Ele fala tudo isso com uma naturalidade chocante.
“Hoje a noite haverá um baile no palácio de Lothar, mas sua segurança não está relacionada ao baile. Eu apenas fico receoso de que algo possa acontecer a você, já que está passando agora pela crisálida. Há muitos perigos para o nosso povo que você desconhece… como a banalidade, principalmente. A banalidade, coisas banais, pessoas banais, podem feri-la literalmente agora, pois seu eu-fada é composto pela matéria oposta: o glamour. Algumas pessoas extremamente banais são o que chamamos de pessoas outonais e elas devem ser evitadas tanto quanto possível. Há outros perigos como algumas quimeras violentas, ferozes, ou enlouquecidas. Enfim… não é seguro ficar por aí sozinho num mundo desconhecido.”
Antes que vocês possam conversar mais vocês chegam ao seu destino e você conversa brevemente com alguns fãs antes de entrar. Lá dentro você apresenta Amel e tranquiliza Viko, que fica aliviado com seu comentário.
Você e sua banda terminam de aprontar tudo. É curioso como o som dos instrumentos parecem diferentes para você agora, como se ganhassem vida própria. Sua própria voz transmitida pelas caixas de som parece de algum modo ter se aprimorado. Amel se mantém sentado em uma mesa no fundo com um copo de whisky a sua frente.
A banda está animada e conversando bastante, mas você tem um pouco de dificuldade para acompanhar a conversa trivial deles devido a tudo que se passa em sua cabeça. Logo vocês se recolhem para o camarim por um breve intervalo, enquanto a casa abre e o público começa a encher o ambiente. O camarim é bastante confortável, apesar de não muito espaçoso, e está bem abastecido com comida e bebida. Em pouco tempo Amel está lá dentro com você e sua banda. Ninguém entendeu direito como você o conhece, ou porque o levou, mas também não comentaram nada a respeito. Você nota, no entanto, que todos olham para ele com uma reverência sutil inexplicável. A conversa agora gira em torno da expectativa de todos para a apresentação.
Em determinado momento Amel senta a seu lado e comenta que essa é uma boa oportunidade para você aprender alguns truques dos kithain. “Nosso tipo de magia”, ele diz, num tom que só você consegue discernir perfeitamente, pois os outros estão conversando entre si e de pé.
“Nós os sidhe costumamos ser especialmente hábeis na arte chamada ‘Soberania’, que consiste basicamente em impor nossa nobreza aos que estão ao redor. Quando estiver cantando, se se sentir bastante confortável, talvez você consiga perceber o glamour em você e se isso acontecer você pode tentar canalizá-lo de modo a cativar ainda mais a audiência. Não se preocupe se nada disso acontecer, mas pode surgir a oportunidade.”
Sua agente entra no camarim e avisa que é chegado o momento da apresentação. Você se dirige para o palco liderando o grupo. Amel e a empresária ficarão assistindo do backstage.
Você entra no palco sob uma iluminação que te parece extraordinária para uma casa de shows tão simples. Imediatamente um urro coletivo acompanhado de aplausos emerge do público em frente. A casa está bem cheia. Você sente uma onda, uma espécie de energia, se agitando junto ao público.
- OFF:
- A conversa de Amel sobre soberania foi para que você possa, se quiser, usar suas artes, mas você não precisa fazer nada. Teste carisma+performance