''O céu oriental era rosa e ouro quando o sol surgiu sobre a Costa da Águia. John vislumbrou a luz espalhar-se, com as mãos pousadas sobre a janela. Embaixo o mundo passou de negro a verde cinzento á medida que a alvorada rastejava por campos e colinas.''
O jovem escudeiro de John, Aegor, entra no quarto, um garoto baixo com cabelos dourados até os ombros, veste uma roupa de seda azul sobre um pano vermelho. Aegor é um dos bastardos de Brandon e tornou-se escudeiro de John a 4 anos atrás.
Aegor -Sor, seu castelão deseja encontra-lo no desejum, parece que tem um relatório da noite passada, um incêndio no bosque a leste(Aegor retira a a cota de escamas do suporte de armadura, o jovem escudeiro então começa a limpa-lá e oleá-lá, também o elmo e a lâmina negra de John, além de preparar o banho quente de seu mestre em uma grande banheira de madeira).
-Parece que são selvagens(Aegor faz seu serviço sempre olhando para baixo, é um garoto tímido e raramente demostra algum otimismo).
"Se perguntassem sobre o futuro de um pequeno e franzino John, dos Lobos da Lua, lhe diriam que duraria no máximo alguns anos, se o coitado tivesse sorte" - Pensava Sor John Darkblade, vislumbrando o alvorecer de mais um dia.
Mais um dia como o Senhor de Pico da Águia. No momento em que a luz do sol iluminava os vastos campos e as colinas abaixo de sua fortaleza, John ouvira os passos apressados próximos de seu aposento.
"Aegor, vindo me acordar de novo, em outros tempos essa seria minha função" - Refletia, enquanto levantava de sua cama macia e aconchegante. Não falhava em sua análise, pois logo a porta de seu quarto se abria e um jovem com cabelos cor de ouro até os ombros, vestindo uma túnica de seda azul sobre um pano vermelho adentrava. Aegor era escudeiro de Sor John, e também um dos bastardos de seu senhor, Lorde Brandon Goldwing.
- O que houve desta vez garoto? O velho Harrison colocou fogo em algum lugar de novo? - Peguntava, rindo ao se lembrar das peripécias de seu ferreiro, para John, seria bom se fosse exatamente isso que teria acontecido. Aegor então lhe passava o comunicado:
- Sor, seu castelão deseja encontra-lo no desejum, parece que tem um relatório da noite passada, um incêndio no bosque a leste. - Disse e depois começou suas obrigações como escudeiro, aprontando a armadura negra de escamas de John, o elmo e a famosa espada bastarda "Lâmina Negra", além de um bom e quente banho em uma grande banheira de madeira.
- Parece que são selvagens. - Concluía, olhando para baixo. Aegor ainda tinha a timidez da idade, mesmo não faltando muito para se tornar homem.
- Aqueles selvagens de novo? Era só o que me faltava, parece que alguns dos meus homens não vem fazendo seu trabalho direito...... - Se despiu e adentrou o banho. "Um senhor tem de cumprir com suas responsabilidades" - Pensava, enquanto terminava de se secar. Solicitou para Aegor as suas vestes de batalha, e após se aprontar, deu uma ultima olhada para sua lamina negra, antes de guardá-la em sua bainha de um couro negro-avermelhado fervido e seguiu até o seu desejum, ansioso para ouvir o que seu castelão teria a relatar.
''Os aposentos do senhor da fortaleza localiza-se na parte mais alta do castelo, John passa por pátios e escadas de pedra onde servos transitam para lá e para cá, homens vigiando o horizonte pelas ameias da muralha, servos preparando as cargas das mulas que levam a mármore da mina para o porto, e mais de uma centena de homens praticando com a espada no grande patio principal.''
''O grande salão da fortaleza fica na primeira plataforma, no patio principal, é feito de pedra rustica e seu teto avermelhado. O grande portão de pedra é escupido com dois cavalos com cauda de peixe, simbolo da antiga casa que ergueu a fortaleza. Dentro o salão é retangular, quatro mesas longas de madeiras estão no centro, postas para abrigar 150 homens, na parte oposta a entrada do salão fica a plataforma mais alta, com o cadeirão do lord, e meia duzia de acentos de honra são colocados ao lado.''
''Sor Noah, o castelão de Pico da Águia, aguarda seu senhor sentado em uma das mesas no centro , muito dos homens já partiram do desjejum e o salão se encontra vazio. O velho cavaleiro é um homem de meia idade, experiente de muitas batalhas travadas contra clãs das montanhas, carrega uma cicatriz no rosto oriunda de um golpe de machade desferida por um selvagem. Usa uma cota de malha negra muito bem oleada, por cima de um colete de couro fervido, uma espada longa e uma curta se agarram em um cinto de couro fervido em sua cintura.''
Sor Noah Hughes - Meu senhor,(o velho faz uma longa reverencia, ergue uma das mãos e sinaliza para os servos trazerem a comida do lord) bom acomode-se por favor, tenho algumas noticias desagradáveis, nessa madrugada, no bosque ao leste, um de meus homens avistou fumaça e foi até lá para verificar, ele julga que havia algumas dezenas de pessoas pelo barulho, mas não se sentiu confiante para adentrar o bosque, e não era incêndio pois não havia fogo nas arvores , ele voltou e decidiu não me acordar por já esta tarde, um erro(Noah da um longo gole em sua cerveja preta), mas logo cedo recebi o relatório e reuni alguns homens para verificar o ocorrido, não sei bem como te explicar, acho que o senho deveria ir comigo até lá e ver com os próprios olhos(mas um ultimo gole para secar a caneca de madeira).
''Os servos trazem faisão assado com alho e ervas até ficarem dourados, salada temperada com vinagre e azeite, pães recheados com queijo e ervas, vinho e cerveja preta''
John deixava seus aposentos, localizados na parte mais alta do local, - "Quanto mais alto, mais eu posso ver" - Passando por alguns pátios e escadas feitas de pedra, onde seus vários servos transitavam de um lugar ao outro.
Para um jovem órfão, aquela vida parecia ser mais uma canção de um bardo bêbedo qualquer, em uma taverna qualquer, do que uma chance real. Mas ali estava ele, senhor de tudo aquilo, e precisava fazer valer a confiança e generosidade depositadas a ele por seu Lorde.
Haviam ainda, soldados vigiando suas muralhas, bem como servos se preparando para levar as cargas da mina de mármore, de mulas, até o porto de vila penujem, comandada por Lord Goldwing, e outros vários homens treinando com espadas, no grande e espaçoso pátio principal.
- Sem moleza homens! Quero ver todos preparados para lutarem ao meu lado quando precisarem! - Além de ser o senhor de Pico da Águia e responsável pela mina de mármore, John também era comandante da maior força de soldados dos Goldwing, e sempre quando podia, incentivava e cobrava o melhor de seus homens.
Após seu sermão matinal, adentrava o grande salão da fortaleza, passando pelo grande portão de pedra, esculpido com dois cavalos com caldas de peixe. - "Ainda vou mudar isso e a espada negra receberá todos os meus convidados, quem sabe até meus herdeiros... É, acho que preciso casar logo" - O lugar era todo feito de pedras rusticas e possuía um teto avermelhado. Possuía uma forma retangular, com quatro longas mesas de madeira ao centro, capacitadas para receberem mais ou menos 150 pessoas. Já na parte oposta á entrada, no fundo do salão, na plataforma um pouco mais alta, ficavam o cadeirão do lorde, bem como mais alguns acentos de honra ao seu lado.
Apenas Sor Noah, atual castelão do lugar, além de alguns servos, o aguardava, sentado em umas das mesas ao centro do salão. "Parece que dormi demais hoje, não é bom para quem deve dar o exemplo" - Pensou, já se aproximando do castelão.
Sor Noah, assim como John, era um homem de meia-idade, e já tinha participado de várias batalhas ao lado de seu senhor, alcançando assim a confiança necessária de John a ponto de nomea-lo seu castelão. Possuía uma cicatriz no rosto causada por um golpe de machado por um selvagem, em uma das várias batalhas que ele e John travaram contra os clãs da montanha.
Ao avistar seu senhor, ele realiza uma reverencia e ergue uma das mãos, sinalizando para os servos trazerem a refeição de John, que logo se sentava em seu cadeirão e ouvia o que o castelão tinha a relatar:
- Tenho algumas noticias desagradáveis, nessa madrugada, no bosque ao leste, um de meus homens avistou fumaça e foi até lá para verificar, ele julga que havia algumas dezenas de pessoas pelo barulho, mas não se sentiu confiante para adentrar o bosque, e não era incêndio pois não havia fogo nas arvores, ele voltou e decidiu não me acordar por já esta tarde, um erro... - Dava um longo gole em sua cerveja preta.
- Mas logo cedo recebi o relatório e reuni alguns homens para verificar o ocorrido, não sei bem como te explicar, acho que o senhor deveria ir comigo até lá e ver com os próprios olhos - Mais um ultimo gole para secar a caneca de madeira.
John ouvia todo o relatório de Noah enquanto se alimentava do banquete que lhe era servido. Quando seu castelão terminou, John tomou um gole de cerveja de sua caneca, a batendo com força contra a mesa. Sua expressão era de uma completa decepção.
- Mas que droga Noah, de que adianta todo o treinamento se esses imbecis continuam fazendo essas idiotices?! Trate de disciplinar este animal o mais rápido possível, não podemos correr esses riscos!- Socava a mesa com sua mão direita. Nada deixava Sor John mais furioso do que soldados incapacitados. Ele era o responsável pela segurança daquelas terras, e precisava provar que era digno de tal honraria.
- Sim, reúna um grupo dos nossos melhores rastreadores, mais este imbecil, e iremos lá averiguar a situação, com sorte conseguiremos alguma pista que possa nos levar até esses malditos selvagens..
"Como posso começar uma família em um lugar sem segurança?" - Sinalizava para Sor Noah ir na frente para arrumar os preparativos, e após terminar seu desejum, pedia a um dos servos para que avisasse seu escudeiro para encontra-lo nos estábulos:
- Mande Aegor ir arrumando o passolargo, logo irei para lá. - Conferiu mais uma vez seus equipamentos e então levantou da mesa sinalizando para que os servos pudessem limpa-la, e seguiu até os estábulos, onde pegaria seu companheiro de longa data, seu cavalo de batalha "Passolargo", e cavalgaria ao lado de seus homens até o bosque leste.
''O castelão da fortaleza acena de forma positiva ás exigências de seu senhor, deixa o salão a passos largos gritando ordens a seus homens. Três caçadores com alguns cães e mais meia duzia de cavaleiros vestidos com cota de malha e elmos de ferro são postos a fora, em seus escudos o simbolo da lamina negra sobre o losango vermelho. Aegor espera seu senhor ao lado do portão, com seu grande garanhão Passolargo, um cavalo de batalha negro como carvão e experiente de muitas batalhas ao lado de seu mestre.
A pequena comitiva deixa a fortaleza logo apos o nascer do sol, o terreno em volta da fortificação é cinzento, apenas algumas arvores secas conseguem crescer entre as pedras, seguem um caminho pelo sul contornando as colinas a leste do castelo, a viagem dura pouco mais de uma hora quando chegam no Bosque de Walt, rios descem das montanhas e colinas dando vida a essa região, o bosque é antigo e leva o nome de um notório herói plebeu do passado. As arvores são grossas, com o tronco negro e folha verde escuro, entre o solo negro brota pequenos riachos. Os caçadores levam pela trilha de caça que adentra o bosque, o grupo chega em uma grande clareira no extremo norte do bosque, próximo aos sopés das montanhas. No centro há duas grandes estacas de madeira com cinco metros de comprimento enfiadas no chão, corpos carbonizados estão presos as estacas, o chão está enegrecido com palha queimada, um dos corpos parece ser uma criança pelo tamanho pequeno. Os cachorros latem frenéticos antes de serem silenciados pelo mestre de caça, alguns cavaleiros rosnam pragas.''
Sor Noah- Como disse meu senhor, não era um incêndio, e temo saber o que isso significa, julgue com seus próprios olhos.
Ao sair do grande salão em direção ao pátio principal, John pode avistar Aegor trazendo o seu fiel garanhão negro, o cavalo de batalha Passolargo. Sor Noah também não ficara para trás na questão eficiencia, e já estava a posto para seguir com seu senhor, junto de três caçadores e seus cães bem como mais meia duzia de cavaleiros levando o simbolo da espada negra em seus escudos.
- Muito bem garoto, quando eu voltar, continuaremos nosso treinamento. - Falava ao jovem bastardo dos Goldwing, enquanto montava em seu cavalo. John tinha um certo apreço ao garoto, não sabia bem o porque, mas ele o lembrava de certa forma ele mesmo, quando ainda era um mero escudeiro, sem pai nem mãe, indo de um local a outro em busca de trabalho com seu senhor e sua trupe de cavaleiros errantes. Esperava que Aegor se tornasse um cavaleiro honrado, assim como ele, e que pudesse proteger e servir sua casa e sua família.
- Prosseguimos até o bosque homens, é nosso dever manter estas terras seguras, e assim faremos! - Dizia em tom alto e assertivo para todos ali.
O caminho seguia pelo sul, contornando as colinas que ficavam ao leste do castelo, e após pouco mais de uma hora, enfim chegavam ao bosque de Walt. Os caçadores lideravam a todos por uma estreita trilha, que logo dava a uma grande clareira, bem ao norte do bosque, próximo a parte inferior das montanhas.
Duas grandes estacas de madeiras, cravadas ao chão, com corpos totalmente carbonizados presos as mesmas davam as "boas vindas" a todos. O chão também estava queimado, enegrecido com a palha que havia sido queimada. John ainda pode notar que um dos corpos deveria ter sido de uma criança, pelo seu tamanho. Os caçadores tinham de controlar seus cães, que latiam ininterruptamente, diante de tal cena e alguns cavaleiros ainda rosnavam pragas.
- Como disse meu senhor, não era um incêndio, e temo saber o que isso significa, julgue com seus próprios olhos. - Dizia Sor Noah, tirando John de seu transe. John desde que vira a toda a situação, tinha se calado, pensativo tentando entender o que talvez teria acontecido. Se lembrou que algumas pessoa que viam de essos, comentavam sobre certos adoradores de um deus das chamas, e que sacrifícios daquele tipo eram meios de conseguir algo de seu deus. Mas de histórias para realidade, ali mesmo no vale, a situação se tornava bem mais alarmante.
- Sor Noah, acredito que o que vai me dizer é que isso teria sido algum tipo de sacrifício ao tal deus das chamas, estou certo? - Esperava veemente que Noah desmentisse essa hipótese, porque já estava acostumado a lidar com selvagens e suas loucuras, mas com fanáticos de uma religião do outro lado do mundo era algo que deixava John extremamente preocupado.
- Lorde Goldwing deve ser informado sobre isso, como estamos perto, sugiro que um de vocês... - Olhava em direção aos cavaleiros. - ...Leve esta informação ao Pena de Ouro, talvez seja bom levar um caçador também, e o resto vai permanecer comigo aqui investigando. - John desmonta de seu cavalo e se aproxima das estacas, na tentativa de achar alguma pista sobre a identidade das vitimas, ou pelo menos algo que ajudasse no rastreio de quem de fato tivesse feito aquilo.
''John não encontra nada além das cinzas, qualquer metal ou apetrecho foi consumido pelas chamas, nada foi deixado nos arredores.''
Sor Noah- O Deus Vermelho, sim já ouvi muito sobre ele de alguns viajantes. Mas por que fariam sacrifícios aqui? muito estranho isso, ao mesmo tempo é estranho que selvagens façam isso(Noah olha para cima ao norte, para as grandes montanhas cinzentas que cobrem o Vale). Não a rastros, eles esconderam, fizeram um trabalho bem feito. Eu poderia tentar obter algumas informações de viajantes na praça do comercio se o senhor desejar, talvez devêssemos nos retirar daqui agora meu senhor.''
''O cavaleiro e o caçador destacados pelo lord deixam o bosque me direção a Pena de Ouro''
Sua análise não revelava absolutamente nada. Quem quer que estivesse por trás daquele ritual, era esperto e dedicado o suficiente para não deixar rastros. A chances de se tratar de selvagens diminuía cada vez mais, enquanto a preocupação aumentava para John.
- O Deus Vermelho, sim já ouvi muito sobre ele de alguns viajantes. Mas por que fariam sacrifícios aqui? muito estranho isso, ao mesmo tempo é estranho que selvagens façam isso, não a rastros, eles esconderam, fizeram um trabalho bem feito. Eu poderia tentar obter algumas informações de viajantes na praça do comercio se o senhor desejar, talvez devêssemos nos retirar daqui agora meu senhor. - Concluía Sor Noah, passando alguns conselhos a seu senhor, que logo se dirigia até seu cavalo e novamente o montava.
Antes que seus homens saíssem em direção ao Pena de Ouro, os falou:
- Se possível, peçam para o meistre Bruce, em meu nome, se ele sabe algo sobre este tal deus vermelho e de seus seguidores, talvez isso possa nos ajudar a entender melhor como eles agem, agora podem ir. - Acenava com as maõs e a cabeça, os liberando em curta viagem até a casa dos Goldwing e depois se virava para responder Sor Noah.
- Sim, faremos o seguinte, você irá com mais alguns homens até o porto e tentará encontrar algumas pistas, eu e os outros iremos até as vilas mais próximas para ver se alguém está desaparecido, talvez eu consiga alguma informação se tiver sorte. - John dava o sinal para Sor Noah seguir com alguns cavaleiros até o porto e depois seguiu a até a vila mais próxima com os outros que sobraram, na tentativa de descobrir a identidade das vitimas, e se possível até de seus captores. Isso se eles não tivessem sido voluntários, afinal de contas, não se podia confiar na sanidade de fanáticos religiosos.
"Não há lugar para lunáticos hereges em minhas terras" - Pensava, enquanto cavalgava.
''Os três caçadores seguem afim de levar a mensagem do ocorrido para o Meitre da fortaleza, Sor Noah destaca quatro homens para o acompanhar ate o porto enquanto John segue com o restante para a pequena fazenda Bela Vista, situada nas margens de um dos ramos do Volga, o maior rio da região com sua nascente nas montanhas ao norte. Deixam o bosque e seguem por por um caminho em meio a grandes campos de cevada e trigo. Próximos a fazenda um dos cavaleiros, Sor Cable, avista uma grande quantidade de fumaça ao sudoeste''
-Meu senhor a uma fazenda naquela direção, Recanto Verde, esta a três quilômetros daqui, podemos chegar a tempo.''
''John esporeá Passolargo com firmeza, o cavalo relincha seu grito de guerra e dispara em direção a Recanto Verde, os cavaleiros fazem o mesmo e seguem seu senhor. Recanto Verde possuí meia duzia de casebres de madeira que ardem em chamas, logo o ar é preenchido com o grito de um dezena de mulheres, fogo pode ser visto de longe antes da aproximação, a um homem mais distante das casas violando uma mulher em cima de um monte de feno. Uma duzia de corpos de homens mortos pode ser visto empilhados, enquanto vinte homens saqueiam, estrupam e queimam a pequena fazenda. Os saqueadores possuem um corpo esguio e de pele morena, alguns usam pele de animais, outros couro fervido e o restante ostenta pedaços de armadura improvisada, um elmo velho, uma ombreira quebrada, suas armas resumem-se em clavas de madeira com pregos, foices, porretes, lanças de madeira e poucas espadas.''
John seguiu junto de seus oito cavaleiros restantes em direção a "Bela Vista", uma das vilas fazendas mais próximas da região. Ao se aproximarem da lugar, um dos cavaleiros de John, Sor Cable, chamava a atenção de seu senhor para uma grande quantidade de fumaça a sudoeste de lá.
- Meu senhor a uma fazenda naquela direção, Recanto Verde, esta a três quilômetros daqui, podemos chegar a tempo. - John nem pensou duas vezes e passou suas ordens:
- O mais rápido de vocês irá urgentemente até Pico da Águia e chamará mais homens e depois virão até nós, os sete restantes irão comigo até Recanto Verde, entenderam?! - John sentia seu sangue ferver com toda aquela situação. Mesmo sendo agora um lorde com terras, não era nenhum nobre e ainda precisaria lutar como sempre fizera.
Ao chegarem em "Recanto Verde", podiam ouvir os gritos de mulheres e as chamas consumindo a pequena vila. Vários corpos masculinos eram empilhados enquanto homens de pele morena saqueavam tudo e estupravam suas mulheres. Tudo aquilo revivia as memórias mais obscuras de John, quando ainda era um mero escudeiro até ser um dos "heróis" da retomada de Vila Gaivota.
- Avante Homens! - Gritava ao retirar sua lâmina negra de sua bainha e ergue-la ao alto. - Sem misericórdia! - John faz seu cavalo avançar por entre as chamas em direção a um dos homens que estuprava uma pobre mulher mais ao longe dos casebres, sem deixar de cortar qualquer um que se atravessasse na frente. Em seu olhar, a mais completa fúria poderia ser notada. Morreria para proteger seu povo, se isso fosse necessário.
''O golpe da lâmina negra desenha um arco de cima para baixo, abrindo a cabeça do homem em duas, sangue e miolos esmagados derramam-se sobre a mulher estrupada, os gritos de desespero transforma-se em de repudio. Darkblade continua sua carga abrindo a cabaça de mais um homem que colocava fogo com uma tocha nos casebres, Passolargo atropela pelo menos dois no caminhos, os cavaleiros de John o seguem e a maioria possui sucesso esmagando a cabeça de seus inimigos, apenas Sor Wanderson é atingido por uma pedra e cai, sendo morto logo em seguida. O restante dos homens largam tudo e fogem por entre os campos de trigo, os cavaleiros agrupam-se em torno de John. Sor Krause está com sangue ate os cotovelos, seu garanhão empina de euforia. -Poucos Fugiram, talvez dois ou três, ainda podemos pega-los se quiser meu senhor.
John desfilava sua lâmina nos corpos dos horrendos bandidos com uma fúria descomunal, enquanto Passolargo atropelava outros com seu grande tamanho e imponência.
Seus homens - com a infeliz exceção de Sor Wanderson que havia sido derrotado - também seguem com sucesso a execução sem misericórdia dos agressores da pobre e humilde vila.
Temendo por suas vidas, o restantes dos bandidos largam suas armas e fogem por entre os campos de trigo.
Os cavaleiros de Sor John se reúnem em volta do mesmo e Sor Krause já se adianta em usa sugestão:
- Poucos Fugiram, talvez dois ou três, ainda podemos pega-los se quiser meu senhor. - John o respondia, com uma raiva em sua fala e olhar:
- Vão atrás deles! Mas não os matem, quero saber o que eles sabem, entenderam?! - Para John, capturar os fugitivos seria primordial para tentar entender não só motivo do ataque, mas também se eles pretendiam repetir a dose e se aquilo tinha alguma ligação com os dois corpos carbonizados encontrados anteriormente.
John ficaria ali, ajudando os necessitados da vila enquanto esperava pelo reforço de suas tropas.
''Uma duzia de mulheres se aproxima de John, ensanguentadas, com roupas rasgadas e hematomas espalhados pelo corpo, algumas choram desesperadas e outras tentam acalmar suas companheiras. Uma delas aproxima-se de John, baixa de cabelo negro e curto com os lábios feridos e o olho direito roxo. -Parece que chegaram atrasado meu senhor(seu olhar selvagem perfura como uma flecha), todos os homens morreram.''
''O telhado de palha nada ajuda contra o fogo, as casas continuam a queimar e nada pode ser feito, os cavaleiros voltam com dois prisioneiros vivo, usam pele de animal crua, um deles nao tem nariz, e o outro um dos olhos.''
-Meu senhor os homens levarão tempo para chegar, talvez seja melhor evacuar, precisamos evacuar os feridos e levar os prisioneiros.Grita um dos cavaleiros
Nem uma vasta experiencia em guerras fazia John se acostumar com tudo aquilo que acontecia a sua volta. As casas queimam, os homens estão mortos, as mulheres que sobraram estão todas machucadas e já não se podia fazer mais nada a não ser "lamber as feridas" e seguir adiante.
Uma das mulheres que se aproximavam de John o confrontou com palavras que o feriram mais que uma adaga cravada em seu peito faria. O feriu porque sabia que era verdade. Sor John Darkblade era o protetor daquelas terras, e havia falhado miseravelmente com suas responsabilidades.
- Eu... Eu sinto muito. - A respondeu em tom fúnebre, abaixando sua cabeça, tentando esconder sua vergonha e tristeza pelo acontecido.
Um de seus cavaleiros interrompia a conversa, sugerindo que, pela demora das tropas em chegar ao local, deveriam levar os prisioneiros - 2 dos bandidos tinham sido capturados com sucesso - e as sobreviventes.
- Sim, coloquem um saco nas cabeças desses malditos - Apontava para os prisioneiros. - Depois deixem-os desacordados. Não quero que vejam para onde os levaremos. - Esperou seus homens cumprirem suas ordens e depois continuou:
- Dois de vocês levarão as sobreviventes para Pico da águia, o restante vai comigo junto dos prisioneiros até a vila mais próxima. Depois de descobrirmos o que eles sabem, os executaremos por seus crimes.
''Os cavaleiros espancam os saqueadores até ficarem desacordados, amarram suas mãos e pés e colocam sacos preto em suas cabeças.'' -Deveríamos queima-los depois de interroga-los.Diz um dos homens cuspindo no chão, um outro mais velho se aproxima. -A morte do senhor do vale, pessoas queimadas em sacrifícios, selvagens saqueando nossas fazendas, nosso senhor Brandon enfermo em uma cama próximo da morte,penso o que será desse lugar meu senhor?.Questiona o cavaleiro a John.
''John segue com seus homens passando por campos dourados de cevada em direção a Bela Vista, a fazenda mais próxima localizada em uma das margens do Volga, os prisioneiros são colocados no lombo dos garanhões. Os homens fervem dentro do metal, o sol brilha alto e majestoso, a comitiva de John é recebida na fazenda por uma mulher jovem, com longos cabelos dourados e uma pele branca, usa vestes simples de couro cru e tem os braços sujos de terra até os cotovelos. A mulher limpa o suor na testa com um pano sujo. -A que devo a honra meu nobres cavaleiros?Ela diz sorrindo e fazendo uma longa reverencia, uma jovem criança aproxima-se com um cão. Os cavaleiros sorriem entre sí e sussurram sobre a beleza da mulher.
Os cavaleiros de Darkblade efetuavam suas ordens com maestria, e logo os dois prisioneiros estavam rendidos, desacordados e vendados em cima de um dos garanhões. Já as vitimas partiam para Pico da águia com outros dois cavaleiros.
Infelizmente a moral de seus homens ficara cada vez mais para baixo, o que já era de se esperar pelos recentes acontecimentos que cercavam as vidas de todos os cidadães das terras dos Goldwing. Um dos cavaleiros sugeria queimar os prisioneiors, em nítida retaliação pelas mortes dos dois indivíduos queimados no bosque. John o respondeu em tom sério e de repreensão:
- Se fizermos isso, seriamos iguais aos malditos lunáticos que fizeram aquilo antes soldado, por acaso você é um lunático? Não? Então pense antes de abrir a sua boca pra dizer asneiras! Entendeu!? - Deixava claro que enquanto estivesse vivo e apto a liderar suas tropas, ninguém agiria feito loucos. Para John, cavaleiros era cavaleiros, e tinham honra e moral a zelar.
Outo também o questionava sobre a difícil situação que aquelas terras vinham tendo. A esperança de dias melhores era o que motivava todos a continuar, e John tentava lembrar isso a seus homens:
- Vai ser o que nós plantarmos soldado, se nos esforçarmos e nos dedicarmos a servir e proteger nosso povo e nossas terras, colheremos além da esperança de dias melhores. Darei minha vida para que isso aconteça, e espero do fundo de minha alma e pelos sete, que vocês façam o mesmo. Agora vamos, temos trabalho a fazer. - Sinalizava para seus homens e fazia Passolargo relinchar em direção a Bela Vista, a aldeia mais próxima.
Ao chegarem, foram recebidos por uma bela mulher - Fato que não passara desapercebido pelos cavaleiros - de longos cabelos dourados, que pelo sorriso e reverencia não fazia nem ideia do que vinha acontecendo naquelas terras, e mais uma criança com seu fiel cão.
- Mais respeito com a moça seus cabeças de bagre! - Repreendia mais uma vez os seus homens. - Vocês são cavaleiros ou que? Retribuam a gentileza dessa mulher como homens! E não como jovens depravados! - John então descia de seu enorme e imponente cavalo negro, cumprimentava e pedia desculpas para a simpática moça:
- Perdão pela atitude de meus homens senhora... Sou Sor John Darkblade, senhor de pico da águia e preciso ter uma conversa com todos os moradores desta vila, além de se possível, um porão ou um casebre mais isolado para que possa interrogar meus prisioneiros, poderia nos ajudar?
Os homens abaixam suas cabeças e seguem as ordens de seu mestre, fazendo uma pequena reverencia para a jovem. -Muito obrigada meu senhor- ela agradece sorrindo par John -, sei muito bem quem é você, seria uma afronta não reconhecer o lâmina negra, sou Isis-a bela jovem é toda sorrisos para John -. Bom, todos os homens partiram para a vila afim de resolver algumas coisas, no momento só tem mulheres e crianças aqui. Temos um estábulo velho que usamos como deposito, talvez possa servir para os prisioneiros, sigam-me - ela se vira e segue para o centro da fazenda -.
''A fazenda possui cinco casebres de madeira com o teto de palha, meia duzia de cercas de madeira mantém cabras e porcos seguros. Algumas mulheres tecem lã outras carregam baldes de água e leite pelas casas, algumas crianças brincam de guerra com ripas de madeira. O estabulo é o ultimo casebre ao norte, sua madeira negra está em decomposição, no teto grandes falhas fazem com quem pequenos raios de luz passem por aqui e ali. Uma grande quantidade de feno e cevada está empilhada e mais alguns caixotes velhos ocupa metade do galpão. ''
John retribui os sorrisos da bela mulher e a segue junto de seus homens até o velho e decadente estabulo, guiando Passolargo pelas rédeas.
- Muto obrigado senhora, agora peço encarecidamente que se retire, não vai querer ver o interrogatório. Eu a acompanharei, preciso conversar com todas vocês. - John olha para seus homens e conclui. - Sabem o que fazer, precisamos descobrir quem eles são, onde se reúnem e o que pretendem. Não aceitarei falhas.
Então John deixaria seus homens encarregados do interrogatório, e seguiria com a mulher até as outras do vilarejo, onde iria revelar os problemas que vinham assolando as pobres terras daquela região. Sua intenção era alertar a todos, e se possível agregar mais homens para suas tropas.
''Isis acompanha John pela fazenda, a mulher escuta com atenção a historia do ocorrido em Recanto Verde. -Desculpe meu senhor, mas os homens de Recanto Verde são incapacitados e desatentos-Desdenha Isis -, os homens dos clãs sempre estiveram presente, é nossa obrigação saber lidar com eles, e a de nossos senhores é claro. Meu irmão Cedric faz um bom trabalho como chefe dessa fazenda, nossos homens estão sempre preparados para incursões dos clãs, seja na luta ou na fuga.
As mulheres deixa seus afazeres e reúnem em volta de John. -Meu senhor peço por gentileza seja breve, temos muito o que fazer aqui - Pede Isis
John ficara abismado com o desdém da mulher sobre as vítimas de Recanto Verde. Como ela poderia ser tão fria em relação ao terrível acontecimento com seus vizinhos?
- Meça suas palavras senhora, ninguém nunca está realmente pronto para qualquer batalha, e agora as viúvas estupradas choram as mortes de seus maridos e filhos. É fácil falar com desdém quando nada aconteceu com você. - John encarava a mulher com uma expressão de extremo desapontamento, principalmente pela ignorância da mesma para com o que vinha acontecendo na região.
Quando todas as mulheres se reuniram em torno de John e Isis pediu para que ele fosse breve por causa de suas responsabilidades com o lugar, ele então começou seu sermão:
- Ouçam todas, há suspeitas que os recentes eventos não sejam obra dos degenerados das montanhas, receio que nosso problema é ainda pior. Recentemente pela manhã, encontramos dois corpos queimados em algum tipo de ritual que emula os sacrifícios de um deus do outro lado deste mundo. Um tal de deus vermelho, deus das chamas. Portanto preciso que levem a sério tudo o que vem acontecendo nestas terras e que nos ajudem, seja colhendo informações, nos enviando recrutas, ou qualquer coisa que sirva para podermos identificar e expulsar estes lunáticos religiosos de nossas terras. Não aceitarei nenhum tipo de religião fanática e demoníaca enquanto estiver responsável por essa região! Portando informem seus maridos e filhos sobre os que contei. A partir de hoje vamos intensificar as patrulhas por toda a região e quero que saibam que Pico da Águia está a vossa disposição para o que precisarem.
Então esperaria se algumas das mulheres tivesse algo a dizer - talvez as vítimas queimadas fossem conhecidas - e depois seguiria até o local onde seus homens estavam interrogando os dois prisioneiros.
por nunessoares Sex Ago 10, 2018 12:06 am
