O Olho de Chamas (ON)

Todos aguardavam a reação da criatura até que ela começa a falar outro idioma, este reconhecível pelo assassino. Cyrus olha para os seus outros companheiros para ver se mais alguém compreendia o idioma anão. Parecia que não...

- Nós somos isto que você disse. Matadores-de-lagartos. Vamos eliminar todos que se opuserem a nós, um por um se for preciso. - Cyrus pensou em perguntar que história era essa de "terem entrado nas entranhas do pai dele", mas resolveu ir direto ao assunto - Nós buscamos uma chave. Uma chave para abrir o portão que os azers selaram em Dun Baldar. Você sabe algo sobre isso?

Cyrus não fazia questão nenhuma de traduzir a conversa aos outros membros do grupo.

A criatura dá uma longa pausa após ouvir Cyrus, ponderando sua resposta. Sua respiração ia longa e vagarosa, como sua fala.

-Matam todos em sua frente, como fazem todos os Pele-Macia. Seus modos são grosseiros, como são seus propósitos. - ele espira e inspira mais uma vez, longamente - Mas dizem que estão aqui contra os Filhos-do-Fogo. Os Pele-de-Bronze cavam meu pai, perfuram sua carne e derretem seus ossos, fazendo seu sangue fervente correr fora de seus canais, por todo seu corpo. Retiram todas as gemas e metais que desejam, e nada, jamais, dão em troca. Se prometerem destruir cada um dos Pele-de-Bronze que ainda vivem aqui, ajudarei vocês. Conheço tudo que se passa no corpo de meu pai, desde muito...muito tempo...

A criatura continuava no idioma anão, que falava com profundo desprezo, como se o mero toque dele em sua boca fosse desagradável.

Belgorod se vira para Cyrus.

- Que que esse monstro tá falando, Magrelo? Eu não falo a língua das pedras.

- Nós somos Matadores-de-Peles-de-Bronze tanto quanto somos Matadores-de-Lagartos. Você tem a nossa palavra de que caçaremos um por um daqueles que cavaram o seu pai - Cyrus não era um homem de palavra, de qualquer maneira. Ele só queria terminar a missão o mais rápido possível. - Agora muito nos interessa saber a respeito deste local. Você disse saber de tudo que ocorre aqui... Então nos diga, como os Lagartos pegaram a chave do portão de Dun Baldar e o mais importante, onde está ela nesse momento?

A criatura emite um som rasgado e prolongado, que Cyrus pensou ser um protótipo de risada.

-A chave veio de fora. Dos escavadores Pele-Macia cuja língua desprezível eu sou forçado a falar no momento. É uma joia de fogo. Eles trouxeram para entrar na Cidade-de-Sangue, mas eles não podem usá-la. Não...os Filhos-do-Fogo se certificaram disso. Só um Filho-dos-Quatro pode ativar a chave. Eu poderia, seu companheiro Filho-do-Céu também... - o ser de pedra falou essa ultima parte com profundo desprezo na voz, a criatura parecia amargurada, e desprezava muitas coisas - e Ela, também pode usar. Ela é uma Filha-dos-Quatro, de certa forma. Todos de seu tipo são. Então eles A trouxeram, e em troca, Ela poderá usar a caverna como seu lar quando acabarem. E acho que vai ficar com todas as gemas dos Pele-de-Bronze também, os Lagartos não sabem o valor que elas têm. Eles nunca derrotariam os Pele-de-Bronze sozinhos, os tolos, mas com Ela...com Ela é bem possível. Eles estão em frente ao Portão, descendo esse corredor até o fim, mas devo avisar, Ela escuta muito bem...Ela sabe que vocês estão aqui...e Ela está entediada...



OFF: Qualquer personagem ainda pode executar um teste de conhecimento para identificar a criatura de pedra se desejar.

- Pensei que os Lagartos tinham encontrado a chave por acaso... - diz Cyrus, tentando relembrar de todos os detalhes da conversa com o Grande Marlok. Será que havia algo que Marlok não tinha descoberto através de seus espiões? - Deixa ver se entendi bem. Os anões trouxeram a tal chave para cá e eles juntos com os Lagartos tentarão adentrar Dun Baldar? E Ela... me fale mais sobre quem é Ela e por que ela deve ser tão temida por nós.

Antes que a criatura respondesse, Cyrus faz um breve resumo da conversa que se seguiu até agora para os outros membros do grupo. E aponta para o elemental Tornalus.

- Você ainda poderá nos ser útil para abrir o portão.

A criatura espera que Cyrus termine seu relato, e depois acena negativamente com a cabeça de pedra.

-Vocês Pele-Macia ouvem com pressa, como tudo o mais que fazem, e entendem pouco. A chave veio dos Escavadores Pele-Macia, os Lagartos a obtiveram deles, e a trouxeram para a Porta que ela abre. Eu nunca disse que eles a deram de bom grado.

A criatura dá um tempo para se certificar que Cyrus entendera desta vez, e então recomeça.

-Ela...Ela é um dos Guardiões deste mundo. As criaturas de Escamas de Aço e Alma de Magia, que trazem nos corações a mesma força que nós, Filhos-dos-Quatro. Suas asas são fortes e largas, e suas garras, como espadas de ferro negro. Ela tem o coração dos Filhos-do-Fogo, e sua mesma fúria e sua mesma respiração cauterizante. Ela é forte, Matadores-de-Lagarto. Mais forte que eu. Mais forte que qualquer coisa que já viram em suas pobres e curtas vidas. Talvez mais forte que qualquer dos Pele-de-Bronze, se eles não tivessem seus brinquedos. Nós, Filhos-dos-Quatro os chamamos de Guardiões. Os Escavadores de Pele-Macia os chamam de Aves-de-Fogo, em sua tradição mais antiga. Não sei como vocês os chamam, mas o Filho-dos-Céus deve saber, se você ainda não entendeu sozinho.

- Como você disse que a chave veio de fora, pensei que os Escavadores Peles-Macias poderiam ter trazido ela até aqui, o que geraria uma dúzia de perguntas. Mas agora começo a compreender a situação real... me corrija se estiver errado, mas os Lagartos se depararam com a chave por engano e graças a experiência de algum mago eles puderem detectar a sua função. E agora estão partindo para abrir o Portão de Dun Baldar.

Cyrus tentava deixar a sequência dos fatos numa linha de raciocínio adequada. A mesma coisa que ele acabara de falar para a criatura, ele fala para os outros.

Belgorod, depois que Cyrus diz a todos o que conversava com a criatura, cerra os olhos, acena afirmativamente com a cabeça e leva a mão ao queixo, tentando fazer uma expressão de quem tinha entendido tudo, mas na realidade ele não entendeu absolutamente nada.

A velocidade das informações deu um nó na lenta cabeça de Belgorod, e ele tentará depois, com calma, entender o que está realmente acontecendo e com quem está a chave.

-Não sei se eles pegaram a Gema-Chave por sorte ou por querer, só sei que era dos Escavadores Pele-Macia e eles a pegaram.

Arya observa atenta a história e se concentra na criatura. Será que ela era conhecida?
Conhecimento:
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7

Arya não consegue se recordar de ouvir falar de uma criatura assim.

A criatura fica silenciosa por um momento.

-O Olho de Chamas foi trazido aqui pelos Pele-de-Bronze há muito...muito tempo, quando eu era jovem e macio. A única coisa que esses Filhos-do-Fogo fizeram de bom foi trazê-lo a este lugar protegido nas entranhas de meu pai. O Olho é poderoso, ele carrega forças há muito esquecidas, e não são poucos os que o desejam. Se o obtiverem, cuidado com a quem o confiam. Melhor, não o confiem a ninguém. Encontrem uma montanha muito alta e o enterrem em suas raízes. Tremo em pensar o que poderia ser feito se alguém com conhecimentos antigos pusesse as mãos no Olho. O velho Gaeus costumava me dizer sobre sua criação. A joia prima de Magnólia. O grande Sid temeu-o por um tempo, e os grandes exércitos da bruxa foram alimentados por seu poder incandescente. Foi uma sorte que por fim o tivessem tirado ela. Pena que a Velha Montanha esteja tão longe, ou ele mesmo lhes diria. Eu repito: Se vieram aqui para saquear os Pele-de-Bronze, têm minha benção. Mas se é o Olho que procuram, não vou lhes impedir, mas sugiro que o atirem ao sangue flamejante de meu pai e esqueçam dessa história para sempre. Estão lidando com forças que não compreendem...

Cyrus repete as novas informações para o resto do grupo se perguntando se eles ficariam calados feito plantas até o fim da conversa.

- Voltando a Ela que você mencionou anteriormente, a Guardiã que está seguindo com os Lagartos... Ela está interessada neste artefato? E se estiver, o que Ela pretende fazer com ele?

Arya não se interessava demais pela história para não se arrepender, mas as palavras traduzidas pelo humano a enchiam de pesar. Seria justo trocar a localização de seus irmãos por este artefato tão perigoso?

-Ela não sabe do Olho, nem Ela nem os Lagartos. Ela apenas quer a caverna, seu novo castelo pessoal. E eles, os metais. - ele respirou longamente antes de continuar - Mas não sei se eles conseguiriam o Olho. O Chefe dos Pele-de-Bronze é velho. Velho e poderoso, e tem brinquedos poderosos à disposição. Mas mesmo se conseguisse por as garras no olho, não acho que ela saberia do que se trata. Ela é muito jovem. E mesmo se soubesse, não acho que faria uso adequado de seus poderes...como o Mestre Pele-de-Bronze planejava...se lhe dessem mais alguns anos...

- Me fale mais sobre o Mestre Pele-de-Bronze. O que ele planejava fazer com o Olho?

Cyrus tentava de uma forma ou de outra obter pistas sobre as propriedades mágicas do artefato que interessava tanto ao Marlok.

Ennibel observava a situação toda e enquanto Cyrus interrogava a criatura ela usava seus conhecimentos sobre magia para tentar identificar a criatura.

Conhecimento Arcano(+9)
Sandinus efetuou 1 lançamento(s) de dados (d20.) :

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-Não sei muito sobre ele. Sei que ele é velho e versado em magia e forja. Sei que ele é muito bom em moldar o metal com magia para fazer os brinquedos que eles e vocês Pele-Macia usam por serem moles e de punhos frágeis. O Olho traz a força da Chama Eterna que queima dentro de cada indivíduo. Uma caldeira como aquela de onde todas as almas são meras faíscas. Ela pode alimentar centenas de milhares dos Guerreiros-Escravos de Aço como os que ele usa para se proteger. Mas ele Não fará centenas de milhares. Neste mesmo momento, e há décadas, ele vem desmontando seus tesouros e forjando o maior Guerreiro-Escravo que este ou qualquer mundo já viu. Dando a ele a pele do Aço-Perfeito e, quando pronto, a caldeira do Olho de Chamas como coração. Com este Colosso pronto, nem o Portal para o qual a Chave foi feita poderia detê-lo.


Ennibel consegue por fim se lembrar onde já havia visto essa criatura. Lera sobre ela em um antigo Codex sobre entidades elementais. É conhecida como Galeb Duhr neste mundo. Ela se lembra que eles são criaturas vagarosas e de paciência absurda, mas implacáveis se de fato irritadas. Pelo que A maga se lembra, eles não são muito fortes fisicamente, mas são quase impossíveis de ferir, podem sentir tudo que acontece a muitas centenas de metros de distância, pois podem cantar, falar e ouvir por vibrações no solo. Eles também são terrivelmente territoriais com as rochas, minérios e gemas de seu leito. É difícil dizer se eles nascem neste mundo ou vêm para cá do plano da terra, mas seja como for, eles se sentem aparentados às montanhas em que vivem.