Alex ajuda Quassia ir até a enfermaria com as outras, eles vão abraçados para se apoiar um no outro.
- Junis, Danny! Já fizeram os exames preliminares nas companheiras de Quassia? - Ele perguntava a seus auxiliares, enquanto deixava Quassia em mais uma das poltronas da enfermaria.
- Sim Doutor Alexandre, quer os resultados preliminares? - Falava Junis
- Sim, claro, temos muito para fazer e pouco tem... - Alex é interrompido pelas informações da IA. - Mas que porra é... Mas que porra é esta? (ele se assusta vendo um punhado de cobaias humanoides sem cabeça se movendo) Mas que porra de experiência? Fora do dormitório? Mas que porra aconteceu? Mas... que...porra??????...
- Algo muito ruim, Doutor?
- É muita porra em tão pouco tempo, Junis! Quando a gente pensa "agora não pode piorar", piora! É mais porra junta que o mais nojento filme pornô. (Alex não se preocupava mais em fazer sentido. - Aplicou os primeiros socorros nas companheiras da Quassia?
- Sim.
- Pois aplique os segundos. Você e a Danny.
Alex sai correndo novamente para dentro do bunker, para o setor 05-E, que há muito não ia mas era seu velho conhecido.
"Que dia de porra!"
(...)A jovem está fora de seu dormitório mas ainda se encontra no Setor 05 - E, seus níveis de saúde estão normalizados e baixa frequência de impulsos cerebrais.(...)
"Dois anos! Dois fudidos anos mexendo e remexendo em toda malha neuronal e outros tecidos da Ômega. Dois anos com resultados pífios. Doc chegou a tirar um implante estranho e suspeito de dentro da coluna dela, algo que tinha grandes chances de deixá-la tetraplégica ou paraplégica, mas não sabia mais o que fazer. E depois mais meses selada lá dentro.
Quando o coronel selou tudo aquilo, ele foi o último a ver a Ômega. Disse que ia dar um jeito nela. Doc pensou que desligaria tudo e daria-lhe um tiro de misericórdia na cabeça. Não o julgaria por ISTO, já que tinha outras coisas piores para julgá-lo, afinal, foram dois anos de trabalho sem resultado."
(...)A jovem está fora de seu dormitório mas ainda se encontra no Setor 05 - E, seus níveis de saúde estão normalizados e baixa frequência de impulsos cerebrais.(...)
"Há apenas uma hora ela estava com o 'sistema de suporte à vida em níveis próximos aos mínimos', e agora estava 'fora de seu dormitório'. Dormitório era uma figura de linguagem, pois na verdade ela ficou acoplada a uma capsula de suporte à vida estes meses todos. Para sair de lá, só havia duas formas: carregada, ou com as próprias pernas!"
- Quem poderia ter entrado lá tão rápido? Só se for o Ray ou o Alma, mas eles não iam no 05-E como eu, e acho que nem daria tempo mesmo para um irresponsável como o Alma de fazer uma merda nesta escala.
Enquanto falava sozinho, Alex chega ao 05-E sem se preocupar muito com segurança, tinha marcado o caminho no cérebro, e as pernas foram, como se sua cabeça estivesse num lugar, o corpo em outro, o que não deixava de ser verdade.
- Zora, abra a porta!
- O senhor precisa do código gravado nos cartões. - Diz a voz sem qualquer emoção.
- Foda-se códigos sua puta! Você tem minha leitura de digital e iris, isto supera qualquer porra de código!
- Protocolo sendo trocado por leituras biométricas. - continua a mesma voz sem emoção, enquanto a porta de segurança é aberta. - Seja bem vindo, Doutor Alexandre Caparelli!
Assim que pula dentro da sala, seu primeiro olhar é para a capsula de suporte de vida. Vazia.
Líquido no chão ia da capsula até uma canto da sala. A Ômega se arrastou até lá.
- Ômega! - Doc corre até ela, tinha cara de doente, mas estava desperta. Depois de dois anos querendo ve-la acordada, o coração de Doc pula como se tivesse encontrado uma filha. - Eu sou um médico, não tenha medo.
Ela não tinha muitas forças para fazer quase nada, mas o simples fato de mexer os braços para a frente do corpo, uma ação defensiva instintiva, já demonstra que tetraplégica ela não estava, aquilo era muito bom.
Doc pensa rápido, e corre até a prateleira mais próxima. O que ela precisaria primeiro? Era tanta coisa! Vitaminas! Deve estar extremamente desnutrida mesmo com o suporte à vida!
As injeções de compostos multivitamínicos estavam velhas, mas com sorte ainda fariam seu efeito, aquelas prateleiras eram feitas para proteger qualquer medicamento pelo triplo do tempo que conseguiam no século 21. Ele habilmente prepara a injeção, procura uma veia e aplica nela.
Doc também prepara uma injeção com hormônios e outra com adrenalina pura, caso o coração dela parasse, mas queria ver se conseguia leva-la até a enfermaria primeiro.
A Ômega não consegue nem ajudar nem resistir às ações de Alex. Ele queria lhe fazer perguntas, mas resolve nem faze-las. Depois de aplicar-lhe as vitaminas, Doc bate nas coxas dela. Uma leve expressão de dor, isto era bom, ela não devia ter ficado paraplégica.
Ele a pega no colo. Estava leve, ainda assim o caminho era longo.
- Alguém pode dar uma ajuda aqui? - Vai gritando enquanto a leva até sua sala de exames. Até poderia fazer os primeiros ali no 05-E, mas nada do que tinha ali conseguiu ajudá-la despertar nestes dois anos, então Doc simplesmente age no instinto de que teveria levá-la para fora.