Nishizawa partiu do acampamento de seu clã na floresta em direção a Harkwood, a cidade mais próxima. Seu irmão estava doente, acamado e sendo tratado pelas servas da família. Ele tinha episódios de febre, mas ela cedia, havia tosse, mas não muita, a medicina tradicional não resolvia seu problema e mesmo com magias de cura era impossível fazer ele ficar bom.
Ele deveria ser o líder do Clã, um exemplo para todos de força, sabedoria e liderança. Porém a misteriosa doença tirou suas condições de liderar o Clã. Talvez ele estivesse casado, ou com filhos, mas a doença tirou tudo dele. No começo parecia uma gripe, nunca evoluiu para uma pneumonia, mas nunca sarou. Sua força passou a fraqueza, sua sabedoria passou a ser uma distração e sua liderança foi questionada.
Em uma ação de extrema necessidade algo diferente precisava ser feito, apenas estúpidos ou loucos esperam um resultado diferente para uma mesma ação. Portanto Nishizawa decidiu fazer algo diferente, procurar a cura em algum outro lugar. Os recursos eram limitados e ao deixar o clã ela deixaria de ser um peso para a família, porém deveria se virar por sua própria conta. Haveria risco e recompensa, porém a vida de seu irmão era a única recompensa que realmente importava.
Na mente de Nishizawa haviam dúvidas e perguntas. Ela tinha compromissos com seu estilo de vida, valores pessoais intrínsecos que não poderia ser questionados. Estes valores significavam tudo que havia de importante em sua vida. Seriam eles pontos fortes que a ajudariam a salvar seu irmão ou seriam pontos fracos que atrapalhariam sua jornada?
Logo a frente estava a cidade, apenas uns 5 quilômetros de distância. Era possível ver parte da floresta terminando e dando espaço para plantações dos fazendeiros. Haviam muitas criaturas estranhas na região. Parte da floresta era vigiada pelos Elfos, isso era bom. Porém eles não poderiam estar em todos os lugares e os homens lagarto vindos do deserto rondavam a área as vezes. Manter fazendas e colheitas era algo complexo. Havia até um moinho logo mais no horizonte, distante do caminho para cidade e desinteressante. Mesmo com o vento as pás do moinho estavam paradas. A imagem era como de um quadro.
Com o Sol no alto era possível dizer que havia passado em muito o momento do desjejum e faltava algum tempo para o almoço. Em mais de um encontro com pessoas pela estrada Nishizawa percebeu que homens ou mulheres carregavam sacos de farinha. Cada um tinha um, andando a sua velocidade, possivelmente retornando para casa após trocar grãos por farinha.
Várias opções se passavam na mente de Nishizawa, uma pessoa recém chegada em uma estranha cidade deveria fazer o que? Durante a caminhada as opções passam em sua mente e agora ela deve escolher algo pra fazer. Os portões da cidade murada estão a apenas 200 metros. Há outras construções ao redor do muro, tanto próximas como afastadas, porém apenas do lado de dentro é que as pessoas estariam seguras dos perigos da mata.