Sankar & Lorra- Melroc/ Makavalli Killuminati

Sankar sente o aroma do líquido em seu copo e se convence á não beber aquela lavagem. Ele fica aliviado ao ouvir as palavras do taverneiro, Obara parece estar bem e ativa.

Quando o taverneiro gordo retorna e compara a Dornesa com um "cão raivoso", a face do guerreiro Nassam muda de um rosto leve e neutro para um rosto ameaçador. Com a rapidez de uma serpente agarra os cabelos daquele gordo insolente e o puxa até que sua cabeça bata na parte superior do balcão. Retira sua adaga da cintura e com sua ponta, ameaça a garganta do taverneiro - Cuidado com as palavras rapaz, nossas mulheres não são cães, são serpentes, tão graciosas quanto mortais.

Obara poderia ser uma Sand, mas era a bastarda de um príncipe e o sangue da mais alta nobreza dos rainares corria em suas veias. Um insulto à Obara era um insulto ás origens de seu povo e para Sankar, aquele taverneiro plebeu merecia uma retaliação - Eu deveria arrancar a sua língua por essa insolência. Mas ainda preciso confirmar a sua informação e por enquanto o deixarei em paz.

Sankar solta o taverneiro e enquanto arruma o seu cabelo e guardava a adaga, fala com uma calma que antes não havia em suas palavras:
- Eu vou esperar sentado e quando a DAMA dornesa chegar, irás informá-la, com TODA A EDUCAÇÃO, de que eu estou à aguardando. E reze ao Estrangeiro para que ela apareça.

Pega sua caneca contendo aquele líquido mau-cheiroso e vai se sentar em uma mesa vazia em um canto escuro da taverna.

TESTE:

O taverneiro gritou de dor quando foi pressionado pelo dornês, fazendo com que as poucas pessoas ali presentes, olhassem para a cena. No entanto, ninguém pareceu se importar, era como se todos ali estivessem acostumados com cenas como aquela, de modo que ninguém se moveu ou se assustou, apenas olhou com diversão o acontecimento.

Tudo que o taverneiro fez foi gritar e tentar se soltar, mas quando ele viu que tudo foi em vão, ele simplesmente desistiu de tentar escapar. A intimidação de Sankar havia dado certo, mas não ao ponto de todos que estivessem ali o temessem.

Seja como for, o taverneiro balbuciou algumas palavras de desculpas e assim que se viu livre de Sankar, ele tratou de trabalhar com mais empenho, como se de uma hora para outra, limpar o balcão houvesse se tornado a coisa mais importante a fazer.

O canto escuro que Sankar escolheu era o lugar mais afastado do balcão e das outras pessoas, uma conversa ali não seria escutada por ninguém mais na taverna. O tempo se passou sem nada de interessante além do cheiro da bebida, o qual ganhava um aroma cada vez pior a medida que o tempo passava. Mesmo com aquela característica, as outras pessoas na taverna sorviam aquele líquida de forma rápida e ininterrupta. Foi quando Sankar via um homem tomar duas canecas seguidas do líquido, que ele acabou vendo alguém falando com o taverneiro e logo depois movendo-se em sua direção.

Era uma mulher que havia falado com o taverneiro, mas suas feições em nada se parecia como uma princesa. O taverneiro havia apontado aonde Sankar estava, e quando a mulher tentou entregar-lhe uma moeda de ouro, ele simplesmente recusou-se e fez uma mesura para a mulher. Logo depois ela se virou e foi em direção ao canto da sala.



A mulher não falou nada quando parou de frente para o Nassam, ela apenas pareceu avaliar se Sanakr realmente estava sozinho. O cheiro que ela exalava era a única coisa capaz de dar um toque agradável a taverna, um cheiro de especiarias era sentido, um perfume tipicamente dornês.

Sankar observou aquela mulher se dirigindo a ele, não sabia se era Obara ou uma impostora, mas ao perceber que aquela mulher estava tão decidida a conversar com ele quanto a matá-lo, preferiu o diálogo e começou sua análise.

- Porte de guerreira, andar decidido, olhos ferozes e feições da Víbora. Obara Sand, és mais parecida com teu pai do que imaginas.- Percebeu que ela o estava medindo e avaliando - Sim, estou sozinho. E não, não vim matá-la. Seu pai me enviou. - Apontando uma cadeira em sua mesa - Por favor, Sente-se, precisamos conversar.

- Meu nome é Sankar Nassam, e nasci nos desertos de Dorne. Sou herdeiro de minha casa e um amigo fiel de seu pai. Aqui está uma carta de salvo conduto redigida por ele para provar a veracidade do que digo. - Ele entrega a cartão à mulher - Perceba que é a marca do sinete dos Martell que assina o documento.

- O príncipe me informou das suspeitas de que a ladra que venho com você possa ser uma Dragão.  Isso é verdade? Como surgiu essa suspeita?

- Minha missão é encontrá-la e levá-la de volta à Dorne e para isso preciso encontrá-la. Como vocês se separaram? E onde foi vista pela ultima vez?

- Sei muito pouco de sua missão aqui, mas quanto ao montanha, o encontraram?

Sankar decidiu não falar sobre o desejo dos príncipes de forjar uma aliança falsa com os Lannisters, com medo de enfurecer a mais feroz das Serpente da Areia. além do que, ainda não é necessário falar de sua outra missão.

Obara Sand ficou parada, o olhar dela era avaliador e intimidador. Um olhar dornês, moldado pelas areias quentes do deserto. Obara se permitiu dar um sorriso leve ao ser comparada com seu pai. Se sua boca lutava para manter a expressão séria, seus olhos brilharam com intensidade. Era claro que a bastarda de Oberyn nutria um sentimento verdadeiro em relação ao pai, algo que chegava aos pés de uma grande devoção. Nesse momento de elogio, a bastarda já olhava Sankar com um jeito diferente. Com poucas palavras desferidas, o Nassam já havia provado que merecia a confiança de Oberyn.

A Sand escutou o que o homem tinha a dizer, mantendo-se sempre quieta. Ela então pegou a carta, analisando e confirmando que se tratava realmente de um aliado de Oberyn. Assim que ela teve tal certeza, ela sentou-se em uma cadeira vazia.

- Nem meu pai, nem ninguém desconfiava de Lorra Stone... Targaryen. - Ela disse baixo, dando um sorriso tímido ao confundir o nome verdadeiro de Lorra. - Quando chegamos em Porto Real, ela acabou separando-se de mim, creio que por motivos particulares. Talvez meu pai tenha dado ordens para ela, não sei ao certo. O que nos interessa é que no começo andei procurando ela, mas logo vi que era uma busca que não me levaria a nada. Então, simplesmente a esqueci por um tempo, focando-me nos meus próprios objetivos. Eu acabei conhecendo um homem chamado Tasoor, um contrabandista famoso na cidade, o qual me revelou todo segredo de Lorra. No começo não acreditei, mas ele acabou me convencendo que era real. Assim que consegui, escrevi para Dorne, a fim de que meu pai pudesse verificar tal informação.

Ela fez uma pausa, reunindo forças para continuar.

- Isso não seria nenhum problema, ter uma Targaryen mudaria tudo, inclusive para Dorne. Porém, Tasoor me informou que a Lorra esta prestes a cair em um golpe de um homem que se diz seu aliado. Eu não sei quem planeja tal coisa, mas caso não conseguirmos impedi-lo, esse será o fim da linhagem Targaryen. Isto dependerá de você, de mim e da própria Lorra.

Obara falou como se estivesse com dor, mas uma dor interna. O Nassam sabia como Oberyn tinha os Targaryen como uma inspiração, de modo que sua filha acabou herdando tal sentimento.

- Ela se encontra na Fortaleza Vermelha. Está disfarçada, mas infelizmente eu não sei qual disfarce ela assumiu. Eu não tenho nenhum modo de entrar lá dentro, de modo que toda Dorne deposita a confiança em você agora. Estarei aqui se precisar, precisamos tirá-la de Porto Real imediatamente.

Sankar escutava a história de Obara e Lorra com atenção, e pensava ser uma pena não ter descoberto a suspeita da linhagem de Lorra, antes dela ter vindo para Porto Real.

Nunca confie em alguém que tem seus ganho através de atos escusos, era o que Sankar acreditava e Tasoor não era de confiança. Toda a sua empreitada se baseava nas palavras de um contrabandista? Era perigosos colocar o destino de Westeros, de Dorne, nas palavras de Tasoor, precisávamos de mais.

- Obara, não podemos confiar nas palavras de um contrabandista, precisaremos de mais provas concretas. Seu pai provavelmente irá querer interrogar Tasoor - Sankar se encosta na cadeira tentando colocar seus pensamentos em ordem - Mas deixaremos essa demanda para mais tarde, temos assuntos mais importantes no momento, só não o perca de vista.

A linhagem Targaryen, colocaria Westeros no caminho certo e acabaria com as pretensões dos Lannister além de conceder uma influência Dornesa sem precedentes na história dos Sete reinos. Ter a pequena Dragão nos braços de Dorne era uma questão de sobrevivência. Se Lorra corria perigo, mesmo sendo palavras de um contrabandista, é melhor acreditar.

- Se Lorra está na Fortaleza Vermelha, está na toca do leão. Tenho um plano, mas para isso precisarei me revelar. recebi uma missão diplomática do príncipe e poderei entrar na Fortaleza Vermelha pela porta da frente. É o jeito mais rápido de entrar, só espero que não seja tarde demais.

A disponibilidade de Obara em ajudar agradava Sankar, pois sabia que naquele lugar precisará de todos os amigos possíveis.

- Sua ajuda será de grande valia. Preciso que você faça algo por mim. Vá até o porto, encontre alguém de confiança que possa nos levar até Dorne por navio. Ainda não sei como tirarei Lorra daqui, mas uma fuga rápida poderá ser excencial.

Sankar imagináva também em qual seria a missão de Lorra? e de Obara? Sabia que vieram em busca da Montanha que anda, pois seu senhor Oberyn havia lhe falado, mas será que tiveram sucesso? Sabia que uma guerra estava sendo travada nas Terras Fluviais entre o norte e as forças dos Lannister e provavelmente aquele assassino estaria lutando aquela guerra.

- Seu Pai também me informou que vocês vieram atrás do Montanha,tiveram algum exito? - Não sabia se aquela informação poderia lhe ser útil, mas era melhor tê-la do que simplesmente iginorá-la.

- Porto Real está em guerra e com isso seus portões contam com uma vigilância durante todo o dia. Tentarei por eu mesma arranjar alguém que nos possa tirar daqui, mas vou precisar de um pouco de tempo. No entanto, esse tempo deverá ser o mesmo que você poderá levar para encontrar e salvar Lorra. Utilizarei a ajuda de Tasoor apenas se for necessário, creio que ele poderá se tornar um grande aliado de Dorne, mas antes, como você mesmo o disse, seria necessário que meu pai o encontrasse. Seguirei seus conselhos e estarei pronta para agir a qualquer momento, basta que você envie uma carta para esse lugar. - Ela fez uma pausa, olhando para os lados para ver se ninguém poderia escutar. - Tome cuidado dentro da Fortaleza, certamente os Lannister devem estar preparando alguma armadilha para você. Toda a sorte e cautela será essencial para nossa vitória.

Obara Sand se mostrou neutro em relação ao fato de um dornês estar ali em missão diplomática, talvez a urgência de sua missão fizera com que ela não se importasse com as outras facetas do cenário.

- O Montanha não se encontra na cidade, ele anda espalhando o caos pelas Terras Fluviais em nome dos Lannister. No entanto, acredito que ele esteja vindo para a cidade, pois há um boato que um homem chamado Umbriac está se regojizando e declarando aos céus que um dia ele havia derrotada Clegane nas Terras Tempestuosas. Parece que o Montanha não lida muito bem com as críticas, uma vez que ele possui apenas um inimigo que é de conhecimento geral; Daemon Lannister. Em breve Clegane deve chegar a cidade.

Spoiler:

A ajuda de Obara será importante para uma possível fuga de Porto Real, se isso for necessário. Sankar sabe que pode confiar na Serpente de Areia.

- Mandarei uma carta para você quando eu estiver pronto e com Lorra sob minha proteção. Irei imediatamente para a Fortaleza Vermelha, quanto antes nos colocarmos em ação, melhor.

O Dornês ouve o conselho de Obara sobre tomar cuidado com uma possível armadilha dos leões e fica agradecido por sua preocupação.

- Agradeço pela preocupação Milady, mas seu pai me mandou aqui por um motivo, tenho a qualidade de enxergar as artimanhas de meus inimigos antes que elas aconteçam. Estarei entrando no lugar mais perigoso de Westeros, principalmente para um Dornês. Não se preocupe, neste covil de Leões manterei meus sentidos sempre alertas.

Se a Montanha que anda estiver vindo para Porto Real, não é por causa de um cavaleiro que gosta de contar suas proezas.

- Sei que isso não é da minha conta, mas o Montanha só virá para Porto Real se Tywin Lannister quiser. Parece que as forças Lannister estão sofrendo com a guerra e a saída da Montanha do fronte de batalha seria uma perda muito grande para suas forças. Não acho que ele esteja vindo para cá.

Sankar acredita que já tenha falado tudo o que era necessário. Mas tinha um demanda pessoal a resolver. - Preciso de mais uma ajuda sua, você conhece alguém de confiança que saiba abrir fechaduras? - Pensava em um jeito de abrir a caixa de metal que encontrou em Solarestival.

- Fechaduras? - Ela fez uma pausa, tentando encontrar algum sentido naquilo. - Eu certamente não sou a pessoa que procura, o meu forte se encontra no peso de uma boa lança. - Ela deu um sorriso tímido, quase forçado. A dornesa estava claramente de bom humor naquela noite, algo que fora propiciado pelo elogio do Nassam na comparação das feições da moça com o Oberyn. - Vou verificar com meus contatos, em breve lhe procurarei caso eu encontre alguém.

Obara Sand achou que agora já estava na hora de se separarem, pois era sensato que um diplomata dornês não fosse visto em companhia como ela. Ela esperou que o Nassam confirmasse que o encontro tinha chegado ao fim.

Sabia que o ultimo pedido era meio estranho, mas não custava tentar. - Sim, uma fechadura - Sankar dá um sorriso sem graça - não quero forçar uma fechadura com medo de quebrar o que possa estar dentro de um recipiente. Não se preocupe com isso, você tem algo mais importante a fazer do que resolver um problema de um velho guerreiro.

Sankar coloca alguns vinténs de cobre sobre a mesa a fim de pagar sua bebida. Levanta-se dizendo a Obara - Chegou a hora de seguir nossos caminhos. Espere meu contato, se eu não me comunicar dentro de sete dias é porque fui comprometido. Fuja da cidade sem se preocupar comigo, pois provavelmente estarei morto.

Ele olha em volta como se procurasse algum curiosos prestando atenção nos dois Dornêses - Procure se comunicar com seu pai, diga lhe a nossa situação atual. - Olha de novo para Obara e encara aqueles olhos ferozes - E principalmente, ... tome cuidado. Que os Sete lhes protejam.

O Dornês sai daquela Taverna fedorenta e vai para o outro lado da cidade, para onde deixou seus pertences. Ele pensava em descansar naquela noite e na manha seguinte ir direto para a Fortaleza Vermelho ao primeiro raio de sol.

O encontro com Obara Sand havia terminado e Sankar havia descansado como planejado. Nada aconteceu durante seu descanso, de modo que ele se viu totalmente recuperado para enfrentar seu novo desafio; a Fortaleza Vermelha.

O dia estava quente e agradável, o sol ainda estava nascendo, mas o céu dava indícios que o bom tempo persistiria durante todo o dia. Havia muita gente na rua, muitos comerciavam produtos e outros simplesmente se locomoviam pelas ruas, como se estivesse passeando um grande campo cheio de flores. Até mesmo algumas prostitutas podiam ver vistas perto dos becos, chamando clientes com discrição, uma vez que a guarda da cidade não tolerava tal coisa nas principais ruas de Porto Real. Mesmo com pouco tempo na cidade, Sankar sabia que as prostitutas que ousavam chamar clientes em lugares mais nobres da cidade eram as que justamente eram conhecidas por terem encontros "casuais" com os guardas que patrulhavam a cidade.

Nada fora do comum aconteceu durante o caminho até a Fortaleza Vermelha. Sankar Nassam foi recebido por dois guardas, sendo liberado para entrar na Fortelza quando o Nassam havia provado que era o homem dornês que todos esperavam. Os guardas, apesar de deixar que Sankar passasse, mostraram que ele não era bem vindo ali dentro, lançando olhares cheios de ódio e desprezo pelo dornês. Seja como for, Sankar foi conduzido até um quarto, a fim de que fosse recebido por algum membro influente da corte, sendo introduzido dessa forma ao local aonde viveria os próximos dias.

O quarto que Sankar estava era uma área reservada do castelo, pois o corredor em que o quarto estava localizado estava vazio, não existindo nenhuma porta se não a própria porta do quarto de Sankar Nassam. O silêncio também imperava dentro do quarto. O local era luxuoso e muito dos objetos eram feitos de prata ou de ouro, revelando toda uma riqueza contida em Porto Real. Um grande painel havia sido colocado na parede, representando o brasão de Dorne. Não demorou muito tempo para que a primeira visita a Sankar chegasse.

A porta se abriu após um leve toque na madeira, não dando tempo suficiente para que o Nassam ao menos pudesse abrir a porta por si só. Quem quer que estivesse lá fora, era confiante e presunçoso demais para esperar que Sankar abrisse a porta. A figura que apareceu nunca fora vista por Sankar, mas as descrições a cerca dessa pessoa deram ao Nassam o conhecimento exato de quem era. A rainha Cersei era a primeira visita ao dornês.

Spoiler:

Cersei era uma mulher muito bela, com claros traços Lannister; cabelo loiro, olhos verdes brilhantes, pele clara e uma constituição esbelta e graciosa. Contudo, a idade e a maternidade começavam a cobrar seu preço. Mesmo assim, a Rainha possuía uma beleza que rivalizava com qualquer mulher que Sankar acreditava ser a mais bela de todas, sem contar o fato de sua realeza, o qual conferia a Cersei uma beleza que nenhuma mulher no continente poderia ter.

- Me desculpe por entrar no quarto dessa maneira, mas não pude me conter quando soube que o enviado de Dorne havia chegado. - Ela deu uma risada graciosa, tampando os dentes brancos com a mão, como se estivesse com vergonha. As bochechas brancas da rainha ficaram levemente róseas, como se ela fosse uma dama que estivesse aprontando alguma coisa escondida, uma reação típica de uma mulher que empreende uma fuga para namorar. - Sou Cersei, seja bem vindo a Porto Real.

Emfim chegara ao seu destino. A Fortaleza Vermelha era algo magnífico, talvez uma das maiores maravilhas do mundo, um verdadeiro monumento. Sankar acreditava que só o Palácio das Águas, a casa de verão da casa Martell, poderia se comparar a beleza daquelas muralhas e da Fortaleza de Maegor.

Quando chegou a seus aposentos, mandou os criados saírem e trazerem um desjejum. Não estava com fome, mas a ideia de ter o que Westeros tinha de melhor, atiçava a curiosidade do Dornês. Estava ainda vistoriando o quarto, a fim de procurar qualquer canto cego ou esconderijo por onde um assassino pudesse se esconder, quando a porta se abriu. A princípio pensou ser o servo trazendo seu desjejum, mas ao ver aquela mulher linda, de cabelos loiros e olhos verdes, pensou que a Fortaleza Vermelha sabia receber seus visitantes.

Estava acostumado com a beleza das mulheres dornesas com sua pele morena, cabelos negros e olhos amendoados, mas aquela mulher era diferente. Ela brilhava como ouro, esbelta e de pele clara, muito diferente do dornês, de pele morena queimada pelo sol, que a observava. Sankar estava perdido nesses pensamentos quando a mulher se apresentou e então se deu conta que se tratava de Cersei Lannister, a Rainha Mãe.

Logo que voltou a si, apressou-se em fazer uma reverência ao estilo dornês - Perdão minha rainha, não esperava vê-la tão cedo em minha estadia na Fortaleza Vermelha. Não estou nem vestido apropriadamente para encontrá-la! - Ele vestia uma roupa leve de viajem, feita de algodão e tecido beje que ainda estava suja da viajem que fizera. - Deixe me apresentar, sou Sankar Nassam, herdeiro de minha casa e futuro senhor de Salão do Portão do Inferno. Estou aqui em uma missão diplomática representando meus senhores, os Príncipes de Dorne.

Sankar se levanta - Por favor Majestade, entre. Logo chegará o meu desjejum e me sentirei honrado se ficar para aproveitá-lo comigo - Ele dá passagem para a Rainha entrar em seus aposentos.

Realmente, Cersei era linda, mais linda do que os boatos que falavam sobre sua aparência. Sankar tinha mais ou menos a mesma idade de Cersei e achava que apesar da idade cobrar o seu preço, ainda estava sendo generosa com a rainha, deixando-a ainda mais interessante. O Nassam não quis comentar sobre a aparência daquela bela mulher, afinal, se tratava da rainha mãe.

Ele se perguntava, o que traria a rainha a seus aposentos tão cedo? O que ela estava tramando que precisava ser antes do encotro do dornês com seu pai? Os leões não perderam tempo, a caçada começou e Sankar era a presa.

- Diga-me minha senhora, o que a trás, tão cedo, à minha humilde presença?

- Sankar dos Portões do Inferno.- Ela disse enquanto pensava durante dois segundos apenas. - Dorne é realmente um lugar fantástico, eu não poderia desejar companhia melhor para um desjejum e muito menos para um representante da região dornesa. - Ela caminhou para perto de Sankar, e então voltou a falar. - É uma honra ter uma pessoa que carrega o sangue dos Reis dos Sulforosos. - Cersei disse aquela parte com calma, mostrando claramente que ela conhecia toda a linhagem da casa Nassam, desde Lilith Dryland  e Hajad Nassam até os dias atuais com o domínio de Sor Salazam. Seja qual for o objetivo da rainha, Sankar podia sentir que ela estava preparada e determinada a cumprir o que viera a fazer. - Não se preocupe quanto a seu traje, foi eu quem vim te procurar tão cedo. Foi insensatez minha, deveria ter esperado um pouco mais para lhe visitar. Você sabe como são as mulheres, elas não pensam direito quando estão empolgadas com a visita de um grande cavaleiro.

Ela deu outra risada e nesse momento uma nova figura adentrou ao quarto. Era um servo, o qual passou em silêncio pelos dois e começou a arrumar uma mesa de madeira que estava no centro da sala. Objetos de prata foram habilmente colocados, assim como uma grande fartura de alimentos. O prato principal que repousava em cima de uma tigela de prata era um pedaço de carne de javali com molho de tomate e especiarias de dorne, tendo como acompanhamento um bom vinho dornês e também uma cerveja espessa das regiões do Vale. Havia pães de vários formatos espalhados pela mesa. Era um banquete de proporções reduzidas, e não apenas um desjejum.

A rainha Cersei foi a primeira a se sentar na cadeira, de modo que Sankar ainda de pé, pôde ver todo os contornos do corpo da rainha. A rainha vestia naquele dia um vestido vermelho carmesim com bordas amarelas, uma vestimenta simples e elegante, o qual contava com um decote um pouco mais aberto. Sankar pôde ver os seis volumosos da rainha no vestido, a pele branca de seu corpo se destacava em meio ao vermelho do vestido. Os ombros nus e o jeito como a rainha se portava injetava em Sankar um leve desejo de ter aquele corpo para si durante toda uma noite. Era a primeira vez que Sankar via a rainha e no entanto, a figura daquela mulher despertava o desejo em Sankar. Tentar ignorar a forma do corpo da rainha era como tentar ignorar a coroa de ouro que ela portava, você podia tentar não olhar, mas não tinha como pensar sobre aquilo em algum momento enquanto estivesse ao lado dela.

Seja como for, a rainha esperou que Sankar se sentasse do outro lado da mesa e começou a falar.

- Tenho apenas o desejo de conhecer mais um membro de Dorne. A aliança com Dorne tem uma importância grande para as duas casas, de modo que eu acho sensato te conhecer melhor. Afinal, queremos que você se sinta bem aqui em Porto Real. - Ela fez uma pausa, mordendo uma das especiarias de Dorne, um fruto vermelho com cheiro adocicado. - O que eu poderia fazer por você? Sei que um homem como você pode possuir desejos inalcançáveis, ao menos por hora, mas que eu poderia prontamente realiza-los. - Ela deu uma risadinha, um semblante recatado como se não houvesse maldade nenhuma no que fora dito. - Ela aproveitou e inseriu um novo assunto na conversa. - Os Nassam tem fama de grandes cavaleiros, é uma pena que você tenha chegado atrasado para o torneio do Mão. Certamente todos de Porto Real ficariam felizes de conhecerem suas habilidades.

Spoiler:

Sankar se impressiona pelo fato da rainha conhecer a história de sua família, mesmo vivendo tão longe dos desertos de Dorne.

Enquanto a rainha se dirigia a mesa, o Dornês a acompanha, puxando a cadeira para que pudesse se sentar, enche uma taça de vinho e a entrega para Cersei - Fico feliz e surpreso pelo seu conhecimento sobre minha casa, são poucas as pessoas que lembram da minha linhagem - Sankar enche a sua taça de vinho também, indo se sentar do outro lado da mesa para acompanha a rainha no banquete que se apresentava na frente deles.

Ele sabia que não deveria ceder aos avanços da rainha, mas aquela beldade, ali, parada lhe observando e querendo mais do dornês, era uma tentação difícil de ser ignorada. Ele ri baixo quando a rainha comenta sobre seu desejo de conhecer outro dornês e da possibilidade dela realizar os seus desejos. - Nós dorneses gostamos de coisas simples, uma boa cavalgada, boa comida, a companhia de belas mulheres e um bom lugar para desfrutar de tudo isso. Estar aqui neste aposento, com este banquete e ainda acompanhado da mais linda das mulheres de Westeros, já é um de meus desejo sendo realizado.

Sankar estava adorando aquela situação, só a ideia de ser cortejado pela rainha, acendia seu desejo e sua imaginação, mas por mais agradável que pudesse ser, Sankar ainda tinha uma missão à cumprir e não tinha se esquecido disso.

Aproveitando-se da desconversa da rainha sobre sua habilidade com cavalo, Sankar começou a preparar seu campo de batalha. - Somos bons criadores de cavalos, os melhores Corcéis da Areia do reino, o ato de cavalgá-los bem é uma consequência de nosso ofício. - Sankar dá um grande gole no vinho que estava em sua caneca - Na verdade milady, nem viemos ao torneio com receio de ofender nossos senhores. Alias, muitos nobres dorneses também não vieram, pois ainda estão ressentidos com a morte da princesa Elia Matell e seus filhos. - Se referindo ao assassinato de Ellia no saque à Porto Real pelas tropas Lannister. Ele termina o seu vinho e pega uma fruta em meio as diversas que ainda estavam sobre a mesa.

- E por isso estou aqui Majestade, meus príncipes acreditam que esse ressentimento deve terminar, e uma aliança entre os reinos poderá ser o começo do fim dessa mágoa.

Teste:

A Rainha não pareceu se ofender com o diálogo a respeito dos acontecimentos do passado. Pelo contrário, ela sorriu, desfrutando não só do vinho, mas também do caminho que a conversa estava seguindo.

- Certamente foi um acontecimento muito infeliz, mas temo que o passado deve ser ignorado e o presente ser renovado. É claro que essa será um ferida que nunca irá cicatrizar e por isso, a Coroa será capaz de fazer tudo para agradar os dorneses. - Ela fez uma pausa, observando com cuidado comoo Nassam se portava. - Esse é o único passo correto que pode ser dado, é muito sábio que tudo isso seja resolvido através da diplomacia.


Uma conversa sobre trivialiades seguiu-se a isso, retornando a um assunto mais sério após longos minutos.

- Eu gostaria de começar a te mostrar o que Westeros tem de melhor, mas presumo que essa hora não seja tão adequada. - Ela deu outra risadinha tímida. - Posso lhe oferecer algo único, um momento que você nunca irá esquecer, mas antes gostaria de ver se você realmente está disposto a realizar o pacto entre o Dorne e a Coroa. Preciso que faça algo por mim, e lhe darei tudo o que deseja.

Spoiler:

- Quando chegar a hora, você saberá do que se trata. Por enquanto, apenas guarde em segredo esse nosso encontro. - A rainha se levantou, despedindo-se com todo o jeito real que possuía. - E ah, Tywin Lannister deseja que você compareça em uma reunião antes do sol ir embora, ela será realizada nos aposentos reais. Não deve ser difícil encontrar o lugar. Até outra hora, foi uma honra falar com você.

E a rainha então se preparou para sair, apenas esperando para lançar um último olhar em direção a Sankar e também lhe dar a oportunidade da última palavra.

Sankar se levanta e faz uma reverencia à rainha - A honra é toda minha Majestade. Foi um encontro muito agradável, espero que possamos fazê-lo novamente.

Quando a rainha sai, Sankar se apronta. Toma um banho e se veste adequadamente com roupas mais nobres. Queria dar uma volta pelo Palácio antes seu encontro com Tywin Lannister, afinal estava na Fortaleza Vermelha, a morada dos reis de Westeros, o centro do poder de seu mundo. Queria conhecer os salões e jardins do castelo e se tivesse sorte, poderia ver algum crânio de dragão. Nunca vira um, dizia-se que alguns dos dragões eram tão grandes que podiam engolir um cavaleiro e seu cavalo em uma única bocanhada, seria algo surpreendente de se ver.

Sankar decide se encontrar com Lorde Tywin apenas no final da tarde, antes do sol se pôr.

A fortaleza se mostrou maior do que se poderia imaginar, de modo que o Nassam se viu com pouco tempo para seu passeio. Alguns pontos foram vistos, mais ainda assim, seriam necessários cerca de três dias para visitar completamente todo o local. Era grande e tudo era muito bem ornamentado, tornando cada parte do castelo muito bela. Tudo dentro daquele castelo parecia ter sido feito de prata, era claro que Robert Baratheon havia dado uma grande importância por aqueles objetos, e certamente, Jofrrey também estava fazendo a mesma coisa.

O primeiro local a ser visitado foi o septo real, um local que possuía grandes janelas de cristal e vários objetos de ouro. Lá dentro, havia sete altares, representando cada aspecto diferente dos Setes. O mais cultuado naquela tarde era o Guerreiro e a Donzela, mas os outros altares também continham uma boa quantidade de fiéis. Apenas um altar estava vazio, o Estranho permanecia em total solidão.

Após o septo, o dornês pôde ver A Arcada das Donzelas, o qual era uma longa fortaleza com telhado de ardósia, localizada atrás do septo real. Ela possuia duas portas altas e esculpidas. Baelor I confinara suas irmãs lá, para que a visão delas não o tentasse a ter pensamentos carnais.

E por último, o Bosque sagrado. A fé ali nos deuses antigos era praticamente morta, a árvore coração que repousava no centro do local estava coberta por trepadeiras de baga de fumo. Era um local abandonado, e há muito tempo que parecia estar daquele jeito. Não havia nem um guarda sequer perto do local, de modo que a frequência de visitas era rara.

O sol já estava se pondo, de modo que Sankar precisou se apressar para chegar ao local onde encontraria Tywin Lannister. Um fato que valia a pena ser contado, era que o dornês havia sido a grande atração do dia. Todo o passeio que ele fizera, havia sido acompanhado por muitas pessoas, as quais olhavam para o dornês de longe e cochichavam com seus pares. Seja o que for que fosse falado naquela noite entre os nobres, Sankar seria um dos assuntos principais, suas visitas certamente seriam avaliadas pelas línguas mais afiadas da corte. O anonimato não poderia mais existir. E como o destino nem sempre conspira a favor de um homem, nenhum osso ou menção de dragão foi encontrado naquela tarde.

E assim, o enviado de Dorne chegou em frente a porta dos aposentos onde estaria Tywin Lannister. A porta estava protegida por dois guardas que vestiam capas douradas, mas assim que eles viram o dornês se aproximar, eles se colocaram de lado, permitindo que Sankar passasse.

Enquanto caminhava pela Fortaleza Vermelha, não tinha pressa. Observava toda a beleza e esplendor do lugar. Se encantou principalmente pela tapeçaria e pelos vitrais decorados com imagens de dragões e dos reis Targaryens do passado.

Sankar realmente queria ser visto, talvez assim pudesse encontrar Lorra, ou ser encontrada por ela. Até mesmo se apresentou a alguns guardas, donzelas e cortesões no intuito de pedir informações de onde ficava os locais que queria visitar.

Aproveitou sua vista ao Septo Real para orar e apesar de suas preces serem normalmente dadas ao Guerreiro, naquele dia procurou o altar da Anciã. Pediu sabedoria e discernimento para finalizar a tarefa que lhes foi dada.

Quando chegou ao bosque sagrado, lembou-se de casa. Até mesmo nos portões do inferno havia um bosque sagrado. Não tão grande como aquele, mas lá a arvore coração era bem cuidada, pois sua sombra era uma benção no calor do deserto. Nem mesmo a face da arvore foi maculada, apesar de suas feição demoníacas e sorriso zombeteiro provocassem calafrios nos servos.

O Dornês ficou decepcionado por não encontrar nenhuma ossada de dragão, mas talvez conseguisse vê-los em outra oportunidade. Como não tinha tempo para mais nada, resolveu ir ao encontro de Lorde Tywin. Sankar passou pelos dois guardas de capas douradas, estava apreensivo e vacilou um pouco antes de abrir a porta, afinal estava entrando no covil do velho leão.