John Darkblade

-Eu eu posso ajudar, sei algumas coisas sobre curativo - Peter libera o curativo improvisado feito por John - Isso vai inflamar o ferimento, alguém tem vinho? - Um dos homens de armas trás uma jarra de barro - Esquente no fogo, e alguma lâmina também, precisamos lavar o ferimento com vinho quente e depois cauterizar - O homem usou uma das meia dúzia de fogueiras espalhadas pela praça do mercado. Fora preciso duas pessoas segurando cada membro do miliciano para Peter poder limpar o ferimento com o vinho quente e finalizar com a lâmina em brasa. O escrivão realiza o mesmo processo no gigante amputado por John, apesar dos protestos de alguns presentes - Ele lutou e se rendeu, merece os cuidados necessários para ser jugado por Naehrys - retrucou o escrivão.

O grupo segue em direção aos aposentos do Mestre do Porto, o dornês Maiku. A casa é feita de pedra empilhada com telhados de madeira e dois cômodos, serve também de alojamento para milicianos. John já conhecia Maiku, era um homem destemido, luxurioso e de pensamento rápido. Antes de ser nomeado Mestre do Porto por Lord Brandon, Maiku foi um experiente comerciante tendo viajado por toda costa de Westeros. Ali poderia alojar melhor o soldado ferido. A cadeia é um cubículo de madeira levantado rente a parede sul do aposento do lado de fora. Onde Nesella, Noraphos e o guarda gigante são jogados.

John entra com Peter e Aegor. O primeiro cômodo tem uma forma quadrada, com chão de tabuas e uma mesa de madeira para dez pessoas, há cadeiras e quatro beliches na parede oeste. Uma escada de madeira leva a uma porta para o segundo cômodo na parede leste. Dois soldados fazem uma refeição e se espantam com a chegada repentina. Peter e Aegor ajudam o soldado ferido a se acomodar em uma das camas.

- O que aconteceu meu senhor? Questiona um dos homens, que reconhece John.

-Sim meu senhor - diz o primeiro soldado de forma desajeitada - Novas cargas dos Redfort saindo do porto, muito trabalho - E volta a comer.

-Posso levar a mensagem imediatamente senhor - O segundo levanta-se - Temos uma carroça velha e talvez possamos usar alguns desses garranos que vem de Pico da Águia com a mármore - A porta de madeira do segundo cômodo abre-se de imediato, Maiku desce a escada de madeira segurando uma caneca velha.

- Quanta falação, que barulho desnecessário - O dornês  desce as escadas esfregando o olho com um das mãos - Meu vinho acabou e preciso de mais - Maiku usa um sobretudo amarelo aberto deixando seu abdômen e peitoral expostos, sua pele é fina e seus músculos protuberantes. A pele do dornês é bronzeada e seus olhos amarelos como girassol.

-John? A que devo a honra de sua visita? - O dornês parecia não ter percebido o cavaleiro ali, até descer as escadas e encarar John - O que aconteceu com você cara? Está horrível - E de fato estava, seu peitoral estava coberto de uma crosta rubra do sangue dos guardas, tampando seu simbolo Darkblade cozido sobre os anéis da armadura, seu cabelo estava grudento e pastoso.

- Meu senhor eu não sabia que ele estava ai - Diz o primeiro soldado de imediato.

O soldado ferido no canto da sala geme e soa frio - Não sei se ele vai sobreviver ficando aqui, deveríamos leva-lo a fortaleza para o meistre - Comenta o escrivão Peter.

- O que aconteceu? Pergunta o dornês com uma expressão confusa


Maiku, ''O dornês''

Spoiler:

- Sacerdotes vermelhos -O rosto do dornês torna-se duro como pedra, o soldado desaparece pela porta levando a mensagem de John - É raro ter esse tipo por aqui e sempre estão de passagem. Agora sacrifícios em nossas terras? Alguém deve tê-los acobertado com certeza - Maiku coloca amão direita no ombro de John - Irei investigar e puniremos os traidores meu amigo. Na maioria das vezes homens de alma podre vendem-se por meia duzia de moedas de ouro.

O soldado ferido ainda geme suas dores enquanto arde em febre - A uma banheira no meu quarto John, seu escudeiro pode preparar um banho se assim for de seu agrado, fique a vontade - Maiku aproxima-se do soldado - Pobre Corren, é um bom homem - Lamenta Maiku no mesmo instante que a porta de madeira do aposento abre. Um jovem de cabelos castanho bronze e pele branca entra pela porta vestindo um sobre tudo negro com o brasão Darkblade cozido no peito, John reconhece, é Alavin, um de seus soldados e mensageiro.

-Meu senhor - Alavin faz uma respeitosa reverencia - Venho de Pico da Águia, um visitante vindo de Forte Vermelho acompanhado de uma comitiva de vinte cavaleiros chegou na fortaleza, Elmar Redfort - John conhecia o nome, Elmar era sobrinho de Lord Horton Redfort e servia como diplomata do tio. John já havia o visto na corte de Pena de Ouro algumas vezes no passado -Ele pede pão e sal, além de poder  falar com o senhor para tratar de negócios -.

-Os Redfort's não morrem mais - Maiku esboça um sorrisinho - Bom se quiser posso garantir levar os prisioneiros até Pena de Ouro.

O mensageiro Alavin desparece pela porta tão rápido como entrou, o garoto é escolhido como mensageiro não atoa, é um dos melhores cavalgantes da região.O dornês da um sorrisinho sem graça julgando que John esteja sendo sarcástico em sua ultima declaração - Prefiro ver Lâmina Negra atuando contra nossos inimigos meu amigo. Bom além dos prisioneiros também levarei uma apelação para senhora Naehrys. Não sei se notou mais tenho poucos homens, meia duzia as vezes dez. O velho Brandon retirou boa parte da guarnição da vila quando estava ficando doente e isto este me custando muito caro. Se pretende visitar Naehrys me faça um favor, reforce o meu apelo, é para a nossa segurança - Dizia Maiku após dar um longo trago em seu vinho e encher seu copo novamente - Vou preparar a carroça para levar os prisioneiros e o pobre Corren para o meistre - O dornês abandona os aposentos acompanhado pelo guarda que termina sua refeição.

Aegor esquenta a água em uma bacia de cobre sob a lareira e com a ajuda de Peter despeja tudo em uma banheira de madeira. John se lava com a ajuda de seu escudeiro enquanto Peter oferece amparo para Corren.

Os três deixam a vila montados em seus cavalos e seguem rumo a Pico da Águia por uma estrada rural - Quanta loucura! Não esperava que tudo isso acontecesse, desculpem-me Aegor e Sor John, fiquei sem saber o que fazer na hora - Peter dizia com desapontamento.

-O medo fere mais profundamente que as espadas, foi o que meu irmão Páris me disse uma vez - Aegor tenta algumas palavras como lição.

John é recebido nos portões por seus cavalariços que junto de Aegor levam os cavalos para os estábulos, Peter segue em outra direção para voltar a suas obrigações. Ao passar pelos portões o ar enche-se com o cheiro de linguiça e queijo, John nota os cavaleiros na praça de armas, meia duzia de tentas vermelhas rente a parte leste da muralha. Inúmeros estandartes com o brasão dos Redfort agita-se no alto enquanto os homens de Forte Vermelho comem, bebem e falam alto.

Um dos servos da fortaleza aborda John - Meu senhor, a sala de audiência esta preparada - A sala de audiência é uma sala menor do que o salão principal, usada para a reunião particular do Lord e seu conselho.

O aposento é pequeno, possui um cadeirão para o Lord posicionado próximo a uma mesa de madeira comprida para os conselheiros, há uma lareira atrás do cadeirão. A mesa está recheada de pães fresco com manteiga e mel, queijo branco e vinho adoçado com mel. Após pouco tempo Sor Elmar entra pela porta, é um homem com quase trinta anos, cultiva uma barba bem aparada no rosto, assim como o cabelo. Usa um gibão de veludo bordado com uma capa de seda jogada por cima do ombro.

- Quanta honra - Elmar faz uma respeitosa reverencia - Sou um homem de armas e cavaleiro, é um privilegio ter com John Darkblade. É considerado um herói de guerra em muitos lugares no vale - Elmar senta em uma das cadeiras - Se me permitir - Pega um pedaço de queijo e leva a boca antes de saborear um gole do vinho adoçado -Nectar dos deuses. A viagem foi tortuosa, fomos atacados por um grupo de homens dos clãs, cinquenta talvez. Não tivemos baixas mas eles nos atormentaram ao longo da viagem com varias investidas - Queixava-se o homem - E é sobre isso que venho falar, meu tio Lord Horton deseja iniciar uma cruzada contra esses malditos que nos atormentam. Mas para isso precisamos de aliados e nada melhor que nós vizinhos para unirmos forças. Após a morte de nosso Lord Jon Arryn o Vale ficou na mão de uma Tully, e eles não sabem como as coisas funcionam por aqui. Apesar dela ter pedido para que os homens fiquem em suas fortalezas sabemos que algo precisa ser feito, ou então o que será do povo?  Venho a pedido de meu tio Horton para saber quais as intenções dos Goldwing, e como você é o braço direito de Brandon a sua opinião é de extrema importância, poderíamos lutar lado a lado John. Além disso venho informar que achamos mais uma mina de mármore, a previsão é que a produção aumente em cinquenta porcento, com isso achamos que devemos renegociar os impostos.

Sor Elmar Redfort

Spoiler:

-Sim - Elmar confirmava sobre as caixas - A previsão é de um futuro próspero. Eu o entendo John claro, apenas manifestei esta minha indignação, nossos vizinhos nada fazem para pacificar as estradas e muitos recusam o convite de começar essa campanha contra os clãs, a pedido de nossa senhora Lysa é claro. Ela teme um ataque Lannister, o que é pouco provável em minha opinião. Mas isto não vem ao caso,  fico feliz que você partilha da mesma visão de meu tio sobre os clãs, espero que possamos trocar informações para nos auxiliarmos nessa guerra. E sobre alianças, sua competência é notória e muito bem falada no vale, meu tio Horton o respeite como guerreiro e líder, e possuí uma proposta John - Elmar da um longo gole em seu vinho, saboreia um pedaço de queijo junto com o pão com mel - Ele deseja que você torne-se filho dele John. Sua filha Natari está viúva a mais de um ano e já passou de seu estado de luto - O primeiro marido de Nataria foi Rodner Templeton, morreu ao ser atacado por homens dos clãs em uma viagem pelo Vale - Nataria tem quase a sua idade, é uma mulher bonita e muito bem educada, nosso meistre garante que ela pode te dar filhos. Será uma ótima oportunidade para que você possa ascender ainda mais no Vale John, e pelas palavras de meu próprio tio, seria uma honra te-lo na família. Não precisa me dar esta resposta tão importante agora, pense um pouco sobre isso. Preciso ir até a vila ter com o mestre do porto. Saber se a capacidade de armazenamento será suficiente para o futuro. Pode me dar a resposta em minha viagem de volta quando passar por sua fortaleza. O que acha? - Elmar mostrava um sorriso e indicava um brinde com sua taça.

-Concordo plenamente Sor, dês de quando Lord Horton manifestou o desejo do casamento a mulher não fala em outra coisa, só a sua presença vai desassossega-lá. Enquanto ao garoto dela, não se preocupe, ele não é herdeiro de coisa alguma, o pai Rodner era o terceiro filho do Lord Templeton e o garoto agora é seu escudeiro e tem sua própria vida - Elmar mordisca um queijo -Bom se o mestre do porto não se encontra lá não será interessante ir até a vila, mas mesmo assim mandarei alguns de meus homens para buscar relatórios, há alguns mercadores de Forte Vermelho acampados na vila - John lembrava-se das tendas tanto dos Redforts quanto dos Tolletts quando visitou a praça do mercado - Voltarei amanha pela manhã para Forte Vermelho com a mensagem para meu senhor, provável que Natari chegue em até quatro dias, é provável que venha com o irmão Sor Creighton para escolta-lá ao longo da estrada. Ele virá com a mesma comitiva que me trouxe, use esses cavaleiros se caso precisar em algum confronto contra os homens dos clãs, meu primo Creighton sentira-se honrado se houver a necessidade de lutar ao seu lado.

-O garoto seu escudeiro, o bastardo, Aegor Stone. Seria interessante uma aproximação da nossa casa com os Goldwing e isso poderia ser feito tornando Aegor escudeiro de meu primo Sor Jasper. Isto foi algo que pensei durante o caminho e não teve a influencia de meu tio - Sugeriu Elmar, Sor Jasper é o filho mais velho e herdeiro de Forte Vermelho - Acho que é isso John, tenho algumas cartas para escrever antes de descansar - A luz do crepúsculo toma de assalto a sala com o sol ainda se escondendo a oeste, o escudeiro Aegor e o escrivão Peter entra na sala com uma mensagem para John ainda antes de Sor Elmar deixar o aposento -

-Mestre - Aegor faz uma reverencia para John - Relatório de Sor Noah sobre a operação - o escudeiro mostra um olhar de desconfiado para o presente convidado Sor Elmar mas John da a ordem para que o escrivão se aproxime. Peter de forma prudente cochicha no ouvido de John.

-O relatório fala pouco sobre os homens dos clãs e mais sobre as tropas. Sor Noah espalhou os homens em grupos afim de colher o máximo de informação possível para chegar aos salteadores, ele desconfia que possam estar escondidos pelas redondezas. Fala também do acampamento montado em uma colina ao sul do Bosque de Walt onde ele comanda a operação, e diz que dali tem uma melhor visão para antecipar possíveis ataques - Finaliza o escrivão.

-John fazia um sinal e dispensava a todos, estava cansado do dia conturbado e o mundo parecia estar sob seus ombros. Aegor arrumará seu quarto, a cama de John possuía seis colchoes feitos com pena de ganso e cobertos com lençóis negros de seda, um vento frio entrava pela janela ao leste. A lareira estava acessa e as chamas queimavam tímidas como uma donzela em sua noite de núpcias. John aproxima-se do fogo, ''as vezes um homem se esquece de como uma chama pode ser bonita'', o pensamento invade sua cabeça e o faz lembrar de Nesella. As chamas prendem a tenção de John e por um instante o mundo torna-se negro, sente-se voando como um pássaro por campos de trigo, milho e cevada onde a pessoas trabalhando. John nota que não possui mais um corpo, braços e pernas não estão mais lá, há uma fortaleza a oeste, e a leste um mar de fogo negro queima os campos vindo em sua direção, as chamas possuem a forma de cavalos em trote e tudo torna-se cinza após ser tocado pelo fogo negro.

Dia 5, ano 298 d.C

Acordaria no dia seguinte com uma tempestade batendo em sua porta,  a chuva seria intensa nos próximos quatro dias que viriam. Sem conseguir se lembrar de quando teria ido para a cama antes de fintar a fogueira. Havia dormido mal e seu cérebro parecia balançar dentro de sua cabeça quando andava e sentiria isso nos próximos dias. No primeiro dia receberá uma mensagem de Sor Noah dizendo que havia capturado pequenos grupos de selvagens nas redondezas, alguns inclusive escondidos em fazendas. O comercio entre os homens dos clãs e a plebe era raro mais acontecia. No segundo dia Sor Noah notificaria que informações importantes foram extraídas dos prisioneiros, e no terceiro dia combates de guerrilha era travado nos arredores do Bosque de Walt. No quarto dia Noah descobrirá o esconderijo dos clãs e que o líder Ubba estaria lá comandando os ataques. Hoje pela manhã não seria mensageiros que John receberia na porta de sua fortaleza, e sim sobreviventes.

-O acampamento possuía poucos homens, nossos cavaleiros estavam espalhados no combate de guerrilha e Sor Noah desejava um ataque surpresa. Levaria tempo para reunir os homens montados, então ele levou apenas a infantaria - Disse um dos soldados com uma atadura suja de sangue enrolada na cabeça.

-Debaixo de chuva ele mesmo comandou o assalto ao acampamento. A vitoria estava se desenhando fácil, mas era tudo uma armadilha - Diz um outro soldado - Havia homens escondidos  em locais estratégicos, muitos deles. Caíram sobre nós por todos os lados. Sor Noah entrou em um combate pessoal contra o filho de Ubba, Bagga, e foi vencido brutalmente. Por nossa sorte Kase conseguiu reunir os homens abalados em meio a derrota e liderou a retirada pela retaguarda.

-Eles portavam armas meu senhor, espadas, lanças e escudos de verdade. Muitas delas. Eram mais do que duzentos e menos do que trezentos - Kase era um jovem com não mais do que vinte e dois anos e nunca se mostrará especial, era apenas mais um na infantaria de John, e ele mal lembrava do rosto do jovem.Metade da unidade dos Imortais conseguirá fugir com muitos feridos e a cavalaria Bravos de John retornará intacta por não ter participado do combate.

Receberá também nesta manhã a mensagem da chegada da comitiva vinda de Forte Vermelho, Sor Creighton e sua prometida Senhora Natari. Estavam acompanhados de uma unidade de cavaleiros como havia prometido Sor Elmar, vinte homens montados. Um anfitrião viria com a mensagem com pedido de desculpas pelo atraso devido a chuva, e que Natari e Creighton desejava um pouco de descanso antes de terem com John no banquete da tarde.

A aflição no rosto dos homens refletia o frustração da batalha perdida. Os homens de John não haviam só perdido uma batalha para os homens dos clãs,  foram enganados, ludibriados desde o inicio e tudo agora parecia arquitetado para que aquele momento acontecesse daquela forma. A reunião acontecia na sala de audiência, um mapa da região desenhado sob couro enfeita a mesa de madeira entre os homens.

-Subestimamos Ubba, não é atoa que o homem reuniu tribos inimigas que a muito se matavam, isso não acontece a algumas centenas ou quem sabe milhares de anos - Marcyl o líder dos imortais carregava uma muleta, um homem magro e comprido, frisava um relato histórico importante, era fato que os clãs engajavam-se em conflitos sangrentos entre si desde sempre. Durante o combate um cavalo caiu sob ele prendendo sua perna, Kase puxou o homem de debaixo do animal e matou dois inimigos que se aproximavam.

-Homens? Não são homens, são cães - A voz de Sor Miltar soava pesada, era o líder dos Bravos de John, um homem baixo de meia idade com ombros e mãos largas, porta uma barba negra espessa e uma cabeça calva. Miltar estava longe do conflito comandando pequenas patrulhas de cavaleiros ao longo do território a mando de Sor Noah.

-O que passou passou Marcyl, estamos em uma situação delicada e precisamos de cautela nesse momento - Etam ainda era um jovem com menos de trinta anos, ostenta um bigode fino banhado em gordura junto com uma cabeça raspada e um longo rabo de cavalo castanho. Líder dos Flechas Negras estava em Pico da Águia, os arqueiros dificilmente abandonavam as muralhas do castelo - O Redfort chegou com bons homens nesta manhã e acredito que sua ajuda seria bem vinda, nobres cavaleiros sempre estão dispostos a matar homens dos clãs.

-Não!! - Miltar interrompe batendo com o punho sob a mesa - Isso diminuiria nosso prestigio, Pico da Águia tem homens para lidar com meros clãs.

-Meu senhor, se me permite a palavra - A voz de Kase soa quase despercebida - Nossos inimigos apossaram-se da fortificação erguida por Sor Noah, é um local improvisado mais garante uma posição vantajosa - John havia recebido o relatório sobre a tal fortificação, era um forte circular erguido em cima de um monte cercado por um aterro de terra, pedra e madeira. Além de um anel de paliçada e um fosso.

-Devíamos atrai-los para próximo da fortaleza, procurar um terreno vantajoso e assim surpreende-lós, como fizeram com Sor Noah - Sugere o líder dos arqueiros Etam.

-Ficar escondido no castelo enquanto saqueiam nossas terras? Pois é isso que eu digo que irão fazer se ficarmos recuados -Sor Miltar interrompe - Vamos levar os arqueiros até o forte e fazer chover flecha em suas cabeças, quando saírem nossa cavalaria dará conta do serviço.

-Pela experiencia que tive durante esses dias não acredito que o líder deles cairá em qualquer plano obvio de mais, Ubba mostrou-se cauteloso e principalmente paciente. A ideia de usar os Redfort me parece boa - Finaliza Marcyl.

Os comandantes de John acatariam as ordens de forma positiva, com Sor Miltar mostrando uma confiança essiva aos planos. Antes de subir a seus aposentos chegaria a consultar seus homens por uma possível mensagem vinda de Vila Penugem por Maiku, mas nem sinal até agora. John escolheria para vestir uma de suas túnicas de veludo vermelho com mangas de seda negra, um manto de pele de arminho e botas de couro tingidas de vermelho com arabescos pretos.

Os cavaleiros de Bravos de John e os da Cavalaria Vermelha foram instalados abaixo do sal, em uma mesa mais perto da porta do que do estrado. Aqueles de alto nascimento seriam acomodados na mesa principal em cima do estrado, apesar de John não ser de alto nascimento era ele o senhor de Pico da Águia e isso era mais importante. John estava em seu cadeirão como de costume, um trono feito de carvalho dourado, os demais acomodar-se-iam em cadeiras de espaldar alto com braços caprichosamente esculpidos, sendo uma das cadeiras colocada ao lado do cadeirão com uma grande almofada felpuda reservada para sua acompanhante, Senhora Natari. Na parede atrás dois estandartes estavam pendurados nas vigas do teto, a lâmina de John, negra sob um losango vermelho, e o forte vermelho sob um campo branco dos Redfort.


As chamas queimavam forte nos archotes pendurados por correntes de ferro vindas do teto, trazendo ao salão uma sensação agradável, o barulho da garoa caindo lá fora e a conversa dos cavaleiros enchem a mente de John que encara meia fatia de pão preto enquanto espera por seus convidados, que entram ao som de uma harpa. Sor Creighton era baixo, de peitoral avantajado, ombros curtos e completamente calvo. Ainda quando jovem seu cabelo tornou-se ralo apesar do irmão mais velho não compartilhar da mesma característica. Como não gostava de meio termo decidiu raspar a cabeça por completo.  John e os demais ficaram em pé enquanto Creighton levava sua irmã até o assento reservado ao lado do cadeirão. Natari é uma mulher de meia idade, rosto magro, cabelo negro como carvão e os olhos de um azul claro quase transparente. Seu manto é negro e usa um colar no pescoço trançado com joias e um pingente em forma de uma espada. Natari esboça um sorriso ao ver John, estende sua mão para que John a beije como de costume. O septão vinha por ultimo, era Auster Upcliff, um homem de idade avançada que servia em Forte Vermelho a pelo menos três décadas. Conhecido por ser o homem mais próximo dos sete no Vale sua reputação era lendária. John havia sido surpreendido com a mensagem da vinda do septão um pouco antes de descer de seus aposentos para o salão.

Após a acomodação dos convidados uma duzia de servos juntaram-se em torno das mesas com jarras de vinho - Ao Lord Darkblade, nosso anfitrião - Creighton começou com os brindes, erguendo sua taça de vinho e batendo nas dos demais. Todos beberam - Que o pai  lhe garanta vida longa e muitos filhos.

-A senhora Redfort ! - emendou um cavaleiro abaixo do sal - Que a mãe a faça fértil! - Beberam novamente.

-A Lord Robert Arryn! - Disse um dos cavaleiros dos Bravos de John - Que a velha ilumine seu caminho com sabedoria!

-Um triste desperdicio de vinho bom - Disse Creighton - Não brindo a homens incapazes, e é isto que Robert é.

-Um brinde a Lord Brandon Goldwing - Natari interrompeu - Que os sete os ajude em sua recuperação e nos traga de volta! - Todos beberam com felicidade.

Brindes se seguiram de brindes. Beberam ao velho Lord Royce senhor de Pedraruna. Beberam por Naehrys Goldwing herdeira de Brandon e beberam pelos mortos em combate contra os homens dos clãs.

Natari Redfort

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Sor Creighton Redfort

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Septão Auster Upcliff

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