Nergal busca não demonstrar, mas estranha um pouco a oferta de Tinafe. Ele tenta fingir (talvez pra si mesmo) não estar em negação (psicol.) mas é difícil controlar as penas para não arrepiarem de ciúme.
Ele tenta raciocinar que só se deveria ter um mestre formal para cada pessoa, mas enquanto fica se remoendo, acaba percebendo (4dado) que quem criou esta regra em sua mente foi ele mesmo, aliás sem base, pois quando saíram da caverna dos Nokai a própria Tinafe tinha lhe dito para procurar ver se alguém da Escola Atemense poderia o instruir durante os dias que ela passava fora. Assim ele é forçado a admitir para si mesmo que ele que não queria dividir sua mestra.
Talvez tenha ficado emotivo porque ao oferecer um pacto de sangue para ambos, ele deixou de ser o único a ter feito o pacto, mas uma vez percebe que está levemente se deixando levar pelo orgulho. Aliás Tinafe não precisava ter feito nenhum pacto de sangue e quanto a isto ele só pode especular, tentando ser sincero consigo mesmo o que consegue imaginar é que Tinafe quis ser "política" com o gesto. Ainda teria que aprender mais sobre política, misticismo e ritualística para se atualizar, anota mentalmente.
Mas ele percebe que, por trás da formalidade tanto de Tinafe como da sacerdotisa Cisne Branco, as duas parecem não ter gostado uma da outra, mas ele não presta tanto atenção na sacerdotisa.
- Acredito que tenha me posicionado e me perdoe caso tenha sido de alguma maneira desrespeitoso.
- Não foi. Que as deusas lhe abençoem.Como o íncubo se limita a balançar a cabeça, a religiosa sai. Talvez por breves segundos os dois tenham a vaga noção se deixaram algo escapar, mas no momento estavam preocupados com outras coisas.
Nadhull oferece a palma da mão, mas Tinafe corta a própria pele, no punho, então Nadhull percebe a pequena gafe: ela ofereceu o pacto a ele e não pediu ou exigiu o pacto dele. O erro não tem maiores consequências, mas ele também anota mentalmente para ficar mais atento a estas questões ritualísticas. Se estivesse com Taxicdril ou alguém do naipe dela, o pacto provavelmente seria exigido e não dado.
Ele leva o corte de Tinafe à boca, sentindo o gosto do sangue dela e com isto aceitando o seu pacto.
- Tomo-te como discípulo pessoal, e simultaneamente como neófito da Corte dos Milagres, enquanto eu for viva.As mesmas palavras formais oferecidas ao anjo-negro, obviamente parte de um ritual. Gaíla e Fah tinham reconhecido ele (e provavelmente também o anjo) como neófito da Corte dos Milagres informalmente, agora Tinafe formalizava a adesão de ambos como mestra maga. O arcebispo os tinha aceito como protegidos do templo, mas não tinha feito nenhuma promessa em nome da Corte, Nadhull percebe que somando estes pormenores, agora estavam sob proteção do templo E da Corte. Obviamente para continuarem com a proteção teriam também que aceitar a autoridade tanto do templo como da Corte.
Nadhull também percebeu que Tinafe não precisava ter oferecido um pacto de sangue, pois eles já tinham garantido o "protocolo dos mestres" seja lá o que fosse isto, mas ao fazê-lo ela garante um certo grau a mais de controle sobre os dois. E garante também que a sacerdotisa Cisne Branco tenha visto e comentado sobre o episódio para sua Igreja depois. Como a maioria ali, Nadhull também não acha que o abraço que ela deu no anjo-negro no meio da cerimônia foi algo inconsciente.
Mas se ela tinha mais interesses ocultos, ainda não dava para saber. Ele pensa no que sabia sobre a Igreja Cisne Branco e não era muito. Como uma escola dual que venera as duas deusas, a Cisne Branco obviamente não gosta de demônios, mas quase ninguém gostava mesmo.
Antes de sua libertação pela disruptura de mana, via o pessoal da Igreja Cisne Branco apenas como religiosos bobos. Apesar de quantidade, a Igreja Cisne Branco não oferecia perigo a ninguém (ou assim pensava).
Pelo pouco que lera, as pessoas da Cisne Branco eram diplomatas, ou pelo menos isto estaria em suas diretrizes. Sendo assim, como já buscavam a talvez não muito fácil harmonia entre o que as deusas-mães falavam, provavelmente também tentavam ser pacíficos com seguidores dos deuses-filhos.
Nadhull não tinha certeza, mas com a Corte dos Milagres a relação deveria depender muito de dois fatores, de um lado o respeito dos adeptos de Piro por Anĝelina, já que queira ou não ainda era a mãe do seu deus, por outro os sentimentos de rancor e quiça até ódio por Piro não seguir os princípios de sua mãe. Era bem possível que esta balança fosse mais negativa com a Corte dos Milagres do que com outras escolas como a Izete ou Atemense que também ensinavam magia do fogo, mas não junto com a tão temida e abjeta magia negra.
O arcebispo também não se demora muito, assim que a sacerdotisa sai, ele comenta algo sobre ter outros deveres importantes à espera, que os chamaria caso tivessem situações específicas (vocês escutam isto como "problemas") e sai quase em seguida. Os mestres se descontraem. Tinafe fala com Marcel:
Os dois falam em Tareno, não que fosse uma conversa privada, pois qualquer um podia ouvir, parece ser apenas conveniência mesmo, portanto Nadhull entende a conversa, Nergal não.
- em Tareno:
- Então você que é o famoso Instrutor Marcel?
- Sou tão famoso assim? - Ele responde com um sorriso - Quem diria! Sinto não conhecer sua fama como conhece a minha...
- É que eu não sou das que fica se gabando. - Ele para de sorrir - Está trabalhando com a Anciã?
- Posso dizer que sim... Por enquanto...
- E por que ela não veio aqui?
- A Anciã tem seus próprios interesses, ela não responde a ninguém, além de si mesma.
- Mas pensei que ter dois wanamki que pela primeira vez desenvolveram os dons brancos e negros seria do interesse dela. Sabe em que ela está trabalhando?
- Quem me dera!... Poucos são os que sabem os verdadeiros interesses da Anciã.
- Pensei que você era um destes. - Isto soou como alfinetada.
- Para muita coisa, não para tudo.
Os mestres já começam conversar sem formalidades. Tinafe verifica com Nadhull onde ele tem ficado na cidade, e este conta que anda dormindo em estalagens.
- Estamos todos nômades nesta cidade então. Precisaremos de uma base da Corte para começarmos trabalhar sério e antes de voltar para Burnabad. Talvez este problema seja providencial... - Ela volta a Marcel: - Em que base a Anciã tem ficado?
- Não tenho certeza se é uma boa ideia comentar sem perguntar a ela antes...
- Não me venha com frescuragem! Esta não é uma informação difícil de conseguir, com ou sem sua ajuda.
- Mm, ok... ela tem treinado na Copa de Ânima.
- Treinado?
Se foi mesmo uma pergunta, Marcel não volta a responder.
- Bom, vamos ter um dia bem "interessante" amanhã. Vou começar a faze-los sofrer de verdade até transformar as mocinhas em heróis. - Agora falando com os dois.
Gaíla também se aproxima, carismática como sempre, mas relativamente séria:
- Agora começaram a ser formalmente apresentados à sociedade, em breve outras escolas estarão sabendo sobre vocês. Continuaremos como sempre instruindo onde formos úteis, mas como foi comentado, serão cobrados quanto a saber sobre a guerra que enfrentamos. Este nunca foi o meu tema preferido ou o de Konyang, mas espero que apareçam para estudarmos um pouco antes dos terceiro chamado.Depois disto o clima fica ainda mais informal. Podem continuar trocando informações ou conversando coisas do dia-a-dia por um tempo, ou até saírem para comemorar ou algo assim. Depois de um tempo Tinafe comunicará que "precisa ir num lugar" mais tarde, mas que pode ser mais tarde ou mesmo amanhã, mas que talvez ele possa ir junto para verem uma "base da Corte".