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    Connor Mcleary

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    Connor Mcleary - Página 25 Empty Re: Connor Mcleary

    Mensagem por Wordspinner Seg Set 25, 2023 3:38 pm

    “Coisas mudam. Minha irmã é tudo que eu tenho da minha primeira família.” Ela não tenta esconder a dor.

    “Você não é normal. Eu não sou normal. Eu não posso viver ilusões, posso dançar uma noite igual a moça normal, uma delas, mas eu nunca posso fingir que eu sou outra coisa. Não posso ser pessoa de propaganda da tv.” Os dedos se fecham na pulseira e um sorriso luta para ganhar vida no rosto preocupado. Mas é esmagado em um aperto forte como o que fazia os nós dos dedos dela brancos.

    “Você pode. Eu quero também. Eu movi tudo pra isso. Mudei tudo. Tudo, minha irmã e a família que eu fiz no caminho. Todas as coisas que chamo de minhas…” a voz acaba dando mais espaço para o lua cheia falar. A esperança se transformando em silêncio.

    “Pedra no caminho? Eles dividem o caminho comigo. Artrid é filha do lobo e entende a morte viva que é a sina do meu lobo, totem da minha tribo!” Ela diz cheia de um orgulho sóbrio e sério. “Heron entende o medo, medo que guiava você e que pode mudar o mundo. Eles podem ajudar minha tribo, a gente pode ajudar eles.” Ela segura o rosto dele e o olha nos olhos cheia de certeza.

    “Sinto muito que tanto tenha mudado pra você. Sinto muito que sua mãe seja história e canções, eu conheço o nome dela eu ouvi como ela cortou o emaranhado escuro com a lâmina da rainha, eu também ouvi sobre a ferida em Glasgow e canção dela sobre o Corvo…” Ela procura as mãos de Connor com as dela. Quase formal. Perdida entre a amante e a uratha, enquanto tentava confortá-lo.

    “Eles são minha alcateia…” Ela olha o lua cheia enorme e parece muito pequena e triste. “... Não se larga a alcateia, a tribo e o dever. Não por amor, seja ele doce como for.” Os olhos cheios de água. Ela se recusa a piscar. O brilho da luz vacilante do poste brilhando na camada torta ia se tornar lágrimas. “Eu não sei ser o que você quer. Sou uratha. Urdaga. Eu sei sorrir e dançar e não quero nenhum dos dois agora.” Ela inspira fundo rígida. Tensa. Prestes a quebrar. “Não vou te atrapalhar…” Ela solta o ar em um soluço e se vira de costas. Ela segura a parede mais próxima e esconde o rosto. O corpo treme com o choro e ela desce. Joelhos dobrados. Unhas raspando os tijolos de pedra. O cabelo escuro escorrendo pelos cantos do rosto.

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    Connor Mcleary - Página 25 Empty Re: Connor Mcleary

    Mensagem por Ankou Seg Set 25, 2023 7:26 pm


    - Em três meses? - ele questiona com uma ponta de indignação, porque ele sabia que nada tinha saído como planejado, nada do que havia sido combinado.

    - É, não somos… - No fim a voz era cheio de tristeza, no fundo do fundo ele queria ser, queria ser jogador de Rugby, queria ter conquistado o mundo, queria não ter testemunhado a morte da mãe, do avô, nem do tio que pouco conhecia, queria um monte de coisas que não tinha e via Tuya escorregar entre os dedos, indo embora. Ainda assim era onde ele se encontrava, era o esteio que fazia ele não se tornar um monstro, que dava forças pra ele seguir em frente mesmo frente a tanto ódio, tanto sangue e dor… O olhar inocente da Aria, das crianças da Amy, de todas as crianças na verdade, elas não precisavam testemunhar o horror do mundo, podiam e deviam ser pais e mães felizes, completar o ciclo.

    - Todo mundo do povo tá fazendo de tudo pra justificar suas próprias perdas, eles vão virar caça aqui, só tem dor e luto, Dalia caçando tudo que se move como Heron ela e os Caça nas Trevas, os vampiros muito reclusos e quietos depois que metade deles foram extirpados, eles sabem que as coisas não estão bem, sabem que ficaram piores agora… - Não, ele não ia defender nenhum deles, nem proibir seus irmãos ou se privar de caçar, mas não se manteve calado, eles certamente corriam perigo e Tuya com aquela atitude também.

    - Não diga de novo que eles são caçadores como nós, você pode repetir isso até acreditar, e até acreditar nisso, ainda assim não vai ser verdade… - ele desvia o olhar, aquilo soava ofensivo, soaria ofensivo pra muita gente naquela ilha, um cara como Krantz provavelmente já estaria enfiando a mão na cara dela sem mesmo querer saber quaisquer motivos. - Eu sei que eles não são ruins, nem os vilões, Artrid provavelmente não teve escolha… - Mas isso não mudava o fato de que ela podia enlouquecer e matar uma sala cheia de pessoas, drenadas até os ossos, sem mesmo diferenciar amigos de inimigos, uma coisa absolutamente perversa, até mesmo pros padrões dos kuruths absolutamente mais terríveis. Não havia absolutamente nada que Connor pudesse fazer.

    No momento seguinte o corpo amortece, histórias da mãe que nem ele conhecia, que deviam ter chegado longe, muito longe pra Tuya conhecer, quase um ano como uratha e ele e a mãe tinham vivido como quase completos estranhos, ou melhor haviam sido estranhos a vida inteira.

    - Eu não vou mentir, eu não acho que eles dois merecem sua dedicação, mas você tá certa… Essa merda toda… - Ele respira fundo, pausa um instante, visivelmente frustrado, lá no fundo cheio de ódio não direcionado. - Todas essas mortes aconteceram exatamente porque um cara decidiu que o amor era mais importante que dever e a própria lua… Isso eu posso respeitar. - Dá pra ver a tristeza no rosto dele, a mão grande tocando o braço dela, gentil, depois o rosto enxugando as lágrimas - Não chore, não fica bem em você. - Ele mesmo não tinha lágrimas, não mais, todo dia o coração endurecia um pouco mais, a vida não tinha quase nada pra tirar dele mais. - Você sabe o que eu quero, você, comigo, sob as asas do Corvo, mas cê decidiu que não vai ser assim… - Ele já tinha dado demais, dobrado demais, estava cansado.

    - A ilha não tá totalmente segura de nenhum lado, é perigoso pros seus companheiros e pra você… - Ele saca um cigarro do bolso que vai direto do maço pra boca como se fosse ser mastigado, o barulho do Zippo e da pedra riscando é tudo que existe em um instante entre eles, um trago profundo - Eu espero que nossos caminhos se cruzem um dia de novo, em melhores circunstâncias. - ele não queria dizer adeus, mas de uma forma ou de outra era exatamente o que estava fazendo, precisava fazer… Ele não queria dizer pra ela ir embora, mas era o que precisava fazer, pelo bem dela e o dele, não queria ver ela amanhecer numa vala e definitivamente colocar alguém em outra.

    Ele anda até o carro, uma picape branca e bonita, de rodas cromadas, caminhonete do pai, olha uma vez pra trás, uma última vez como se ela pudesse mudar de ideia, ele sabia que não, mas queria se enganar uma última vez, imaginar que sim.

    Ele entra e dirige devagar, o nó na garganta afastado por um pigarro, ele freia o carro no meio da rua, a picape branca de porta aberta, o latão de lixo da marina voando mar adentro com um chute muito muito forte, passos largos ganhando distância, como um trator andando por cima da madeira enfileirada, dá pra jurar que ele xinga alguma coisa, por dentro ele tá xingando, um monte de nomes.

    Ele puxa ela pra perto, não tem nada de gentil, pura paixão, os lábios encontrando os dela como se pudesse devorá-la, o corpo sendo erguido como se pudesse voar, o abraço apertado como se ela não fosse sair nunca mais dele, ela escorrega corpo abaixo. - Uma única condição e uma pergunta… - o rosto permanece enrubescido enquanto ele arfa pesado - Em uma semana seu sobrenome é Mcleary. - ele pausa, com semblante duro e firme, ele não aceitaria não como resposta daquela vez, de jeito nenhum. - E como diabos a gente vai fazer o protetorado aceitar… - dá pra ver que ele fica claramente sem palavras pra dizer, ou pelo menos palavras que não fosse ofensivas, como se eles não fossem pessoas.

    - Os Uivadores meteram o pé pra Sparhall, a gente tem que convencer que eles são menos problema do que deixar um oco completo no meio da cidade. - Nervoso, puro nervoso, era só o que ele era agora. - É isso ou Nestor deixar a gente correr como um só. - ele não sabia o que fazer, mas tava pagando pra ver, no fim tinha percebido que ela também estava dando demais, dobrando demais, eles eram tão companheiros dela quanto fardos e ainda assim ela os carregava, e se virasse as costas pra ela então ele seria igual a todos os outros, indigno.

    Connor Mcleary
    -Essência: 7/11
    -Dano: 0/13







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