a mais de whisky antes de prosseguir. “Mas mesmo não lutando, é possível participar de outros modos. Alguns kithain vão precisar de abrigo, por exemplo. Existem questões logísticas com as quais se preocupar e etc. Claro, como eu já disse, ninguém terá grandes expectativas com relação a você, até porquê, praticamente ninguém a conhece ainda.”

    Você continua com suas perguntar sobre as cortes seelie e unseelie e sobre Apoc. Amel respira fundo e responde pacientemente às suas dúvidas.

    “Não existem exatamente mocinhos e vilões... mas a corte seelie, são, digamos, aquelas fadas ‘boas’ das histórias, como as fadas madrinhas; enquanto a corte unseelie é composta por aquelas que nas histórias são travessas, enganadoras e traiçoeiras. E quanto a Apoc... ele é um tipo perigoso, mesmo quando a arma escolhida são as palavras. Mas entenda, ele é um sidhe, assim como nós, apenas pertence a uma corte rival.”

    Você comenta sobre o dragão e que deve ter visto ele ontem. Amel acena com uma expressão preocupada.

    “O fim da trégua significa que não é mais seguro estar por perto dos canais, o que nessa cidade significa que não é mais seguro em quase lugar nenhum. Se você encontrar Thorondomyr novamente, corra ou se esconda. Não tente conversar e muito menos lutar com ele... esse é um problema que terá que ser resolvido por outros entre nós.”

    Você se assusta com a revelação de que sua casa está agora em território unseelie, mas Amel tenta te tranquilizar.

    “Eu não tinha outro lugar para ir. E alguém precisava avisar a você da situação. Acredito que estamos seguros dentro de sua casa, pois ninguém sabe que essa é uma residência kithain, porém deve ser perigoso circular pelo lado de fora às vistas de todos.”

    Ele saca o celular e mostra no mapa da cidade que áreas estão sob controle seelie e que áreas estão sob controle unseelie.

    “O ideal é que você só saia e volte de carro e com vidros escuros. Há outros kithain seelie se escondendo próximo daqui... se você estiver disposta a isso, podemos tentar abrigar alguns deles. Mas eu compreendo se você achar isso muito arriscado”, ele coça o queixo, pensativo. “Talvez fosse mais seguro se você simplesmente ficasse alguns dias hospedada em algum outro lugar da cidade. Isso depende de você, para ser sincero. Mas antes de qualquer coisa você deveria ver as imagens do que o dragão causou. Podemos ligar a tv?”

    Você liga o televisor em um canal de notícias e fica impressionada com as imagens de destruição. A tela mostra uma área da cidade com barcos arruinados e prédios em chamas. A impressão é de que uma bomba explodiu bem no meio do canal, mas forte o bastante para destruir tudo ao redor. A legenda do noticiário informa que houve um ataque terrorista em Amsterdam, mas que nenhuma organização assumiu a autoria até o momento. Há pelo menos 12 mortos e mais de 30 feridos. Muitas pessoas estão relatando o desaparecimento de conhecidos, mas é cedo para que as autoridades possam dar um número.

    “Agora venha dar uma olhada lá fora”, diz Amel, se dirigindo a uma de suas janelas. Ele abre uma fresta da cortina e olha para fora. “Vê ali naquela ponte próxima, aqueles dois meninos parados?”

    Você vê duas “crianças” de pele cinzenta, olhos vermelhos e grandes bocarras, ambas segurando pedaços de pau. São seguramente kithain de algum tipo. “Aqueles são redcaps a serviço de Apoc. Eles estão fazendo a segurança do perímetro.”

    Um calafrio te sobe pela espinha a medida que você compreende a escala dos acontecimentos e o fato de que está sitiada em sua própria casa.

    Então você percebe que há um troll numa outra ponte, com uma atitude parecida com a dos redcaps, e por último você nota que há uma outra criança-fada, bem próximo à sua porta da frente, tentando se esconder entre dois carros estacionados. Ela parece muito assustada.

    “Você tem algum tipo de arma nessa casa? Espadas ornamentais, facas de cozinha... ou mesmo armas de fogo?”, pergunta Amel. Ele não notou a criança se escondendo perto da sua porta.

    “Eu sou um espadachim razoável, posso tentar ensinar alguns movimentos básicos.”

    Você vê pela janela que um dos dois redcaps unseelie começa a caminhar em direção a onde está a criança escondida. Eles não viram um ao outro, mas você calcula que isso será inevitável se o unseelie continuar caminhando nessa direção, porém isso deve demorar dois ou três minutos para acontecer.
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    Mensagem por shamps Dom Out 06, 2019 9:24 pm




    À medida que Amel falava, a garota se apoiava no balcão ouvindo tudo com atenção e ficando preocupada. Tantas coisas a aprender: Artes, o social dessa nova sociedade, essa rivalidade das facções e o tal Apoc.

    - Perigoso com as palavras! – ela também pega um copo e se serve da bebida para aliviar a preocupação – entendo. Ele é eloquente com as palavras... Ele ser um Sidhe como nós significa o que exatamente? Que não somo inimigos? Que somos menos distantes um do outro do que outro kithain? Podemos conversar diplomaticamente e evitar isso?  

    Ela pega o copo a caminha até o sofá, sentando de frente para Amel.

    - Não se preocupe. A última coisa que vou querer é falar com um dragão.

    Alexandra ficou preocupada com sua família ao saber que sua casa agora ficava em território inimigo e mesmo sendo desconhecida ainda era perigoso passear pelo próprio bairro. Como ela poderia oferecer abrigo se nem mesmo ela poderia ficar por ali?

    - Minha família tem vários imóveis pela cidade, deve haver algum em uma região seelie. Lá posso oferecer abrigo ou algo assim... aqui não. Não posso por meus pais e meu irmão em perigo.

    Ela viu o noticiário e ficou horrorizada com a destruição causada pelo dragão e sem saber o que dizer, seguiu Amel até a janela e não gostou nada do que viu.

    - Céus... que horror... Redcaps... entendi... ei... aquela menininha... vou busca-la – como era uma pessoa prática, ela rumou para a porta rapidamente – hmmm... armas? Tem apenas algumas espadas decorativas no escritório do meu pai e... – ela lembrou-se – tem uma arma de fogo lá também, não sei exatamente onde – disse enquanto se afastava de Amel e apontou a direção.

    Ela abriu uma fresta da porta e sussurrou para a menina.

    - Ei... venha... – ela estava agachada ao lado da porta e esticou a mão sinalizando para que entrasse – está tudo bem. Ficará segura aqui.



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    Mensagem por Sayd Sáb Jan 11, 2020 9:21 am

    Amel escuta suas dúvidas com muita atenção, apesar de estar claramente preocupado com os acontecimentos. O whisky parece estar surtindo efeito nele, ainda que muito levemente.

    "O kith é como a raça de um kithain. Nós não o escolhemos... já nascemos sendo sidhes, ou trolls, ou boggans. Mas a corte é uma questão de escolha. Amel é um sidhe como nós, e isso significa que ele vai se parecer conosco fisicamente, além de compartilhar das mesmas habilidades que temos. Porém ele é um membro do partido rival, por assim dizer. Então, infelizmente, temos sim que nos preocupar com ele, pois a situação atual é de conflito aberto e declarado entre as cortes seelie e unseelie. Quanto à diplomacia... eu receio que o tempo de tentar isso já passou, mas veremos."

    Ele acente satisfeito quando você responde que não pretende interagir com o dragão.

    "Compreendo", ele fala, quando você menciona que não pode colocar seus familiares em risco. "Eu havia pensado que você morava aqui sozinha. É claro que não deve colocar ninguém que você ame em risco. Se puder nos ceder algum imóvel para servir como abrigo, isso já será de grande ajuda."

    Amel segue você quando se movimenta até a porta para convidar a criança para dentro. "Venha, venha logo!", diz ele para ela, somando-se as suas palavras.

    A criança não perde tempo e corre para dentro de sua casa com uma velocidade notável. Aparentemente os inimigos não perceberam essa movimentação. A criança tem uma pele felpuda e olhos bem pequenos e brilhantes. Você julga que ela deve pertencer a algum outro kith que você ainda não conheceu.

    "Obrigado, senhora", diz o menino, com uma voz trêmula. "Eu não sei como voltar para casa. Os unseelie estão por toda a minha vizinhança! Infelizmente vivo próximo ao palácio de Amel. Estou me escondendo desde a madrugada."

    Ele parece ter no máximo 10 anos, e você se surpreende que ele fale demonstrando despretensiosamente tanto conhecimento acerca de coisas das fadas que você ainda está aprendendo. "Meus pais devem estar loucos. Eles vão me matar quando eu voltar." Subitamente a barriga dele emite um ronco bem alto, sugerindo que esteja com fome.

    Você chama a criada e pede que ela traga alguma comida para o menino. Ela olha para ele com espanto, sem entender o que está fazendo ali, mas claramente não consegue enxergar a verdadeira aparência dele do mesmo modo como você vê. Enquanto ela se retira para buscar comida, o menino pede para usar o banheiro.

    Amel olha para você com orgulho evidente. "Lady Medusa, foi um belo gesto acolher esse infante boggan", ele diz. "Você mencionou espadas e uma arma de fogo... sabe como utilizar essas armas? É melhor que mantenha alguma delas junto a você, apenas por garantia"

    O menino volta, vocês se sentam a mesa e ele começa a comer como se não fizesse isso a uma semana. Seus modos a mesa são péssimos. Ele limpa os lábios com as mangas da camisa e fala com a boca cheia "Não tenho como agradecer pela hospitalidade. Apesar de que posso ajudar muito com as atividades domésticas! Eu me chamo Waldo e sei que o lord sidhe se chama Amel, mas como você se chama?"

    Após as apresentações ele pergunta "Posso ficar aqui até que tudo se acalme?"

    Depois que termina de comer Waldo começa a boçejar e a pestanejar. Aparentemente ele não dormiu nada na noite anterior.

    Amel prossegue te explicando sobre o conflito. Ele mostra em um mapa quais áreas da cidade estão no território seelie e quais estão no território unseelie, assim como algumas localizações da cidade, como os palácios real e ducal, o mercado changeling, e os cafés frequentados pelas cortes seelie e unseelie. "Como pode ver, estamos em território do adversário. É necessário muita cautela para sair daqui e uma vez fora pode ser melhor não retornar tão cedo..."

    Quando vocês voltam a reparar em Waldo, ele está adormecido na cadeira.

    "Nós sidhe somos os mais nobres dos kithain e por isso a arte com a qual temos mais afinidade é a que se chama 'soberania'. Esta arte consiste em falar de uma maneira que obriga o interlocutor a concordar, ou a obedecer. Posso tentar ensina-la, já que estamos presos aqui. Infelizmente, como não há muitos outros changelings ou mesmo pessoas para praticar, terá que ser uma aula mais teórica..."
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    Mensagem por shamps Qui Jan 16, 2020 11:36 pm




    Era triste saber que não tinha conversa com o tal Apoc, outro sidhe como ela e Amel e que a guerra era inevitável. Logo para Medusa que era uma pessoa artística e ligada à paz. Ela apenas apertou os lábios para mostrar sua indignação com a situação em que foi colocada.

    - Esse Apoc é um otário então - ela não conseguiu conter sua língua naquele instante.

    A sidhe olhou com espanto para Amel que começava a se sentir melhor com o álcool em suas veias e com a confusão que ele tinha feito sobre sua casa.

    - Ah, me desculpe por isso. Essa é a casa dos meus pais. Mas não se preocupe, temos muitos imóveis pela cidade, alguns em meu nome. Isso não será problema por enquanto. Um deles tem de estar fora dessa bagunça dos unseele. Cada vez gosto menos desse povo.

    A criança veio depressa assim que Amel a chamou, um menino felpudinho e muito veloz, aparentemente assustada e faminta.

    - Está tudo bem, pequenino. Seja bem-vindo - Alexandra o cumprimentou quando ele entrou - podemos ligar para seus pais e avisa-los. Por enquanto você fica aqui conosco - ela sorri e se volta para Amel - ele parece saber tanta coisa. Como? Ah... venha comigo, você está com fome - e chamou Latifa.

    Assim que o garotinho foi ao banheiro, ela e Amel conversaram mais um pouco.

    - Ah, imagina. Foi um prazer. Então ele é um Boggan? E o que isso significa exatamente? - ela ficou um pouco sem graça quando pensou sobre as armas - eu fiz um pouco de esgrima no colégio, mas isso não me classifica exatamente com uma espadachim, e também nunca fiz aulas de tiro... mas a gente sempre pode improvisar, né.

    Medusa observava o pequenino se alimentar e apesar da falta de polidez dele, a cantora achava engraçado a maneira com que se alimentava. Era apenas uma criança faminta e assustada.

    - Eu me chamo Alexandra, mas sou mais conhecida como Medusa ou... - ela parou por um instante ao pensar sobre o seu nome, como se algo dentro dela sussurrasse que ela tinha um verdadeiro nome - enfim... Amel parece bem conhecido, não é mesmo? Muito prazer, Waldo. Fique a vontade. Não se preocupe, fique aqui o tempo que precisar, parece que o perigo não dará trégua tão cedo, nem esse tal de Apoc.

    Medusa não aguentou ver o boggan adormecido na cadeira e pegou-o no colo para leva-lo ao quarto e acomoda-lo na cama. Enquanto isso ouviu os ensinamentos de Amel.

    - Teoria já melhor que nada - e deu um sorriso amarelo e ouviu seus ensinamentos - sei que não temos tempo, mas quero aprender tudo que posso. Depois podemos pegar meu carro e ir para algum lugar fora dessa confusão que o senhor me mostrou no mapa.



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