+18 - O ritual de passagem

O grupo se dividiu, quatro das crianças trabalham no tronco da árvore e dois seguiam os cães para a colina afastada da vila na direção nordeste.

Valda, Osten, Sigrun e Aelleth limpam os galhos menores e se posicionam ao redor do tronco para transporte. A atividade parece simples mas toma algo como vinte minutos de tempo de trabalho enquanto a neve derrete. O corpo relativamente fresco começa a aparecer enquanto a temperatura sobe um pouco. Um homem com traços de Vanaheim usando peles de animais como vestimentas e uma expressão de medo está sob a árvore.

O corpo esmagado não indica outros pertences relevantes, talvez uma pequena faca e uma sacola escondidos em meio ao sangue. Tudo indica que o homem não fez uma viagem planejada ou que estava próximo da aldeia para não precisar de suprimentos.

Prontos para partir, fazem força para levantar o tronco.

Teste:

Brighid e Olaf seguiram na direção que os cães correram por cerca de quinze minutos. Uma pequena colina se formava mais a frente, as pedras e terra ficam ao horizonte. Enquanto caminham o latido dos cães desaparece à distância já que são bem mais rápidos que pessoas caminhando. Porém cães treinados podem apenas fazer silêncio quando encontram seus donos e aguardam por suas presas.

Atentos ao que viria após a colina, Brighid e Olaf conseguem ver um acampamento grande a uma distância de vinte a quinze minutos ladeira a baixo. Era quase a mesma distância que caminharam das árvores até ali. Haviam mais tendas no acampamento do que casas em sua vila e tinham até cavalos, os quais eram raros por conta do frio em Vanaheim. Uma bandeira com o punho fechado igual à flamula estava sobre o acampamento. De longe haviam pessoas em fila fazendo algo, pareciam ligadas umas às outras com correntes em seus pescoços. Tudo que viam no acampamento parecia dizer que eram escravagistas, talvez dominadores. Um cavaleiro com um chicote em mãos parece estalar a arma nos escravos que pareciam movimentar uma espécie de rastelo no chão formando um círculo enorme. Uma sensação de medo percorre o corpo de ambos, mas quão intensa seria essa sensação?

Teste:

Aelleth se aproximou do tronco com seus companheiros e limparam o tronco para erguê-lo. O homem tinhaa traços Vanaheim e além das vestes de couro, trazia uma adaga e uma sacola. Aelleth pega os dois e abre a sacola para ver o que há dentro. Depois de guardá-los, Ajuda seus companheiros a erguer o tronco e caminhar até a vila.

Aelleth: - Vamos, caso se cansem, revezem entre vocês, de forma que fiquem dois atrás carregando e eu na frente. Eu dou conta daki sozinho. Vamos entregar esta arvore e concluir nossa maioridade.

VALDA

enxugo o suor da testa com as costas do braço e antes de carregar o tronco propriamente dito confiro as medidas dele com passadas, e vou examinar o corpo, se ele sangrou tinha congelado ha pouco tempo antes da gente chegar, se foi preparado algo estava pronto para ser deflagrado e faz parte de nosso ritual

peço para Aelleth para examinar a faca e a sacola do morto, assim como a pequena bandeira do punho para Osten

Força... Não deixem cair Está concentrada na tarefa de não deixar o tronco cair.

Aelleth ergue o tronco com seus companheiros mas não antes de entregar a Valda o que ela lhe pediu. Aelleth ja analisou os pertences e seria interessante ter outra pessoa para poder ajudar a analisar o equipamento. Logo eles estarão no acampamento e os adultos tomarão uma decisão.

Olaf e sua irmã sobem a colina e vêem um acampamento de pessoas desconhecidas, assim, perto da aldeia o suficiente para se dizer que são muito recentes. como por reflexo ambos se abaixam e se escondem, fora de vista. O símbolo deles, um punho cerrado, é o mesmo da flâmula encontrada no corpo do morto perto da árvore. Um calafrio percorre a espinha de Olaf quando percebe que os escravos acorrentados arando algo circular no chão. Conclui que o corpo era apenas de um batedor azarado que nunca enfrentou o frio de Nordheimr.

Olha para sua irmã, ambos se encaram e ambos sentem que nada de bom virá daquele grupo. Ela o puxa pelo braço e em silêncio retornam por onde vieram, em silêncio e escondidos. Olaf nota pegadas de cavalos à sua volta e puxa o braço da irmã, apontando para as pegadas. -"Pegadas de cavalos! Eles estão por perto em algum lugar! Tome cuidado!", sussurrava.

Quando se achavam longe o suficiente para conversarem, Olaf diz, ainda sussurrando: -"Eu te disse que aqueles cães eram suspeitos! Sempre desconfiei! Podemos estar sendo atacados neste exato momento e não sabemos ainda! Precisamos alertar os outros! Rápido, irmã!"

E faz sinal para apertarem o passo, evitando deixar pegadas que possam ser seguidas por algum outro batedor. Em seu íntimo desejava poder gritar e ser ouvido pela aldeia e alertá-los a tempo. Daí se lembra da enorme fogueira funerária: -"A fogueira!!!", diz de repente, espantado, fazendo uma pausa olhando para os céus na direção da aldeia. "Por Ymir, que eles não vejam a fumaça!", dizia preocupado enquanto rogava ao deus gigante e andava mais rápido.

Valda, Aelleth , Sigrun e Osten:

Aelleth pode verificar a faca e a sacola. A faca parecia com facas que Aelleth já havia visto na aldeia. A sacola, nem tanto, parecia de outro lugar. O conteúdo da sacola era simples, um pedaço de carne mordida e uma caneca de metal usada para derreter gelo.
Valda observa o corpo e os itens. O corpo não tinha nada de preparado, era apenas um efeito de casualidade. As roupas típicas de Vanaheim eram bastante simples e talvez um pouco despreparadas para passar a noite no frio. Tudo indicava que este homem estava com pressa por alguma razão. Ao olhar a faca, Valda, acha que é parecida com as de Sigrun, já a sacola, não reconhece, no entanto a flamula parece um tecido de Stygia pelos detalhes na lateral.

O tronco era pesado para os quatro carregarem, mas era possível de fazerem a tarefa. Parte do exercício estava realmente ligado ao trabalho em equipe, quais outras surpresas estariam ligadas à prova para se tornar adultos?

Ao longe na colina era possível ver Olaf e Brighid retornando. Todos resolvem andar logo e eles poderiam se encontrar perto da vila já que o maldito tronco era pesado.

Brighid e Olaf:

Ao ver o acampamento dos homens que tinham o punho como bandeira uma coisa ficou clara: problema. Eles tinham escravos vestidos com roupas de Vanaheim e não usavam roupas de Vanaheim ou Asgard. As armaduras de metal entalhadas e negras com representações de cobras podiam ser vistas de longe. Os cabelos longos dos cavaleiros e alguns sem barba indicavam que eles não eram pessoas da região. Não se trata de pessoas de uma vila próxima, está mais para uma companhia de soldados.

A rápida visão do campo e o retorno apressado foram a salvação de Brighid e Olaf. O barulho de cavalos passando por perto só os fez aumentar a velocidade da corrida para a aldeia. Quando olham para o horizonte buscando pelos outros era possível ver a enorme coluna de fumaça da pira funerária. Dava pra ver a coluna a quilômetros da aldeia. Certamente o acampamento dos escravagistas já havia localizado a vila. Era uma questão de tempo até que a Vila fosse atacada.

Brighid pensa na região em que estavam enquanto corre. Em sua mente visualiza os lugares que conhece pensando em um local seguro fora da vila. Precisava de abrigo para o frio, era primavera porém dormir ao relento por um dia ou dois seria bem ruim, talvez fatal. Para o sudoeste da vila havia uma rota, não era uma estrada ou um caminho que levava para a fronteira com os Pictus. Teria a opção de se abrigar nas montanhas ou na costa. Poderia ter comida se alguém pescar e o clima ficaria mais ameno se precisassem fugir para o sul. Não sobreviveriam em Vanaheim sem suprimentos e abrigo.


Todos correm na direção da Vila com suas respectivas cargas. Olaf e Brighid chegarão perto dos outros quatro na área da entrada da vila caso decidam correr pra lá. No entanto não parecia do feitio deles abandonar as pessoas.

-"Irmã, busque abrigo! Vou avisar a aldeia!", sem esperar pela resposta da irmã, Olaf corre na direção da aldeia e encontra as outras crianças carregando o tronco quase próximos da aldeia. Ofegante, se aproxima, pára, coloca as mãos no joelho, respira fundo e desabafa para todos ouvirem:

-"Aff... Aff... problemas!... há um acampamento com dezenas de homens armados além da colina... aff... e tantos outros que não sei quantos a cavalo em algum lugar... não vi estes, mas vi as pegadas dos cavalos, e são muitos... eles tem escravos com eles, acorrentados pelos pescoços uns aos outros... estes escravagistas não são daqui, são estranhos, não tem barba, se vestem diferente, nenhum nortenho ou povo vizinho se parece com eles. Devem ser sulistas de muito longe... a fogueira, olhem..., apontando para o céu na direção da fumaça que subia pela aldeia, -"A fumaça denuncia nossa aldeia para eles! Precisamos avisá-los e rápido! Corram, busquem abrigo, aqui é perigoso!", após dar o recado, Olaf respira fundo e começa a correr novamente na direção da aldeia para dar o alerta.

Sigrun olha com cautela e para então dizer - Com devido respeito após estas novidades eu creio que o tronco pode esperar. Temos que avisar os adultos e quanto a arvore ela não vai a lugar algum.

-Precisamos avisá-los

Valda larga o tronco e corre na direção da cidade



Quando se aproxima começa a gritar
-às Armas! inimigos se aproximando! exército!
correndo em direção a sua casa para se armar

Aelleth escuta a notícia e sem ter como segurar o tronco sozinho, repete o que seus colegas estavam fazendo, resmungando enquanto todos correm esquecendo da prova. Esses idiotas iriam ferrar com a sua iniciação e ainda existe a chance de isso fazer parte da provação.

Aelleth: - Tomara que isso não seja um truque para nos tirar do caminho. Pois se for, vou quebrar a cara de cada um de vocês sem exceção.

Junto deles Aelleth corre até o acampamento.

Sigrun corre como nunca correu na vida, mas sem dizer nada.

Todos correram para o centro da vila onde estava a grande pira funerária. Vários adultos aguardavam a chegada das crianças para a celebração. Anud pergunta:
- Cadê o tronco? No entanto ele escuta as palavras de Valda e logo ao ver a flâmula na mão de Osten grita: ESCRAVAGISTAS! Adultos, peguem as armas! Anud vira para as crianças e diz: Crianças, ajudem as pessoas a fugirem. A pira entregará a posição da aldeia para eles, logo estarão aqui. Fiquem do outro lado do rio e se for preciso fujam. Anud vai pegar as armas.

As pessoas começam a se movimentar, todos estão pegando as coisas. Alguns que não são combatentes começam a pegar suas coisas e fugir para o outro lado do rio. O local não era assim tão seguro, porém se um grupo pequeno atacar a vila, todos poderiam assistir ao combate e retornar. Se a tribo for derrotada, poderiam fugir com alguma vantagem. A tribo nunca foi derrotada e isso era a razão de ainda estarem todos ali confiantes.

Os adultos se preparam e fazem uma espécie de barricada improvisada com móveis. Arqueiros poderiam se posicionar enquanto guerreiros fazem a proteção dos flancos. O combate estava pronto para acontecer e Anud estava contente com a vantagem tática.

Idosos, mães com crianças pequenas pegam as coisas que conseguem carregar e atravessam o rio. Algo como uma hora depois um exército aparece no horizonte. A quantidade de soldados e cavalos organizados era grande, talvez de dois para cada guerreiro da vila. Anud com lágrimas nos olhos fala para seus filhos longe dos ouvidos dos outros adultos:
- Saiam daqui. Vão para o outro lado do rio e ao sul. Lutarei ao lado de Ymir! Aquilo era uma despedida.

A face dos outros adultos não é boa.

O pai de Sigrun diz:
- Vá para o Sul, talvez alguns dos outros siga com você. Lembre que a madeira é tão importante quanto o metal da forja. Lágrimas nos olhos estavam prestes a escorrer quando ele pega seu martelo e segue para a linha de defesa.

A avó de Valda com lágrimas nos olhos diz:
- Chegou a minha hora. Não posso fugir, ganharei tempo para você minha querida. É uma pena que não poderá se despedir de seu pai. Sei que ele a ama. Vá! A idosa pega uma faca e esconde na manga, sem representar uma ameaça ela tirará a vida de um bocó.

Allureth olha pra Aelleth com a cara de mau humor que só ele tinha comenta:
- Sua vida começa hoje. Sempre tive orgulho de você, sempre terei. Tenha filhos, dão trabalho mas é bom. Allureth vai para a formação de batalha.

O vento começa a soprar e aquilo não era um bom sinal para quem mora na região. Em um ou dois dias deve ter uma nevasca fora de época e ficar na mata durante uma nevasca pode ser fatal. Todos pensam pra onde fugir e há uma referência de uma antiga casa de um eremita a um ou dois dias da vila em uma trilha pouco usada.

A vila seria arrasada, os sobreviventes seriam escravos e os sortudos terão morrido.

Instruções:

Imagem ilustrativa:

Sigrun olhou para seu pai com dignidade e reverência, pois era importante ter uma lembrança vivida de Thorensen Ahlqvist... E entre soluços e lágrimas respondidas conseguiu apenas responder - Sim pai...

Foi até seu lar e pegou o que conseguiu carregar e foi para o sul e se encontrar alguém melhor.