O sabor da esperança

Agradeceu pela informação e seguiu direto para o anão, mais tarde visitaria os demais lugares, primeiro vinha o remédio.

Nishizawa,

      A casa ou loja do anão Balduin não era longe, ficava na periferia da cidade. A casa tinha apenas um piso e um jardim ao lado, a construção parecia grande e não tinha janelas. Para Nishizawa parece que os rumores de que os anões não gostam de luz é verdade. A casa tinha uma espécie de placa do lado da rua, perto da porta com dizeres estranhos mas era possível reconhecer em alfabeto comum "Balduin". O telhado de palha não parecia muito seguro para as expectativas de Nishizawa. Uma chaminé quase no meio da construção soltava fumaça indicando que havia fogo no interior.
      Um humano trabalhava no jardim trocando mudas de grama, parecia doente ou com alguma dificuldade para fazer o serviço. Era possível ver um tipo de círculo no meio do gramado em que a grama estava morta.
O sol estava alto com poucas nuvens no céu, o calor não estava tão forte agora quanto estará no meio da tarde. O ar soprava na direção do deserto que ficava a leste e deveria mudar de direção a noite trazendo o ar seco para a região. Poucas pessoas caminhavam pelas ruas da periferia a essa hora, muitos tinham que arrumar comida para viver e isso significava trabalhar em campos agrícolas todos os dias. Apenas alguns mais sortudos teriam a oportunidade de trabalhar num ponto comercial ou para alguém com posses que evitasse o deslocamento para o campo.

Mapa ilustrativo do local:

Parava frente a pessoa que estava no jardim .
-O anão Balduin, se encontra eu precisava falar com ele é um caso de vida ou morte...Você poderia me ajudar...
demostrava-se aflita ao falar aquilo nem disfarçou sua ansiedade em encontrar o anão.

OFf: vamos conhecer o monstro...

Nishizawa,

      O homem escuta as palavras de Nishizawa e até olha para os lados preocupado. Ao notar que estavam a sós, ele se levanta e diz baixinho:
      -- Moça não diga isso novamente. Ele tem um problema de altura. Cof, cof. suspiro profundo. O Sr. Balduin está, basta bater na porta. Ele não gosta de... errr não sei bem como dizer. Cof, cof, suspiro. Ele tem um certo preconceito com pessoas como você. Cof, cof. suspiro. Se é um caso de vida ou morte e você precisa de algo dele, será algo bem difícil. Ele vai querer alguma coisa impossível de você só pra poder desprezá-la e se conseguir a sua humilhação. Cof, Cof, suspiro. Ainda acho que se for direta pedindo o que precisa ele não vai querer te dar mesmo que seja um copo de água e vai oferecer algo que você não quer em troca. Cof, Cof. suspiro. Preciso voltar para este jardim. As plantas aqui sempre morrem e o Sr. Balduim não deixa eu trocar a terra. Cof, Cof, suspiro.

OFF: vou quebrar ele no meio pode deixar comigo >.<

Nishizawa,

       O jardineiro retorna ao seu trabalho, normal, o cheiro de plantas mortas e o frescor de rosas trazia um cheiro estranho aos arredores da casa. A casa que era de pedras e não parecia ter janelas era diferente de tudo que Nishizawa vira antes. O telhado de palha seca também era diferente, contrastava com a perfeição de partes das paredes da casa. Agora após olhar mais de perto e caminhar pela frente era possível ver onde as janelas foram preenchidas. Havia uma sutil mudança na textura, talvez fosse possível observar o que acontecia do lado de dentro, ou até observar o que havia do lado de fora.
       Ao tentar abrir a porta, ela estava fechada.
       -- Sr. Balduin. perguntava Nishizawa.
       Do lado de dentro era possível ouvir um barulho de passos e uma voz grossa, cheia de marra ou simples mau humor:
       -- Já vai! os passos chegavam perto da porta.
       Nishizawa observa uma daquelas portinholas de metal na altura dos olhos e aguarda. O barulho de uma portinhola se abrir acontece, mas não foi aquela, antes que Nishizawa possa fazer algo a portinhola de baixo se fecha. Comentários maldosos são feitos enquanto passos em algo podem ser escutados. Parecia alguém subindo uma escada.
       -- Mulher, o que quer comigo? E que cheiro horrível é esse? Você andou com elfos fedidos ou saiu do esgoto da cidade? A portinhola de cima se abre. Uma face peluda, com barbas e sobrancelhas ensebadas aparece. Com narinas grandes e feias há um espirro. Droga, você é uma elfa fedida e feia. O que você quer monstro? Agora com um contato próximo era possível sentir o odor de Balduin, peixe velho, leite azedo e outras coisas permeavam o ambiente. O anão também parecia pequeno, até para os padrões dos anões que Nishizawa viu durante sua vida. Balduin tinha todos os tamanhos menores, exceto os pelos do corpo, barba e cabelo, os quais eram grandes, grossos e sujos.

OFF: vamos ver como desenrola isso...

Nishizawa,

       -- O que? Você precisa de 10 gramas de Iodo e eu devo simplesmente dar isso pra você? Você não quer comprar 10 gramas de Iodo? Você quer roubar de mim, é isso que você quer? Ou só por você precisar de Iodo você acha que eu devo sair por ai e encontrar o precioso Iodo pra você? Mas que vergonha, uma elfa pegando algo de um anão? Bem, talvez não seja uma vergonha pra vocês pois estão acostumados a pegar as coisas dos outros, não é sua elfa metida? Balduin fala por alguns "minutos" que pareciam uma eternidade insultando os elfos até diz algo que parece relevante: Eu não venderia Iodo pra você sem um prêmio, não negocio com gente da sua laia. Mesmo que tivesse muito iodo sobrando no meu estoque eu prefiro que fique lá a vender pra você. Agora qualquer um que quiser comprar Iodo vai ter que pagar um prêmio extra só pra não comprarem pra você. É isso, vou querer algo especial, algo que coloque vocês no lugar que vocês merecem. Sim, uma humilhação pública por 10 gramas de Iodo. Não, tá muito barato, uma humilhação pública dos elfos e 100 moedas. Balduin finaliza a frase com uma cusparada que cai entre a porta e os pés de Nishizawa.
Por seus princípios, Nishizawa está indignada com o comportamento e palavras de Balduin.

Nishizawa,

       O anão estava ali escutando as palavras de Nishizawa, porém quando menciona o irmão o anão diz:
       -- O mocinha, seu querido irmão está doente? Você precisa do Iodo pra salvar a vida dele? Então sendo assim... QUE ELE MORRA LOGO! BAM, a portinha que ele usava pra falar com Nishizawa estava fechada e apenas a risada do anão podia ser ouvida.
       A risada ridícula do anão deixa Nishizawa muito irritada. Nishizawa chega a conclusão que aquele não seria o caminho, era necessário fazer algo diferente.

OFF:

OFF: Por mim já teria batido nele até ele desmaiar, mas vou saber primeiro os motivos dele depois espancar ele não quero mata-lo sem saber pq ele morreu além de desejar que meu irmão morra...Tipo isso entendeu né...Perguntar para o jardineiro o que esta acontecendo...Sabe ainda tenho que salvar uma infeliz da minha raça na casa de tolerância.

Nishizawa,

       O jardineiro estava lá, trabalhando e tossindo. O cheiro de grama morta era forte, ao observar o gramado novamente Nishizawa percebe que há uma espécie de círculo que o homem tenta cobrir com a grama nova.
       -- Você falou com ele. Péssima ideia. O homem está lá trabalhando e tosse. Lembro que a alguns anos uma enorme caravana de elfos veio pra cá. Na época eu não trabalhava para ele. Haviam muitos produtos e o pagamento poderia ser uma fortuna, talvez uns 50kg de ouro. O homem tosse mais. Os elfos ficaram aqui por 3 dias, não sei por que. Depois os elfos foram embora com tudo o que trouxeram. Cof, Cof, Cof. Lembro que o negócio do anão era movimentado, mas agora é assim, parado. Parece que foi culpa dos elfos. Tosse.

       Nishizawa pensa nas informações e lembra que alguém também falou sobre 50kgs de alguma coisa. Também havia uma lenda sobre o ouro de Barun, uma mina contaminada dos anões que o ouro trazia a morte daqueles que o usavam. Nishizawa pensa um pouco mais e lembra que a elfa disse 50kgs de iodo. Os elfos deveriam ter descoberto que o ouro do anão está contaminado, não aceitaram o pagamento e avisaram as pessoas para não aceitarem o ouro do anão. Isso deve ter arruinado a vida do anão e ele culpa os elfos por isso.

Nishizawa,

       O jardineiro reluta um pouco, porém diz:
       -- Você tem cara de curandeira. Cof, cof. Pensei mesmo em ir a um curandeiro um dia destes. Cof, cof. As tosses começaram faz uns três meses, trabalho para o Sr Balduin faz um ano, mas sempre que volto pra cá pioram. O serviço é sempre o mesmo, a cada duas semanas tenho que trocar a grama desta área que está assim, morrendo. Cof, cof. Já testei a terra, mas parece boa, até ofereci para trocar a terra toda por outra, mas ele insistiu para não fazer buracos fundos. Cof, cof.
Ao observar o homem mais de perto Nishizawa reconhece os detalhes que Nordolin descreveu. Ele havia sido exposto ao Iodo, aquilo não era uma doença eram os efeitos já se manifestando. Nishizawa não tinha certeza, mas pelo que Nordolin falou, aquele homem estava condenado.
Provavelmente o iodo estava ali, mas estaria enterrado e por isso o anão não deixa que cavem buracos? Ao inspecionar as plantas, elas também estavam morrendo, eram mato comum mas não havia nada de especial nelas.

Teste:

OFF: vou ver se ele não afetou mais alguém e depois parti para a ação já fiquei tempo demais parada só conversando ...

Nishizawa,

       O homem fica assustado e preocupado. Os olhos esbugalhados e a sobrancelhas arqueadas são o ápice da emoção:
       -- O que aconteceu? O que eu tenho? Minha família não tem estes sintomas, eles passaram também no passado. O homem estava querendo saber o que houve.

OFf: pegar mais um pouco de informação...

Nishizawa,

       O homem estava preocupado mas não estava tão agitado quanto antes. Ele suava e era possível sentir o cheiro de medo no ar. Seu pulso estava acelerado, a preocupação era grande mas tentava se controlar.
       -- Não tem nada na terra. A terra é boa, mas nenhuma planta fica viva muito tempo neste gramado. O homem falava com sinceridade. Se havia algo a mais lá, ele não saberia dizer se era verdade ou mentira. O senhor Balduin ainda faz negócios, sua loja não é mais tão movimentada quanto antes, mas faz negócios. O homem suspira. Os curandeiros ficam na igreja, do lado de dentro dos portões. A igreja Católica. A fé da igreja católica medieval era conhecida por várias coisas, uma delas era o combate a magia do mal ou descrentes.

Nishizawa,

      O homem fica meio confuso com o pedido vai andando tentar cumprir o pedido.
      O anão surge alguns minutos depois pela portinhola e começa a rir.
      -- Ahahahah.
      Alguns minutos depois ele retorna com dois homens ao seu lado.
      O homem com capuz diz num tom calmo e sério:
      -- O que está acontecendo aqui minha filha? O ar de autoridade do homem e a cruz indicavam que ele era um membro da igreja.
      -- Explique-se mulher. Dizia o outro homem com armadura.
      Com a voz melosa, o anão sem abrir a porta diz:
      -- Sua benção padre, essa mulher está me importunando. De dentro da portinhola o anão balançava um saquinho com dinheiro e olhava para Nishizawa com desdém.
      -- A senhora não pode importunar cidadãos tementes a deus e honestos nesta cidade. Você é uma elfa? É uma bruxa? O padre olhava desconfiado enquanto pegava o saco de dinheiro do anão.

      Parece que o anão tinha as autoridades da cidade no bolso. Ele estava lá fazendo isso a anos, certamente alguém deveria ter notado e os elfos devem ter notificado as autoridades antes de partirem. Se ele estava ali, até hoje era porque tinha alguém cuidando dele, fosse por interesse ou por corrupção. Parece que os caminhos da ordem e do bem não estavam tão abertos para uma solução.

Imagem ilustrativa:

DICAS: