4. Chegam visitantes: soluções ou problemas?

@Dycleal, @Leomar, @Sllaker, @Bravos

Alma ignorando o trabalho que os outros faziam e também o doutor segue em direção ao corpo ainda em chamas da piloto da moto, o combustível do molotov e as próprias roupas de tecido sintético mantinham acesa ainda as chamas. Ele repara que as outras motos agora se aproximavam eram no total mais 8 motos todas agora com 2 mulheres, a piloto e outra na garupa.

A primeira a chegar olha no fundo dos olhos de Alma, e ele sente que ela estava com muita raiva, talvez por aquela mulher que ainda tinha chamas consumindo seu corpo fosse-lhe próxima.

As motos passam pelo portão e as mulheres vão desmontando de suas motos, todas estavam com macacões pesados e mascaras com respiradores, que retiram mas seus rostos eram cobertos de cicatrizes e feridas. As pilotos começam a verificar o equipamento, enquanto as que estavam na garupa se agrupam e ficam conversando entre si. Era fácil reparar que ao contrário de Quasia que pilotava e era a líder, todas as outras pilotos eram submissas as mulheres que vinham na garupa.

Fury começava junto com os ajudantes de Ray e agora os ajudantes de Doc a coletar peças que seriam úteis para fortificar o portão. Mas em alguns instantes 8 mulheres também se juntam ao grupo que buscava placas de metal, pneus e tudo o que pudesse ajudar.

- Viemos aqui para ajudar. O que podemos fazer? - pergunta uma das mulheres, por coincidência a que olhou para Alma quando passou por ele ao chegar ao portão.

Raymond e Quasia estavam agora juntos em companhia das pilotos das motos. Quasia havia informado Raymond que elas sabiam fazer as coisas voltar a funcionar, claro que não eram como Raymond que com um chiclete, um clips de papel, uma bateria de energia e um pedaço e painel solar conseguiria fazer um reator voltar a funcionar, com o devido tempo é claro, mas elas tinham e Raymond havia visto que era verdade um certo conhecimento em mecânica. Sabiam fazer um motor funcionar e fazer a manutenção preventiva, elas seriam úteis.

Quasia havia ordenado as suas meninas a ajudarem e seguissem as ordens de Raymond.

Doc Alexander e a companheira de Quasia começaram a abrir a porta e assim que Doc coloca o cartão chave no painel ele acende e um contador com "00:59" começa a piscar em vermelho, a mulher já começa a agarrar Doc Alexander acariciando-o na virilha e lambendo o pescoço e orelha esquerda enquanto geme em seu ouvido, mesmo assim ele consegue perceber o contador e ao mesmo tempo uma voz metálica diz ecoando por todo o ferro velho:

"Iniciando protocolo de destrancamento das portas do laboratório durante o protocolo não remova a chave ou desligue a energia. Deseja realizar o destrancamento? Tempo previsto 59 minutos... "

"Níveis de energia baixos... Previsão para falência total dos sistemas 30 minutos... Deseja iniciar o protocolo de destrancamento?"

Alexandre se vira para Sharon, felizmente eles pareciam ter o mesmo interesse. Ele a segura pela cintura e procura a boca dela com a sua.

- Mmm, este seu batom estava me deixando louco do momento que te vi! Que boquinha mais linda você tem!

Já fazia um bom tempo que Alexandre estava sem companhia de uma mulher de verdade e Sharon parecia bem quente. A única mulher que via por ali naqueles meses era sua enfermeira, Danny, mas esta, além de preferir a presença do "alma penada", não fazia muito o estilo de Doc. Até que era bonitinha, dava para roubar uns beijos de quando em quando, mas apesar dos dezoito anos ainda parecia muito infantil. Já Sharon não tinha nada de menininha.

"Iniciando protocolo de destrancamento das portas do laboratório durante o protocolo não remova a chave ou desligue a energia. Deseja realizar o destrancamento? Tempo previsto 59 minutos... "

"Níveis de energia baixos... Previsão para falência total dos sistemas 30 minutos... Deseja iniciar o protocolo de destrancamento?"

"59 minutos para abrir uma porcaria de porta? E ainda iam ficar sem energia no meio do caminho? Aquilo era um lixão mesmo!"

- Não, porcaria!

Ele beija o pescoço de Sharon, enquanto suas mãos vão para dentro da blusa dela:

- Parece que teremos de ver isto mais tarde, pelo menos sabemos que funciona. Mas agora, como tinha dito, tenho um quarto especial na enfermaria que é especialmente limpo e cabem dois direitinho... Gostaria de conhece-lo?... Se quiser um pouco mais de privacidade...

Ele começa beijar os seios dela, louco para beijar todo o resto.

Enquanto procurava pelas peças, Fury observou Doctor Alexandre partir para o Setor Sul, com um sorriso no rosto e uma companheira do lado. Nada precisava ser dito. No portão, mais algumas mulheres montadas em motos chegavam, o que revelou para Fury o sujeito pálido atrás delas, que revistava o corpo no chão da mulher em chamas. – Nem parece que estamos fodidos de trabalho aqui. – Ele esqueceu aquilo, por enquanto, cerrando os punhos e voltando ao trabalho. Depois disso, ele teve que gritar com um dos patetas de Raymond, que parara o trabalho para fuçar algum eletrônico velho.

Quando as mulheres recém chegadas se apresentaram para ajudar na busca dos materiais, Fury resmungou algumas instruções e apontou o local onde deveriam deixar as peças encontradas. Teria sido uma tarefa muito mais simples, se o Lixão não fosse uma completa bagunça e os materiais estivessem devidamente separados. Mas qualquer tentativa de organizar aquele local era frustrada no amanhecer do outro dia, quando tudo voltava a ser bagunçar novamente, como se o Lixão e suas tralhas tivessem vontade própria. Apesar disso, Raymond parecia conhecer cada pilha e fenda daquele lugar.

Quando Fury parou para descansar por um momento, observando os ajudantes e as mulheres que seguiam trabalhando, Raymond se aproximou, externando sua preocupação. – Você sabe o que eu acho desse pessoal todo... – Fury respondeu, em um suspiro. – Mas já foi. Temos que pensar nos Guardiões agora. Vamos selar o portão e esperar que o Doc consiga abrir o Setor Sul. – Dois dos patetas agora pareciam discutir sobre quem tinha achado uma placa das placas de metal. – Você viu o Alma por aí? Ele estava no portão, revistando o cadáver achando que ninguém o via. Mas eu tô sempre vigiando Raymond. – Ele levou o dedo indicador até o olho direito, enquanto encarava o velho Raymond. – Esse esquisito tá planejando alguma coisa. A explosão nas bombas, não foi o pessoal da Quassia. Você sabe disso. Sabe também que só basta pedir que eu mesmo faço. – Fury o encarava agora com um daqueles olhares fulminantes, de pura fúria. Raymond sabia o que aquele olhar significava.

A expressão facial de Fury foi se fechando conforme Raymond terminava de falar. Se antes o portão impedia que Quassia e sua corja tomasse a base pela força, agora nada o fazia. Tudo o que podiam contar eram com a bondade de uma mulher, no mínimo suspeita, que, a princípio, tentara invadir a base pela força.

Quando Raymond explicou o que o Alma faria, Fury cuspiu no chão. – Não acredito que vo... – Mas ele não terminara a frase. O sistema de alto-falantes que todos julgavam estar com defeito, para suspresa geral, se fez soar, anunciando com uma voz robótica uma mensagem nem tão boa assim. As portas se abririam, finalmente, mas não havia energia suficiente para o processo. Raymond praguejou, sabendo que teria mais trabalho pela frente. Se já não bastasse o portão, agora também teriam que recarregar a energia do sistema. – Voltem ao trabalho, malditos! – Fury gritou, fazendo os distraídos com o alarme voltarem aos seus afazeres. Ele se aproximou de Raymond, apesar de tudo ele ainda confiava no velho, e aguardou pelas novas ordens.

Alma seguiu sorrateiramente serpenteando pelos entulhos e coisas quebradas a caminho do consultório do doutor, os assistentes dele passaram pelo sinistro membro daquela sociedade de sobreviventes. Ao chegar ele olha para o casal já iniciando sua dança sensual. A mulher faminta, ia tirando as roupas do doutor quase rasgando-as, e ele por sua vez mantinha também o mesmo entusiasmo da parceira.

Ele então vê Alma que se aproximava silenciosamente, a mulher que já estava com o tronco despido repara que o parceiro tivera sua atenção desviada, olha para o sinistro homem que se apresentava de maneira bizarra mas estimulante. Ela passa a ter sua atenção roubada por Alma. O doutor Alexander tomado de uma raiva e por impulso tenta chutar os testículos de Alma.

Ele investe na direção do companheiro sobrevivente, e tenta um chute. Mas as calças que já estavam abertas acabam por cair e não permitem o chute do doutor. A cena que beira o ridículo, um homem caído com as calças arriadas. Faz com que a mulher, saia do transe que a sedução do horripilante parceiro.

- Ei doutor bonitão. Quem sabe uma outra hora? A sós. Não gosto de festinhas em grupo...

Ela então se cobre e sai correndo assustada.

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A contagem regressiva continua e algum tempo, muito curto por sinal Ray e Fury vêem a parceira de Quasia vir correndo na direção deles ainda arrumando as roupas.

- Ah, mas que desgraça! O que está fazendo aqui, seu porra?

Alexandre tinha vontade de pegar o revolver e descarregar no Will, provavelmente faria isto se não estivesse na porra do fim do mundo. Seu orgulho estava ferido, mas ser ridicularizado era algo que a própria vida fazia com todos ali, todos os dias.

- Seu bosta de merda! Mais cedo ou mais tarde você vai precisar de uma cirurgia, e é bem possível que eu esqueça a anestesia, afinal temos que economizar mesmo.

Apesar da raiva, a única coisa que podia fazer era tirar o "amigo" dali aos murros.

- Vá ajudar os outros, precisamos de energia nesta porra ou todos morreremos.

Eles já não conseguiram abrir a porta do bunker e agora ainda tinha que aguentar aquela sombra dos infernos estragando seu único momento de diversão. Alexandre sabia que não teria muito tempo de sossego, mesmo se não tivessem sido interrompidos por aquela alma penada. Danny deveria estar separando as pessoas que iam precisar de tratamento, isto se pelo menos ela estivesse fazendo o que precisava fazer, e com certeza haveriam muitas para serem remendadas, não importa o tamanho que fosse a comitiva de Quasia, naquele mundo as pessoas sempre estavam feridas.

Alexandre não poderia ajudar muito se estivesse tomado pela raiva, precisaria de um tempo para grita, talvez até chorar, mas precisava estar pronto para o trabalho em breve.

A vida era como aquele lixão, um lixo, mas era o que tinham, e alguém precisava cuidar dela.

O doutor repara que Alma o ignora e parte atrás da jovem que havia saído de seu consultório.

Raymond, Fury e Quasia viam Sharon retornar a passos largos com o olhar assustado quando Alma a alcança e a vira de foram dura com um puxão nos braço e a segura firmente.

- Ei larga ela seu monstro bizarro! - grita Quasia assustada, já sacando sua pistola e fazendo mira em Alma.

Alma já havia iniciado o seu link neural e começava a entrar nas lembranças da jovem, mas aquele processo era algo lento, mais lento do que ele pensava. Ele não tinha um foco específico, uma lembrança exata, ele queria saber tudo sobre aquela jovem, todas as suas experiências e fazer ela vivenciar aquilo era reviver as sensações e isso era o que dava mais prazer para o neural.

Doc sai atrás do rapaz e ouve o grito de Quasia, sua voz estava assustada. Ele então vira acessando a parte exterior da enfermaria em direção ao portão e vê a cena, Sharon segura pelos braços por Alma, e do outro lado Quasia mirava no jovem enquanto Fury e Ray olhavam para a cena. Ele também repara que a gangue de Quasia que também havia ouvido o grito de sua líder, para o que fazia e sacava as armas já retornando em socorro a líder.

O Doc tinha acabado de fechar as calças, tentando acalmar as idéias, percebe que o Will estava cagando e andando para o que ele dizia.

Por breves segundos aquilo o irrita, mas não muito. Estava disposto a deixar para acertar o vexame mais tarde, o outro que fosse para o inferno por enquanto.

Mas ele percebe que o Alma não sai simplesmente sem se importar com ninguém, mas ele sai atrás de Sharon.

"Ele é cretino, mas não seria TÃO cretino assim, seria? Não é meio demais para um humano ainda que um tipo ele?"

Alexandre ainda tinha a (talvez tola) mania de querer acreditar que a humanidade ainda tinha jeito. Por isto ele fica alguns segundos sem fazer nada, só se perguntando se o outro seria mesmo capaz de tanta cara-de-pau de perseguir a moça daquele jeito. Ele poderia perdoar (talvez) a humilhação que ele sofreu, mas perseguir a moça assim era demais, e ele parte atrás do desAlma.

Lá de fora ele o vê segurando Sharon e tentando ferrar a mente dela.

"Ele realmente é capaz disto!"

Doc e os demais do lixão aturavam o Alma pois, apesar de tudo, ele não tentava ferrar a mente dos outros, pelo menos não de forma tão nada sutil. Doc tem vontade de acertar um tiro nas costas de Will, e percebe que mais gente já estava preparada pra justamente fazer isto, mas se alguém atirasse, poderia ferir Sharon.

Alexandre corre pra porrada. A humanidade tinha que ter limites, ou todos podiam abandonar as esperanças e se matar .

Agora era aquele impasse típico dos filmes de velho oeste do passado.

Alma ainda segurava Sharon com seu olhar penetrante enquanto buscava respostas para suas perguntas. Sharon mantinha o olhar fixo em Alma, não por estar seduzida pelo sinistro homem, mas era o medo que a congelava. De um lado estava do doutor Alexander com sua arma em punho ainda decidindo se iria atirar em Alma pelas costas ou se valeria a pena o risco de acertar Sharon. Fury pega seu trabucão e direciona para Quasia, seria praticamente errar daquela distância, mas um tiro de sua arma poderia rasgá-la ao meio e provavelmente sobraria alguma coisa para Ray. As garotas de Quasia vem como abelhas ao chamado de sua rainha, já com suas armas em punho algumas apontavam para Fury, outras que viam Alma segurar Sharon apontavam para o sinistro homem.

Raymond, mais centrado que os outros resolve buscar refúgio em seus pensamentos. Ele parece ver a cena de fora e repara que só estavam perdendo tempo, um tempo que era precioso. Ele acaba se lembrando de uma coisa que o antigo Comandante, seu chefe na época disse:

"Ray, lhe chamei aqui porque sabe-se lá como você consegue fazer estas merdas aqui funcionarem. E o reator uma vez em colapso tudo aqui vira pó. Esta é a chave que abre os níveis de segurança. Se ficar tudo como você deixou em descanso, esse lugar não vai pelos ares. Mas se ligarem sem Energia, os instrumentos de segurança não vão armar, então o resfriamento do núcleo do reator não vai funcionar. Entendeu Raymond, se o reator superaquecer tudo isso aqui vai pelos ares."

Enquanto Raymond tinha sua mente invadida pelas suas lembranças, Alma alcançava o que procurava.

Alma estava num laboratório novamente, seu corpo estava imerso num líquido de nutrientes verde, sentia que estava com as costas, braços pernas, nuca e cabeça presos como se estivesse com vários plugues conectados em seu corpo. Durante curtos espaços de tempo ele sofria algumas descargas elétricas que percorriam todo o seu sistema nervoso e fazia com que seus músculos se retesassem em resposta. E sim isso era muito doloroso. Durante o tempo os plugues aumentavam de espessura na mesma proporção que o corpo se desenvolvia.

Logo depois ele tem a impressão de que faria qualquer coisa que fosse necessária por Quasia. Aquela mulher era o mundo para ele.

Alexander guarda a arma, era muito arriscado atirar. Iria resolver aquilo da maneira antiga, um bom soco na cara e um chute nos culhões. Ou o colocaria para dormir num famoso "mata-leão".