4. Chegam visitantes: soluções ou problemas?

Alma e Ray estavam com suas mentes em contato com o Maelstron e com a mente fragmentada daquela estranha criatura. Uma dor agonizante toma os dois que são repelidos daquele estado. Sem sofrerem dano algum, mas eles sabiam que a criatura havia sofrido bastante.

O disparo de Alexander pega em cheio na criatura que estava indefesa a qualquer ataque, não sendo necessário o segundo disparo. Com o seu conhecimento de anatomia de diversas criaturas ele soube bem onde atirar. O disparo pega em cheio, mesmo de longe, um grito de dor que parecia como um coral de dezenas de vozes onde cada um estava num tom diferente independentemente da afinação. Aquele grito cacofônico precede a liquefação do corpo da criatura, trazendo a tona um Raymond caído como um bebê envolto pelos líquidos da placenta.

Alma vai recuperando aos poucos a sua visão do que acontecia fora do Maelstron. E via Alexander com seu revólver em punho ainda apontando na direção da criatura que não está mais ali, estando apenas o corpo de Raymond desacordado.

Alexander por sua vez tinha a sua mente repleta de suas dúvidas e parece "ver" um leve sorriso no rosto da antiga paciente, ou será que era seus pensamentos lhe pregando uma peça? De toda forma, Raymond estava vivo ele podia ver o movimento suave do peito do aliado se movendo, seria imperceptível para uma pessoa comum mas os olhos angelicais do médico lhe devam a certeza de seu julgamento.

- Raymond vive. - fala a jovem sem demonstrar nenhuma entonação ou sentimento.

- É, tá vivo e não graças a vocês. Posso saber porque estão aqui que nem bocós? De onde aquela coisa veio? O que aconteceu neste laboratório?

Não ia dar tempo de interrogar os dois, embora a ideia de amarrar aquela fulana até fazê-la falar começava soar agradável na mente de Alexandre, só que agora teria que ajudar o amigo antes, mas definitivamente eu não gosto dela.

Os três possuíam interesses diferentes, enquanto Doc e Raymond tentavam entender o que acontecia. Alma tinha uma devoção "Romanesca" para com sua parceira que aparentava agora estar num estado de autismo extremo, sem respostas aos estímulos que lhe eram passados.

Para Raymond e Doc ela parecia como quando estava sob efeito dos fortes remédios que eram injetados no corpo dela para manter suas habilidades mentais sob controle ou "desligadas" como Ray costumava dizer.

Para Alma era como se ali a sua frente estava um corpo sem alma.

Antes que eles pudessem falar mais alguma coisa, a IA fala:

"Fim da rotina de avaliação do estado da estação...

Todos os sistemas de suporte a vida ativos sem alertas...

Experiências monitorados 0...

Os pacientes da ala médica não apresentam irregularidades..."

Para variar, tanto Alma como a tal Ômega não respondem sobre aquela coisa, sequer falam de onde ela veio. Pelo jeito ambos tinham a igual capacidade de se fazer de desentendidos. Doc até já estava acostumado com Alma, mas aturar dois já era demais.

Alexandre não era de ter raiva gratuita de outros, ou pelo menos tentava. Entre os três "amigos" era o único que suportava razoavelmente o jeito estranho de Alma. Mas definitivamente nenhum de seus santos bateu com os da Ômega. Ele até podia entender que ela não quisesse ser ajudada por um estranho, afinal ela nunca o viu consciente. A repentina "afinidade" com o Alma também podia ter mais de uma explicação, e a maioria delas inspiraria pena, e não raiva. Mas o estado apático frente àquele "troço" deixava Doc com a pulga atrás da orelha.

- Alma, leve a Ômega, ou seja lá qual for o nome dela, para a enfermaria. Se não quiser ser analisada, tudo bem, mas AQUI vocês não ajudam em nada. Cada hora aparece um problema diferente, eu pensei que liberar esta área ia nos ajudar, mas se mais coisas saírem daqui, o melhor vai ser queimar isto tudo.

Doc tenta falar da forma menos agressiva que pode, mas enfático. Espera ter sido suficientemente objetivo para se livrar dos dois sem ter que apelar, mas na hipótese de Alma, ou mesmo a outra, não saírem de livre vontade, ele vai catar os dois pela gola e empurrá-los para fora do bunker.

Depois disto vai ter com Ray:

- De alguma forma, a Ômega retomou a consciência e saiu do suporte de vida ao mesmo tempo que aquela massa de carne saiu de algum lugar que tem que ter sido daqui de dentro também. Eu não faço a menor ideia de onde esta porra saiu, mas ou o sacana do General guardava coisas que nem nós sabíamos aqui, ou já tinha coisas aqui que nem ele sabia. De qualquer forma estamos ferrados, pois eu achei que a área estava controlada, já que trabalhamos nela por bastante tempo, mas nem isto. Não podemos confiar em nada aqui, e depois eu vou ter que conversar com você lá fora.

Aquela área não poderia ser usada sem a ajuda da Zora, ao mesmo tempo a ideia que Doc tinha de ter um lugar isolado de máquinas, ia para o saco se não pudessem isolar ou confiar nela, pelo contrário, eles tornavam uma presa ainda mais fácil ali dentro com uma IA que podia delatá-los facilmente para outras IAs. Agora nem conversar com Ray ali era seguro.

- Cara, estamos lutando com pedras contra canhões, e se continuar assim o melhor seria eu arrumar um plano de eutanásia em massa. Mas enquanto ainda estamos vivos, tenho que ver o que posso fazer para ajudar estas pessoas que chegaram. Podemos confiar pelo menos na água?

E assim os três líderes do refúgio concluem suas ações.

Doc e Alma seguiam para a enfermaria com a paciente Omega. E Raymond após verificar o sistema de águas e validar com a IA do refúgio teve certeza de que o sistema de águas estava operando.

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Algumas horas depois de se separarem...

Raymond e Fury caminhavam pela entrada do Lixão e o combatente mostrava o serviço que fora feito.

- Ray, o reforço do portão de entrada foi concluído graças a ajuda dos homens da Quasia. Os irmãos estavam com outros homens que sabem um pouco de mecânica e estavam corrigindo o problema no gerador do lixão. Os demais que não estão doentes e as motoqueiras da Quasia estão esperando para preparar um acampamento na parte interna.

Fury então leva Raymond até o local onde o povo de Quasia estava reunido com a líder deles, aguardando por Raymond.

- Bem o comboio era formado por três caminhões, dois caminhões pipa sendo um com combustível e ou outro com água. O terceiro era um caminhão cegonha e trazia duas máquinas pesadas, uma retroescavadeira e um trator de esteiras ambos em bom estado. Acho que poderemos fazer bom uso deles.

Alexander e Alma estavam na enfermaria junto com os dois auxiliares e Sharon que demonstrava ter um bom trato com as crianças "puras".

- Doutor, já realizamos a triagem e iniciamos a hidratação das pessoas que apresentavam maiores níveis de desidratação. Mas estamos com pouco soro. - disseram os dois auxiliares.

- Alexander, acho que as crianças já estão mais tranquilas para que você possa fazer as devidas consultas.

Alma que estava ao lado de sua amada que desde que a criatura que engolia Raymond foi morta por Alexander se mantinha em num estado de catatonia tentava a fazer responder aos seus carinhos.

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Off.:

Uma última rodada para começar o próximo arco.

Todos podem escolher mais dois movimentos, podendo escolher um movimento de outra classe que não seja a classe de algum jogador.

Kether escreveu:- Doutor, já realizamos a triagem e iniciamos a hidratação das pessoas que apresentavam maiores níveis de desidratação. Mas estamos com pouco soro. - disseram os dois auxiliares.

- Alexander, acho que as crianças já estão mais tranquilas para que você possa fazer as devidas consultas.

- Tudo bem, acho que enfim conseguiremos água potável, e pelo menos hidratação passará ser um problema menor.

Ele dá uma olhada nas máquinas de análise.

- O maior problema da maioria é cansaço. Nós três vamos ter que trabalhar um pouco mais hoje, para que eles trabalhem menos. Danny, tente classificá-los dos que precisam de mais atenção para os que estão mais resistentes, e vai colocando os que precisar mais para dormir, se preciso, aplique analgésicos, mas o menos possível, até vermos o que chegará. Julis, por enquanto fica só no monitoramento, em tempo integral, e avise sempre que algo aparecer. Vou ter que ir lá fora vasculhar o que tiver de macio no lixão para improvisar o que puder servir de leito para eles.

Julis poderia também fazer alguma analise inicial na Ômega, caso ela não criasse problemas por enquanto. Ele olha para Danny, que por enquanto estava ocupada com as crianças, tomara que Alma e Ômega não criassem problemas com ela também, pois sabia que Alma e Danny às vezes davam uns amassos. Não era a relação mais saudável, mas era a única possível ali, já que até então ela era a única fêmea e o Alma, apesar de não ser confiável, era o único da idade dela.

A maioria das crianças iria sobreviver, os resultados não eram animadores, mas Alex já vira situações piores. Saindo novamente, ele encontra os três patetas de Ray e pede ajuda para procurar colchões, panos grandes o bastante para virar redes ou qualquer coisa que pareça espuma e levar perto da enfermaria. Acho que era um pedido simples o bastante para eles não fazerem besteira.

Voltando para a porta do setor que tinham destrancado, Alex faz um gesto para Quassia, que faz um gesto para Ray para que se encontrem ali fora.

- Seguinte Ray, lá dentro tem áreas que a Zora pode nos monitorar em tempo integral, então vamos ter de ser inteligentes para não falar nada importante lá, até sabermos quais são os espaços não monitorados pela inteligência artificial. Já trabalhamos com a Zora antes, sem ter tido problemas, mas também esta parte esquecida pelos deuses não tinha ameaça de máquinas sentinelas nas proximidades. Então enquanto estivermos lá, vamos discretamente verificar os espaços onde podemos isolar do máximo de tecnologia e faremos desenhos destes esquemas aqui de fora, tá ok?