A vigília avançava se incidentes e Luvaroch pensava se seria uma boa hora para acender um pouco de tabaco, aproveitando que o fogo ainda estava aceso. Snefru era uma boa companhia mas não estava exatamente no clima para longas conversas. Se sentia introspectivo, algo o incomodava, embora não tivesse ideia do que poderia ser. Talvez a missão que teriam pela frente? Haviam coisas a serem esclarecidas. Perguntaria mais a Makaria pela manhã.
As chamas começam a morrer pouco a pouco durante sua vigília, as sombras formadas por ela dançando silenciosamente de forma macabra, como se tivessem vontade própria, como se fossem espíritos inquietos.
"Uma noite inquieta para espíritos inquietos." Luvaroch pensa consigo mesmo, dando uma última tragada no cachimbo antes chamas morrerem, fazendo a escuridão reinar sobre o acampamento. "Nâo a primeira, nem a última. Mas, ainda assim...inquieta."
Snefru escreveu:-Parecccce que teremossss que aumentar maissss e maissss nossssa atençççção Lovaroch, a noite avançççça e o fogo sssome.
- Você também sente, Snefru?- sussurro para meu companheiro de vigilia - Há uma atmosfera estranha no ar. Quase como...
Snefru escreveu:-Lovaroch! ali! -apontava ele para o vulto- Alguma coissssa passssssou por ali ssssorrindo, era sssemelhante a uma crianççççça humana.
Uma silhueta no escuro, na parte mais densa do matagal. Luvaroch vira-se ao sinal de movimento e o aviso de Snefru, arma em punho automaticamente.
Snefru escreveu:-Levou, o vulto levou minha mochila e a mochila de Malkaria! Ladrãozinho traiççççoeiro! Encerrava ele preocupado.
- O QUE?? O QUE?? CADÊ?? ONDE?? Maldito, seja! Onde está o ladrão! MAS... PIVETE MALDITO!!! COMO DEIXAMOS ISSO ACONTECER??? Vocês aí, levantem!!
Luvaroch dava um chute em cada uma das moças, não para feri-las, apenas para acordá-las, quando elas despertam, ele vocifera.
- Fomos roubados!! Levantem, vamos atrás dessa peste de criança!
Luvaroch pegava suas coisas, desembainhava suas armas e esperava os companheiros pra pegar a suposta criança ladra. Duvidava que fosse uma criança. Ouvira histórias sobre espíritos malignos que podiam se disfarçar de todo o tipo de coisa e imitar suas vozes para melhor atrair as presas.
Todos já acordavam e se colocavam de prontidão. Luvaroch, arma empunhada , decide avançar cautelosamente na direção de onde viu a vulto pela ultima vez ou onde a risada parecia mais alta.