Depois de terem cruzado o abismo e finalmente deixado o Desfiladeiro das Dores Passageiras, os exploradores puderam recuperar o fôlego e estudar seus arredores com um pouco mais de calma. Krystophor tinha grande familiaridade com aquele país, pois estava literalmente voltando para casa. Arthiel, Sharla e Krossis eram bastante inteligentes para situar o que viam nos mapas que possuíam. Oktai e Denna, por outro lado, eram bastante observadores e se acostumaram rapidamente com o ambiente.
No sul, às costas deles, estava o desfiladeiro que o rio cavava entre as terras altas forfarianas, portanto aquele deveria ser o rio Gundar, que fluía desde o domínio de Forlorn , descia pelo Desfiladeiro das Dores Passageiras, passava pela borda oeste das Colinas da Presa Sangrenta e seguia mais para oeste. Portanto, a estrada que eles viam devia ser a Estrada Carmesim (ou Estrada Escarlate, já que o balok era um idioma difícil de traduzir para o mordentiano). Seguindo a estrada para o oeste, eles atravessariam uma floresta, a Floresta Tepurich, e talvez veriam ainda algumas montanhas que já pertenciam à Cordilheira dos Montes Balinok. Isso eles deduziram apenas olhando para o mapa, e o padre Krezkov sinalizou que era melhor ir para a cidade do que arriscar cruzar a cordilheira de montanhas, mas Arthiel e Krossis, à maneira dos elfos, preferiam confirmações do mundo natural.
Quando Arthiel sugeriu que a coruja fizesse um sobrevôo, Círia virou ostensivamente as costas para ela, girando a cabeça em mais de 360 graus.
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Foi apenas quando Krossis a instigou a procurar uma cidade que a coruja aprontou-se, abriu as asas e bateu-as, ganhando altura numa decolagem brusca. O druida podia dizer que ela estava mal-humorada.
Círia subiu por centenas de metros, fazendo círculos cada vez mais amplos, e apenas os olhares fixos dos aventureiros conseguiam perceber o pequeno ponto no céu que a ave se tornara.
Mas, subitamente, subindo do meio da floresta, uma enorme nuvem negra de morcegos riscou o céu.
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Krossis demorou alguns segundos para perceber que eles se dirigiam para a posição de Círia, e seus companheiros de viagem só conseguiram notar isso um pouco depois. Sem que eles pudessem fazer nada, apenas presenciaram a revoada negra encobrir o pequeno ponto de Círia no céu, com provavelmente centenas ou milhares de morcegos avançando rápida e ferozmente.
Passou-se pouco mais de um minuto, mas que para Krossis pareceram anos, até que ele avistou o vulto de sua companheira penosa descrevendo uma queda livre. Felizmente, Círia estava tão alta que consegui girar o corpo e abrir as asas para brecar a queda, empreendendo um vôo irregular e acidentado até o ombro do druida.
Círia estava com as penas amassadas, sinais claros de que fôra abalroada em pleno ar, talvez múltiplas vezes. Ela piava rápida e estridentemente, demonstrando agitação e talvez até medo. Krossis conseguiu compreender que ela vira mesmo indícios de uma cidade na direção oeste/noroeste. O breve conflito aéreo tinhaa sido tãao terrível que nem mesmo o elfo conseguia decifrar o que Círia estava tentando descrever.
Com a rota sugerida confirmada, eles podiam se colocar em caminho, mas até mesmo pelo mapa e mais ainda pela observação da coruja, eles percebiam que não chegariam à cidade antes do cair da noite. Eles poderiam tentar pernoitar em algum ponto à beira da Estrada Carmesim, ou até mesmo tentar montar um acampamento no interior da Floresta Tepurich; outra opção seria continuar viajando pela noite adentro e alcançar a cidade pela madrugada ou ao amanhecer do dia seguinte.
De qualquer forma, era preciso que continuassem atentos, pois a nuvem de morcegos continuava circundando a posição deles como um enorme tornado negro prestes a descer a qualquer momento.
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OFF: Todos podem fazer um teste de Percepção/Ouvir/Observar.