[ON] Alya: Procura e pesadelo

OFF: Vamos ver até onde isso vai

Kevin passa pela porta indo em direção ao convés inferior sem responder Alya, talvez o homem não a tivesse ouvido de fato.

Zayn olha para Alya de forma curiosa e sorri, descontraído.

- Como assim o que aconteceu no convés inferior? Nossa você acordou mesmo atordoada. Eu sabia que nossos momentos juntos haviam sido intensos. – Zayn se aproxima da mulher e coloca uma das mãos no queixo dela, erguendo o seu rosto, enquanto cola o corpo ao dela. – Aliás, devo dizer que fui muito bem devorado por você horas atrás. – O olhar e sorriso presunçoso nos olhos dele. – E sei que você também amou nossos momentos, tenho marcas para comprovar... – Zayn acena em direção a um dos próprios ombros, e só nesse instante Alya percebe grandes arranhões marcados de forma profunda na pele morena do segurança, que estava vestido com uma calça larga e a regata do uniforme. – Mas esquecer que depois daquela confusão lá embaixo viemos para sua cabine e você me “convidou” a fazer o que eu quisesse com você e bem, eu fiz... Tentei resistir... Tentei mesmo, mas depois que você colocou meu dedo na boca e fez aqueles sons, não pude mais resistir ao meu bichinho papão.

A fala de Zayn remetia à horas atrás, antes dos acontecimentos na cabine, ao tiro, aos vídeos na sala de engenharia...

- Você acordou com a notificação de missão da Athena, se vestiu e saiu da cabine sem dizer nada. Aí, vim atrás de você. – Zayn aproxima o rosto e beija a ponta do nariz dela. – Mas você está bem, não é?

Atrás de Zayn a porta da cabine permanecia ligeiramente aberta e por alguns breves segundos Alya teve a impressão de ver um vulto passar pelo espelho dentro de seu quarto.


- Decifra-me

Alya Ela olhou Kevin ir sem responder, talvez estivesse apressado. Alya sentia uma mistura de alívio, tensão e ansiedade. Teria sonhado com tudo? Parecia confusa enquanto Zayn fala, mas lembrou que às vezes as pessoas submetidas a situações impactantes acabam tendo episódios de estresse, pensando bem sentia-se até pressionada pela possibilidade de estar na missão e agora finalmente tinha chegado o dia. - Você não é inocente senhor segurança, aproveitou tanto quanto eu.- Apertou o braço dele com carinho. - Melhor me organizar, nem acredito que chegou a hora.- O encarou com um ar malicioso. - Posso mostrar outros segredinhos que vão deixá-lo sem fôlego meu doce Zayn, você é uma grata surpresa nessa viagem. - Então após ele beijar a ponta de seu nariz se sentiu mais tranquila retribuindo com um beijo na bochecha dele e quando se afastou teve a impressão por alguns breves segundos de ver um vulto passar pelo espelho dentro de seu quarto. Ela ficou arrepiada na hora, mas não sabia o que fazer, se dissesse algo não a deixariam ir em solo, então olhou Zayn e disse com um tom baixo.- Vou acabar de conferir meus mapas e depois encontro você ou se quiser me faz companhia enquanto pego as minhas coisas.- Os olhos dela vagueiam para o quarto de novo e tenta se manter tranquila, mas não é uma tarefa fácil simular aquilo. -Mas aviso que precisa ser bonzinho sr. Segurança.-

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Zayn solta o corpo de Alya e a olha, parecia que estava analisando a mulher, e se afasta.

- Vou fazer o seguinte, vou aceitar sua sugestão e deixar você revisando seus papéis sossegada. Afinal eu também estou atrasado e preciso me preparar para a missão em solo. – O segurança diz antes de se virar de costas e se afastar pelo corredor. – Mas não se preocupe, estarei na minha cabine e venho te buscar para irmos juntos a área de embarque das naves. – Zayn acrescenta ainda de costas conforme se afastava de Alya, até parar ao lado de uma porta, esticando uma das mãos, tocando o painel de acesso da porta. – Porque afinal eu sou sempre bonzinho... A pessoa má, que gosta de ferir os outros é você Alya e não eu, não é mesmo? – A voz de Zayn se tornava mais rouca, sombria. – Já se esqueceu do que fez comigo?

Com um movimento rápido o homem aciona os controles, abrindo totalmente a porta da cabine, sem mover o corpo, ainda de costas para Alya.

- Deixe-me relembrar o quanto você gosta de ferir as pessoas. – Zayn agarra a barra da camiseta que veste e a retira, deixando à mostra as costas que exibiam cortes profundos, que recobriam praticamente toda a pele do local.

O homem move o dorso de forma a esticar a pele, que faz com que os cortes sangrem. – Lembra? Lembra do prazer que sentiu ao rasgar minha pele? O cheiro de sangue e o prazer do sexo... O pacto com Azathoth para nos justarmos a primeira tripulação e nos tornarmos parte do caos... – O homem finalmente se vira para Alya, mostrando que além dos cortes em suas costas, havia marcas de dolorosas mordidas espalhadas por seu peito.

Aquele nome dito por Zayn causa uma sensação estranha em Alya, uma vertigem e uma sensação parecida com o que experimentou ao despertar.

As luzes piscam e Alya tem a impressão de ver uma mão escura se esgueirar para fora da porta da cabine ao lado de Zayn.


- Devoro-te! – Um sussurro ecoa de algum ponto dentro de sua própria cabine.

No espelho a imagem da sua estatueta da deusa Kali estava refletida

OFF:

Alya Alya arregala os olhos assustada, seu coração parecia prestes a sair pela boca e suas batidas eram feitas do som do medo.- Eu não sou assim…-A voz trêmula olhando os ferimentos do segurança. - Não vou machucar ninguém…Não quero fazer nada ruim…- Havia a incerteza na voz de Alya. Então a vertigem a faz ficar tonta apoiando-se na parede, tentando alcançar a própria cabine e forçando-se a ignorar Zayn ou que quer que fosse aquela coisa. Ao escutar sobre Azathoth  todo rubor de seu rosto some. Os olhos dela ainda conseguem captar uma mão escura se esgueirando para fora da porta da cabine ao lado de Zayn. Então ela para buscando ar, parecia que ia sufocar e odiava ter medo ou se sentir impotente.  “Devoro-te! “ quando consegue chegar diante de sua cabine a voz ecoando na sua mente se soma a confusão mental em ver a deusa Kali estava refletida no espelho. -Não vou deixar você ganhar!- Os lábios dela tremeram e olha em volta, mas não havia ninguém para ajuda-lá, não existia uma força maior ali além do medo que preenchia o ambiente e sua mente. OFF: Não tem problema sobre tempo de postagem, como lhe disse que to no final do semestre, curto a temática do jogo e sem pressão em responder. Vou mandar uma MP quando puder você me responde lá Boa semana narradora Se precisar lançar algum dadinho me avisa quando puder

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- Decifra-me ou devoro-te. – Ela ouve novamente. A voz sussurrada como se estivesse por todo o canto de sua cabine.

A luz pisca duas vezes e então se apaga, deixando Alya na mais completa escuridão pelo que parecia ser poucos segundos até que volta a acender.

Agora ela não estava mais em sua cabine. Estava de volta ao corredor e Kevin e a dra Anne estavam ao lado dela a olhando de forma preocupada. Via a boca de ambos se mover embora não ouvisse o que diziam e nesse momento Alya consegue perceber que estava deitada no chão do corredor da nave.

- Devoro-te – Ela ouve novamente, desta vez no fundo de sua mente enquanto aos poucos começava a recobrar a consciência e controle sobre seu corpo e a voz dos dois tripulantes a sua frente se tornava audível.

- Hey, garota... Você está bem? Vamos, fala comigo... – Kevin dizia enquanto segurava a mulher pelos ombros e a ajudava a se sentar.

- Alya? Consegue se levantar? Sabe onde está? – Dra Ane perguntava parecendo curiosa. – Pode me dizer o que aconteceu?

- Que tipo de pergunta é essa doutora? Ela estava inconsciente, o que espera que ela lhe diga? – Kevin ajuda Alya a se erguer, praticamente sustentando todo o peso da mulher, quase a carregando, e entra com ela em sua cabine. – Vamos, garota... Você deve ter se sentido mal e desmaiou. Se sente melhor? – Kevin pergunta já a colocando deitada sobre a cama.

- A capitã me informou que você ainda está tendo alguns problemas após o despertar. Talvez seja estresse. – Dra Anne diz de forma objetiva. – Eu havia vindo até aqui saber se precisava conversar sobre o que está acontecendo, mas depois disso acredito que seria bom você apenas... Dormir. – Ela dá um meio sorriso simpático. – Durma, Alya! Em breve você sairá em missão. Precisa descansar. Não se preocupe, se quiser posso ficar aqui com você enquanto descansa. – O sorriso se alarga, talvez na tentativa de passar tranquilidade.

- Se é assim, talvez seja realmente bom você descansar... Está tudo bem, mesmo? – Kevin pergunta.

Alya estava deitada e agora totalmente consciente de seu corpo e mente.

As lembranças do que havia visto recentemente estavam frescas em sua memória. Kevin em roupas de argonauta, Zayn saindo de sua cabine afirmando que haviam compartilhado momentos íntimos e depois mostrando os ferimentos que supostamente ela causou. A mão negra e o nome Azathoth. Tudo estava ali na sua mente de forma tão real quanto o encontro com a capitã, o aviso da missão, a busca por Zayn e o avistamento de Kevin no corredor.

Lá esta ela de volta a realidade onde a missão em solo e a preocupação com Zayn pareciam se encontravam, mas será que era aquela mesma a realidade?

Alya Uma onda quente faz o rosto dela aquecer, os lábios trêmulos e ela olha em volta se dando conta que estava no corredor juntamente com Kevin e Dra Anne. “Devoro-te” Aquilo fica martelando enquanto pisca mais de uma vez olhando os dois. - Estou bem…- Não havia qualquer emoção na voz e o semblante era puro cansaço. - Eu preciso comer alguma coisa.- Alya tenta manter a calma, mas parecia que não podia confiar em si mesma, seria a viagem ou quem sabe estivesse apenas ansiosa com tudo? . - Consigo.- Diz levantando-se com ajuda dele e agradecendo por isso. - Acho que ando ansiosa, na verdade me sinto cansada também, mas deve ser fome e quando comer alguma coisa fico melhor.- Um meio sorriso surgia.- Eu entendo sua pergunta.- Olhou Anne ainda recordando de todas as imagens e evidente que um alerta acende em vermelho.  Com ajuda dele, Alya consegue entrar, foi praticamente carregada e senta-se na cama olhando os dois.- Obrigada Kevin, ela tem razão, um bom descanso vai ajudar, depois vou comer alguma coisa e podem ir. Ficarei bem sozinha, é natural que esteja ansiosa e me sentindo cansada.-  Quando eles a deixam sozinha ela não dorme, não tem como, levanta-se olhando a papelada da missão, caminha pelo quarto mais de uma vez e respira fundo como na época da terapia. Aquilo tudo era surreal, loucura que poderia levá-la a cometer algum erro terrível e ela pena na mãe por um bom tempo. Após se sentir melhor, levanta-se para buscar algo para comer, na sala apenas dava um aceno aqui e ali. Sentou-se em um canto para comer enquanto pensava em cada coisa que acontecia.

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Kevin e Anne acenam afirmativamente para Alya e saem da cabine. Dra Anne para alguns instantes, apenas observando a criptóloga, antes de fechar a porta. Os passos de ambos ecoam cada vez mais fracos pelo corredor até que não podem ser mais ouvidos.

Incapaz de dormir Alya revisa alguns papeis da missão e finalmente decide ir até a área de convívio.

No caminho ela passa por alguns tripulantes. Ao contrário de horas atrás, quando alcançaram a órbita de marte, eles não pareciam mais tão entusiasmados. Havia uma tensão no rosto e movimento de cada um deles.

A sala de convívio estava vazia naquele momento e ele pode escolhe com tranquilidade um lugar para se acomodar e comer tranquilamente.

“Atenção tripulação Elpizo 2. Missões arqueológicas em solo saindo em T-1. Preparativos em andamento. Comparecer ao hangar em 45 min”

A voz metálica de Athena soa pela nave alertando da iminente descida em solo e Alya sabia que aquela era missão para a qual havia sido designada. Em cerca de uma hora estaria partindo para explorar O Rosto.

Apenas uma hora... Quanto tempo havia se passado desde que deixara a ponte de comando? Para ela poderia parecer que eram apenas alguns minutos.

Mal Athena termina de falar e a porta da sala de convívio se abre deixando um kevin que parecia bastante atordoado entrar.

Sem se atentar a presença de Alya no local ele vai até a maquina de bebidas e pega um café e se senta em uma mesa próxima. Kevin toma um gole da bebida quente e logo em seguida joga o copo sobre a mesa, derramando o liquido, e apoia os cotovelos sobre os joelhos, escondendo o rosto nas mãos enquanto balançava a cabeça em negação.

O que Alya fará?