por Gelatto Ter Abr 16, 2019 8:42 am
Arthur acelerava a produção do elixir enquanto Nikki e Scott corriam de cela em cela para ajudar seus irmãos de matilha. As melhoras eram visíveis. As pústulas e manchas começavam a diminuir. Uma tosse asfixiante ocorria logo depois e o lobo cuspia uma bola de pus contendo o parasita morto. Nikki estava de prontidão para queimá-los com uma tocha. Ninguém queria correr nenhum risco neste momento. O tempo avança. Finalmente todos receberam a cura. Um ou outro ainda estava acordado, mas imóvel, e os outros desacordados. Arthur produziu elixires extras para serem aplicados nos próximos dias a fim de exterminar permanentemente os efeitos da maldição.
Estava bem tarde para voltar para casa sozinho, e Scott não acompanharia o velho, pelo contrário, queria ficar do lado da sua matilha. Então Nikki leva Arthur até um pequeno quarto para que ele passe a noite e indica um banheiro lateral. Arthur estava cansado, mas não demonstrava. Seu controle arcano sobre seu corpo o permitia suportar a fadiga que se abatia, como se não estivesse cansado. Mas ele estava. Arthur guarda seu material na maleta e a leva consigo até seu quarto, a deixa ao lado da cama e vai até o banheiro.
Encarando seu rosto por um longo momento em frente ao espelho, Arthur estava pensativo. Graças aos seus conhecimentos esotéricos, estudos arcanos e práticas alquímicas, conseguiu salvar os lobos. Por um momento pensou que não teria o conhecimento necessário, quase causando uma tragédia ou simplesmente perdendo a todos. Mas Arthur tinha a bênção de seu espírito-avatar naquele momento que o fez enxergar a solução. Na pia ele abre a torneira e joga água no seu rosto, esfregando os olhos. Já estão com sinais de cansaço. A stress pelo atraso na viagem de avião e a correria nesta situação se acumulavam e cobravam do corpo do bruxo. Então Arthur sente algo no bolso do casaco.
Tirando do bolso do casaco há um frasco do elixir que fez para os lobos. Arthur o havia guardado para si mesmo. O bruxo tinha o sangue dos lobos percorrendo suas veias, mas não era um deles, afinal, não se transformava, apenas compartilhava um ancestral em comum. Por precaução, para evitar que a maldição afete o bruxo também, Arthur reservou um frasco do elixir para uso próprio. Ele o toma e o guarda.
Totalmente cansado, vai até a cama simples que preparam para ele. Se senta na cama e retira seus sapatos já sujos pelo terreno da região. Há coisas que a bruxaria não pode substituir, e uma delas é uma boa noite de sono. Sem se trocar ou fazer qualquer outra coisa, Arthur deita-se na cama e apaga.
O que o dia seguinte reservará para o bruxo?